Paraná 247 – O deputado federal André Vargas (sem partido-PR)
considera seu caso – suspeita de envolvimento com o doleiro
Alberto Youssef, alvo da Operação Lava Jato – "muito menos
sério" do que o do candidato do PSDB, Aécio Neves, acusado de
ter construído um aeroporto em propriedade que era de sua
família, em Minas Gerais.
Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, Vargas afirma ter
sido forçado a se desfiliar do PT principalmente pelo presidente
do partido, Rui Falcão. "Ele entendeu que eu estava criando um
problema para a campanha da presidenta Dilma Rousseff e para
as eleições nos Estados", explicou.
Alvo de investigação no Conselho de Ética da Câmara dos
Deputados, André Vargas voou em um jatinho pago pelo doleiro
Youssef e é acusado de ter favorecido o doleiro com projetos
no Ministério da Saúde, quando a pasta era comandada por
Alexandre Padilha. Nessa semana, ele pode ver aprovado o
pedido de cassação de seu mandato.
Vargas diz ser inocente e atribui sua suspensão da legenda à
"repercussão" do caso. "Luta política é assim. E o PSDB tem
muito o que responder, não é? Viajar num avião de empresário
é muito menos sério do que pegar dinheiro do povo e construir
aeroporto na fazenda do tio", criticou o parlamentar, lembrando
que o senador Álvaro Dias (PSDB-PR) também voou no jatinho
de Youssef em 1998.
Ainda sobre o presidenciável tucano, afirmou: "se Aécio fosse
do PT, a oposição já teria pedido a cassação do mandato dele.
E, do jeito que o PT é, teria entregue". Vargas afirma, porém,
que não pode culpar a oposição por ter pedido seu mandato.
"A oposição fez o papel dela. Nós, do PT, é que não fizemos
com a oposição o que era esperado", disse.
O ex-petista mencionou que o partido também não pediu o
mandato "dos tucanos que estão sendo investigados pelo
negócio do cartel dos trens, em São Paulo", por exemplo. No
caso Youssef, Vargas acredita ter sido "vítima da pressa do PT".
"O PT poderia ter me dado um tempo para provar que não
existia nada mais do que uma viagem de jatinho".
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