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sexta-feira, 2 de maio de 2014

SEM JUDICIÁRIO, A CORRUPÇÃO GRASSA EM TAUBATÉ

Doadora de Ortiz Junior ganha seis contratos da prefeitura

Fachada da Only Entretenimentos Ltda em Tremembé. Foto: Rogério Marques
Fachada da Only Entretenimentos Ltda em Tremembé. Foto: Rogério Marques


Firma tem como sócio dirigente do PP, um dos partidos que apoiaram campanha tucana; governo diz ter agido dentro da lei
Julio Codazzi
Taubaté
A empresa Only Entretenimentos Ltda. ME, que na eleição de 2012 doou --e ao mesmo tempo recebeu --R$ 15 mil para a campanha do então candidato a prefeito de Taubaté Ortiz Junior (PSDB), firmou somente em 2013 seis contratos com o governo do tucano, que já lhe renderam R$ 888.494,25.
Com sede em Tremembé, a firma tem como sócio-majoritário o vice-presidente do dire-tório do PP daquele município, Osvaldo de Almeida.
Em Taubaté, o PP foi uma das 14 siglas que formaram a coligação de apoio a Ortiz na eleição do ano retrasado.
O diretório municipal taubateano do partido, aliás, participa ativamente do governo Ortiz, já que seu presidente, Athaide Amaral, é secretário de Segurança da Prefeitura.

Serviço. Em 2013, a Only Entretenimentos venceu seis pregões para prestação de serviço de locação de gerador, palco, sonorização, iluminação, tendas e estandes para eventos do município.
Todos esses pregões são de registro de preço. Por um período de 12 meses após a assinatura do contrato, a empresa fica responsável por atender à demanda da prefeitura.
Em três dos certames (gerador, palco e iluminação), a Only tornou-se a única fornecedora. Nos outros três, ela divide o contrato com mais firmas, mas é a principal requisitada.
Criada em 2007, a Only prestou serviços para a prefeitura também entre 2009 e 2012, no segundo mandato de Roberto Peixoto (PEN).
Segundo dados do Portal da Transparência, todos os contratos firmados entre as partes durante esses quatro anos somaram R$ 648.275.

Doação. Assim como outras 30 pessoas físicas ou jurídicas, a Only doou à campanha tucana de 2012 o mesmo valor que teria recebido da mesma.
Segundo informações prestadas por Ortiz à Justiça Eleitoral, a empresa doou R$ 15 mil para sua campanha no dia 23 de outubro de 2012. No mesmo dia, teria recebido do comitê do candidato o mesmo valor.
Procurado pelo O VALE, o sócio-majoritário da empresa disse que não doou dinheiro à campanha, e apenas auxiliou o tucano com serviços.
“Não houve doação de espécie, houve cessão de painel de LED e caminhão de som para a campanha. Eu não sei porque a prestação de contas foi feita dessa forma, nem sei da parte legal, se está certo ou errado”.
Almeida disse ter sido procurado por coordenadores da campanha de Ortiz, que teriam dito que “estavam sem dinheiro”, e que por isso ajudou.
“Ajudei candidatos em Taubaté, Tremembé e no Estado do Rio, que é a nossa principal atuação. Não ajudo por negócio, e sim por amizade. Um dia pode ter um buraco na porta da minha casa e terei que pedir ajuda também”.

Certame. O prefeito não comentou a doação feita à campanha. Em nota, o governo tucano disse que os pregões foram “realizados dentro da legislação vigente pelo município”.
O sócio da Only negou que tenha sido beneficiado por Ortiz nos certames após a doação para sua campanha.
“O pregão dá transparência para a licitação. É uma disputa de preços, não ganha quem o prefeito quer. Nas licitações, tivemos mais de 10 concorrentes. Não tenho ligação política, forneci para a prefeitura com o Peixoto”, afirmou.
A prefeitura não informou o número de empresas que participou de cada certame.

PT levanta suspeita sobre relaçãoO vereador Salvador Soares (PT), que faz oposição ao prefeito na Câmara, classificou como suspeita e imoral a relação entre prefeito e empresa. “É uma informação que precisa ser enviada urgentemente para o Ministério Público e para a Justiça Eleitoral. Parece que o prefeito está pagando o que foi doado para a campanha dele. É algo inadmissível”.
http://www.ovale.com.br/doadora-de-ortiz-junior-ganha-seis-contratos-da-prefeitura-1.524858

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

JUNINHO ORTIZ, MAIS CHICANAS PARA GANHAR TEMPO

ORTIZ JR APELA AO TSE PARA BARRAR
JULGAMENTO DA "LAVANDERIA TUCANA"

O “exército” de advogados que defendem os interesses do futuro ex-prefeito de Taubaté protocolaram na última segunda-feira (27/01), no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), agravo de instrumento para tentar barrar o julgamento da “lavanderia tucana”.

