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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

VEJA COMO É FÁCIL ENRIQUECER FUNDANDO UMA IGREJA (em inglês)

Este apresentador de TV nos Estados Unidos descreve a fortuna de alguns dos mais notórios pastores da "prosperidade"naquele país, que servem de modelo aos que agem no Brasil. Por meio de doações, constroem enormes fortunas, como este que pede dinheiro para comprar um jatinho de 65 milhões de dólares, ou o outro que tem sua enorme mansão isenta de impostos porque ela pertence à sua "igreja".
Depois de enviar mais de 300 dólares em envelopes para outro "pastor", o apresentador resolve fundar sua própria igreja - e o faz, porque a lei exige quase nada. Ele convoca seu auditório a manifestar sua Fé contra as "igrejas fraudulentas", estabele o estúduo como "local de adoração" e começa a pedir dinheiro. Tudo feito de maneira legal!
Um dos pastores mostrados já esteve no Brasil a convite do Malafaia. O know-how americano é usado aqui para explorar a fé de pessoas ingênuas e, muitas vezes, desesperadas. Algumas dela,s além de doarem tudo que têm, param de fazer tratamentos médicos e acabam morrendo, como um caso aqui mostrado.
Uma denúncia bem-humorada desta praga que vitima milhões de pessoas pelo mundo, inclusive milhões aqui no Brasil. Tudo dentro da lei, por incrível que pareça!

quinta-feira, 16 de julho de 2015

MESTRE BOSI EXPLICA PALAVRAS DO PAPA AO PHA E A TODOS NÓS

Bosi e o Papa:
a economia do lucro mata !

O Papa retoma os princípios básicos da Teologia da Libertação.
Para o professor Bosi, os movimentos sociais oxigenam a Democracia


Conversa Afiada entrevistou por e-mail o professor Alfredo Bosi sobre o pronunciamento do Papa aos Movimentos Sociais na Bolívia e a Encíclica Laudato Si’.

Bosi é um dos maiores pensadores e ensaístas brasileiros.

Conversa Afiada se orgulha de entrevistá-lo.


PHA – A mensagem de Francisco I aos Movimentos Populares, na Bolívia,  inova o pensamento social da Igreja em relação à Rerum Novarum e a Pacem in Terris ?

- Quando ele fala em

“esterco do diabo”;

“reina ambição desenfreada do dinheiro”;

“o capitalismo é uma ditadura sutil”;

“o novo colonialismo”;

“o poder anônimo do ídolo do dinheiro”

é uma condenação frontal, inequívoca ao capitalismo que se pratica hoje, no Brasil e nos Estados Unidos, ou, como li de um padre americano, “uma critica ao capitalismo sem freios”, sem condená-lo na essência ?


Bosi -  As expressões do papa Francisco não deixam margem a dúvidas Trata-se de uma condenação formal a todo tipo de economia centrada exclusivamente no lucro e não na pessoa humana. Essa economia “mata” – é o verbo usado pelo papa – e tem um nome conhecido. Chama-se capitalismo, hoje globalizado. O papa não está, a rigor, inovando: apenas retoma a frase incisiva de Cristo: “Não se pode servir a dois senhores: ou servir a Deus ou servir às riquezas” (Mateus, 6, 24). As versões mais antigas do Novo Testamento, gregas e latinas, assim como a de Lutero e a inglesa do King James, não dizem “riquezas”, mas “Mammon”, uma divindade arcaica, pré-cristã, que personificava o apego idolátrico ao dinheiro. Nas versões modernas, inclusive na da Bíblia de Jerusalém, preferiu-se falar em “riquezas”, ou diretamente a “dinheiro”. Os leitores estranhariam a referência a Mammon. Mas, a rigor, “esterco do diabo” é bem expressivo, e a própria psicanálise freudiana sempre associou a paixão pelo dinheiro à regressão ao estágio anal…

