Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da presidência determinou reforço e procedimento especial para garantir a segurança da presidente Dilma durante o desfile do Dia da Independência em Brasília; ordem veio depois que o advogado Matheus Sathler Garcia publicou um vídeo ameaçando "arrancar" a cabeça de Dilma Rousseff; Polícia Federal já instaurou inquérito contra o ex-candidato a deputado pelo PSDB e fez buscas em sua casa, mas não o encontrou para notificá-lo sobre investigação, cujo requerimento foi apresentado pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS); suspeita é de que ele esteja em São Paulo; presidente da OAB, Marcus Vinícius Coêlho, também determinou abertura de processo disciplinar contra Sathler; em novos vídeos, o terrorista reitera ameaças a Dilma caso ela não renuncie
4 DE SETEMBRO DE 2015
Gisele Federicce, 247 – O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) da Presidência da República, general José Elito Carvalho Siqueira, determinou que haja reforço e um procedimento especial de segurança para a presidente Dilma Rousseff durante o desfile em comemoração ao Dia da Independência, na próxima segunda-feira 7, em Brasília.
A determinação ocorre depois de o advogado Matheus Sathler Garcia ter publicado um vídeo nas redes sociais em que ameaça "arrancar a cabeça" de Dilma em protestos no Sete de Setembro, caso ela não renuncie ao seu mandato até um dia antes. O ex-candidato a deputado pelo PSDB em 2014 também sugeriu que Dilma se suicide.
Após requerimento de investigação apresentado pelo deputado Paulo Pimenta (PT-RS) à Polícia Federal e ao Ministério da Justiça diante das ameaças contra Dilma, a corporação abriu um inquérito para apurar o caso. O presidente nacional da OAB, Marcus Vinícius Coêlho, também determinou abertura de processo disciplinar contra o advogado.
Os agentes da PF chegaram a fazer buscas na casa de Sathler, em Brasília, mas não o encontraram para notificá-lo. A suspeita é de que o tucano esteja em São Paulo, onde deve participar de manifestações contra o governo no feriado, junto a movimentos que pregam o golpe na capital paulista.
Na busca pelo ex-candidato tucano, agentes da PF conversaram com seus familiares, que argumentaram que ele passa por um "momento difícil" e sofre de "em surto", motivos pelos quais teria publicado as ameaças contra a presidente e, ainda, não teria se intimidado e publicado novos vídeos, mesmo depois das providências judiciais.
Desde o vídeo da ameaça a Dilma, o advogado já postou outros seis em seu canal no Youtube. Em um deles, se dedica a criticar Paulo Pimenta, a quem chama de "deputadozinho", por ter pedido investigação contra ele. No mais recente, intitulado "O povo quer a cabeça da Dilma no 7/9", publicado nesta sexta-feira 4, ele se autoproclama "advogado do povo", diz que "o povo colocou o PT no poder por engano" e reitera suas ameaças contra a presidente.
"Já era, Dilma. A mensagem tá dada. Sete de Setembro o povo tá indo pras ruas pra resolver essa parada", diz ele. Em outros vídeos, em que responde a perguntas, chama o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de "fanfarrão", diz que o senador Aécio Neves "pensa que é dono do PSDB", por ter ameaçado expulsá-lo do partido, afirma não se arrepender de suas declarações sobre Dilma que, segundo ele, não são ameaças. "O que deixei claro, e volto a reafirmar, é que caso a Dilma não renuncie, o povo vai agir. Depois que agir, aí já vai ser tarde".
Em declaração ao 247, o deputado Paulo Pimenta rebateu as acusações de Sathler: "claramente este é um movimento que tem duas intenções: motivar e estimular atos mais violentos, agressivos por mais pessoas no Brasil e nesses grupos anti-governo durante os protestos. E, por outro lado, quando ele me ameaça, tem o objetivo de intimidar não só a mim, mas todos aqueles que tomam providências contra ele".
Em suas contas nas redes sociais, o advogado, que causou polêmica ao sugerir os "kit macho" e "kit fêmea" para as escolas, posta comentários homofóbicos e agressivos. No PSDB, há tempos vem causando constrangimento. Depois da ameaça contra Dilma, o presidente do diretório da sigla no Distrito Federal, deputado Izalci Lucas, afirmou que as posições de Sathler não representavam o partido e informou que ele deve ser alvo de processo no Conselho de Ética da legenda.
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