Mostrando postagens com marcador Rio Grande do Sul. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Rio Grande do Sul. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

DEPOIS DE EXAMES, PRESIDENTE GOULART VOLTA AO RS

Restos mortais de João Goulart 

retornarão a São Borja


Presidente Goulart recebe o jovem Pelé.

Os restos mortais do ex-presidente João Goulart retornam para o município de São Borja (RS) nesta sexta-feira (6). Eles estavam sob os cuidados do Instituto Nacional de Criminalística(INC) do Departamento da Polícia Federal, em Brasília, desde o dia 13 de novembro, quando ocorreu a exumação.


No dia 14 de novembro, os despojos do ex-presidente foram recebidos com honras militares, em cerimônia que contou com a participação da presidenta Dilma Rousseff e dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, José Sarney e Fernando Collor.

A exumação dos restos mortais de Jango, como era chamado, faz parte da investigação da Comissão Nacional da Verdade (CNV) sobre a morte do ex-presidente. Deposto pelo regime militar (1964-1985), 

Goulart morreu no exílio, no dia 6 de dezembro de 1976, na Argentina. A CNV analisa a possibilidade de João Goulart, que oficialmente teve como causa da morte um ataque cardíaco, ter sido assassinado pela ditadura militar, na chamada Operação Condor, um plano organizado pelas ditaduras do Cone Sul para perseguir opositores.

O processo de análise dos restos mortais é coordenado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, CNV e pelo Instituto João Goulart e conta com a participação de peritos da Polícia Federal. As atividades tiveram início em agosto com a visita de preparação técnica ao túmulo do ex-presidente, em São Borja.

O grupo de trabalho e especialistas designados pela família do ex-presidente participaram de todos os procedimentos de exumação e análises que buscam apurar a causa da morte de Jango. Mas, após 37 anos da morte, há possibilidade de que os exames não sejam conclusivos.

Os despojos do ex-presidente devem ser embarcados em voo da Força Aérea Brasileira, em Brasília, por volta das 7h30. O esquife de João Goulart irá diretamente para São Borja, onde desembarcará por volta das 11 horas. Do aeroporto municipal, os restos mortais seguirão para a Igreja Matriz São Francisco de Borja, onde ocorrerá uma celebração religiosa às 14 horas.

A reinumação (novo enterro) está programada para as 16 horas, no Cemitério Jardim da Paz, no jazigo da família.

Fonte: Agência Brasil

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

JORNAL GAÚCHO FALSIFICA PALESTRA DO GOVERNADOR


Tarso: “RBS manipulou conteúdo de conferência que proferi no congresso do Ministério Público”

