Mostrando postagens com marcador tortura. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador tortura. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 3 de agosto de 2015

O FASCISMO INSTALA-SE NA MENTALIDADE, SE DEIXARMOS

O fascismo não chegará. Ele já está!

Por Alberto Kopittke, no site Carta Maior:

Observação inicial: escrevo esse texto “inspirado” pelo vídeo de um jovem que agoniza baleado no chão sendo xingado e que está disponível na minha página do Facebook. O vídeo possui centenas de comentários de apoio e celebração.

O fascismo não é a chegada de um líder de massas ou um Partido, com um projeto totalitário ao poder. Ele é antes de tudo um estado de espírito da sociedade.

As imagens de Hitler e dos campos de concentração têm a importância fundamental de nos alertar até onde uma sociedade pode chegar, independente do seu chamado “grau de desenvolvimento” cultural. No entanto, essas imagens fortíssimas de seres humanos sendo exterminados em massa acabam por encobrir as formas menos “agudas” dessa faceta do comportamento humano.

Hannah Arendt sempre chamou a atenção que o mais perigoso do fascismo era a forma como as pessoas – sejam elas juízes, políticos, jornalistas, professores ou de qualquer outro tipo de profissão – aceitam passivamente a escalada de ódio, até que começam a participar dos seus mecanismos, como se não houvesse alternativas entre silenciar ou aderir.

O fascismo se manifesta no cotidiano de formas muito mais tênues, que não precisam de homens vestindo uniformes e marchando pelas ruas, e não é dirigido apenas contra judeus. Ele é a implosão da capacidade de dialogar sobre os problemas da sociedade e da capacidade de conviver com as diferenças. Em seu lugar entram o que Zaffaroni chamou de discursos justificadores, que justificam e preparam o ambiente para as manifestações de ódio e extermínio contra os “inimigos”.

O pior resultado da atual crise política, é que o Brasil vive, mais uma vez, uma clara escalada do sentimento fascista. As pessoas sentem ódio, crescem os linchamentos públicos e aumenta o apoio a atitudes de “justiçamento” e tortura praticadas pelo aparato público.

Todas as forças democráticas têm responsabilidade sobre isso.

O PT e o Governo Dilma têm responsabilidade por ter interrompido as políticas públicas de prevenção a violência que estavam em curso e no seu lugar não ter colocado nenhum programa de grande escala ao longo de cinco anos. Com isso, as forças autoritárias passaram a se apresentar como alternativa para a redução da violência do Brasil.

FHC, os tucanos e o alto empresariado têm responsabilidade ao aceitarem partilhar a oposição ao PT com segmentos assumidamente fascistas e autoritários.

Ambos têm responsabilidade por não denunciarem o perigoso crescimento dos setores que misturam discursos religiosos fundamentalistas com ocupação de espaços políticos.

A grande mídia tem responsabilidade por não denunciar claramente o discurso do ódio e muitas vezes o difundir nos seus programas sensacionalistas e na falta de qualidade no debate sobre Segurança Pública.

A discussão sobre o fascismo não tem nada a ver com ser de esquerda ou de direita. Em ser liberal ou socialista. Em ser petista ou tucano. Em ser cristão ou ateu. Todas as linhas ideológicas e religiosas já serviram, num lugar ou outro, de justificativa para a barbárie. Trata-se de demarcar claramente a defesa dos princípios do estado democrático de direito e denunciar todos os discursos que justificam sua violação.

É absolutamente incerto o futuro político do Brasil. Nessa incerteza, os comportamentos de ódio ocorrem livremente no cotidiano, com cada vez mais apoio e aplauso. Quem demonstra contrariedade com as diversas manifestações de barbárie é chamado de fraco, de defensor de bandidos e passa a ser ameaçado.

Não é preciso que algum facínora suba a rampa do Palácio do Planalto, pelo voto ou pelas armas, para que o fascismo chegue no Brasil.

O fascismo não chegará. Ele já está.

sábado, 13 de dezembro de 2014

PIG CENSURA ENCONTRO DE CÚPULA DA AMÉRICA DO SUL. MEDO?

