sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

ANALISANDO A CRISE DO PSDB

O amigo Altamiro Borges, presidente do Centro Barão de Itararé, publicou mais um excelente post em seu blog (reproduzo abaixo) no qual analisa alguns dos muitos erros cometidos pelo PSDB nesta sua trajetória descendente. Tudo que o Miro escreve está certo, mas eu acrescentaria alguns aspectos que vejo como importantes neste processo.
O maior erro do PSDB, no meu entender, é ter-se esquecido de elaborar um Programa sincero, que assumisse sua postura neoliberal, ou conservadora. Escrito ainda nos tempos de Franco Montoro, José Richa e outros grandes fundadores, o programa do partido fala em social-democracia, ideário que o PSDB abandonou, na prática, há muitos anos, pelo menos desde a eleição de Fernando Henrique em 94!
Se o campo da esquerda e centro-esquerda foi tomado pelo PT, PSB, PC do B, PDT e outras forças, os tucanos deveriam ter, ou atualizado seu discurso rumo à esquerda, ou assumido de vez uma postura mais à direita, só que com clareza e coerência. O que não dá é para dizer-se "social-democrata" enquanto defende-se o grande capital internacional, a dependência ao FMI e outros órgãos, a proteção exagerada ao sistema financeiro, nenhuma política industrial e uma tímida, cosmética, política social.
Os números provam que nos anos FHC o país endividou-se, o desemprego aumentou, a renda cresceu inercialmente, o desenvolvimento foi travado. Tanto é verdade que os poucos (para meu gosto) avanços do governo Lula foram suficientes para que obtivesse imensa aprovação popular e respeito internacional. Nada houve de socialista na era Lula-Dilma; mas setores antes excluídos foram incorporados ao "mercado" de empregos, de renda e, logicamente, de consumo. Para tudo isso o PSDB não teve respostas, a não ser o denuncismo e as falsas crises semanais ou quinzenais, forjadas pela mídia mais tendenciosa que já tivemos em nossa História republicana.
Discurso ao eleitor
O PSDB entrou na onda de torcer e lutar para que Lula fosse um fracasso, e assim Fernando Henrique ou outro tucano (duvido que ele desse a vez a outro) voltasse ao trono como um salvador da Pátria. Juntando-se  aos barões que dominam a velha mídia, e que têm ódio visceral, de classes, ao Lula e a tudo que lembre Trabalhismo, o PSDB volveu à direita sem quaisquer escrúpulos com seu passado original.
Ao invés de oferecer ao eleitorado um programa, ainda que conservador, mas sincero, fez uma mixórdia de promessas e juramentos que todos sabiam falsos. "Dobrar o Bolsa Família", "salário mínimo de R$ 600,00 em janeiro de 2011", "não vender nenhuma estatal", eram as principais mentiras demagógicas, que colidiam com tudo que haviam feito até então, inclusive nos Estados que governam.
O pior é que misturaram tais falácias com o discurso baixo, a propagação de boatos, a publicação de acusações descabidas a Lula e à candidata Dilma. Quando recebi e-mails dizendo que Dilma iria morrer de câncer e quem governaria seria Michel Temmer, cujo filho pertenceria a uma seita satânica, ou seja, "o Brasil será governado pelo Demônio", não sabia se ria ou se chorava. Rir pelo absurdo e pela aposta na ignorância do povo; chorar por ver que os maiores líderes da oposição no meu País, gente que conheci pessoalmente e admirei na transição da ditadura para a Democracia, mostrava-se tão atrasada e incapaz. Fizeram terrorismo puro, como se isso estivesse à altura do povo brasileiro no século XXI!
Briga de foice
Outro fator que muito contribui para o esfacelamento desta oposição radical de direita, sem dúvida, é sua divisão interna, o personalismo exacerbado de seus caciques. Já nem falo da vaidade de Fernando Henrique, que julga-se acima da raça humana. Nem da fragilidade de meu antigo amigo Geraldo Alckmin, que só sabe "prefeitar", ainda que esteja no Palácio dos Bandeirantes desde os tempos de Covas, e pensa que o Palácio do Planalto também é um lugar para "prefeito", longe que está de ser um estadista moderno como o Brasil exige.
Falar do aventureiro Aécio Neves, que governou Minas diretamente de Ipanema e Copacabana? Não é preciso: ele mostra sua insignificância no Senado, onde apagou-se como qualquer suplentezinho de Estado pequeno.
Mas o pior papel nesta desagregação geral é, sem dúvida, o desempenhado por Zé Serra (Cerra, como diz nosso Paulo Henrique Amorim). O cara é o maior "espalha-roda" da política nacional! Onde chega, todos se afastam!
Cego de ambição, Serra não lidera: impõe! Não convence: derrota! Não soma: espiona e ameaça! Não responde a perguntas incômodas (poucas) de jornalistas: passa as madrugadas ligando para os donos de jornais, TVs, rádios, pedindo a cabeça dos repórteres ousados!
Quem ainda está ao lado de Serra não o faz por admiração, por respeitar sua liderança: está lá por medo. Cercado de áulicos quando estava no poder, Serra acredita no que lhe dizem os puxa-sacos bem pagos (alguns ganham muito mais do que seus salários... né taubateano Paulo Preto?). Acredita nas pesquisas induzidas do Data-Otavinho Frias, cuja pai não queria morrer antes de ver seu amigo Serra na Presidência, mas não conseguiu esperar...
A cegueira política do Serra é surpreendente. lembro-me de sua campanha a deputado constituinte em 1986, depois de quatro anos como secretário do Planejamento do Montoro. Ele invadiu todas as regiões do Estado com caminhões de dinheiro e cargos, atropelando os mais sérios companheiros do PMDB. Cito dois, que são meus amigos até hoje: Audálio Dantas e Fernando Morais. Fez um estrago na esquerda parlamentar, usando os mesmos métodos de um Roberto Cardoso Alves ("é dando que se recebe", lembram-se?).
Serra é assim: um trator, sem escrúpulos, sem ideologia, fazendo o discurso de conveniência - ele pode dizer-se de esquerda numa reunião sindical, e de direita num ato do Malafaia ($$$) ou de empresários. Sem corar!
A que pode levar um processo como esse, se não ao isolamento, ao fracionamento, à dispersão? Um cara que apóia o Kassab, do DEM, contra o candidato de seu próprio partido, o Alckmin, pode esperar que tipo de recíproca? Um cara que por debaixo dos panos estimula a criação do PSD, esvaziando o seu próprio PSDB, acha que isso passará impune?
Serra cava seu próprio buraco (não direi túmulo, porque falamos de Política) com uma energia e determinação inexplicáveis. Tenho para mim que ele andou conversando muito, e acatando, o paspalho do Reinaldo Azevedo, daquela revista do esgoto. Talvez seja seu único "amigo" na mídia, fora os donos dela. Aí já é burrice mesmo. Quem se junta ao Rei da baixaria merece afundar num forte abraço de afogados...

