O novo timing de Dilma, a mudança de reação no Nordeste e os estereótipos
WALTER SANTOS
Quem acompanhou a rotina e efeitos da presidenta Dilma Rousseff no decorrer da semana finda pode admitir que, enfim, a chefe do Executivo Federal passou a construir de fato uma agenda positiva em torno de seu mandato, sobretudo porque, sem sua interferência, enquanto ela trata de pautas relevantes, no paralelo graves problemas surgidos na Câmara Federal aliviaram o tom de golpe exercido pelo presidente Eduardo Cunha, cada vez mais enfurecido e frágil a se definhar.
Mesmo assim, só quem pode dimensionar à altura o significado da reversão de imagem e relacionamento de Dilma é quem acompanhou de perto suas últimas agendas no Nordeste – região que a elegeu e está ainda com posição de reprovação, segundo pesquisas – devendo reverter tal situação diante dos últimos fatos registrados.
A presença de Dilma, sexta-feira, em Cabrobó, interior de Pernambuco, inaugurando a primeira fase do projeto denominado de Transposição do São Francisco passou a conviver com reação popular espontânea, que há tempos ela não experimentava. E não era claque partidária, posto que as caras e pessoas em torno da inauguração são na verdade os maiores beneficiários da água boa de beber, agora chegando próxima dos nordestinos do semiárido passando a significar oportunidade de viver melhor.
Foi preciso São Paulo sofrer fortemente com a estiagem e os efeitos da redução dos recursos hídricos para entender a importância de tratar a seca como fator climático a exigir políticas públicas consistentes, como acaba de apresentar ao Nordeste a presidenta Dilma Rousseff. Neste particular, o Governo do PT se consolida com ações concretas enquanto o Governo do PSDB patina sem resolver os problemas da crise hídrica de São Paulo.
Ressalte-se que a importância da obra da Transposição está nos efeitos imediatos numa região que embalava o mesmo coro de reprovação do Governo Dilma, mas que, como denotou a reação popular em Cabrobó e outros estados, a nova agenda de efetivação de obras e serviços tende a construir outro nível de avaliação, aí sim positiva em face dos trabalhos desenvolvidos pela gestão da presidenta.
E tudo isto está longe de subserviência ou desqualificação social de saber escolher seus dirigentes políticos, como insinuam os sectários contra os Nordestinos buscando impingir um estereótipo que está longe da realidade onde, ao contrário, nesses 9 estados no País o que mais se tem é capacidade de resistir às adversidades construindo lutas e condições para desenvolver o País.
Dilma se recupera no Nordeste pela proximidade e exposição concentradas de obras e políticas sociais fundamentais. Mas precisa ir mais longe na retomada dos investimentos nos 9 estados.
https://www.brasil247.com/pt/colunistas/waltersantos/194020/O-novo-timing-de-Dilma-a-mudan%C3%A7a-de-rea%C3%A7%C3%A3o-no-Nordeste-e-os-estere%C3%B3tipos.htm
#Dilmais
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