Por que um evento que reúne chefes de Estado de toda a América do Sul não é notícia?

Por Da redação
Por Vanessa Martina Silva, no Blog Diferente ero no Mucho
Enquanto a TeleSUR transmitia ininterruptamente as falas e o ato cultural que marcou a inauguração da sede da Unasul na tarde desta sexta-feira (05/12), a GloboNews transmitia entrevista com a ex-candidata à presidência pelo Psol Luciana Genro e o principal telejornal do país, o Nacional, da mesma Rede Globo, ignorou solenemente a reunião realizada no Equador e que reuniu mandatário e representantes dos 12 países sul-americanos.
Neste sábado (07/12), a capa dos jornais destacam o suposto esquema de corrupção da Petrobras e não há, com exceção do Estadão, nenhuma menção à Cúpula da Unasul.
O jornal paulista traz apenas a seguinte menção: “Petróleo cai e Venezuela pede ajuda à Unasul”. Texto semelhante foi veiculado sobre Dilma: “Em Quito, Dilma continua culpando a ‘crise internacional’ pelos problemas no Brasil”, como veicularam o site da revista Veja e o Estadão online. Também na internet, outros portais deram matérias isoladas com declarações de um ou outro presidenciável, de forma descontextualizada e sem enfoque nas medidas ou questões que estavam em pauta no encontro. Por quê?
Uma reunião com presidentes de todo o continente não é importante? Se estivesse presente o mandatário dos Estados Unidos, da Alemanha ou França a cobertura seria diferente? Quando a discussão foi na Europa e foi aprovada a cidadania europeia a apatia foi semelhante? E quando foi criada a sede da ONU?
O processo que permitirá aos cidadãos sul-americanos estudar e trabalhar em qualquer país da região ainda não tem data para ser definido, mas a sinalização do estabelecimento da livre mobilidade para os cerca de 400 milhões de habitantes que vivem nos 12 países que compõem o bloco e a adoção da chamada “cidadania sul-americana” é suficientemente importante para merecer algumas análises e destaques por parte de nossa imprensa.
De acordo com o secretário-geral da Unasul, Ernesto Samper, o passaporte sul-americano seria similar ao Schengen da União Europeia. A partir dele, os sul-americanos poderão estudar, trabalhar e homologar títulos profissionais na região.
Por que então a apatia?
Além da cidadania sul-americana, os presidentes do bloco também aprovaram a criação de uma escola técnica de coordenação eleitoral e da Escola Sul-Americana de Defesa.
A unidade técnica de coordenação eleitoral visa fortalecer o papel da Unasul nas missões de acompanhamento de eleições no subcontinente e profissionalizá-las, estabelecendo um padrão de observação e reconhecendo o papel fundamental que o organismo tem na defesa da democracia na região.
Já a Escola Sul-Americana de Defesa é uma antiga demanda e tem como objetivo fazer frente à Escola das Américas, criada pelos Estados Unidos e que formou muitos dos militares que participaram, nos anos 1960-1980, das ditaduras militares que foram implementadas na região. Ela ainda está em atuação.

A escola regional, no entanto, será um centro de altos estudos responsável pela articulação das diversas iniciativas dos países-membros do Conselho de Defesa da União de Nações Sul-Americanas (CDS/Unasul) de capacitação de civis e militares na área de defesa e segurança regional, com cursos compartilhados e troca de experiências de defesa, como explicou a presidenta brasileira, Dilma Rousseff, em entrevista a jornalistas após a Reunião de Cúpula da Unasul.
A inauguração da nova sede da Unasul, considerda histórica por Samper, marca também o novo papel e o novo momento da organização a partir da nomeação do ex-presidente da Colômbia ao cargo.
Após um breve período de protagonismo regional durante a gestão de do ex-mandatário da Argentina e primeiro secretário-geral do bloco Néstor Kirchner, que ao lado do líder venezuelano Hugo Chávez e brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva foi um dos principais impulsionadores da integração regional, a iniciativa caiu em um período de inércia devido ao fato de que o secretário-geral Alí Rodríguez Araque que ficou à frente do organismo regional de 2012 a 2014 ficou gravemente doente e, portanto, impedido de levar o processo adiante.
Samper, no entanto, tem se empenhado para retomar a importância da Unasul. Durante o encontro, propôs uma agenda com diversos pontos para serem avaliados pelos mandatários do bloco e considera que é fundamental dar sequência aos projetos considerados prioritários pelo Cosiplan (Conselho Sul-Americano de Infraestrutura e Planejamento).
Entre esses projetos estão: a instauração de um banco de preços de medicamentos, viabilizando a melhor compra possível pelos países do bloco; a criação de um fundo para bolsas de estudo entre os países do bloco, tendo a ciência e tecnologia como questão fundamental; o estabelecimento de cooperação na gestão de riscos de desastres naturais, a exemplo do Cemaden no Brasil; e discussão sobre a possibilidade de abertura do espaço aéreo dentro da Unasul.
Nada disso foi considerado importante pela imprensa tradicional do país.