VEJA MENTE ATÉ NOS LIVROS MAIS VENDIDOS!

Na lista dos mais vendidos nas livrarias, "A Privataria Tucana" não aparece no ranking da Veja

O livro A Privataria Tucana, do jornalista Amaury Ribeiro Jr, está entre os dez mais vendidos em livrarias e sites de literatura. No entanto, na lista dos 20 mais vendidos da revista Veja, a publicação não aparece em nenhuma das posições.

Segundo as livrarias CulturaPublifolha e Saraiva, além do site especializado Publishnews, o livro que divulga possíveis irregularidades cometidas por integrantes do PSDB figura no 2º lugar entre os mais vendidos, na categoria não-ficção, perdendo apenas para o livro Steve Jobs,  de Walter Isaacson. A obra de Ribeiro Jr aparece em 10º no ranking anual da Fnac.

No lugar em que deveria aparecer A Privataria Tucana, a Veja destaca o Guia Politicamente Incorreto da História do Brasil, de Leandro Narloch. Nas outras listas, o livro de Narloch aparece apenas na 15ª posição.
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Livro não aparece em nenhuma das 20 posições da Veja


Privataria Tucana, editado pela Geração Editorial, é resultado de 12 anos de trabalho do ex-repórter do jornal O Globo e Estado de Minas, Amauri Rineiro Jr., que acabou indiciado pela Polícia Federal por suspeita de participar de um grupo que tentou quebrar o sigilo fiscal e bancário de políticos tucanos.
Segundo o jornalista, Serra tentou investigar detalhes da vida política de Aécio Neves, do mesmo partido, já que os dois disputavam internamente a candidatura à presidência da República, nas eleições de 2010. Irritado com a repercussão, Serra negou as acusações descritas na obra e chegou a chamar o livro de “lixo”.

Procurada pelo Comunique-se, a revista Veja preferiu não se pronunciar.


Altamiro Borges: 2011: o ano das bicadas no PSDB

Altamiro Borges: 2011: o ano das bicadas no PSDB: Por Altamiro Borges Duas entrevistas recentes confirmam que 2011 foi um péssimo ano para o PSDB, o partido dos neoliberais tupiniquins. Ap...

