quarta-feira, 5 de agosto de 2015

GOLPISTAS USAM DIRCEU PARA ANESTESIAR O POVO QUANDO PRENDEREM LULA

Em contraponto a PT, artistas e intelectuais defendem Dirceu

Em um contraponto ao comando nacional petista, que decidiu não fazer um desagravo público ao ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, intelectuais e artistas de esquerda saíram em defesa nesta terça-feira (4) do petista e criticaram sua prisão no rastro da Operação Lava Jato.
Para o cineasta Luiz Carlos Barreto, a detenção do petista foi "redundante", uma vez que ele já cumpria prisão domiciliar pelo mensalão. Para ele, sem poder fazer grandes deslocamentos, José Dirceu não tinha condições de fugir do país ou de pressionar ninguém.
"Nós estamos caminhando por um caminho muito perigoso. É claro que é preciso extirpar ou diminuir a corrupção, que é universal. Agora, há exagero e é preciso que as pessoas saibam que existe um estado de direito democrático e uma Constituição Federal vigente", afirmou o cineasta, para quem as garantias individuais "estão sendo atingidas".
Na avaliação dele, é necessário ser respeitada a história de vida e a trajetória política do petista.
"José Dirceu não é um bandido. Ele lutou e arriscou a vida dele pela democracia, conduziu um partido ao poder e estabeleceu um projeto [para o país]", enumerou.
Para o escritor Fernando Morais, o petista foi "vitimado" por uma tentativa de se atingir o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Para ele, José Dirceu é uma espécie de "degrau" em uma escalada para tentar prejudicar o antecessor da presidente Dilma Rousseff (PT).
"Na verdade, não é nem o Dirceu nem a Dilma que querem, mas o Lula. O problema é 2018. Eu acho que ele acabou sendo vitimado por isso", avaliou.
Na avaliação do ator José de Abreu, é uma "piada" prender alguém que já foi condenando sob a alegação de que ele continua a praticar crimes.
"O juiz Sérgio Moro é o único juiz do mundo que prende preventivamente preso condenado", criticou.
Segundo o escritor Luis Fernando Veríssimo, "pelo que o José Dirceu significa, mesmo que sua prisão não fosse politica, seria política". Para ele, que apoiou publicamente a reeleição de Dilma no ano passado, o PT "ainda não usou todo o seu poder de reação. Ou talvez não o tenha mais".
"A estratégia do PT nesse imbróglio todo eu não sei qual é", disse.
O ator Paulo Betti reconheceu que ficou "perplexo" com a prisão do petista e avaliou que apenas no futuro será possível fazer uma avaliação do atual momento.
"No fundo, sempre desconfio que só mais adiante vamos saber. A história vai dizer o que está acontecendo nesse momento", disse. 

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