http://www.revistaforum.com.br/rodrigovianna/geral/por-que-um-evento-que-reune-chefes-de-estado-de-toda-america-sul-nao-e-noticia/

BRASIL COMEÇA A SUPERAR PASSADO VIOLENTO E CORRUPTO

Hora da verdade: governo Dilma quebra dois tabus

Ricardo Kotscho (link ao final)

Tínhamos, até outro dia, dois tabus inamovíveis:
* Nunca saberemos quem cometeu os crimes de lesa-humanidade durante a ditadura militar porque os generais não vão deixar mexer neste assunto.
* A turma do colarinho branco, que pode pagar bons advogados, nunca irá para a cadeia.
Nesta semana histórica que está chegando ao fim, o governo da presidente Dilma Rousseff quebrou os dois tabus de uma vez. Quem me chamou a atenção para este fato foi a carta de um leitor _ e, cada vez com maior frequência, as seções de leitores dos jornalões me servem de pauta, mais do que o noticiário. Na Folha desta sexta-feira, o Claudio Janowitzer, do Rio de Janeiro, escreveu:
"A divulgação do extenso relatório da Comissão Nacional da Verdade deve ser saudada por todos os brasileiros. Finalmente são trazidos à tona atos escabrosos que foram encobertos por mentiras e dissimulações. A apuração da verdade é sempre benvinda e esperemos também que esta mesma busca ajude o Brasil a sair do atoleiro de podridões financeiras que estão sendo reveladas pela operação Lava Jato. Jamais seremos um país justo e forte se negarmos isso".
Em tudo que li até agora sobre o relatório final da Comissão Nacional da Verdade e as ações da Operação Lava Jato, Janowitzer foi o único a juntar estas duas pontas, que podem significar o início do fim da impunidade em que viviam os poderosos deste país, civis ou militares, de colarinho branco ou fardados, desde a vinda de D. João 6º ao Brasil.
Um dia apenas depois da CNV nominar os 377 responsáveis por torturas praticadas pelo regime militar, o Ministério Público Federal denunciou criminalmente 36 pessoas, sendo 24 delas ligadas a seis das maiores empreiteiras do país envolvidas no escândalo da Petrobras, e determinou o ressarcimento de mais de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos.
Nunca antes, como diria o Lula, isto havia acontecido na nossa história. Claro que não foi Dilma sozinha, como pessoa física, quem derrubou de uma penada estes dois antigos tabus, mas foi o seu governo quem criou a CNV, dando-lhe plena autonomia para atuar, e garantiu ao Ministério Público, ao Judiciário e à Polícia Federal a mesma autonomia para investigar quem quisesse, em absoluto respeito à independência entre os poderes, algo antes não muito comum em nossa vida republicana.
"Começamos a romper com a impunidade de poderosos grupos que têm se articulado contra o interesse do país há muitos anos", anunciou o procurador Deltan Dallagnol, um dos responsáveis pelas investigações da Operação Lava Jato. "As investigações não param por aqui".
É a primeira vez que não apenas corruptos são denunciados, mas também os corruptores, até aqui sempre preservados nos casos de corrupção que há séculos abalam e sangram as instituições nacionais.
Com todos os problemas que enfrenta na política, na economia e na montagem do seu novo ministério, finalmente a presidente Dilma Rousseff tem todos os motivos do mundo para comemorar estas duas vitórias, que poderão representar um divisor de águas na vida brasileira para que, daqui para a frente, todos sejam, de fato, como determina a Constituição, iguais perante a lei.
Pode ser o fim do "sabe com quem está falando?" e do "leve vantagem em tudo". Em uma semana, o país mudou. Pelo menos, perdeu o medo de enfrentar a dura realidade.
Vida que segue.
 http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