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

VERÔNICA SERRA MENTIU E A PROVA ESTÁ AQUI

Criada 20 dias antes por um escritório de advocacia, a Decidir.Com foi assumida por Veronica Serra: "Era uma empresa real, com funcionários, faturamento, clientes e potencial de expansão." E deu zero de lucro?
A filha do senhor José Serra divulgou, 20 dias depois do lançamento de “A Privataria Tucana”, uma nota onde, mesmo não anunciando que vá processar Amaury Ribeiro Jr, diz-se vítima de “insinuações e acusações totalmente falsas”  e apresenta uma série de uma “explicações”.
Vários blogs já apontaram que não é verdadeira a afirmação de Verônica Serra ao dizer que “nunca fui ré em processo nem indiciada pela Polícia Federal; fui, isto sim, vítima dos crimes de pessoas hoje indiciadas”, porque  está, sim, indiciada pelo caso da quebra de sigilo bancário praticada pela sua empresa Decidir.com, da qual era vice-presidente. Nesta ação, são réus o jornalista da Folha que publicou os dados e James Rubio Jr. , presidente da Decidir.com. O processo (0000370-36.2003.4.03.6181) está em curso na 3ª Vara Criminal Federal.
D. Verônica, claro, como toda pessoa, conta a seu favor com a presunção da inocência.
Mas comparemos o que ela diz aos fatos. Primeiro, a dama:
2. No período entre setembro de 1998 e março de 2001, trabalhei em um fundo chamado IRR (International Real Returns) e atuava como sua representante no Brasil. Minha atuação no IRR restringia-se à de representante do Fundo em seus investimentos. Em nenhum momento fui sua sócia ou acionista. Há provas.
3. Esse fundo, de forma absolutamente regular e dentro de seu escopo de atuação, realizou um investimento na empresa de tecnologia Decidir. Como consequência desse investimento, o IRR passou a deter uma participação minoritária na empresa.
4. A Decidir era uma empresa “ponto.com”, provedora de três serviços: (I) checagem de crédito; (II) verificação de identidade e (III) processamento de assinaturas eletrônicas. A empresa foi fundada na Argentina, tinha sede em Buenos Aires, onde, aliás, se encontrava sua área de desenvolvimento e tecnologia. No fim da década de 90, passou a operar no Brasil, no Chile e no México, criando também uma subsidiária em Miami, com a intenção de operar no mercado norte-americano.
5. Era uma empresa real, com funcionários, faturamento, clientes e potencial de expansão. Ao contrário do que afirmam detratores levianos, sem provar nada, a Decidir não era uma empresa de fachada para operar negócios escusos. Todas e quaisquer transações relacionadas aos aportes de investimento eram registradas nos órgãos competentes.
Bem, por partes:
Primeiro, a International Real Returns não era uma empresa registrada no Brasil. Embora tenha sido apresentada, em 2001, na reportagem sobre seu casamento publicada pela Istoé como “sócia-presidente dos investimentos latino-americanos da International Real Returns (IRR), empresa de administração de ativos com US$ 600 milhões de capital europeu” a empresa não aparece como cotista de nenhuma outra nos arquivos da Junta Comercial de São Paulo.
A Decidir.Com brasileira não existia. Foi criada um mês antes da chegada de Verônica Serra  pelo advogado José Camargo Óbice, em seu escritório da Rua da Consolação e com capital de apenas R$100 e o nome de Belleville Participações S/A. Vinte dias depois é que virou Decidir Brasil S/A e, em mais 40 dias, elevou seu capital para R$ 5 milhões, ou  R$ 13 milhões, hoje, com a correção do IGP-M.
“Era uma empresa real, com funcionários, faturamento, clientes e potencial de expansão”, afirma D. Verônica. Deve ser mesmo, porque logo depois de sua saída, em março do ano seguinte, dobrou o seu capital social, embora o lucro no ano anterior, 2000, tenha sido zero, conforme está registrado no Diário Oficial, na ata da assembleia realizada em julho que aprova “a não distribuição de dividendos obrigatórios aos acionistas referentes ao exercício social encerrado em 31/12/2000, tendo-se em vista a inexistência de lucros apurados no período, conforme as demonstrações financeiras da Sociedade”.
A CPI vai ajudar D. Veronica a mostrar como tudo é um negócio simples, claro, onde o dinheiro não aparece do nada e desaparece para o nada.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