Não sei quem é esse “padre americano”, que vestiu a carapuça. O fato é que as encíclicas de João 23 e Paulo VI estão voltadas para o uso social da propriedade, que inclui a reforma agrária, o direito à habitação e ao emprego, Terra, Teto, Trabalho.  Recomendo a crentes e céticos, isto é, a todos os homens e mulheres de boa vontade, que leiam a encíclica de Paulo VI, Sobre o desenvolvimento dos povos,  ”Populorum Progressio”, lançada em 1967.  O texto já condena o colonialismo financeiro e a ingerência indevida dos países ricos nas políticas internas dos povos em desenvolvimento. Quem inspirou e praticamente redigiu essa encíclica foi o dominicano Pe. Lebret, fundador do movimento “Economia e Humanismo”, grande amigo do Brasil onde influiu no nascente catolicismo de esquerda dos anos 50 e 60.



PHA – O Papa Francisco I é um teólogo da libertação ?
Bosi – Francisco não é um teólogo profissional. Mas a sua doutrina social retoma os princípios básicos da Teologia da Libertação, que agora pode reviver sem receio de trancas institucionais. 


PHA – Quando ele diz que “os movimentos sociais” são “poetas sociais: criadores de trabalho, construtores de casas, produtores de alimentos, sobretudo para os descartados pelo mercado global” – e considera que eles tem um “papel essencial” na tarefa de “pôr a economia ao serviço do povo” – isso pode ser interpretado como um reconhecimento de que esses movimentos são instrumentos de renovação mais poderosos que os partidos políticos ?
Bosi – Quanto à ênfase nos movimentos sociais e populares, evidente no discurso do papa, significa uma saudável desconfiança em relação à grande maioria dos partidos políticos que se converteram em toda parte em entidades burocráticas voltadas sobretudo para se manterem no poder ou para alcançar o mesmo poder a todo e qualquer custo. Os movimentos sociais populares oxigenam a democracia e a tornam mais participativa. 

PHA – Por que ele se refere a uma “Patria Grande”, ao tratar da América Hispânica ?
Bosi – Pátria Grande é uma expressão usada para unir moralmente os povos latino-americanos  em torno de características e problemas comuns aos países da América do Sul e Central. Como sacerdote argentino e portanto latino-americano, o papa Francisco não pode deixar de ser sensível às dificuldades sofridas por esses povos que, embora já livres do colonialismo ibérico, não ficaram de todo livres dos colonialismos contemporâneos. É uma palavra  de solidariedade que deveria estender-se a todos os povos do planeta, aspiração que já estava explícita na encíclica Pacem in Terris, de João 23, que em 1963 advertia os estados contra o armamentismo e os males da Guerra Fria, que, infelizmente, ainda nos infelicitam. 


PHA – Sobre a Encíclica Laudate Si’: é próprio concluir que os ricos são os que poluem e os pobres as maiores vitimas da poluição? Não é uma simplificação, que, por exemplo, omite a responsabilidade da classe média na destruição do meio ambiente – com esse “consumismo descartável” – e, ao mesmo tempo, os efeitos dessa destruição sobre a classe média ?
Bosi – A encíclica Laudato si’ , cujo título repete o primeiro verso da belíssima oração de São Francisco, tem uma destinação planetária. É sabido que todas as nações poluem a Terra, umas mais intensamente, como os Estados Unidos e a China, outras menos em virtude de sua menor capacidade de emitir CO2.  Por isso, todos somos responsáveis. Por isso, papa Francisco fala em defesa da nossa “casa comum”. As classes médias, no seu anseio de imitar as classes altas, são, ao mesmo tempo, culpadas e vítimas do consumismo, um dos alvos constantes do discurso do papa. 


PHA – A Mãe Terra de Francisco de Assis tem salvação ?
Bosi – Não tenho competência para prever se a nossa Mãe Terra, tão amada por Francisco de Assis, terá salvação ou já esteja condenada à destruição. De todo modo, o papa nos pede insistentemente que façamos o nosso dever de defendê-la, cumprindo as decisões das várias conferências ecológicas mundiais, que tantas vezes ficaram apenas no papel. 