JORNAIS EVITAM TRATAR DE SEU APOIO À DITADURA

Relatório coloca imprensa diante do espelho

Por Luciano Martins Costa em 11/12/2014 na edição 828
A apresentação do relatório final da Comissão da Verdade, em solenidade oficial, marca o momento histórico em que as instituições brasileiras são colocadas diante da escolha entre consolidar a democracia ou manter ao relento os fantasmas da ditadura.O destino do documento não é tão importante quanto as responsabilidades que ele coloca diante da sociedade, num contexto em que uma parcela da população, ainda que mínima, se sente encorajada a pedir a volta do regime de exceção.
Os três jornais de circulação nacional, que conduzem a agenda pública e ancoram os principais temas que circulam nas redes de comunicação, destacam o assunto em manchete e, em graus variados de sutileza, tratam de desencorajar o passo seguinte, que seria o processo de punição dos autores dos crimes de tortura, assassinato e desaparecimento de pessoas colocadas sob sua guarda.A leitura criteriosa de cada um deles revela que tanto o Globo quanto a Folha de S. Paulo e o Estado de S. Paulo prefeririam não ter que lidar com esse legado macabro.
Mas a História, como se sabe, se desenrola em conjuntos de espirais e de cada uma delas se pode confrontar, periodicamente, tudo aquilo que não foi resolvido em seu devido tempo.Assim como a corrupção de hoje reflete a impunidade de antigas falcatruas, a vergonha que agora atinge algumas entidades do Estado, principalmente as Forças Armadas, é um reflexo da tentativa inútil de abafar sob o pó do tempo aquilo que não pode ficar oculto.
Os 377 criminosos apontados pela Comissão da Verdade representam não apenas o lado mais obscuro do regime deletério, mas também fazem lembrar aqueles que colaboraram ativamente, passivamente, ou na sombra da omissão, para que os crimes fossem cometidos com tanta naturalidade ao ponto de se transformarem em processos quase burocráticos na rotina do aparato de repressão.Ativa, passiva ou na sombra da omissão, a imprensa tem sua parcela de responsabilidade, e nesta quinta-feira (11/12) pode-se observar como cada uma das grandes empresas de mídia reage diante do espelho.
Encarando o passado
Dos três principais diários do País, o único que evita abordar o assunto em editorial é a Folha de S. Paulo – que preferiu citar em nota curta o trecho do documento que se refere ao apoio que parte da imprensa deu ao golpe militar em 1964.
Também há referência ao trecho em que o relatório acusa a empresa Folha da Manhã de haver financiado a Oban (Operação Bandeirantes, nome que se deu a um dos grupos do sistema repressivo) e de ter cedido veículos para suas ações.O texto reconhece que "em 1964, a Folha apoiou o golpe, como quase toda a grande imprensa", mas nega que o jornal tenha dado suporte financeiro ao sistema repressivo ou emprestado carros de sua frota para as ações ilegais.
Não era necessário haver um esquema oficial: pelo menos dois dos jornais do grupo eram dirigidos por policiais e empregavam agentes ligados ao sistema, que faziam jornada dupla, servindo ao jornalismo e ao aparato do Estado e circulavam à vontade a bordo das peruas Veraneio pintadas de amarelo.
Estado de S. Paulo e o Globo encaram em editoriais o passado que, confessadamente, prefeririam ver esquecido. O jornal paulista propõe uma forma estranha de resolver pendências históricas, ao dizer que a Lei da Anistia cobre todos os atos daqueles tempos: "Não se tratava de perdoar crimes, mas de deixá-los no passado, no âmbito da história", diz o texto.O Globo alinha as virtudes do relatório, principalmente o fato de iluminar os porões da repressão e ajudar a "manter viva a memória dos horrores da ditadura", mas também se manifesta contra o julgamento dos acusados.
De modo geral, o conjunto das reportagens e trechos do documento citado e comentado pelos três diários contribui para dar ao leitor uma ideia do que foram aqueles tempos de horror.
Destaque-se o texto em que o Globo reproduz depoimentos de vítimas que sobreviveram às sevícias, cuja leitura ajuda a entender a extensão daqueles crimes.Observe-se também que o título escolhido pela Folha para a reportagem principal distorce o sentido de justiça, propósito original da Comissão da Verdade: "Acerto de contas", diz o jornal.
A linguagem jornalística tem dessas sutilezas.
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/relatorio_coloca_
imprensa_diante_do_espelho