CENA DE NATAL

A caminho de Aparecida, no dia 24, tomei um ônibus em Quiririm, já que não havia pressa alguma, o calor já havia amainado e o céu até ameaçava a chuva, que cairia um pouco mais tarde. No percurso, estava lendo algo, meu jeito de viajar, seja em ônibus, carro ou avião - já que não piloto nenhum desses veículos - quando ouvi alguém, sentado além do corredor, falando muito alto.
Pensei que era alguém ao celular, coisa comum hoje, mas pelo tom nervoso, era alguém que estava brigando, chamando alguém para a briga.
Desviei o olhar do meu livro e percebi no outro lado do busão um cidadão jovem, moreno, gesticulando muito, como em convulsão. Ele se aquietava um minuto e de repente erguia os braços e os baixava freneticamente. E discutia com alguém invisível aos meus olhos e de todos ao redor.
Foi assim durante o trajeto, e quando desembarcamos na Rodoviária Velha de Taubaté, ele desceu normalmente, caminhou meia-dúzia de passos, e disparou numa corrida de três ou quatro metros, estacando de novo. Seu corpo estava completamente descoordenado, parecia funcionar muito longe de sua vontade.
Parou perto de onde eu estava, eu aguardava outro ônibus para a Rodoviária Nova, e veio até mim pedir um real. Eu neguei. Achei que talvez ele estivesse drogado, e quisesse dinheiro para mais uma pedra, algo assim. Confesso que, ao dizer-lhe "não" temi que ele me agredisse, tal o seu descontrole físico e, logicamente, mental.
Até agora não sei se agi certo, na minha omissão. Eu estava atrasdo, sem pressa, mas muitas horas atrasado para ir à festa de Natal, em casa de familiares na cidade da Padroeira. Estava lendo um livro interessantíssimo, que desejava terminar durante a curta viagem. Por essas e outras razões imaginárias, nada fiz para atender o rapaz, nem ao menos lhe dirigi a palavra além do "Não" defensivo.
Se você me perguntar se passei um Feliz Natal, direi que foi ótimo, junto a pessoas que amo, comendo e bebendo e confraternizando. Mas aquele rapaz e minha covardia não me deixam em paz. O que eu poderia ter feito por aquele doente, como tantos que perambulam pelas nossas ruas?
Bem, para aliviar minha consciência, vou jogar nas costas do aniversariante, o esquecido Jesus Cristo - a festa era do Papai Noel.

CPI É QUESTÃO DE HONRA NACIONAL

Tenho muitos e honestos amigos em todos os partidos políticos, inclusive nos que estão na oposição. De alguns deles já ouvi que estão surpresos e envergonhados com a revelação do escândalo destrinchado no livro "A Privataria Tucana", do premiado repórter Amaury Ribeiro Jr.
O livro nem é contra o PSDB: ele denuncia os mecanismos de remessa e internação de dinheiro não explicado. O esquema é ainda usado por traficantes, terroristas, etc. Os políticos corruptos usam o mesmo esquema, que foi ensinado aos tucanos pelo Ricardo Sérgio, ex-tesoureiro da campanha de Fernando Henrique em 98, e de Serra em 2002 e 2006.
Caso os mencionados nos documentos provem que isso nada tem a ver com as privatizações a preço de banana, ainda terão que explicar como ficaram milionários (alguns saindo da falência, com nomes sujos na praça) exatamente enquanto vendia-se empresas estatais. Coincidência não foi, pois eles eram e são estreitamente ligados aos condutores daquele processo, nos governos FHC.
Descobrir a verdade é do interesse de todos nós. Os meus amigos tucanos também pagam impostos, também eram donos da Vale do Rio Doce, das teles, das empresas públicas de energia. Fomos todos roubados.
Portanto, quem for honesto e tiver algum amor pelo Brasil irá somar-se a esta luta, apoiando a CPI que será instalada em fevereiro. O PSDB será muito melhor quando expurgar os desonestos. os demais partidos também. E o Brasil idem.
Quem pode ser contra esta limpeza?

DILMA DÁ UM BAILE NA GLOBO!!!

Dilma esbarra em Ali Kamel

Por Paulo Henrique Amorim, no blogConversa Afiada:

Através do Tijolaço, o ansioso blogueiro assistiu à excelente exposição de fim de ano da Presidenta Dilma Rousseff, que também pode ser vista no Blog do Planalto.

Apesar dos pesares, e da crise que a Globo dissemina 24h por dia, foi um ano brilhante.

Que calou a boca da Oposição.

Porém, através do PiG, a Oposição conseguiu engessar a agenda política do pais.


No país onde se realizou a maior roubalheira numa privatização latino americana – agora revelada, em parte, pelo “Privataria Tucana”-, o PiG estabeleceu que a questão é a corrupção, o “malfeito”.

