quinta-feira, 3 de maio de 2012

CPMI TEM BOM ROTEIRO; VEJA VIRÁ MAIS ADIANTE


CPI do Cachoeira deixa o anzol fisgando a revista Veja, mas ainda dá linha até junho

A CPI do Cachoeira teve reunião nesta quarta-feira, quando aprovou o plano de trabalho do relator deputado Odair Cunha (PT/MG) e aprovou também os requerimentos para ouvir os policiais federais e procuradores que investigaram as Operações Vegas e Monte Carlo, para ouvir o bicheiro Carlinhos Cachoeira, o "personal araponga" de Gilmar Mendes, Jairo Martins, o ex-sargento Dadá, o ex-diretor da Delta Construções Cláudio Abreu, e outros membros da organização Cachoeira menos famosos, como Jose Olímpio de Queiroga, Gleib Ferreira da Cruz, Geovani Pereira da Silva, Vladimir Garcez e Lenine de Sousa. O último a depor no mês será o senador Demóstenes Torres.

Há quem reclame da falta do chefe da sucursal da revista Veja, Policarpo Junior, e do dono da editora, Roberto Civita neste primeiro lote. Mas acho que a estratégia até aqui está certa, pelos motivos:

- Só agora os parlamentares terão acesso aos 200 telefonemas de Policarpo com Cachoeira, e é importante analisar esse material antes de ouvir blá-blá-blá.

- Se os parlamentares fizerem as perguntas certas para Cachoeira, Jairo Martins, Dadá e Cláudio Abreu e outros que falaram com Policarpo e citaram esquemas com a revista Veja, podem arrancar mais coisas que esclareçam a relação com a revista, do que o próprio jornalista neste momento inicial.

Além disso estas perguntas e respostas colocarão a revista obrigatoriamente na pauta do PIG. Os veículos da velha imprensa que deixarem de noticiar perguntas e respostas importantes que aparecem na TV Câmara, sairão desmoralizados, principalmente com a blogosfera fazendo a cobertura paralela, mais rápida e online.

Para a gente, blogueiros sujos, nada melhor do que convocar Policarpo e Civita, quando o escândalo Veja-Cachoeira estiver bombando em grande escala.

Se fosse chamado agora, Policarpo nada falaria de importante, alegando sigilo da fonte, e também ficará em silêncio sobre qualquer coisa que possa incriminá-lo. Mas se for chamado depois, e os parlamentares conseguirem recolher antes evidências fortes contra ele, retiradas do inquérito e do depoimento dos outros, ele pode até sentir necessidade de falar para se defender.

O mesmo vale para os grãos-tucanos como os governadores Marconi Perillo (GO) e Siqueira Campos (TO).

No caso do Procurador-Geral da República, Roberto Gurgel, também seria improdutivo ouvir de novo o que ele já disse, inclusive em nota oficial. Alegou que não havia material suficiente contra Demóstenes naquela Operação. Assim, cabe aos membros da CPI ler o conteúdo da Operação Vegas e, se encontrar elementos suficientes que exigiam do Procurador outra atitude, Gurgel terá que ser afastado do cargo, e sair da condição de investigador para investigado.
http://osamigosdopresidentelula.blogspot.com/

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