quarta-feira, 26 de novembro de 2014

COMISSÃO DA VERDADE EM S. JOSÉ DOS CAMPOS RELATA CRIMES DA DITADURA

Comissão Nacional da Verdade relatará prisões de alunos no ITA

Audiência da Comissão da Verdade de São José. Foto: Arquivo/OVALE
Audiência da Comissão da Verdade de São José. Foto: Arquivo/OVALE
Registro é baseado em documentos e testemunhos coletados pela Comissão da Verdade de São José
Max RamonEditor de Política
A Comissão Nacional da Verdade, criada pelo governo federal para apurar crimes e violações de direitos ocorridos no país durante a ditadura militar (1964-1985), vai incluir em seu relatório final casos de perseguições políticas a professores, alunos e funcionários do ITA (Instituto Tecnoló-gico de Aeronáutica), de São José dos Campos.
O documento será apresentado no dia 10 de dezembro à presidente Dilma Rousseff (PT). Detalhes do relatório ainda são mantidos sob sigilo, mas O VALE apurou que o ITA deve ser citado em pelo menos dois capítulos: um que abordará violações de direitos no meio universitário e outro sobre crimes contra militares que não apoiavam a ditadura.
Considerado um dos principais centros de excelência do ensino superior do Brasil, o ITA está instalado dentro do DCTA (Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial), uma área militar.
Durante a ditadura, 21 alunos e 2 professores do instituto foram presos por suspeita de ligação com o proscrito Partido Comunista --para a linha dura militar, um “crime de subversão”. Todos eles acabaram expulsos da instituição, a maioria após meses de tortura nos porões do regime.

Cooperação. As menções ao ITA no relatório da Comissão Nacional da Verdade foram baseadas em informações levantadas pela Comissão da Verdade da Câmara de São José, criada no ano passado para apurar abusos cometidos na cidade durante a ditadura.
Por meio de um acordo de cooperação, cerca de 19.000 páginas com cópias de documentos relacionados ao período e transcrições de depoimentos --abordando não apenas as violações de direitos no ITA, mas também em outras instituições de ensino, na política, na imprensa e no meio sindical de São José-- foram enviadas pelo Legislativo à Brasília.
O relatório da comissão de São José será apresentado oficialmente no próximo dia 9.
“O interesse da Comissão Nacional é um sinal claro de que o nosso trabalho teve não apenas repercussão como eficácia”, disse o jornalista e ex-preso político Luiz Paulo Costa, que atuou como assessor voluntário do grupo.
Os abusos no ITA foram abordados em quatro audiências da Comissão de São José, que reuniram ex-alunos e ex-professores e até militares.