(A outra parte será conhecida na CPI da Privataria.)

E o Álvaro Dias, o Farol de Alexandria e o Padim Pade Cerra empunham a bandeira da Moral e da Ética.

Como diz o motorista de taxi, “esse país não tem jeito”…

Como assim, “não tem jeito”?, pergunto.

A roubalheira, diz ele.

Quem rouba?, pergunta o ansioso blogueiro, ao passar por uma rua arborizada da Cidade de São Paulo, no bairro de Higienópolis.

Os políticos, diz ele.

Os políticos, indistintamente.

Ou seja, o Ali Kamel ganhou.

Conseguiu equiparar o Lupi ao Ricardo Sergio de Oliveira, ao Preciado, ao Rioli.

Acompanhe, agora, amigo navegante, o que a Presidenta mostrou no pronunciamento de fim de ano.

E ninguém soube.

Começa que ela usou a palavra “emprego” sete vezes, em dez minutos.

Como se sabe, os oito anos de Governo Cerra/Fernando Henrique se notabilizaram pelo desemprego.

Quem tinha emprego garantido eram banqueiros de investimento, “brilhantes“ gestores de fundos na Privataria.

Dilma preside o “pleno emprego”, apesar da crise Global da Urubologa.

Lembrou ela, o Brasil criou em 2011 a bagatela de 2,3 milhões de empregos.

Num único ano.

Você viu isso nos jornais do Ali Kamel, amigo navegante?
NÃO DEIXE DE LER A ÍNTEGRA DESTE GENIAL TEXTO DE PAULO HENRIQUE AMORIM EM:

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

O LIVRO QUE ESTRAGOU O NATAL DOS TUCANOS

Os corsários do patrimônio público

Por Marco Aurélio Mello, no blog DoLaDoDeLá:

Meu exemplar chegou na noite de Natal. Por já conhecer muito do conteúdo, parte por trabalhar como editor de economia e política nos anos das privatizações, parte por acompanhar profissionalmente casos diversos de corrupção e desdobramentos de ações da Polícia Federal, a partir de São Paulo, achei que não encontraria nada de muito escandaloso no relato de Amaury.



Afinal, como meu colega na Record, mais de uma vez falamos sobre o tema e muito do que ele comprova agora com documentos já frequentou as páginas dos jornais e revistas do país, sempre de maneira fragmentada e, muitas vezes difusa, uma vez que o formato dos veículos e sua periodicidade nem sempre permitem ao repórter dar a abrangência necessária.

Mas fui capturado, logo nas primeiras páginas e, depois de uma breve interrupção ontem à noite, para a ceia e os cumprimentos, retomei a leitura hoje e, de um fôlego só, li de cabo a rabo suas 340 páginas sem me ater tanto ao papelório, já que nunca duvidei da capacidade de Amaury comprovar o que diz.

Surpreendo-me com os poucos jornalistas da grande imprensa que ousaram a tratar do tema, argumentando ser um "cozidão", ou ainda de se tratar de leitura indigesta, porque incompreensível a engenharia financeira dos crimes de lavagem de dinheiro. Do meu lado posso afirmar que tanto um quanto outro argumento são obra de despeito, quiçá de interesses contrariados. A leitura é fácil, o cruzamento de informações redundante o bastante para não nos fazer perder a linha de raciocínio e o texto em alguns momentos é delicioso.

Como, por exemplo, no capítulo em que descreve a foto do semblante de Serra empunhando o martelo segundos antes de desfechar o golpe contra o patrimônio público da Light do Rio, em maio de 1996. "Um sorriso (...) derramado para dentro". Outro ótimo e inédito relato é o da saga das Verônicas. Mas, a cereja vem mesmo no final, quando ficamos sabendo que o fogo amigo dos petistas de São Paulo quase sepultou a candidatura Dilma, em 2010.

A Privataria Tucana é, portanto, um retrato acabado do assalto que muitos políticos, sejam da direita, sejam da esquerda promovem ao patrimônio público. É uma denúncia grave contra aqueles que tratam o que é de todos os brasileiros, como se fosse algo pessoal e transferível para um desses paraísos que não deveriam existir.

Mas vai além do denuncismo, ao propor medidas simples para evitar o uso de contas do tipo CC5 e empresas offshores. Só torço, no fundo do meu coração, para que 2012 amanheça sob a determinação dos brasileiros de combater o crime do colarinho branco, custe o que custar. São os piores ladrões, porque tiram dos pobres o sustento e a dignidade.

