O brilhante ator e humorista Bemvindo Siqueira, com sua lucidez implacável, dá uma lição de ética ao criador do perfil "Dilma Bolada" que, por razões aparentemente financeiras, anunciou seu "rompimento" com a Presidenta Dilma Roussef. É nas horas difíceis que se conhece o caráter das pessoas. Neste caso, a falta de...
Pequena Carta à "Dilma Bolada" ou Jeferson Monteiro
Pequeno Jeferson, não precisa se dar tanto valor. Nenhum de nós temos este valor todo que você se atribui. Se a gente quer romper com a Presidenta não precisa tornar isto público. Publicar o rompimento e fazer disto matéria de mídia é apenas ego, puta vaidade de ego. Você, eu, somos nada, ou muito pouco. Não temos este valor que você pensa ter. Daqui há meses ninguém sequer vai s e lembrar de você, e ela continuará Presidenta. Dar uma de menino emburrado ou magoado é bobice, amadorismo, primarismo político, a menos que esteja querendo pedir perdão à Direita com este gesto público.
Seu comportamento é vaidoso, pequeno burguês e bobo. Demonstra como político e como humorista um amadorismo exemplar. Está magoado com a “amiga”? Tenha dignidade: saia de baixo. Saia de cena sem piar. Afaste-se. Se não mais a apoia, cale-se, porque se a condena está fazendo o jogo dos seus inimigos mais fortes: a Direita. Não se esqueça que ainda ontem comias da mão dela. A ingratidão fica registrada.
Querendo seu ego de reizinho ou não, ela ainda é a Presidenta democraticamente eleita pelo povo, e você de bastidores da política é leigo, como eu, apenas um cometa que riscou o céu no momento que a estrela brilhava. Você e eu.
Também não curto a Dilma desde o primeira dia do primeiro mandato dela quando ela foi almoçar com a Folha e deu uma banana para nós internautas. Da ingratidão dela também não me esqueço, mas a política e o Brasil são maiores. E ela ainda é o que há de melhor neste momento nos Poderes da República.
Agora que você enterrou a meteórica “Dilma Bolada” você está livre pra outro papel, quem sabe até de Marina Embolada, ou Marta Enrolada, mas não morda a mão que lhe afagou.
Saia em silêncio. Neste momento você só tem importância para você mesmo, e para que eu me compadeça.(Compaixão: participação espiritual na infelicidade alheia que suscita um impulso altruísta de ternura para com o sofredor).
Um velho amigo me dizia que às vezes a gente tem um ato de um minuto de heroísmo e depois a vida inteira pra se arrepender.
Um abraço do veterano humorista, criador, cidadão, e militante que repete aqui o verso de Thiago de Mello: “Faz escuro mas eu canto...”
http://humordobemvindo.blogspot.com.br/2015/09/pequena-carta-dilma-bolada-ou-jeferson.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários são bem-vindos, desde que não contenham expressões ofensivas ou chulas, nem atentem contra as leis vigentes no Brasil sobre a honra e imagem de pessoas e instituições.