Memória. As prisões de alunos e professores do ITA ocorreram em três momentos.
As 14 primeiras (foram 12 alunos e 2 professores) aconteceram logo após o golpe militar, em 1964. Outros quatro acabaram presos depois da formatura de 1965, quando fizeram uma homenagem aos colegas perseguidos. Mais cinco alunos seriam detidos em 1975, logo após um movimento contra o projeto que pretendia obrigar todos os alunos do ITA a servirem à Aeronáutica --projeto que acabou barrado.
“O legado importante que deixaremos é a reflexão, pois para aqueles que ainda duvidavam São José teve sim pessoas perseguidas durante a ditadura”, disse a presidente da Câmara, Amélia Naomi (PT).
A Comissão da Verdade de São José foi batizada com o nome do ex-reitor do ITA Michal Gartenkraut, demitido do cargo em 2005 após conceder diplomas honorários a seis dos ex-alunos expulsos durante a ditadura. Ele morreu em julho de 2013, aos 66 anos. 
http://www.ovale.com.br/comiss-o-nacional-da-verdade-relatara-pris-es-de-alunos-no-ita-1.573883

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

JOVENS PRECISAM SABER MAIS SOBRE A DITADURA

sábado, 19 de julho de 2014

VALENTE COM MULHERES, BOLSONARO LEVA UM "CALA A BOCA!" DE JANDIRA FEGHALI

Jandira manda Bolsonaro se calar em discussão sobre Palestina

Jandira Feghali (PCdoB-RJ) manda Jair Bolsonaro (PP-RJ) se calar 

ao ser foi interrompida pelo deputado enquanto discursava contra 

os ataques de Israel em Gaza

Jandira Feghali (PCdoB-RJ) discursou contra os ataques promovidos pelo Estado 
de Israel na Faixa de Gaza. A deputada federal estava acompanhada por outros 
colegas na Câmara, que manifestavam sua indignação aos recentes bombardeios 
da Palestina.
“A nossa contundência é contra a política sionista do Estado de Israel, que 
assassina de forma beligerante, com o apoio dos Estados Unidos, crianças, 
mulheres, idosas e população civil”, protestou Jandira. “Desde 1948 estão quase 
em cárcere privado. Sem direito de ir e vir, sem direito a voto, sem acesso à saúde, 
separados por um muro”.

http://www.pragmatismopolitico.com.br/2014/07/jandira-manda-bolsonaro-
calar-boca-em-discussao-sobre-palestina.html

quarta-feira, 30 de abril de 2014

TEMOS VERGONHA NA CARA, OU NOS ACOVARDAMOS PELO ARBÍTRIO?

De Francisco Costa no Facebook

brasil-mensalao-condenados-prisao-policia-federal-jose-dirceu-20131115-13-size-598