LÍDER DO PSDB FAZ O MESMO QUE MINISTRO DERRUBADO

Nosso amigo e brilhante jornalista Ricardo Kotscho publica em seu blog um comentário revelador sobre o cinismo da oposição tucana quanto ao tema corrupção. Selecionei apenas um trecho do belo texto, mas recomendo a leitura da íntegra - além de um dos repórteres melhor informados do país, Ricardo escreve de maneira fácil sobre os temas mais difíceis. 
Ainda sobre corrupção, volto a recomendar-lhes a leitura do livro "A Privataria Tucana", de outro premiado repórter, Amaury Ribeiro Jr., a cujo lançamento compareci em São Paulo. O livro - que já tem 120 mil volumes vendidos ou encomendados, um recorde nacional em tão curto prazo - foi uma bomba que estragou o Natal e promete estragar todo o Ano Novo de importantes figuras tucanas, começando por José Serra e sua família, mergulhados até o pescoço na maior roubalheira da história da Repíblica - podem somar aí uns cem "mensalões", que a Privataria ainda ganha longe...
O texto de Ricardo Kotsho:

A hipocrisia tucana
Mesmo num dia como hoje, por exemplo, em que acordei mais poético, não poderia deixar de registrar o flagrante da hipocrisia tucana publicado na "Folha" desta quinta-feira de final de 2011.
Ilustre desconhecido até outro dia, o deputado Duarte Nogueira (PSDB-SP), líder dos tucanos na Câmara Federal, notabilizou-se este ano por estar sempre de plantão diante dos microfones (desbancou até o impagável Álvaro Dias) para denunciar os malfeitos do governo.
Duarte Nogueira não perdoa: até ontem, já tinha feito 41 pedidos de investigação contra ministros e servidores públicos alvos de denúncias de irregularidades variadas.
Entre os denunciados, estava Pedro Novais, ex-ministro de Turismo, acusado de pagar com dinheiro público a empregada doméstica e o chofer da família. Ao pedir para Novais ser investigado, Duarte Nogueira caprichou na valentia:
"Uma denúncia de prática de ilegalidade ou imoralidade por um ministro de Estado é gravíssima e não pode ser deixada de lado pelos poderes constituídos para ser esquecida pelo tempo".
Pois, sim, claro, o deputado tem toda razão. E não é que ele foi flagrado esta semana fazendo exatamente a mesma coisa?
Repórteres da "Folha" descobriram que José Paulo Alves Ferreira, mais conhecido como Paulo Pedra, contratado em julho como secretário parlamentar pelo gabinete do deputado tucano, está trabalhando em Ribeirão Preto como motorista particular da família Duarte Nogueira.
Leva os filhos da excelência ao colégio, à aula de inglês, aos ensaios de uma banda de música... Confrontado com os fatos, o bravo líder oposicionista, que é um leão na tribuna e diante dos microfones, virou um gatinho na hora de explicar o caso do secretário parlamentar transformado em chofer particular, dizendo "não ver nada demais nisso".
Duarte Nogueira admitiu que Paulo Pedra, "às vezes dá uma cobertura", mas ressalvou: "de forma alguma isso tem o sentido de ele descumprir o trabalho no escritório político". Segundo o tucano, o secretário só atende seus filhos "fora do horário comercial".
No mínimo, já que não vai acontecer nada mesmo com o deputado, o líder do PSDB deveria pedir desculpas à família de Pedro Novais.

TUCANOS CORTAM OS PULSOS: BRASIL É MAIS RICO QUE INGLATERRA!

Brasil supera Reino Unido e se torna 6ª maior economia, diz entidade




BBCComentários

24O Brasil deve superar o Reino Unido e se tornar a sexta maior economia do mundo ao fim de 2011, segundo projeções do Centro de Pesquisa Econômica e de Negócios (CEBR, na sigla em inglês) publicadas na imprensa britânica nesta segunda-feira.



Segundo a consultoria britânica especializada em análises econômicas, a queda do Reino Unido no ranking das maiores economias continuará nos próximos anos com Rússia e Índia empurrando o país para a oitava posição.



O jornal "The Guardian" atribui a perda de posição à crise bancária de 2008 e à crise econômica que persiste em contraste com o boom vivido no Brasil na rabeira das exportações para a China.



O "Daily Mail", outro jornal que destaca o assunto nesta segunda-feira, diz que o Reino Unido foi "deposta" pelo Brasil de seu lugar de sexta maior economia do mundo, atrás dos Estados Unidos, da China, do Japão, da Alemanha e da França.



