segunda-feira, 4 de agosto de 2014

VOTE EM JOÃO BATISTA DE ANDRADE PARA INTELECTUAL DO ANO, "TROFÉU JUCA PATO", DA UBE

Começa a eleição para o Intelectual do Ano da UBE

O troféu Juca Pato está sendo disputado, neste ano, por Nelly Novaes Coelho e João Batista de Andrade. Veja como votar.
Imagem ilustrativa31.07.2014
Desde o dia 01 de agosto, todas as pessoas interessadas em cultura podem manifestar a sua escolha para o Intelectual do Ano da UBE - União Brasileira de Escritores, que receberá em novembro o troféu Juca Pato. Os votos podem ser encaminhados por email ou carta, para a Secretaria da UBE, até o dia 15 de setembro. 

O troféu Juca Pato não é, a rigor, um prêmio literário. É oferecido, há 52 anos, pela UBE – União Brasileira de Escritores, a personalidade que, pela via do livro, tenha obtido repercussão nacional no ano anterior.
Para a edição de 2014 do Prêmio Intelectual do Ano, duas candidaturas cumpriram as formalidades exigidas pelo regulamento – publicação de livro de impacto no ano anterior e indicação da inscrição por 30 associados da UBE. Concorrem ao prêmio o cineasta e escritor João Batista de Andrade, com o romance “Confinados” e a crítica literária Nelly Novaes Coelho, com o livro “Escritores brasileiros do século XX”.
Os candidatos
Nelly Novaes Coelho foi professora titular de Literatura Portuguesa na USP, até a aposentadoria, em 1992. Atuou como crítica e ensaísta literária, colaborando no Suplemento Literário de “O Estado de São Paulo” e em vários jornais e revistas do Brasil e do exterior. Presidiu a APCA -Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1990. Participou da APC -Association pour La Pensée Complexe, convidada por Edgar Morin. Também lecionou em Lisboa e em Los Angeles.
Com a publicação de seu primeiro livro, O ensino da literatura, obra destinada à formação de professores, na área da Literatura, e que propunha princípios teóricos e respectivas práticas analíticas, visando a introduzir estudos literários desde as primeiras séries escolares, foi convidada a implantar o curso de Literatura Infantil e Juvenil na USP. Destacam-se outras obras: Mário de Andrade para a nova geração, 1970; Escritores portugueses, 1973; Escritores portugueses do século XX/Lisboa, 2007; Literatura e linguagem, 1974; Guimarães Rosa, 1975 (com o qual recebeu o Prêmio Jabuti); Literatura: arte, conhecimento e vida, 2000; A literatura infantil, 1980; Panorama histórico da literatura infantil/juvenil brasileira, 1982 e 2006; Dicionário crítico de escritoras brasileiras, 2002; O conto de fadas (Símbolos/Mitos/Arquétipos), 2003; Primeiro dicionário escolar, 2005, e outros. Dentre as antologias: Ética, solidariedade e complexidade (Edgar de Assis Carvalho, Maria da Conceição de Almeida, Nelly Novaes Coelho, Nelson Fiedler Ferrara, Edgar Morin. 1998); Edgar Morin religando fronteiras (Edgar Morin, André Baggio, Nelly Novaes Coelho, Humberto Mariotti, Mauro Maldonato. Org: Tania M. K Rosing e Nurimar Maria Falci. 2004). 
João Batista de Andrade é escritor, cineasta e doutor em Comunicações pela USP. Tanto na literatura quanto no cinema iniciou carreira artística ainda estudante da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo. Escritor, cineasta, ativista cultural e político, pensador, João Batista de Andrade foi secretário de Cultura do Estado de São Paulo, quando criou o PROAC – Programa de Ação Cultural – e é presidente da Fundação Memorial da América Latina. Como escritor seu primeiro livro é “Perdido no meio da rua”, 1989. Depois veio o juvenil “A terra do deus dará”, 1991, os romances “Um olé em Deus”, 1997, “O portal dos sonhos, 2001, e sua tese de doutorado “O povo fala”, 2002. Em 2013 lançou seu sexto livro: “Confinados, memórias de um tempo sem saídas”, ficção em que seus personagens, visionariamente, convivem com situações de conflito social e político semelhantes ao que se vê atualmente pelas ruas do país