Um sujeito é preso, num processo viciado em sua origem e manipulado com “jogadas” escusas, onde se inclui a não consideração de documentos inseridos nos autos, e que o beneficiariam, a supressão temporária de outros documentos, o que, em si é crime, e que também beneficiariam o réu; o processo é retido até poucos dias antes do encerramento do prazo de defesa, cerceando a defesa, deixando os advogados com horas para ler, reler e analisar milhares de folhas, com depoimentos contraditórios, provas insustentáveis, e só então estabelecer estratégias e redigir a defesa, frágil, por falta de tempo em sua elaboração.
Não bastasse, é criado um procedimento paralelo em segredo de justiça, ao qual os defensores do réu não têm acesso e, para piorar, nem todos os do colegiado de ministros que julgaram o réu.
E sai a sentença: condenação, por chefiar uma quadrilha, em regime semi-aberto, com direito a trabalhar extra muros, portanto.
Posteriormente esse mesmo tribunal, com os mesmos membros no colegiado, conclui que não houve formação de quadrilha, o que obrigaria a revisão do processo do sujeito, chefe da quadrilha que agora ganhou aspas, por inexistente. Mas o sujeito continua preso, sem revisão de pena, mas não basta.
Como na Ditadura Militar e em todas as tiranias, prender não basta, é preciso perseguir, desmoralizar, levar ao opróbrio, humilhar, despir de toda e qualquer dignidade.
E o sujeito, em vã tentativa de apagar uma biografia infinitamente maior e mais rica do que a dos seus algozes, é fotografado algemado e com uniforme de presidiário, exatamente o mesmo uniforme dos narcotraficantes que sustentam parte do Legislativo e do Judiciário brasileiros, quer com propinas, quer elegendo membros de quadrilhas ou seus representantes.
Mas resta ainda um último esgar de dignidade, um fio de humanidade, uma última oportunidade do exercício do brio, o trabalhar, ser produtivo.
Mas há que se cercear isso também, e é barrado no primeiro emprego, um hotel, porque o seu proprietário tem contas em paraíso fiscal, o mesmo paraíso onde políticos, magistrados e empresários brasileiros têm também, inclusive a tevê Globo, porta voz do lixo nacional.
Depois descobre-se que o preso tem regalias: usa telefone celular intramuros. É feita a perícia, o rastreamento eletrônico, a escuta, e descobre-se que não usou de tal expediente. Mas ele quer trabalhar, e então descobre-se nova regalia: ele recebeu visita fora do horário regimental. Investiga-se e conclui-se que era um Defensor Público, que tem acesso irrestrito às dependências prisionais, e que indo lá, para resolver problema de outro preso, talvez pela notoriedade histórica do sujeito, resolveu conversar com ele também. E o emprego é protelado.
Mas ele quer trabalhar, tem que trabalhar, precisa trabalhar, e há que se criar motivos para impedir isso, e na imprensa explode a notícia de que houve “feijoada no presídio”.
Nova investigação: houve. O sujeito comprou uma latinha de feijoada, dessas comuns, safadas, cheias de produtos químicos, encontrada em qualquer birosca de esquina, ao preço de oito reais.
Desfeita a farsa da feijoada, era preciso novos questionamentos, e apareceram: de onde veio e, se comprada, com que dinheiro (talvez tenham imaginado mensalões na cadeia).
A origem? A cantina, no interior da própria cadeia. A fonte escusa do dinheiro? Cada preso tem direito a ter em seu poder, levado pela família, até cento e vinte e cinco reais.
Os depoimentos dos demais presos em relação ao sujeito, e dos próprios funcionários do sistema, é de que é calado, lê muito, pouco fala, é extremamente disciplinado, e um dos mais voluntariosos e empenhados nos serviços internos, a começar pelos serviços de varrer e lavar as galerias, celas e pátios da cadeia.
Sem mais ter do que acusar e como protelar os direitos do preso, o seu algoz, inimigo pessoal, o que jamais seria de se esperar de quem detêm cargo público, principalmente togado, mais que ministro de um Poder, o legislativo, que existe justamente para garantir a dignidade humana, para proteger o ser humano, o seu presidente, autorizou a ida de uma comissão de deputados, da Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional, ontem, à cadeia.
Fizeram parte dessa comissão quatro deputados da oposição ao partido do sujeito e um do seu partido: Mara Gabrilli (PSDB), Arnaldo Jordy (PPS), Jean Willys (PSOL), Luiza Erundina (PSB) e Nilmário Miranda (PT).
O que constataram foi que o sujeito tem uma pequena televisão e muitos livros em sua cela, mais nada, sendo o preso que tem o menor número de objetos em seu poder.
Na saída, a farsesca, tendenciosa, golpista e abjeta mídia brasileira, pôs câmeras e microfones a disposição de Mara Gabrilli (PSDB) e Arnaldo Jordy (PPS), ignorando Jean Willys e Luiza Erundina, por sabê-los éticos, embora de oposição, e Nilmário Miranda, por ser do partido do sujeito, quando ficamos sabendo que a cela do sujeito é maior que a dos demais, melhor iluminada e ele tem muitas regalias, ao contrário dos depoimentos dos outros três: igual a dos demais presos e cheia de infiltrações.
Esse sujeito, que tratei assim, sem nomear, para facilitar uma leitura isenta e para mostrar como se despe um homem da sua importância, tem nome: José Dirceu.
O algoz, arremedo de pequeno tirano, marionete da mídia e de partidos da oposição, que lhe movem os cordões, também tem nome: Joaquim Barbosa.
Quanto aos depoimentos dos membros da comissão, a deputada Mara Gabrilli, a que descobriu ser a cela de Dirceu maior e melhor iluminada, com regalias, ela é aleijada, cadeirante, e por isso mesmo não teve como chegar nas celas, segundo Willys, Erundina e Nilmário.
Estamos assistindo a isso com passividade e quase indiferença porque perdemos a vergonha na cara ou porque nos tornamos covardes?
http://www.ligiadeslandes.com.br/01/05/2014/perdemos-a-vergonha-na-cara-ou-nos-tornamos-covardes/

