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sexta-feira, 11 de abril de 2014

ÓDIO DE BARBOSA A ZÉ DIRCEU COMEÇA A GERAR REAÇÕES

José Dirceu, à beira da depressão, segue preso em regime fechado

Embora o ex-ministro José Dirceu tenha direito a cumprir a pena à qual foi condenado no Supremo Tribunal Federal (STF) em regime semiaberto, um inquérito contra ele, com base na matéria – a qual cita apenas uma fonte – do diário conservador paulistano Folha de S. Paulo, segue inconcluso. Com isso, Dirceu é mantido em cárcere fechado há mais de três meses. Segundo confirma um amigo de Dirceu à reportagem do Correio do Brasil, ele “está à beira da depressão, mais magro e visivelmente abatido”. A série de manobras jurídicas que o impedem de trabalhar fora do presídio tem sido questionada por seus advogados e, cada vez mais, por admiradores do líder petista.
Diante dos fatos, a popularidade do ministro Joaquim Barbosa, relator da Ação Penal 470 no julgamento que a mídia conservadora chama de ‘mensalão’, mas cunhado de ‘mentirão’ pela colunista independente Hildegard Angel, começa a apresentar sinais de fadiga. Na véspera, Barbosa foi esculachado por um grupo de estudantes, quando tentava relaxar em um barzinho no Plano Piloto de Brasília. Taxado de ‘tucano’ e ‘ditador’, Barbosa – que chegou a ser cogitado para uma candidatura à Presidência da República – precisou ser protegido por seus seguranças enquanto saia, às pressas, sob vaias e gritos de “Dirceu, guerreiro, do povo brasileiro!” e “Abaixo a ditadura do Judiciário!”.
Assista ao vídeo, publicado no site do jornalista Paulo Nogueira, Diário do Centro do Mundo:
Abuso de poder
Na ânsia de encontrar provas contra José Dirceu, no processo disciplinar em que é acusado do uso de um telefone móvel, dentro do Presídio da Papuda, a Vara de Execuções Penais (VEP) do Distrito Federal chegou a tentar a quebra de sigilo dos telefonemas realizados dentro de uma área de segurança nacional. Nesta quinta-feira, a defesa do ex-ministro da Casa Civil confirmou o envio de uma petição ao STF na qual atesta que o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) pediu a quebra do sigilo das ligações de celular feitas na área do Palácio do Planalto.
A assessoria daquela instância do Judiciário disse que vai se manifestar apenas no processo. Para investigar se Dirceu falou com terceiros por telefone celular, o MP pediu ao STF a quebra do sigilo das ligações telefônicas dos envolvidos. Os promotores forneceram as coordenadas geográficas da região, indicando a longitude e latitude das áreas onde as ligações teriam ocorrido.
Segundo o advogado, uma das coordenadas está localizada no Centro de Internamento e Reeducação (CIR), onde o ex-ministro está preso. O outro local, de acordo com a defesa, é o Palácio do Planalto. Para justificar afirmação sobre as localizações, o advogado anexou um laudo de um engenheiro agrônomo.
“O mais grave é que um dos pontos físicos estabelecidos no pedido de quebra de sigilo, ao que indicam as coordenadas fornecidas pelo MPDFT, corresponde ao Palácio do Planalto, conforme informações quem seguem no anexo”, disse a defesa.
Na mesma petição, a defesa de Dirceu refirmou que o ex-ministro não falou ao celular e pediu que a autorização de trabalho externo seja concedida. Também foram anexadas as contas de celular de James Correia, secretário da Indústria, Comércio e Mineração da Bahia, suspeito de ter conversado com Dirceu.
Segundo o jornal FSP publicou no dia 17 de janeiro, Dirceu teria conversado por telefone celular com Correia. De acordo com a matéria, que deu origem à ação disciplinar, a conversa aconteceu por intermédio de uma terceira pessoa durante visita a José Dirceu. Na ocasião, a defesa do ex-ministro negou que o fato tenha ocorrido, mas a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal instaurou processo para investigar o caso e, com isso, adiar a autorização para que Dirceu possa trabalhar extramuros.
Dirceu recebeu proposta para trabalhar no escritório do advogado José Gerardo Grossi, em Brasília, atuando na pesquisa de jurisprudência de processos e ajudando na parte administrativa. A jornada de trabalho é das 8h às 18h, com uma hora de almoço. O salário é R$ 2,1 mil.
Injustiça clamorosa
Em recente artigo, publicado na revista semanal IstoÉ, o jornalista Paulo Moreira Leite afirmou que “numa injustiça clamorosa que vai além de qualquer opinião sobre as ideias de José Dirceu, seus direitos como prisioneiro não são respeitados. Há momentos em que a vida política deixa de ser um conflito de ideias e projetos para se transformar numa prova de caráter. Isso é o que acontece com a perseguição a José Dirceu na prisão”.
“A defesa dos direitos de Dirceu é, hoje, uma linha que define o limite da nossa decência, ajuda a mostrar aonde se encontra a democracia e o abuso, a tolerância diante do ataque aos direitos elementares de uma pessoa. Ninguém precisa estar convencido de que Dirceu é inocente sobre as denuncias da AP 470. Nem precisa concordar com qualquer uma de suas ideias políticas para reconhecer que ele enfrenta uma situação inaceitável”, afirma o editor.
“As questões de caráter envolvem nossos princípios e nossa formação. Definem a capacidade de homens e mulheres para reagir diante de uma injustiça de acordo com princípios e valores aprendidos em casa, na escola, ao longo da vida, como explica Hanna Arendt em Origens do Totalitarismo. São essas pessoas que, muitas vezes, ajudam a democracia a enfrentar as tentações de uma ditadura”, acrescenta.
“A mais recente iniciativa contra os direitos de Dirceu criou um situação nova. O Ministério Público pede uma investigação telefônica-monstro envolvendo todas as ligações de celular – de 6 operadoras – entre a região do presídio da Papuda, em Brasília, onde ele se encontra prisioneiro desde 16 de novembro, e uma região em torno de Salvador, na Bahia. São milhares, quem sabe milhões de ligações que devem ser mapeadas, uma a uma, e transcritas – em formato de texto – para exame do ministério público em Brasília”, explica.
“Você sabe qual é o motivo alegado dessa investigação: procurar rastros de uma conversa de celular entre Dirceu e um secretário do governo de Jaques Wagner. Detalhe: supõe-se que o telefonema, caso tenha sido feito, teria ocorrido em 6 de janeiro. Pede-se uma investigação de todas as conversas por um período de 16 dias. Você sabe qual será seu efeito prático: manter a pressão sobre Dirceu e impedir que ele possa deixar o presídio para trabalhar durante o dia – direito que tem todas as condições legais de cumprir. Não só obteve uma oferta de emprego, como tem parecer Psicossocial favorável e também do Ministério Púbico”, conclui.
http://correiodobrasil.com.br/noticias/politica/jose-dirceu-a-beira-da-depressao-segue-preso-em-regime-fechado/