Na mesma segunda-feira, a juíza eleitoral de Taubaté, Sueli Zeraik, despachava na AIJE 952-92.2012.6.26.0141, mandando intimar as partes (réus, testemunhas e ministério Público) para a produção de provas, se assim o desejarem.

Clique aqui para ler a matéria que publicamos quinta-feira (30/01), contendo o andamento do processo eleitoral que deverá ser julgado em Taubaté por determinação do TRE de São Paulo.

O agravo de instrumento impetrado por Ortiz Junior está nas mãos do ministro João Otávio de Noronha, relator do recurso eleitoral, que, por sua vez, entregou ao Ministério Público Eleitoral na sexta-feira (31/01) para vista e emissão de parecer.

Fica cada vez mais claro que o objetivo de Ortiz Junior é procrastinar o andamento do processo eleitoral, que não pode ser deslindado em Taubaté até o TSE se manifestar sobre a pendenga.

A defesa do tucano usará de todos os recursos possíveis para impedir que Ortiz Junior, dono da campanha eleitoral mais milionária jamais vista na história política de Taubaté, tenha sua “lavanderia” julgada.

Testemunhas não faltam: tem ex-militar, tem primo do deputado federal Gabriel Chalita (PMDB), tem funcionários da FDE, tem “doação” de Bernardo Ortiz, que não paga nem cafezinho para seus colaboradores, de ex-cabos-eleitorais, tem... testemunhas não faltam, basta convocá-las.
http://www.iranilima.com/2014/02/ortiz-jr-apela-ao-tse-para-barrar.html

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

2013, ANÁLISE DO ANO PERDIDO EM TAUBATÉ

TAUBATÉ: POLITICAMENTE,
2013 FOI UM ANO PERDIDO

Antonio Barbosa Filho, jornalista

Dezembro é o mês de fazermos balanços de tudo que aconteceu conosco, com a cidade, o país e o mundo. Cada um fará sua avaliação, em cada área de atividade social e na sua própria vida. Como uma análise mais ampla escapa à nossa capacidade de acompanhar todos os fatos, restrinjo-me a uma breve análise do ano político, e só em Taubaté - o que já é um pequeno universo.

Começando pela Câmara Municipal, que teve o primeiro ano de uma nova Legislatura, com número de vereadores ampliado e, portanto, alguma renovação. Renovação sempre traz esperanças: novas pessoas, nova composição do Legislativo, novas ideias e práticas.

Infelizmente, ao contrário do que sinceramente gostaria, não posso dizer que tais expectativas se concretizaram. Se tivesse que dar uma nota - e se minha opinião valesse alguma coisa além de um ponto-de-vista de quem acompanha mais ou menos de perto os fatos - seria um "5", numa escala de zero a dez. Assistindo as sessões pela TV Câmara, desde a posse dos atuais vereadores, vi momentos constrangedores, que envergonhariam o Legislativo em qualquer parte do mundo. Quando um parlamentar usa a tribuna para chamar o chefe de outro Poder, o prefeito, de "meu chefe" e "meu líder" - e nem são do mesmo partido! - isso constitui um ato de ato de humilhação que os eleitores não merecem. Para mim é falta de decoro, pura e simplesmente. E vi tal cena degradante acontecer.

Ninguém negará a boa vontade da maioria, se não da totalidade, dos nobres edís, em atender os cidadãos, prestar pequenos favores, fazer a miudeza do seu mandato. Mas isso é muito pouco, e tem mais a ver com seus interesses eleitorais do que com a Grande Política que a cidade tem o direito de esperar de sua Vereança. Os debates, com raras exceções, foram medíocres. Nem me refiro à notória falta de capacidade de alguns de, até, usarem a Língua Portuguesa com um mínimo de correção. Sempre fui a favor do voto do analfabeto e, consequentemente, do seu direito à representar o Povo. Falar errado não tira a seriedade do vereador - quando ele a tem. E aí é que a coisa pega, tanto entre vereadores de menor preparo intelectual como entre alguns que frequentaram os bancos universitários até o mais alto nível.

Uma Câmara que, em sua absoluta maioria, entrega-se a obedecer as ordens e desejos do Executivo está renunciando ao seu principal mandato e função, qual seja, o de fiscalizar o prefeito, falar em nome da população confrontando as carências da cidade com os planos e atos do administrador maior. Se for para coonestar tudo que o prefeito quer, a Câmara torna-se desnecessária: bastam os assessores e alguns jornalistas de aluguel para incensarem e aprovarem tudo que vem do Palácio da Av. Tiradentes.