Em tempo: a oração Laudato si’, de São Francisco de Assis:

Altíssimo, omnipotente, bom Senhor,
a ti o louvor, a glória, a honra e toda a bênção.
A ti só, Altíssimo, se hão-de prestar
e nenhum homem é digno de te nomear.
Louvado sejas, ó meu Senhor, com todas as tuas criaturas,
especialmente o meu senhor irmão Sol,
o qual faz o dia e por ele nos alumias.
E ele é belo e radiante, com grande esplendor:
de ti, Altíssimo, nos dá ele a imagem.
Louvado sejas, ó meu Senhor, pela irmã Lua e as Estrelas:
no céu as acendeste, claras, e preciosas e belas.
Louvado sejas, ó meu Senhor, pelo irmão Vento
e pelo Ar, e Nuvens, e Sereno, e todo o tempo,
por quem dás às tuas criaturas o sustento.
Louvado sejas, ó meu Senhor, pela irmã Água,
que é tão útil e humilde, e preciosa e casta.
Louvado sejas, ó meu Senhor, pelo irmão Fogo,
pelo qual alumias a noite:
e ele é belo, e jucundo, e robusto e forte.
Louvado sejas, ó meu Senhor, pela nossa irmã a mãe Terra,
que nos sustenta e governa, e produz variados frutos,
com flores coloridas, e verduras.
Louvado sejas, ó meu Senhor, por aqueles que perdoam por teu amor
e suportam enfermidades e tribulações.
Bem-aventurados aqueles que as suportam em paz,
pois por ti, Altíssimo, serão coroados.
Louvado sejas, ó meu Senhor, por nossa irmã a Morte corporal,
à qual nenhum homem vivente pode escapar:
Ai daqueles que morrem em pecado mortal!
Bem-aventurados aqueles que cumpriram a tua santíssima vontade,
porque a segunda morte não lhes fará mal.
Louvai e bendizei a meu Senhor, e dai-lhe graças
e servi-o com grande humildade…
http://www.conversaafiada.com.br/economia/2015/07/16/bosi-e-o-papa-a-economia-do-lucro-mata/

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

GLOBO CONFUNDE O BRASIL COM A CIDADE DE "BRASIL", NA VENEZUELA!!!

Lelê Teles: O terrível recrutamento de crianças para lavagem cerebral

publicado em 1 de dezembro de 2014 às 11:21
MPF
SOBRE LUNÁTICOS, IMBECIS E PARANOICOS
Por Lelê Teles, no Facebook

Dizem que feliz é aquele que já acorda a gargalhar.
Mas a gente não ri só de alegria. Nesse momento, me sinto um daqueles cabras que assistem vídeos de acidentes domésticos para rir da desgraça alheia.
Explico-me. Hoje, logo ao despertar, antes dos exercícios para alongar a coluna dorsal, deparo-me com essa no Tijolaço: “Procurador da República em Goiás, Ailton Benedito de Souza, expôs o MPF ao ridículo ao agir contra decisão do governo venezuelano de convocar 26 jovens do Brasil para compor uma tal Brigadas Populares de Comunicação”.
Você sabe, o Estado Islâmico está a recrutar cidadãos ingleses, na flor da idade, para a terrível guerrilha fundamentalista. Não seria nada estranho que o Estado Bolivariano estivesse a fazer o mesmo com ingênuos jovens petralhas.
Foi pensando nisso, quem não o pensaria, que o heroico procurador goiano vestiu sua capa, botou a cueca pelo lado de fora da calça, meteu nos olhos uma viseira e, alucinado, envenenado como todo midiota ao ouvir falar em Venezuela, saiu a procurar chifres em cabeça de cavalo.
E fez o que qualquer super heroi que se preze faria, mandou uma intimidante intimação ao nosso Itamaraty!
Sufocado pela gravata que usa em pleno deserto do cerrado, o goiano deu dez dias para o nosso desocupado Itamaraty levantar a identidade da garotada patrícia – delírio dele – e impedir que os nossos jovens ingressem no abominável exército bolivariano.
O diabo, previdente internauta, é que o procurador tem um péssimo faro pra perdigueiro, ele leu uma noticiazinha na internet e agiu midioticamente. Veja que coisa vexosa.
O Brasil, ao qual se referia o informe, é um mero bairro popular, uma quebrada, lá mesmo na Venezuela!
Pelas barbas de Bin Laden.
O Globo, veja que o goiano não está só, chegou ao disparate de chamar os venezuelanos de brasileiros. Pode isso, Arnaldo?
Pode, responde o arbitrário juiz, tudo bem pra quem publicou uma entrevista com um sósia de Felipão como se fosse o próprio Big Phill a falar.
Para impedir barrigas como essas será necessário, e urgentíssimo, se fazer uma cirurgia bariátrica em nossa mídia.
Ventilada aos quatro pontos cardeais do planeta, a trapalhada deu motivo para que o mundo inteiro acordasse hoje a gargalhar de Goiás, do Brasil e do patético promotor.
Essa bravata, vergonhosa, me fez lembrar do cãomunista Roberto Freire.
Certa vez o intrépido pernambucano leu uma noticiazinha no site G17 que afirmava ter Dilma cunhado uma herética frase endeusando Lula, o sapo barbudo, em uma cédula de 3 reais.
Quem não se indignaria?
Freire, como um patético patriota, foi ao twitter e denunciou ao país, em menos de 140 caracteres: “Isso é uma ignomínia! Dilma pede e BC coloca em circulação notas com a frase Lula Seja Louvado”.
Louvado seja o nosso senhor Jesus Cristo, como o ódio cega as pessoas.
Que vontade de fazer como o Mestre da Galileia, cuspir nas mãos cheias de barro, esfregá-las e friccioná-las nos olhos destes cabras para ver se a luz penetra.
É muita treva a nos atravancar.
Palavra da salvação.
http://www.viomundo.com.br/humor/lele-teles-o-terrivel-recrutamento-de-criancas-para-lavagem-cerebral.html