Segundo o tabloide britânico, o Brasil, cuja imagem está mais frequentemente associada ao "futebol e às favelas sujas e pobres, está se tornando rapidamente uma das locomotivas da economia global" com seus vastos estoques de recursos naturais e classe média em ascensão.
http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/bbc/2011/12/26/brasil-supera-reino-unido-e-se-torna-6-maior-economia-diz-entidade.jhtm

domingo, 25 de dezembro de 2011

PRIVATARIA: SERRA MOSTRA DESESPERO

A fúria do acuado


José Serra sentiu o livro, embora diga que o que há o “A Privataria Tucana” seja “lixo, lixo, lixo”



O artigo que publica hoje em O Globo (restrito aos assinantes, mas reproduzido aqui), embora não lhe fuja da tradição “bolinha de papel” serrista de imputar autoritarismo a quem o aponta como partícipe – e, nas palavras de FHC, um dos principais artífices – do criminoso processo de privatização brasileiro, adquire um tom megalômano que só aos que estão submetidos a situações transtornantes podem ter, sobretudo quando estão tão fracos como está o ex-líder tucano.

Sinta a fúria do derrotado Serra em:
http://www.tijolaco.com/a-furia-do-acuado/

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

CORREIO DO BRASIL ATROPELA MERDAL PEREIRA, DA GLOBO

Uma resposta necessária ao colunista Merval Pereira

18/12/2011 18:09,  Por Gilberto de Souza - do Rio de Janeiro
Merval Pereira
Merval Pereira ao lado de José Serra, um dos suspeitos de liderar o maior esquema de corrupção já visto no país
É importante ler com atenção o que diz o colunista do diário conservador carioca O Globo e imortal da Academia Brasileira de Letras Merval Pereiraquando ele se pronuncia sobre A Privataria Tucana, livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr. Da mesma forma como o governo dos Estados Unidos e suas agências de informação apreciam o trabalho do apresentador de TV William Waack, na defesa de seus interesses em solo brasileiro, também a direita aplaude seu principal porta-voz. Ele realmente acredita que o livro “é um sucesso de propaganda política do chamado marketing viral, utilizando-se dos novos meios de comunicação”. Até aí, uma simples profissão de fé, daquelas próprias do náufrago agarrado à prancha, diante da barbatana que se ergue na linha d’água. A obra é um sucesso, sim, mas pelo simples fato de que toda sujeira varrida para debaixo do tapete, uma hora vem às claras. E quando isso acontece, as consequências são imprevisíveis. O “marketing viral” e os “novos meios de comunicação” ficam por conta do afogado nos fatos desvelados pela nova realidade brasileira na área da Comunicação Social: o poder do Partido da Imprensa Golpista (PIG) sofreu seu pior abalo e o risco de desmoronamento é iminente.
Pereira erra feio, no entanto, ainda no primeiro parágrafo do texto publicado nos estertores da irresponsabilidade de tentar manter em silêncio um fato que irá repercutir ao longo dos próximos anos. Atribui aos “blogueiros chapa-branca” o tsunami de notícias que varre as redes sociais nas últimas semanas. Mas, creio, o faz de propósito. Fica difícil admitir a existência de Jornalismo independente no país que ele imagina dominado pelas cinco famílias. Qual capitão-do-mato de uma delas, Pereira se dispõe a defender, do alto de seu salário, o que denomina ‘imprensa tradicional’ quando fala, na realidade, dos conglomerados golpistas ora cercados pelablogosfera, na planície onde ocorre a última batalha entre a verdadeira Opinião Pública desse país e os gigantes da mídia opressora. Para o colunista e para os donos das mãos que o alimentam, o novo Jornalismo no Brasil somente existe por conseguir o patrocínio do Estado. Novamente, não é bem assim, mas parabéns àqueles que conseguem tirar alguns trocados dessa matilha que abocanha a maior parte de tudo o que os setores estatal e privado investem em publicidade. Ela é formada, exatamente, pelas famílias que pagam aos seus servis e até ‘imortais’ funcionários para a defesa de objetivos inconfessáveis.
Leia a íntegra em:
http://correiodobrasil.com.br/uma-resposta-necessaria-ao-colunista-merval-pereira/344143/comment-page-1/#comment-20577

