Mostrando postagens com marcador evangélicos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador evangélicos. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

VEJA COMO É FÁCIL ENRIQUECER FUNDANDO UMA IGREJA (em inglês)

Este apresentador de TV nos Estados Unidos descreve a fortuna de alguns dos mais notórios pastores da "prosperidade"naquele país, que servem de modelo aos que agem no Brasil. Por meio de doações, constroem enormes fortunas, como este que pede dinheiro para comprar um jatinho de 65 milhões de dólares, ou o outro que tem sua enorme mansão isenta de impostos porque ela pertence à sua "igreja".
Depois de enviar mais de 300 dólares em envelopes para outro "pastor", o apresentador resolve fundar sua própria igreja - e o faz, porque a lei exige quase nada. Ele convoca seu auditório a manifestar sua Fé contra as "igrejas fraudulentas", estabele o estúduo como "local de adoração" e começa a pedir dinheiro. Tudo feito de maneira legal!
Um dos pastores mostrados já esteve no Brasil a convite do Malafaia. O know-how americano é usado aqui para explorar a fé de pessoas ingênuas e, muitas vezes, desesperadas. Algumas dela,s além de doarem tudo que têm, param de fazer tratamentos médicos e acabam morrendo, como um caso aqui mostrado.
Uma denúncia bem-humorada desta praga que vitima milhões de pessoas pelo mundo, inclusive milhões aqui no Brasil. Tudo dentro da lei, por incrível que pareça!

sábado, 22 de agosto de 2015

IGREJAS LAVAM DINHEIRO CRIMINOSO, TUDO EM NOME DA FÉ

O caso Cunha e Assembleia de Deus: a igreja lava mais branco. 

Por Joaquim de Carvalho




Money-Laundering


O uso de igrejas como canal de lavagem de dinheiro não é propriamente uma novidade. Mas, com o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o depósito de R$ 250 mil numa conta da Assembleia de Deus, a lavagem de dinheiro alcançou uma igreja tradicional, fundada no Brasil há mais de cem anos.
“É impossível auditar as doações dos fiéis. E isso é ideal para quem precisa camuflar o aumento de sua renda, escapar da tributação e lavar dinheiro do crime organizado”, diz o desembargador Fausto de Sanctis, aquele da operação Satiagraha, um dos maiores especialistas brasileiros estudos sobre lavagem de dinheiro.
O desembargador De Sanctis lançou este ano nos Estados Unidos uma obra sobre o tema: “Churches, Temples, and Financial Crimes”  – A Judicial Perspective of the Abuse of Faith (Igrejas, Templos e Crimes financeiros – Uma perspectiva judicial do abuso de fé).
A obra ainda não foi traduzida para o português, mas trata das investigações policiais realizadas no Brasil, entre elas a da Universal do Reino de Deus, a Igreja Mundial do Poder de Deus e a Renascer em Cristo, igrejas grandes, mas com menos de 40 anos de história.
O dono de uma grande incorporadora de Santana, Zona Norte de São Paulo, contou-me que há alguns anos vendeu uma cobertura para o líder da Igreja Deus É Amor e teve muito trabalho, não para receber, porque o pastor pagou em dinheiro vivo, mas para passar a escritura no nome dele.
“Ele não queria de jeito nenhum. Passaram-se alguns anos até que eu disse: pastor, não dá mais”, contou o empresário. Só assim a cobertura saiu do nome da incorporadora e foi para o do pastor David Miranda, falecido recentemente.
O poder das igrejas tem levado a disputas ferrenhas, no caso daquelas que promovem algum tipo de processo eleitoral para escolher sua direção.
Um pastor com direito a voto numa grande igreja evangélica me disse que, quando havia eleição, evitava beber água no local de votação, com medo de que algum adversário tivesse colocado sonífero.
Na igreja de Eduardo Cunha, este problema não existe mais. Manuel Ferreira, líder nacional da Assembleia de Deus – Ministério Madureira, mudou o estatuto há alguns anos e transformou a presidência num cargo vitalício.
Assim, ele e os filhos — Abner, que comanda a igreja no Rio de Janeiro, e Samuel Ferreira, o chefe em São Paulo –, só deixarão o posto depois de mortos e serão sucedidos pelos filhos.
A vitaliciedade e hereditariedade não impedem que os Ferreira participem ativamente da atividade democrática externa. Um missionário da igreja, Samuel Aragão, gravou um vídeo em que diz que o apoio nas eleições é em troca de cargos no governo e de outras vantagens.
Em 2012, na eleição para vereador, Samuel Ferreira dividiu São Paulo em regiões e as entregou a candidatos de vários partidos, nem todos evangélicos. Em 2014, a igreja fez campanha para alguns deputados federais. No Rio de Janeiro, um deles era Eduardo Cunha.
Samuel Ferreira se apresenta com roupas de grifes e, em seus deslocamentos pelo Brasil, utiliza avião particular, nada de voos comerciais. Há 10 anos, Ferreira era o responsável pela igreja em Campinas.
Ganhou poder, ao ser escolhido para governar a igreja no Estado, e perdeu peso, com uma redução no estômago que eliminou metade dos seus quase 150 quilos. Em Campinas, quem manda agora é o filho, nomeado pastor, apesar de bastante jovem.
Com mais de cem anos de história, a Assembleia de Deus comandada pela família Ferreira é uma dissidência da Assembleia de Deus original, chamada Missão.
Nesta Assembleia de Deus, existe eleição, mas desde 1988 ninguém bate o pastor José Wellington. Dois filhos de José Wellington estão na política. A filha é deputada estadual em São Paulo e o filho, deputado federal.
“O que as lideranças das igrejas querem é o poder, e nenhuma aliança na Assembleia de Deus é feita de graça”, contou-me ex-deputado federal eleito muitas vezes com o apoio das igrejas evangélicas.
A promiscuidade das igrejas com o poder não é exclusiva do universo evangélico. Nessa história, se feito um exame de DNA, a paternidade será encontrada na Igreja Católica – até porque é muito mais antiga –, citada no livro do desembargador Fausto de Sanctis sobre lavagem de dinheiro por causa do escândalo do banco do Vaticano.
O papa Francisco fez lá uma limpa recentemente. Mas essa limpeza vai durar até quando?  Num ambiente religioso, a fé pode não mover montanhas, mas é usada para comprar todo tipo de riquezas.
Serve também para vender o voto do eleitor, e agora, como indica o depósito da propina na conta da Assembleia de Deus, negociar o poder de lavar mais branco.

