Revista “esquerdista” fala em guerra de classes mundial
por Luiz Carlos Azenha
Primeiro foi o Nouriel Roubini que, em entrevista ao revolucionário Wall Street Journal, disse que Marx estava certo.
Agora, aquela revista esquerdista chamada Forbes publicou um texto muito disseminado nas redes sociais nos Estados Unidos.
No artigo, Joel Kotkin elenca uma série de números:
* 1 milhão de jovens britânicos estão desempregados
* 50% das crianças de Londres vivem na pobreza
* 20% dos adolescentes americanos estão desempregados, taxa que chega a 50% em Washington
* dois quintos dos americanos que tem 18 e 19 anos de idade estão desempregados ou fora da força de trabalho
* 43% dos americanos brancos sem diploma universitário avaliam que a vida está piorando.
Ele escreve:
“O endurecimento das divisões de classe tem se acumulado por uma geração, primeiro no Ocidente mas crescentemente em países de rápido desenvolvimento como a China. A crescente divisão de classes tem suas raízes na globalização, que custou empregos aos colarinhos azuis e agora mesmo aos colarinhos brancos; na tecnologia, que permitiu a empresas e indivíduos mais ricos mudar suas operações com velocidade rápida para qualquer lugar; e na secularização da sociedade, que solapou os valores tradicionais do trabalho e da família que eram básicos do capitalismo de raízes desde suas origens.
Todos estes fatores podem ser vistos nos distúrbios britânicos. Relações raciais e com a polícia tiveram um papel, mas entre os amotinados havia mais que gente das minorias ou gangsters. Como o historiador britânico James Heartfield sugeriu, os amotinados refletiram um rompimento mais amplo do “sistema social britânico”, particularmente o “sistema de trabalho e de recompensa”.Nas primeiras décadas do século 20, jovens da classe trabalhadora poderiam contar com trabalho na vibrante economia industrial do Reino Unido e, mais tarde, no crescente setor público largamente financiado pelos ganhos [financeiros] da City e ao crédito. Hoje, o setor industrial encolheu e está irreconhecível. A crise financeira solapou o crédito e a capacidade do governo de bancar o estado de bem estar social”.
Mais adiante:
“A perspectiva de um crescente conflito de classe existe mesmo na China, onde a desigualdade social é uma das piores do mundo. Não causou surpresa uma pesquisa conduzida pela Academia de Ciências Sociais de Zhejiang mostrando que 96% dos entrevistados sentem “ressentimento contra os ricos”. Enquanto o Tea Party e os esquerdistas nos Estados Unidos acusam o capitalismo entre amigos do regime Bush-Obama-Bernanke, os trabalhadores e os chineses de classe média estão diante de uma classe governante hegemônica que consiste de autoridades e capitalistas ricos. Que isso se dá sob um regime supostamente “marxista-leninista” é ao mesmo tempo irônico e obsceno”.
Diante disso, ele prevê que a onda mundial de distúrbios vai se espalhar e chegará aos Estados Unidos.
Com as bolsas de valores derretendo mais uma vez, é sempre bom ficar de olho nos alertas destas publicações esquerdistas como o Wall Street Journal e a Forbes.
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