Princípios da Globo e a ética da máfia
Por Rogério Tomaz Jr., no blog Conexão Brasília-Maranhão:
As máfias italianas enviam flores aos velórios de suas vítimas. Embora revestido de um caráter mórbido e irônico, o gesto é sincero e expressa o respeito pela dor da família.
Por mais surreal que possa parecer, até os mafiosos têm códigos de ética que são respeitados (entre eles).
Das organizações Globo, não se pode dizer o mesmo. Pelo menos desde o surgimento da TV Globo, em 1965, a história atesta que as empresas da família Marinho, via de regra, não respeitam os princípios básicos do jornalismo. Da ética (pretensamente) universal, tampouco.
A TV Globo nasceu de um acordo fraudulento que violava a Constituição. É o famoso acordo com a Time Life, que virou alvo de CPI que acabou se transformando na primeira grande “pizza” do novo Congresso Nacional em Brasília. Mais detalhes do episódio nebuloso estão no clássico “A história secreta da Rede Globo”, do saudoso jornalista Daniel Herz.
De lá para cá, a Globo apoiou a ditadura militar, fez campanha (travestida de cobertura eleitoral) para Fernando Collor, Fernando Henrique duas vezes, José Serra, Geraldo Alckmin e novamente Serra, em 2010, e tratou os governos petistas de Lula e agora Dilma como alvos de intensa e diária campanha difamatória disfarçada de jornalismo.
Sem falar no escândalo Proconsult, nas eleições para governador do Rio de Janeiro em 1982, quando a emissora se envolveu diretamente no esquema para dar um golpe eleitoral-midiático e evitar a eleição de Leonel Brizola.
Ou a estratégia de abafar as Diretas Já da população ou, ainda, as diversas falcatruas financeiras – envolvendo Banerj, Banco do Brasil, BNDES e outras instituições vítimas da “habilidade” do clã Marinho – que são listadas por Roméro Machado da Costa no artigo “A síntese do Império Globo de Crimes“.
Vale sempre enfatizar: o “jornalismo” da Globo hoje é comandado por um sujeito que escreveu um livro defendendo a tese, em essência, de que não existe racismo no Brasil. Alguém consegue levar a sério uma empresa como essa?
Por isso, ver a Globo falar em princípios editoriais – divulgados com pompa no último 6 de agosto, só um pouquinho tarde – é uma piada pronta.
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