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

ESCRITORA QUE AUDÁLIO DESCOBRIU NA FAVELA É HOMENAGEADA EM SP

Pioneira, escritora que vivia do lixo é homenageada em seu centenário

Rodrigo Casarin
Do UOL, em São Paulo

  • Acervo UH/Folhapress
    A escritora brasileira Carolina Maria de Jesus durante noite de autógrafos do lançamento de seu livro "Quarto de Despejo", em uma livraria na rua Marconi, em São Paulo (SP), no ano de 1960
    A escritora brasileira Carolina Maria de Jesus durante noite de autógrafos do lançamento de seu livro "Quarto de Despejo", em uma livraria na rua Marconi, em São Paulo (SP), no ano de 1960
Se as favelas e as periferias conseguiram construir um movimento literário próprio, com escritores, editores e eventos que fomentam a arte escrita nos bairros mais carentes e isolados –a dita literatura marginal–, em muito isso se deve a Carolina Maria de Jesus, que completaria 100 anos em 2014.
Em celebração ao seu centenário, a autora está sendo homenageada pela Balada Literária, que reunirá escritores em torno de mesas de discussões entre os dias 19 e 23 de novembro, em diversos pontos de São Paulo (confira a programação aqui).
Mãe solteira de três filhos, catadora de papel e ferro velho, Carolina vivia na favela do Canindé, entre a zona norte e o centro de São Paulo, quando chamou a atenção do jornalista Audálio Dantas. Ele conheceu a moça durante a apuração de uma reportagem e achou interessante seus 35 cadernos repletos de anotações que formavam um diário. Contou a história de Carolina, então, em algumas matérias e conseguiu com que uma editora publicasse parte dos escritos.
"Quarto de Despejo: Diário de uma Favelada" saiu em 1960, vendeu mais de 80 mil exemplares e foi traduzido para 13 línguas. Esse sucesso, como não poderia ser diferente, mexeu bastante com a vida de Carolina.
"Ela é uma guerreira, é única na história da literatura brasileira. Tem uma linguagem autêntica, própria. Precisa ser celebrada agora e eternamente", justifica Marcelino Freire, escritor, criador e curador do evento.
Para ele, a escritora ainda pode ensinar que "não podemos esperar que os acadêmicos ou as escolas venham dizer qual literatura devemos fazer. Carolina fez. Ao seu estilo, na sua verdade. A obra dela é fruto dessa verdade, desse impulso. Atente para o vocabulário, a força, a oralidade, a verdade que salta de suas páginas".
Alessandro Buzo, um dos escritores mais famosos da cena marginal, complementa Marcelino. "Ela é pioneira quando se fala em pessoa da classe periférica, favelada, lançando livros. Se hoje existem vários, ela é a mãe. Acho que a grande maioria de nós, escritores marginais, tem ela como referência e inspiração". Buzo também se diz influenciado por "Quarto de Despejo", livro que leu quando estava em uma situação financeira bastante instável e que lhe serviu de inspiração. "Tive a certeza de que qualquer pessoa, em qualquer situação, poderia ser leitor e até autor".
Acervo UH/Folhapress
17.jun.1960 - A escritora brasileira Carolina Maria de Jesus, autora de "Quarto de Despejo", entre seus livros
Trajetória
Carolina nasceu em Sacramento, Minas Gerais, em 1914. Frequentou a escola por apenas dois anos; precisou abandoná-la para seguir com a família para Lageado, também em Minas, onde trabalhou como lavradora. Em busca de uma melhor condição financeira, tentou a vida em Franca, no interior de São Paulo, e, em 1937, rumou para a capital paulista. Foi viver na favela do Canindé, onde escreveu seus diários, em 1948.
