Nos anos 60, chamava-se assim aos políticos da UDN que andavam peregrinando pelos quartéis para incitar os militares ao golpe, que os udenistas contavam iria dar-lhes o poder que não obtinham no voto.
Temos agora, ao que tudo indica, as neovivandeiras, que buscam inventar uma inexistente crise militar.
É, ao menos, o que se depreende do post do jornalista Rodrigo Vianna, o Escrevinhador, que conhece bem os mecanismos de fabricação de notícias em nossas redações:
“Acabo de receber a informação, de uma fonte que trabalha na TV Globo: a ordem da direção da emissora é partir para cima de Celso Amorim, novo ministro da Defesa.
O jornalista, com quem conversei há pouco por telefone, estava indignado: “é cada vez mais desanimador fazer jornalismo aqui”. Disse-me que a orientação é muito clara: os pauteiros devem buscar entrevistados – para o JN, Jornal da Globo e Bom dia Brasil – que comprovem a tese de que a escolha de Celso Amorim vai gerar “turbulência” no meio militar. Os repórteres já recebem a pauta assim, direcionada: o texto final das reportagens deve seguir essa linha. Não há escolha.”
(…)passada a lua-de-mel com Dilma, a ordem na Globo é partir pra cima. Eliane Cantanhêde também vai ajudar, com os comentários na “Globo News”. É o que me avisa a fonte. “Fique atento aos comentários dela; está ali para provar a tese de que Amorim gera instabilidade militar, e de que o governo Dilma não tem comando”.
Detalhe: eu não liguei para o colega jornalista. Foi ele quem me telefonou: “rapaz, eu não tenho blog para contar o que estou vendo aqui, está cada vez pior o clima na Globo.”
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