http://www.diariodocentrodomundo.com.br/o-caso-cunha-e-assembleia-de-deus-a-igreja-lava-mais-branco-por-joaquim-de-carvalho/

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

MARINA, ALGUNS EVANGÉLICOS E AS ELEIÇOES

A DOENÇA DA ESTUPIDEZ
PARECE NÃO TER CURA

Silvio Prado, professor

Em 2012, faltando poucos dias para a votação em que Ortiz Junior se elegeria prefeito de Taubaté, encontrei com dois pastores evangélicos bastante populares na cidade. Na esquina da Marcondes de Matos com a Carneiro de Souza, conversamos por uns quinze minutos. A dupla, declaradamente, apoiava o filhote de Bernardo. Um deles pastoreava, ou seja, tinha o controle de pelo menos oito igrejas evangélicas. O outro, nem tanto, mas tinha lá sua influencia no meio neopentecostal.

Durante a conversa, de repente o mais velho deles fechou os olhos, apertou o peito com a mão direita e disse, solenemente, que Deus tinha já preparado um futuro maravilhoso para Taubaté. Para esse fundamentalista evangélico o termo “futuro maravilhoso” significava o mesmo que Ortiz Junior. Enfim, Junior era o futuro. E o futuro de Taubaté, conforme alguém das alturas lhe disse, seria brilhante e maravilhoso.

O pastor evangélico não queria nem saber das muitas denúncias de corrupção envolvendo o nome do então candidato. Ele estava pouco se lixando para a edição histórica da revista Isto É, que escancarara tramas e mutretas que tornaram os cofres da FDE o principal financiador da riquíssima campanha do candidato tucano. Naquela esquina chinfrim da cidade Deus tinha lhe falado, mais uma vez, que ele fizera a escolha certa, mesmo que seu amigo pastor, além de votar também em Junior tenha cometido a heresia de negociar os votos de suas igrejas com uma candidata a vereadora pelo PT. Como se vê, o pastor mais novo, igualmente repleto de fé, mesmo assim se preveniu e pragmaticamente apostou suas fichas no outro lado da disputa.