Tarso rechaça editorial da RBS e diz que empresa manipulou conteúdo de conferência
Governador do RS rechaça editorial publicado pelo jornal Zero Hora que o acusa de querer “censurar o jornalismo investigativo” e “restringir a liberdade de imprensa. Em conferência realizada no MP gaúcho, Tarso criticou jornalismo que quer julgar e condenar, substituindo trabalho das instituições que têm essas atribuições. Governador acusa empresa de manipular conteúdo de sua conferência e de omitir o que ele disse sobre liberdade de imprensa.
por Marco Aurélio Weissheimerem Carta Maior
O jornal Zero Hora publicou um editorial neste sábado (22) manifestando “estarrecimento” pelo que chama de “ataque desfechado pelo governador Tarso Genro ao jornalismo investigativo”. O editorial acusa o governador de sustentar uma posição que “tende a interessar mais aos corruptos do que aos cidadãos”. ZH acusa Tarso também de querer “restringir preventivamente a liberdade de imprensa” e o trabalho da “imprensa livre e independente”, no momento em que “o país passa por uma limpeza ética”.
Na quinta-feira (20), em meio a uma conferência proferida no Congresso do Ministério Público do Rio Grande do Sul, Tarso Genro criticou as práticas jornalísticas que denunciam, julgam e condenam, pretendendo substituir as instituições republicanas que têm essas atribuições. A RBS reagiu no mesmo dia, acusando o governador gaúcho de querer “censurar o jornalismo investigativo”. (A íntegra da conferência de Tarso Genro está disponível aqui. A íntegra do editorial de ZH só está disponível para assinantes)
“A reação violenta da RBS”, declarou o governador Tarso Genro à Carta Maior, “parece querer interditar o debate e o faz através da manipulação da informação sobre a conferência que proferi no Congresso do Ministério Público”. “Essa conferência versa sobre um tema que vem sendo debatido em todo o mundo há mais de vinte anos e que aqui no Brasil ocorre no âmbito da academia e em setores da intelectualidade fora da academia: a superposição das instituições “de fato”, oriundas da força econômica do capital financeiro – agora em crise – sobre as instituições do Estado”. “Ela sequer versava”, acrescentou, “sobre alguma empresa de comunicação em particular ou sobre alguma investigação jornalística, ou, ainda, sobre a liberdade de informar. Tanto é que eu digo claramente na minha exposição:
(…) Não proponho, em absoluto, qualquer controle da informação por parte do Estado. Nem a sonegação de informações relevantes, para que os processos e as investigações tenham ampla publicidade pela mídia que, de resto, pode cumprir o papel político que quiser dentro da democracia. Nem se trata, também, de alegar a existência de uma “conspiração” dos meios de comunicação contra a democracia e o devido processo legal. Trata-se de compreender que já vivemos um período da sociedade da informação em que os poderes de fato, no capitalismo tardio, estão se sobrepondo aceleradamente ao poder das instituições formais do Estado. Isso não ocorre somente em relação à mídia, mas também em relação a outros poderes fáticos oriundos da força econômica dos grupos privados.
O governador acusou a RBS de querer interditar o debate manipulando o conteúdo de sua conferência ao “não publicar nem mencionar o trecho acima que dá sentido à toda a exposição”. “O que proponho – e isto está escrito também no texto da conferência – é uma união das instituições do Estado com os políticos sérios e honestos (que são a maioria em todos os partidos) para combater a corrupção, com mais condições técnicas para os inquéritos, reformas legais que acelerem os processos e os cumprimentos de pena”, afirmou Tarso. E acrescentou:
“O que faz reduzir a corrupção é a punição pelo Estado e não o justiçamento paralelo da mídia, nem as investigações dos repórteres, que obviamente podem ser feitos e devem ser feitos. Mas o produto destas investigações é matéria jornalística e é, portanto, mercadoria-notícia, não prova de crime”.
“Esta atitude da RBS, pretendendo interditar o debate com ameaças de campanhas difamatórias que estão subjacentes no mesmo editorial, marca o ápice da petulância e da arrogância que poucas empresas de comunicação têm a coragem de expor publicamente. Mentem, quando dizem que sou contra o jornalismo investigativo, quando o que sou contra é julgamento sumário de pessoas, independentemente de que sejam culpadas ou não. Mentem quando contrastam dois textos meus sobre assuntos diferentes, mesmo tendo, na Conferência, manifestação explícita da minha parte que confirma a minha posição de princípio a favor da total liberdade da imprensa e de respeito irrestrito ao trabalho dos jornalistas,” disse ainda o governador gaúcho.
Ainda segundo a avaliação do governador, “o sentido da avalanche de críticas que recebi está muito bem exposto no editorial de ZH desta manhã”. Mais precisamente, explicou, “está contido na expressão “limpeza ética”, de origem e marca bem conhecidos na história”. Recentemente na Europa Oriental se falava em “limpeza étnica”. Limpeza se faz num lugar sujo (a política e o país) e quem faz a “limpeza” é o virtuoso (a mídia), nós, humanos sujamos, por isso nem temos o direito de dizer que o processo judicial, o inquérito do Ministério Público e dos órgãos de controle, não podem ser superpostos por justiçamentos e linchamentos públicos, que transformam crimes comuns em crimes políticos e consequentes condenações políticas, sem direito de defesa com a mesma exposição e intensidade das acusações”.
“O editorial”, prosseguiu o governador, “chega a sugerir que estou tentando me proteger de futuras denúncias”. “É jogo sujo: eu poderia dizer, se fizesse o mesmo raciocínio, que quando eles atacam quem quer fortalecer o MP e o Judiciário, para evitar linchamentos públicos, eles estão protegendo corruptos que eles apoiam ou apoiaram. Mas, sinceramente não penso assim. Acho que eles não leram a integralidade da minha conferência e pensaram que ela era dedicada a eles”.
Por fim, Tarso Genro afirmou que não mudará um milímetro a relação que mantém com a RBS e nem com a imprensa em geral. “Essas controvérsias são boas para a democracia. Todos fulminaram sistematicamente Lula e o PT e a esquerda em geral, às vezes até com razão, e nós continuamos vivos e crescendo. Enfrentei seguidas manipulações da imprensa sobre as minhas posições quando Ministro da Justiça: caso da punição dos torturadores, caso Daniel Dantas, caso Battisti, caso Cacciola e nunca perdi a serenidade”. E concluiu:
“Na verdade o que temos com a grande mídia é uma divergência histórica de fundo: no ocaso do modelo neoliberal eles têm que substituir o alvo dos seus ataques, que era o “gigantismo” do Estado, agora é a corrupção e a política em abstrato, sem avaliar as suas origens e fundamentos, que, na verdade estão contidos na fraqueza das leis e das instituições, geradas pelo modelo econômico neoliberal, para combater o crime, a corrupção e o aparelhamento do Estado pelos grandes grupos econômico-financeiros, em detrimento da ampla maioria dos próprios empresários e sociedade em geral”.
Leia em: 

