terça-feira, 5 de julho de 2011

FERNANDO HENRIQUE TENTA FATURAR ENTERRO DE INIMIGO

A cara de luto de Fernando Henrique no velório do ex-presidente Itamar Franco só engana aos que não tem memória. FHC passou 17 anos dizendo-se "pai" do Plano real, quando o decreto que criou a nova moeda e as novas regras da Economia foi assinado pelo então presidente da Rep;ública, e seu chefe, Itamar Franco. FHC roubou o Real de Itamar, como Serra roubou os genéricos do ex-ministro da Saúde Jamil Haddad.
Só para refrescar a memória dos mais velhos e informar aos mais jovens, aqui vai uma matéria do ano 2000, da repórter Niela Nahass, publicada na Folha de S. Paulo. Vejam como era a verdadeira relação entre FHC e Itamar, cuja morte o primeiro tentou "faturar" com cinismo:

FHC diz que ‘o verdadeiro mineiro é aquele que não guarda rancor’
FOLHA DE SÃO PAULO
8 de julho de 2000
NIELA NAHASS
ENVIADA ESPECIAL A OURO BRANCO (MG)
O presidente Fernando Henrique Cardoso mandou ontem um recado para o governador de Minas Gerais, Itamar Franco (sem partido). Em sua terceira visita a Minas após a reeleição, FHC declarou que “o verdadeiro mineiro é aquele que não guarda rancor”.
“O mineiro é o homem que se acostumou à tolerância, é o homem generoso, o homem que perdoa. Esse é o verdadeiro mineiro. O mineiro me comove, o mineiro que não guarda rancor, o mineiro que vê o futuro, que vê o crescimento de Minas Gerais. O crescimento de Minas Gerais é o crescimento do Brasil”, afirmou.
FHC mandou o recado em discurso durante a solenidade de expansão da siderúrgica Açominas, em Ouro Branco (100 km de Belo Horizonte). Itamar Franco não foi à cerimônia nem mandou representantes. O governador está rompido com o presidente desde 1998, quando não obteve legenda para disputar a Presidência.
Estavam lá políticos mineiros que apóiam o governo, como os senadores Francelino Pereira (PFL) e José Alencar (PMDB), o deputado federal Walfrido Mares Guia (PTB), o ex-governador Eduardo Azeredo (PSDB), deputados estaduais e prefeitos.
“Não posso deixar de agradecer a presença dos representantes de Minas Gerais, da Câmara Federal, do Senado da República, de deputados estaduais e prefeitos dessa região. Todos aqueles que têm a sensibilidade para sentir que o Brasil está em um momento que precisa de coesão”, disse FHC.
Logo que assumiu o governo de Minas Gerais, Itamar Franco declarou a moratória da dívida do Estado com a União e disse que Minas seria “um front de oposição ao governo federal”.
Itamar, que ao deixar a Presidência apoiou a candidatura de FHC para sua sucessão, considera o presidente “um traidor”. Para o governador mineiro, FHC teve influência decisiva na convenção do PMDB de 98, que optou por não lançar candidatura própria nas últimas eleições presidenciais.
No início deste ano, Itamar suspendeu a moratória e foi a Brasília conversar com o ministro José Serra (Saúde), mas, na última semana, o governador voltou a radicalizar o discurso contra FHC.
Itamar defendeu o impeachment de FHC porque o governo enviou o Exército para proteger a fazenda do presidente em Buritis (MG). “Minas Gerais não aguenta mais essa enxurrada de brincadeiras que estão fazendo”, disse o ministro Pimenta da Veiga (Comunicações), adversário de Itamar.
Ontem, FHC gastou boa parte do discurso elogiando o Estado: disse que Minas está vivendo uma “transformação extraordinária” e que “sente uma revolução, um renascimento do Estado”.
O presidente disse que o governo vai se empenhar pela aprovação da reforma tributária, promessa cobrada pelo empresário Jorge Gerdau: “Precisamos ter segurança jurídica para poder trabalhar, não só de um governo, mas de todos. A reforma tributária é peça-chave para o desenvolvimento”, afirmou o empresário.
“Nós vamos, sim, fazer a reforma tributária com o apoio do Congresso Nacional, aqui representado pelos seus senadores e deputados que terão a capacidade de negociar os difíceis interesses contraditórios. Nós vamos fazê-la porque ela é essencial para que possamos seguir adiante nessa caminhada pela reconstrução do Brasil e da reafirmação da nossa fé nesse nosso país”, disse FHC.
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