Menos de um ano depois, encontrei o pastor que, na minha presença, tinha ouvido de Deus, numa esquina do centro da cidade a profecia de que Taubaté sob o comando de Ortiz Junior encontraria de vez o melhor que o futuro poderia oferecer. Nesse encontro, agora na Rodoviária Nova, o pastor se mostrava desiludido. Em resumo: tinha levado um belo pontapé no traseiro exatamente do prefeito que os céus lhe garantiram ser homem honesto e digno cumpridor de promessas. Pelo que falou, fazia já seis meses que as portas da prefeitura estavam fechadas para ele. Os belos projetos, tão receptivos pelo candidato no correr da campanha, se tornaram enviáveis. Durante a conversa, eu queria, mas achei melhor não perguntar: mas Deus, naquele dia, ali no centro da cidade, não tinha lhe falado que tudo seria diferente?

Ontem, fui abordado por outro evangélico, feliz da vida porque, segundo ele, agora ele tem em quem votar para presidente: Marina Silva. “Foi Deus quem colocou Marina nessa jogada”, disse, mesmo que para essa “intervenção divina” fosse preciso ocorrer uma tragédia como a que vitimou Eduardo Campos e mais sete pessoas, além de ferir outras que nada tinham com o candidato. Ele não quer nem saber do tamanho da dor ou do imenso pesar que tomou tanta gente. O evangélico apenas vê a mão de Deus sobre Marina, da mesma maneira que multidões de evangélicos e outros fundamentalistas cristãos enxergam o estado de Israel como criação divina e, a resistência palestina, como algo que se contrapõe à vontade e aos projetos de Deus para o Oriente Médio.

Com o sorriso engolindo as orelhas, ele foi falando coisas, descendo a lenha no PT. “Eu não posso votar na Dilma, uma mulher que construiu um porto em Cuba”, disse com dureza. Perguntei de onde ele tirou aquela informação. Ele não soube dizer. A pressa fez com que a conversa tivesse uma rápida duração e nenhum aprofundamento. Seguindo meu caminho, de repente me lembrei da conversa de 2012, dias antes da eleição municipal, com os dois pastores e não duvidei que, se a conversa de ontem continuasse, por certo eu poderia ver uma espécie de repetição da cena que narrei no começo do texto, agora encenada por outro personagem: o feliz evangélico fechando os olhos, apertando a mão direita contra o peito e, solenemente, dizendo:”o Senhor preparou Marina para salvar o Brasil do comunismo petista”.

Em outra circunstância, eu teria dado uma boa gargalhada. Não consegui, pois, de imediato, também me lembrei de outra conversa absurda, aquela que, na semana passada, tive com duas professoras aposentadas e sócias da APEOESP. Frequentadoras de grupos de oração em diferentes igrejas de Taubaté, uma delas disse que recebeu de um padre orientações para de jeito algum votar no PT. “O PT é comunista, a Dilma é guerrilheira, terrorista, aprovou o aborto e defende o casamento gay”, concluiu cheia de convicção.

Muita gente acha que eu, não seguindo religião alguma, não creio em Deus. Claro, creio! Para mim, Deus é capaz de coisas impossíveis, inimagináveis, indizíveis. Porém, diante de certos fatos, a dúvida surge e gera situações perturbadoras. Como todo bom ser humano enrodilhado em contradições, eu, apesar da fé, muitas vezes acabo questionando até o poder divino e saio fazendo perguntas quase sempre sem nenhuma inteligência como, por exemplo: será que Ele, Deus, tem poder para curar a burrice e a estupidez que tomam a cabeça de tanta gente?

(Dado que considero importante colocar aqui: não sou petista, mas filiado ao Psol e eleitor de seus candidatos. Porém, sou obrigado a reconhecer: o ataque burro que se faz contra a esquerda do Brasil, se hoje atinge direta e primeiramente o PT , amanhã, ainda com mais força, vai alcançar os partidos e grupos políticos que atuam mais à esquerda, por sinal mais fracos e menos organizados que o PT. Portanto...