Pagot diz que Cachoeira patrocinou reportagem da Veja para o derrubar
publicado em 28 de agosto de 2012 às 14:35
O ex-diretor do Dnit na CPI (foto Antonio Cruz, Agência Brasil)
Pagot diz que Cachoeira patrocinou reportagem para o derrubar
28 de agosto de 2012 • 12h21 • atualizado às 14h09
GUSTAVO AZEVEDO
Direto de Brasília
O ex-diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) Luiz Antônio Pagot afirmou na manhã desta terça-feira, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) mista do Cachoeira, que não conhecia o contraventor e que foi surpreendido pelo fato de o bicheiro ter sido um dos possíveis autores de sua exoneração da autarquia. Disse ainda que Carlinhos Cachoeira patrocinou uma reportagem para lhe derrubar e que recebeu um pedido do ex-senador Demóstenes Torres para beneficiar a construtora Delta.
“Eu fiquei extremamente estarrecido, primeiro com o afastamento e depois com a exoneração. Foi um episódio amargo na minha vida. Me sentia um morto vivo, um fantasma. Quando começa a me reestabelecer, tive essa brutal notícia, que um contraventor e um agente de uma empresa, seriam os responsáveis pela reportagem que gerou o afastamento e posteriormente a exoneração”, afirmou Pagot.
Perguntado pelo relator da CPI, deputado Odair Cunha (PT-MG), o ex-diretor do Dnit afirmou que essa pressão teria sido gerada por sua postura contra a construtora Delta, beneficiada pela organização de Carlinhos Cachoeira. “Era pela atuação que vinha tendo ao Dnit, não dava vida boa a nenhuma empreiteira e prestador de serviço. Era muito exigente. Penso que por isso eles patrocinaram essa matéria jornalística para me tirar do Dnit”, destacou.
Pagot saiu do governo em julho do ano passado, desgastado após a crise no Ministério dos Transportes, alvo de denúncias de irregularidades e que gerou a crise entre a presidente Dilma e o Partido da República (PR). A reportagem da revista Veja, do início de julho, foi o estopim e apontava que integrantes do PR haviam montado um esquema de superfaturamento de obras e recebimento de propina por meio de empreiteiras dentro do ministério.
O ex-diretor, que comandava o principal braço operacional dos Transportes, voltou à cena neste ano após vir à tona o escândalo das relações escusas de Carlinhos Cachoeira. Ele fez as mesmas denúncias relatadas à CPI para a imprensa. A situação chegou a ser flagrada por gravações da Polícia Federal em que Cachoeira diz ao então representante da Delta no Centro-Oeste, Claudio Abreu, que “plantou” as informações contra Pagot na imprensa. “Enfiei tudo no r… do Pagot”, falou na ligação telefônica gravada.
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