SÁDICOS QUEREM VER ZÉ DIRCEU SOFRER MAIS DO QUE SUA PENA


sábado, 26 de abril de 2014

DONO DA FOLHA ERA AMIGO PESSOAL DOS TORTURADORES

Ex-delegado: Folha financiava repressão; Frias visitava o DOPS

publicado em 24 de abril de 2013 às 10:15

Cláudio Guerra afirmou que os recursos vinham de bancos, como o Banco Mercantil do Estado de São Paulo, e empresas, como a Ultragas e o jornal Folha de S. Paulo. “Frias (Otávio, então dono do jornal) visitava o DOPS, era amigo pessoal de Fleury”
O ex-delegado da Polícia Civil Claudio Guerra afirmou nesta terça-feira, à Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, que foi o autor da explosão de uma bomba no jornal O Estado de S. Paulo, na década de 1980, e afirmou que a ditadura, a partir de 1980, decidiu desencadear em todo o Brasil atentados com o objetivo de desmoralizar a esquerda no País.
“Depois de 1980 ficou decidido que seria desencadeada em todo o País uma série de atentados para jogar a culpa na esquerda e não permitir a abertura política”, disse o ex-delegado em entrevista ao vereador Natalini (PV), que foi ao Espírito Santo conversar com Guerra.
No depoimento, Guerra afirmou que “ficava clandestinamente à disposição do escritório do Sistema Nacional de Informações (SNI)” e realizava execuções a pedido do órgão.
Entre suas atividades na cidade de São Paulo, Guerra afirmou ter feito pelo menos três execuções a pedido do SNI. “Só vim saber o nome de pessoas que morreram quando fomos ver datas e locais que fiz a execução”, afirmou o ex-delegado, dizendo que, mesmo para ele, as ações eram secretas.
Guerra falou também do Coronel Brilhante Ustra e do delegado Sérgio Paranhos Fleury, a quem acusou de tortura e assassinatos. Segundo ele, Fleury “cresceu e não obedecia mais ninguém”. “Fleury pegava dinheiro que era para a irmandade (grupo de apoiadores da ditadura, segundo ele)”, acusou.
O ex-delegado disse também que Fleury torturava pessoalmente os presos políticos e metralhou os líderes comunistas no episódio que ficou conhecido como Chacina da Lapa, em 1976.
“Eu estava na cobertura, fiz os primeiros disparos para intimidar. Entrou o Fleury com sua equipe. Não teve resistência, o Fleury metralhou. As armas que disseram que estavam lá foram ‘plantadas’, afirmo com toda a segurança”, contou.
Guerra disse que recebia da irmandade “por determinadas operações bônus em dinheiro”. O ex-delegado afirmou que os recursos vinham de bancos, como o Banco Mercantil do Estado de São Paulo, e empresas, como a Ultragas e o jornal Folha de S. Paulo. “Frias (Otávio, então dono do jornal) visitava o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), era amigo pessoal de Fleury”, afirmou.
Segundo ele, a irmandade teria garantido que antigos membros até hoje tivessem uma boa situação financeira.
‘Enterrar estava dando problema’
Segundo Guerra, os mortos pelo regime passaram a ser cremados, e não mais enterrados, a partir de 1973, para evitar “problemas”. “Enterrar estava dando problema e a partir de 1973 ou 1974 começaram a cremar. Buscava os corpos da Casa de Morte, em Petrópolis, e levava para a Usina de Campos”, relatou.


http://www.viomundo.com.br/denuncias/ex-delegado-recursos-vinham-de-empresas-como-a-folha-frias-visitava-o-dops-era-amigo-pessoal-de-fleury.html



sexta-feira, 25 de abril de 2014

ENTENDA A REVOLUÇÃO DOS CRAVOS, ARTIGO EM "OUTRAS PALAVRAS", 2012

O que foi a Revolução Portuguesa