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

HÁ 50 ANOS BRIZOLA EVITOU UM GOLPE MILITAR


Movimento da Legalidade e o Estado Livre


por Neuza Canabarro (*)


Brizola, Governador do Estado do Rio Grande do Sul, convencido que se tratava de um golpe de Estado, iniciou o mais importante movimento de resistência democrática do século XX, para garantir que Jango, vice-presidente da República, fosse empossado presidente.


Hoje, cinquenta anos se passaram e temos a lucidez de poder rememorar os fatos que assistimos as interpretações que ouvimos, muitas pró-movimento e outras contra, acusando Brizola de incendiário e de prejudicar ao cunhado Jango.


O desatino dos ministros militares do ex-presidente Jânio Quadros empurrou-os para o abismo da intolerância ao colocarem as Forças Armadas de prontidão no Brasil e o mais terrível, determinarem que Jango, ao regressar da viagem oficial a China,  fosse preso no desembarque, em qualquer aeroporto  do País.


A Rádio Guaíba, integrada a aproximadamente 100 emissoras de rádio, transmitia, diretamente do Palácio Piratini, dia e noite informações dos acontecimentos do Movimento da Legalidade com pronunciamentos de Brizola e do Marechal Teixeira Lott, alcançando uma mobilização extraordinária para a época.


As redes sociais, hoje tão badaladas, na realidade foram inauguradas por Leonel de Moura Brizola. Tiveram neste Movimento a grande constatação de sua eficácia na conscientização popular e engajamento para lutar na defesa do cumprimento da Constituição Federal do Brasil.


O mais fantástico é que Jânio e Jango foram eleitos por forças políticas diferentes, e por que não dizer antagônicas, enquanto Jânio representava a direita, o conservadorismo, as elites retrógadas, Jango era a esquerda com sua proposta progressista, as reformas de base, as grandes transformações.


Há meio século o eleitor tinha o direito de escolher o candidato a presidência e também de votar no vice. Atualmente é um retrocesso no processo democrático, aceitar quem não foi votado ser investido no cargo em caso de vacância.


O Movimento da Legalidade sem dúvida alguma, assume hoje uma dimensão maior pela visão, coragem e discernimento de Brizola ao empunhar a bandeira da defesa dos direitos constitucionais de Jango.


Acredito que as comemorações cumprem um importante papel na formação de gerações que não conhecem ou tem uma idéia distorcida da realidade deste episódio.


Reafirmo a convicção da necessidade de recuperação dos valores morais, éticos e principalmente da utopia e sonho de um estado livre, forte e igualitário.


(*) Conselheira do CDES-RS