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

HILDEGARD ANGEL DÁ EMOCIONANTE LIÇÃO DE CORAGEM

Hildegard Angel: “Não estou vendo fantasmas;

o Projeto do Mal de 64 ganha corpo”



A GENTE NUNCA PERDE POR SER LEGÍTIMO, MAS QUEM CONTA
A HISTÓRIA SÃO OS VENCEDORES, NÃO ESQUEÇAM!

por Hildegard Angel, em seu blog, sugerido por Messias Franca de Macedo

O fascismo se expande hoje nas mídias sociais, forte e feioso como um
espinheiro contorcido, que vai se estendendo, engrossando o tronco,
ampliando os ramos, envolvendo incautos, os jovens principalmen-
te, e sufocando os argumentos que surgem, com seu modo truculento de ser.

Para isso, utiliza-se de falsas informações, distorções de fatos, episódios,
números e estatísticas, da História recente e da remota, sem o
menor pudor ou comprometimento com a verdade, a não ser com seu
compromisso de dar conta de um Projeto.

Sim, um Projeto moldado na mesma forma que produziu 1964, que,
os minimamente informados sabem, foi fruto de um bem urdido plano,
levando uma fatia da população brasileira, a crédula classe média, a um
processo de coletiva histeria, de programado pânico, no receio de que o país
fosse invadido por malvados de um fictício Exército Vermelho, que lhes toma-
ria os bens e as casas, mataria suas criancinhas, lhes tiraria a liberdade de
ir, vir e até a de escolher.

Assim, a chamada elite, que na época formava opinião sobre a classe média
mais baixa e mantinha um “cabresto de opinião” sobre seus assalariados,
foi às ruas com as marchas católicas engrossadas pelos seus serviçais ao
lado das bem intencionadas madames.

Elas mais tarde muito se arrependeram, ao constatar o quanto contribuíram
para mergulhar o país nos horrores de maldades medievais.

Agora, os mesmos coroados, arquitetos de tudo aquilo, voltam a agir da
mesma forma e reescrevem aquele conto de horror, fazendo do mocinho bandido
e do bandido mocinho, de seu jeito, pois a História, meus amores, é contada pelos
vencedores. E eles venceram. Eles sempre vencem.

Sim, leitores, compreendo quando me chamam de “esquerdista retardatária” ou
coisa parecida. Esse meu impulso, certamente tardio, eu até diria sabiamente
tardio, preservou-me a vida para hoje falar, quando tantos agora se calam;
para agir e atuar pela campanha de Dilma, nos primórdios do primeiro turno,
quando todos se escondiam, desviavam os olhos, eram reticentes, não declara-
vam votos, não atendiam aos telefonemas, não aceitavam convites.

Essa minha coragem, como alguns denominam, de apoiar José Dirceu, que de
fato sequer meu amigo era, e de me aprofundar nos meandros da AP 470, a pon-
to de concluir que não se trata de “mensalão”, conforme a mídia a rotula, mas
de “mentirão – royalties para mim, em pronunciamento na ABI – eu, a
tímida, medrosa, reticente “Hildezinha”, ousando pronunciamentos na ABI!
O que terá dado nela? O que terá se operado em mim?

