quarta-feira, 20 de agosto de 2014

EM TAUBATÉ, JORNALISTAS QUE DENUNCIARAM CORRUPÇÃO SÃO PROCESSADOS PELA PRÓPRIA JUÍZA

JUÍZA INSISTE EM PROCESSAR DOIS JORNALISTAS

Antonio Barbosa Filho

A juíza eleitoral de Taubaté, dra. Sueli Zeraik de Oliveira Armani pediu a instauração de processo criminal contra mim e o jornalista Irani Lima, por sentir-se ofendida pelas críticas que publicamos no Diário de Taubaté e no Blog do Irani. As críticas foram todas documentadas, e tratam de uma suposta troca de favores entre ela e o então réu José Bernardo Ortiz Monteiro Júnior, cujo de mandato de prefeito ela acabou cassando.
Jamais ofendemos a magistrada, pela qual sempre tive particular admiração. Apenas descobrimos que enquanto ela protelava, por razões certamente justificáveis, sua decisão sobre um processo prioritário (segundo as normas do Tribunal Superior Eleitoral) uma sua filha ganhava uma vaga extraordinária no curso de Medicina da Unitau, cujo reitor é nomeado pelo mesmo prefeito-réu.
Ora, isso irritou a vaidade da dra. Sueli Zeraik de Oliveira Armani,  jamais criticada como servidora pública que é, representante de um Poder elementar para nosso regime democrático. Pelas leis em vigor no Brasil, nenhuma autoridade está isenta, imune, a críticas. E a lentidão do Poder Judiciário é condenada diariamente por todas as entidades que representam os operadores do Direito, dos magistrados aos advogados, dos promotores-públicos aos funcionários.
Jornalista comete crime quando se omite, quando viola seu código de Ética, quando presencia crimes e não os denuncia pelo seu veículo de Comunicação. Por atuar com honestidade, dentro das normais legais, informando a seus leitores, nenhuma Jornalista ou cidadão jamais será condenado no Brasil democrático em que vivemos. Os humores de uma magistrada não calarão as vozes de jornalistas como Irani Gomes de Lima ou a minha. 
Sem medo de ameaças terríveis, iremos à audiência marcada para este dia 25 de agosto, para que se inicie o processo que definirá, ao final de nossas robustas defesas (uma de minhas testemunhas será o ministro Celso de Melo, do STF) se temos ou não liberdade de Expressão neste país no século 21. E sobre isso, todos os comunicadores do Brasil iremos discutir muito, dando à juíza censora uma notoriedade que da qual ela nem precisaria, brilhante como é.

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