Seu primeiro livro, "Quarto de Despejo", revela o cotidiano miserável de Carolina e levanta discussões sociais sobre os marginalizados. Os dias relatados na obra têm sempre o mesmo objetivo: aplacar a fome. Após o sucesso comercial do título, Carolina conseguiu dinheiro para comprar uma residência na zona norte de São Paulo, de onde escreveu "Casa de Alvenaria: Diário de uma Ex-Favelada", publicado em 1961.
"Pedaços de Fome", seu terceiro livro e único romance, sai em 1963 e chama pouca atenção. Carolina já vinha enfrentando diversos problemas decorrentes das mudanças que ocorreram em sua vida após o sucesso. A escritora não conseguiu se adaptar à nova realidade. Não se sentia à vontade em um bairro de classe média, desentendia-se com seus editores e lutava para se manter em alguma evidência.
"Penso que como todo artista, ela reagiu ao sucesso com regalo e deslumbramento. O assédio da mídia a transformou num 'case' extraordinário, pois do dia para a noite saiu do anonimato para o estrelato: seu primeiro livro causou frisson nas pessoas, tornou-se objeto de consumo da elite e dos intelectuais, e logo despertou curiosidade do exterior", analisa Uelinton Farias Alves, professor e escritor, que trabalha para publicar uma biografia da autora em 2015.
Alves explica que o sucesso meteórico e a ascensão de classe fizeram com que conflitos se apossassem da personalidade de Carolina, "já tantas vezes abalada pelo processo de massacre vivido desde a infância, constantemente humilhada e vítima dos mais mesquinhos preconceitos". O biógrafo lembra que a autora saiu da favela "quase apedrejada", pois colegas que temiam ter suas vidas expostas nos diários da escritora a viam como uma ameaça.
Acervo UH/Folhapress
05.jun.1960 - A escritora brasileira Carolina Maria de Jesus, autora de "Quarto de Despejo", na janela de sua casa
Volta à pobreza
Sem conseguir se adaptar à nova realidade, sem poder retornar à favela, Carolina pensou em suicídio, mas, em 1969, optou por se mudar para um sítio em Parelheiros, onde tentaria fugir de tudo que a cercava. Por lá ficou praticamente esquecida até a sua morte, em 1977. Já em seus últimos dias, segundo Alves, chegou a lamentar sua vida e a declarar que nunca deveria ter saído da favela. "Ela morreu pobre e desiludida com o mundo da escrita. Ela fazia outra ideia desse mundo, que a salvaria de todos os problemas e misérias", diz o biógrafo.
Após a sua morte, em 1986 saiu "Diário de Bitita", publicado primeiro na França, com suas memórias da infância e adolescência. Após algum tempo no ostracismo, Carolina voltou a ser alvo de interesse a partir da década de 1990, principalmente por parte de estudiosos.
Além da homenagem prestada pela Balada Literária, Carolina também é relembrada por diversas outras iniciativas, como uma exposição sobre sua vida e obra no CEU Butantã, uma sessão solene na Câmara Municipal de São Paulo e o lançamento do livro "Onde Estaes, Felicidade?", que reúne contos inéditos da autora organizados pela escritora Dinha Maria Nilda e a pesquisadora Raffaella Fernandez. Uelinton Farias Alves, seu biógrafo, ainda planeja "resgatar a ideia de publicação de sua obra completa, que inclui os romances inéditos, contos, provérbios, poesias..."
  • http://entretenimento.uol.com.br/noticias/redacao/2014/11/19/escritora-que-vivia-do-lixo-e-homenageada-na-balada-literaria.htm