Esse extemporâneo destemor teve uma irrefreável motivação: o medo maior
do que o meu medo. Medo da Sombra de 64. Pânico superior àquele que me
congelou durante uma década ou mais, que paralisou meu pensamento,
bloqueou minha percepção, a inteligência até, cegou qualquer possibilidade de
reação, em nome talvez de não deixar sequer uma fresta, passagem mínima
de oxigênio que fosse à minha consciência, pois me custaria tal dor na alma,
tal desespero, tamanha infelicidade, noção de impotência absoluta e desespe-
rança, perceber a face verdadeira da Humanidade, o rosto real daqueles que
aprendi a amar, a confiar…

Não, eu não suportaria respirar o mesmo ar, este ar não poderia invadir os
meus pulmões, bombear o meu coração, chegar ao meu cérebro. Eu su-
cumbiria à dor de constatar que não era nada daquilo que sempre me foi
dito pelos meus, minha família, que desde sempre me foi ensinado. O princípio
e mandamento de que a gente pode neutralizar o mal com o bem. Eu
acreditava tão intensamente e ingenuamente no encanto da bondade, que
seguia como se flutuasse sobre a nojeira, sem percebê-la, sem pisar nela,
como se pisasse em flores.

E aí, passadas as tragédias, vividas e sentidas todas elas em nossas carnes,
histórias e mentes, porém não esquecidas, viradas as páginas, amenizado
o tempo, quando testemunhei o início daquela operação midiá-
tica monumental, desproporcional, como se tanques de guerra, uma infanta-
ria inteira, bateria de canhões, frotas aérea e marítima combatessem um
único mortal, José Dirceu, tentando destrui-lo, eu percebi esgueirar-se
sobre a nossa tão suada democracia a Sombra de 64!

Era o início do Projeto tramado para desqualificar a luta heroica daqueles
jovens martirizados, trucidados e mortos por Eles, o establishment sem nomes
e sem rostos, que lastreou a Ditadura, cuja conta os militares pagaram sozi-
nhos. Mas eles não estiveram sozinhos.

Isso não podia ser, não fazia sentido assistir a esse massacre impassível.
Decidi apoiar José Dirceu. Fiz um jantar de apoio a ele em casa, Chamei
pessoas importantes, algumas que pouco conhecia. Cientistas políticos, jorna-
listas de Brasília, homens da esquerda, do centro, petistas, companheiros
de Stuart do MR8, religiosos, artistas engajados. Muitos vieram, muitos
declinaram. Foi uma reunião importante. A primeira em torno dele, uma das
raras. Porém não a única. E disso muito me orgulho.

Um colunista amigo, muito importante, estupefato talvez com minha “audácia”
(ou, quem sabe, penalizado), teve o cuidado de me telefonar na véspera,
perguntando-me gentilmente se eu não me incomodava de ele publicar no jor-
nal que eu faria o jantar. “Ao contrário – eu disse – faço questão”.

Ele sabia que, a partir daquele momento, eu estaria atravessando o meu
Rubicão. Teria um preço a pagar por isso.

Lembrei-me de uma frase de minha mãe: “A gente nunca perde por ser legíti-
ma”. Ela se referia à moda que praticava. Adaptei-a à minha vida.

No início da campanha eleitoral Serra x Dilma, ao ler aqueles sórdidos
emails baixaria que invadiam minha caixa, percebi com maior intensidade a
Sombra de 64 se adensando sobre nosso país.

Rapidamente a Sombra ganhou corpo, se alastrou e, com eficiência, ampliou-se
nestes anos, alcançando seu auge neste 2013, instaurando no país o clima inqui-
sitorial daquela época passada, com jovens e velhos fundamentalistas assom-
brando o Facebook e o Twitter. Revivals da TFP, inspirando Ku Klux Klan,
macartismo e todas as variações de fanatismo de direita.

É o Projeto do Mal de 64, de novo, ganhando corpo. O mesmo espinheiro
das florestas de rainhas más, que enclausuram príncipes, princesas, duendes,
robin hoods, elfos e anõezinhos.

Para alguns, imagens toscas de contos de fadas. Para mim, que vi meu pai ame-
ricano sustentar orfanato de crianças brasileiras produzindo anõezinhos de
Branca de Neve de jardim, e depois uma Bruxa Má, a Ditadura, vir e levar para
sempre o nosso príncipe encantado, torturando-o em espinheiros e jamais devol-
vendo seu corpo esfolado, abandonado em paradeiro não sabido, trata-se de
um conto trágico, eternamente real.

Como disse minha mãe, e escreveu a lápis em carta que entregou a Chico
Buarque às vésperas de ser assassinada: “Estejam certos de que não estou vendo
fantasmas”.

Feliz Ano Novo.

Inclusive para aqueles injustamente enclausurados e cujas penas não estão sendo
cumpridas de acordo com as sentenças.

É o que desejo do fundo de meu coração.



Clique aqui para ler “Hildegard e o ‘Mentirão’ do STF”.

Aqui para ler “Hildegard: não basta prender Genoino. Querem imolá-lo”.

E aqui para ler “Hildegard e o linchamento de Dirceu”.
-64-ganha-corpo/