Portanto, com todo respeito, mas procurando ser um observador isento, acho que a Câmara, neste 2013, deixou muito a desejar. É triste ver o vereador Salvador Soares falando sozinho em nome dos humilhados servidores municipais, denunciando licitações suspeitas ao Ministério Público e, muitas vezes, sendo ridicularizado por certa mídia comprometida. Espero, sinceramente, que no final de 2014 eu possa publicar uma lista que abranja a maioria, de bons vereadores e vereadoras, que só eu só tenha elogios a fazer. Mas, 2013, no meu ponto-de-vista, foi lamentável.

A CASSAÇÃO

Os que, por generosidade, acompanham meus artigos no Diário de Taubaté e nas redes sociais, sabem que não posso ser tão condescendente com o prefeito-cassado Juninho Ortiz. Parto do princípio que de ele ocupa um cargo que conquistou mediante métodos ilegais e imorais, e por isso, não posso respeitar sequer sua investidura. Ocupa um lugar que não lhe pertence e do qual espero que brevemente seja despejado pelo Judiciário.

Mesmo assim, eu gostaria muito de ver a cidade avançando, mesmo administrada por um despreparado como Juninho. Afinal, há secretários bem-intencionados, o funcionalismo luta com dificuldades para cumprir seus deveres, etc. Elogio, por exemplo, os festivais de Teatro, de Música, a administração do Teatro Metrópole, que são setores ligados à minha área de predileção.

Mas a prioridade, em qualquer cidade, está na Saúde, na Educação e, hoje em dia, no Trânsito. E aí só tivemos desastres: ouso dizer que Taubaté nunca esteve tão mal - e olhem que nunca esteve perto de 100%! Piorou muito desde a posse dos Ortizes. O pouco que foi feito foi na base da improvisação total, com a Administração tentando apagar incêndios ao invés de prevení-los. Juninho nunca teve um plano de governo, teve um plano de marketing para vencer a eleição na base dos muitos milhões. É vazio, sua capacidade administrativa simplesmente não existe!

Veja-se o trânsito, onde vivemos o jogo da "tentativa e erro", ou seja: muda-se aqui, prá ver se "cola"; se der problemas a gente muda de novo. Foi um ano de experiências, falta de diálogo (perguntem a qualquer taxista) e mudanças feitas na prancheta do engenheiro, sem nenhuma noção da realidade vivida pelos interessados, que somos todos nós. Quando o prefeito-cassado ameaçou romper com a ABC Transportes, escrevi: é um blefe. Infelizmente, eu estava certo: os serviços continuam os mesmos, de baixíssima qualidade, e o assunto foi enterrado pela maioria (sei que há pessoas lutando, sem muita esperança, por soluções mais definitivas, e as aplaudo).

Da mesma maneira na área do funcionalismo. Pelo que conheço dos Ortizes (neste caso o pai, prof. Bernardo), eles jamais deram qualquer valor ao funcionalismo. Se pudessem, comprariam robôs para substituírem todos os trabalhadores da Prefeitura. Haja vista as demissões a pretexto de economia, logo substituídas por contratações políticas. Uma vergonha perfeitamente previsível. Só lamento que boa parte dos servidores caiu no erro de votar nos seus próprios algozes - e resisto ao que muitos me aconselham a dizer: bem-feito!

Para não estender-me: o pior de tudo é a Saúde. Todos os taubateanos viram que Juninho só tinha um plano para o setor, que era privatizar, entregar toda a estrutura física e pessoal a empresas privadas ou às assim chamadas OS, Organizações Sociais (que, obviamente, são sim lucrativas, embora seus estatutos o neguem, para obedecerem às leis). Não são grupos de voluntários, nem de caridade. É falso dizer que a Administração direta é incapaz de gerir a Saúde. Aliás, eu pergunto: por que ninguém quer privatizar ou assumir o combate à Dengue? E respondo: porque prevenção, saúde pública, não enriquece ninguém. Contestem-me, por favor, os defensores da privatização indiscriminada.

Portanto, acho que Taubaté perdeu um ano na sua vida Política. Fosse a Justiça Eleitoral mais ágil (como determinam as leis e as instruções do Superior Tribunal Eleitoral) e teríamos superado os impasses de 2012, realizado nova eleição, empossado novos prefeito e vice - como aconteceu em mais de 50 cidades brasileiras desde fevereiro último. Foi a lentidão inexplicável da sra. juíza eleitoral, dra Sueli Zeraik, uma magistrada competente mas muito tímida na hora de enfrentar réus de grande influência política e econômica, que fez de 2013 um ano políticamente morto. E a cidade atrasa-se devido a isso.