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

EM BELÉM, NATAL DECORADO COM GRANADAS DOS EUA USADAS PARA MATAR PALESTINOS

Em protesto, palestino decora árvore com granadas dos EUA


Um homem foi detido em Belém, na Cisjordânia, nesta quinta-feira (5), por ajudar na “decoração” de uma árvore com granadas de gás lacrimogênio e de efeito moral e munições de fabricação estadunidense, anteriormente usadas pelas forças israelenses contra manifestantes palestinos. De acordo com a agência de notícias Ma’an, Mustafa al-Arraj disse que as autoridades palestinas detiveram-lhe sob a acusação de “vandalismo com o objetivo de destruir o Natal”.


Maan
Belém Natal com granadas dos EUA
Em Belém, na Cisjordânia, ativistas decoram uma árvore com granadas de gás lacrimogênio e efeito moral de fabricação estadunidense. Nos cartazes, "agradecimentos" ao Complexo Militar-Industrial pelo fornecimento de armamentos a Israel.
Al-Arraj disse que as autoridades pensaram que seu objetivo era de “destruir a temporada do Natal”. Durante a ação, na segunda-feira (2), os ativistas decoraram a árvore da Praça Manger com armas de produção norte-americana e sinais de “agradecimento” aos EUA pelo fornecimento de recursos usados para ataques contra os manifestantes palestinos.

Desde o início oficial da temporada natalícia, nesta semana, a municipalidade de Belém está colocando sinais na praça sobre a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e sobre o governo estadunidense, que repassou milhares de dólares à gestão para a compra de decorações de Natal, de acordo com a Ma’an.

Os ativistas afirmaram que seu protesto é contra a Usaid e ressaltaram que a agência representa o mesmo governo que financia a ocupação israelense e ataca os manifestantes palestinos.

O porta-voz da polícia de Belém negou que o ativista tenha sido preso pela tentativa de “destruir o Natal” e ressaltou que o protesto chamou a atenção das autoridades porque envolveu “pendurar granadas em árvores”, já que “temiam que elas poderiam ferir pessoas”.

“Esta é uma cidade turística, e não uma para granadas”, enfatizou. Al-Arraj respondeu, porém, que o propósito da ação era justamente “ajudar as pessoas da Área A a lembrarem-se que a ocupação existe”. 

O ativista refere-se à porção que corresponde a menos de 20% da Cisjordânia e que, segundo os Acordos de Oslo, ficaram sob a administração civil palestina, enquanto a Área C é administrada civil e militarmente pelos israelenses, uma situação que deveria ter sido temporária.

“Tantos estrangeiros vêm para cá, e isso parece tão bom e festivo, enquanto as pessoas estão recebendo tiros a 20 minutos de distância, no [campo de refugiados de] Aida”, disse o ativista, em referência a uma região que registra confrontos quase diários entre palestinos e forças israelenses, próxima a Belém.

“Não vamos apenas pegar dinheiro dos EUA, agradecer e nos calar”


Al-Arraj diz suspeitar que alguém ficou insatisfeito com o protesto e quis garantir que não houvesse críticas públicas à Usaid durante a temporada do Natal. 

“Sim, a Usaid dá dinheiro para coisas boas, como hospitais e escolas. Mas este é o festival mais importante de Belém”, disse ele, ressaltando que as cerimônias eram antigamente realizadas por companhias palestinas.

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=230908&id_secao=9