No cinema, com 17 longas-metragens e inúmeros filmes para TV e circuitos alternativos, tem uma carreira premiada nacional e internacionalmente, com títulos como os clássicos “Liberdade de Imprensa”, 1967, “Doramundo”, 1978, “Wilsinho Galiléia”, 1987, “O home que virou suco”, 1980, “Céu Aberto”, 1985, “O País dos Tenentes”, 1987, “O Tronco”, 1998, “Vlado, trinta anos depois”, 2005 e “Veias e vinhos, uma história brasileira”, 2006.
Seu trabalho também foi reconhecido pela dedicação em defesa dos Direitos Humanos. Dessa lista, o mais recente é o XXX Prêmio Direitos Humanos “Franz de Castro Holzwarth”, que lhe foi outorgado no início de junho de 2014 pela Ordem dos Advogados do Brasil/OAB.
O troféu – Juca Pato, personagem idealizado pelo cartunista Belmonte, era o herói de tiras de quadrinhos publicadas no jornal Folha de S. Paulo, nas décadas de 1930 a 1960. Simbolizava o homem de classe média, de olhar crítico e inteligência aguda, que desancava os poderes e aguilhoava os malfeitos das autoridades. Belmonte, em razão do espírito contestador do seu personagem, foi proibido de entrar na Alemanha de Hitler, tendo sido considerado persona non grata, antes mesmo de deflagrada a Segunda Grande Guerra. Marcos Rey, diretor da UBE em 1962, propôs a instituição do prêmio Intelectual do Ano, criando o troféu Juca Pato para simbolizar o escritor brasileiro, mal pago e inconformado, embora insistentemente produtivo.
O prêmio – O Prêmio Intelectual do Ano foi concebido na antessala do golpe militar de 1964. Talvez seja por isso que o gesto de entrega do Troféu Juca Pato ao seu ganhador tenha se notabilizado como uma espécie de pièce de résistance no panorama contemporâneo da cultura brasileira.
Seu criador, em 1962, o escritor Marcos Rey, diria, tão logo iniciado o regime militar no país, que “a imagem do Juca, mesmo sem legendas, amordaçada, imobilizada em bronze, é presença incômoda para a ditadura”. E, não por coincidência, mas por ligação íntima com o governo que seria deposto, o então ministro Santiago Dantas, vaticinaria em seu discurso ao receber o Juca Pato, em 1963:
“O nosso esforço se legitima na medida em que formos capazes de lutar contra a opressão, que muda de formas ao longo da história. E será por esta senda de reflexão sobre o país e seus problemas; sobre nossa cultura e soberania e tudo que as ameaça; será sempre por esse caminho que o Prêmio Intelectual do Ano irá se firmar como dos mais valorosos em nosso país”.
O Juca Pato é uma réplica do personagem idealizado pelo jornalista Lélis Vieira e imortalizado pelo ilustrador e chargista Benedito Carneiro Bastos Barreto, o Belmonte (1896-1947). A escultura ganhou vida pelas mãos do artista húngaro László Zinner, cuja obra foi tema de recente exposição em São Paulo.
A caricatura criada por Belmonte retratava um sujeito simples, trabalhador e honesto, que representava o típico paulistano da classe média. Nacionalista, inteligente e culto, era o alter ego do seu criador que, com sua arte, foi colaborador de Monteiro Lobato e Viriato Correia.

A votação – O período de eleição está programado para ocorrer entre 01 de agosto e 15 de setembro. Com o objetivo de ampliar a divulgação do prêmio, a UBE, sob a presidência de Joaquim Maria Botelho, decidiu abrir o processo eleitoral para todos os amigos do livro. Anteriormente, a eleição era restrita a associados da UBE e representantes de entidades como academias de letras e universidades. A partir de 2014, qualquer pessoa pode manifestar o seu voto, por meio de mensagem de correio eletrônico para secretaria@ube.org.br
Também serão aceitos votos por carta, que deve ser enviada ao seguinte endereço:
UBE – União Brasileira de Escritores
a/c Secretaria
Rua Rego Freitas, 454 – conjunto 121
Vila Buarque
São Paulo – SP
CEP 01220-010
Mais informações: telefone 11 3231-4447

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