A CUMPLICIDADE DA MÍDIA COM A PRIVATARIA

A mídia não sabe o que fazer com o livro

Por Gilberto Maringoni em 14/12/2011 na edição 672
Reproduzido da Agência Carta Maior, 13/12/2011; título original “A mídia não sabe o que fazer com ‘A privataria tucana’”
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Há uma batata quente na agenda nacional. A mídia e o PSDB ainda não sabem o que fazer com A privataria tucana, de Amaury Ribeiro Jr. A cúpula do PT também ignora solenemente o assunto, assim como suas principais lideranças. O presidente da legenda, Rui Falcão, vai mais longe: abriu processo contra o autor da obra, por se sentir atingido em uma história na qual teria passado informações à revista Veja. O objetivo seria alimentar intrigas internas, durante a campanha presidencial de 2010. A frente mídia-PSDB-PT pareceria surreal meses atrás.
Três parlamentares petistas, no entanto, usaram a tribuna da Câmara, na segunda-feira (12/12), para falar do livro. São eles Paulo Pimenta (RS), Claudio Puty (PA) e Amaury Teixeira (BA). O delegado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP) começa a colher assinaturas para a constituição de uma Comissão Parlamentar de Inquéritosobre os temas denunciados no livro. Já o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) indagou: “Nenhum jornalão comentou o procuradíssimo livro A privataria tucana. Reportagens sobre corrupção têm critérios seletivos?”
O silêncio dos coniventes
O silêncio maior, evidentemente, fica com os meios de comunicação. Desde o início da semana passada, quando a obra foi para as livrarias, um manto de silêncio se abateu sobre jornais, revistas e TVs, com a honrosa exceção de CartaCapital.
As grandes empresas de mídia adoram posar de campeãs da liberdade de expressão. Acusam seus adversários – aqueles que se batem por uma regulamentação da atividade de comunicação no Brasil – de desejarem a volta da censura ao Brasil.
O mutismo sobre o lançamento mais importante do ano deve ser chamado de que? De liberdade de decidir o que ocultar? De excesso de cuidado na edição?
Um curioso espírito de ordem unida baixou sobre a Rede Globo, a Editora Abril, a Folha de S.PauloO Estado de S.Paulo e outros. Ninguém fura o bloqueio da mudez, numa sinistra brincadeira de “vaca amarela” entre senhores e senhoras respeitáveis. Que acordo foi selado entre os grandes meios para que uma das grandes pautas do ano fosse um não tema, um não-fato, algo inexistente para grande parte do público?
Comissão da verdade
Privatização é um tema sensível em toda a América Latina. No Brasil, uma pesquisa de 2007, realizada pelo jornal O Estado de S.Paulo e pelo Instituto Ipsos detectou que 62% da população eram contra a venda de patrimônio público. Nas eleições de 2006, o assunto foi decisivo para a vitória de Lula (PT) sobre Geraldo Alckmin (PSDB).
Que a imprensa discorde do conteúdo do livro, apesar da farta documentação, tudo bem. Mas a obra é, em si, um fato jornalístico. Revela as vísceras de um processo que está a merecer também uma comissão da verdade, para que o país tome ciência das reais motivações de um dos maiores processos de transferência patrimonial da História.
Como ficarão as listas dos mais vendidos, escancaradas por jornais e revistas? Ignorarão o fato de o livro ter esgotado 15 mil exemplares em 48 horas?
O expediente não é inédito. Há 12 anos, outra investigação sobre o mesmo tema – o clássico O Brasil privatizado, de Aloysio Biondi – alcançou a formidável marca de 170 mil exemplares vendidos. Nenhuma lista publicou o feito. O pretexto: foram vendas diretas, feitas por sindicatos e entidades populares, através de livreiros autônomos. O que valeria na contagem seriam livrarias comerciais.
E agora? A privataria tucana faz ótima carreira nas grandes livrarias e magazines virtuais.
Deu no New York Times
O cartunista Henfil (1944-1988) costumava dizer, nos anos 1970, que só se poderia ter certeza de algo que saísse no New York Times. Notícias sobre prisões, torturas, crise econômica no Brasil não eram estampadas pela mídia local, submetida a rígida censura. Mas dava no NYT. Aliás, esse era o título de seu único longa metragem, Tanga: deu no New York Times, de 1987. Era a história de um ditador caribenho que tomava conhecimento dos fatos do mundo através do único exemplar do jornal enviado ao seu país. As informações eram sonegadas ao restante da população.
Hoje quem sonega informação no Brasil é a própria grande mídia, numa espécie de censura privada. O título do filme do Henfil poderia ser atualizado para “Deu na internet”. As redes virtuais furaram um bloqueio que parecia inexpugnável. E deixam a mídia bem mal na foto...
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[Gilberto Maringoni, jornalista e cartunista, é doutor em História pela Universidade de São Paulo (USP) e autor de A Venezuela que se inventa – poder, petróleo e intriga nos tempos de Chávez (Editora Fundação Perseu Abramo)]