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quarta-feira, 28 de maio de 2014

"CRISE" SÓ AUMENTOU A DESIGUALDADE, OBJETIVO DO CAPITALISMO

O pavor dos abastados



Por Leonardo Boff, no site da Adital:

Está causando furor entre os leitores de assuntos econômicos, economistas e principalmente pânico entre os muito ricos um livro de 700 páginas escrito em 2013 e publicado em muitos países em 2014. Transformou-se num verdadeiro best-seller. Trata-se de uma obra de investigação, cobrindo 250 anos, de um dos mais jovens (43 anos) e brilhantes economistas franceses, Thomas Piketty. O livro se intitula "O capital no século XXI” (Seuil, Paris 2013). Aborda fundamentalmente a relação de desigualdade social produzida por heranças, rendas e principalmente pelo processo de acumulação capitalista, tendo como material de análise particularmente a Europa e os USA.

A tese de base que sustenta é: a desigualdade não é acidental, mas o traço característico do capitalismo. Se a desigualdade persistir e aumentar, a ordem democrática estará fortemente ameaçada. Desde 1960, o comparecimento dos eleitores nos USA diminuiu de 64% (1960) para pouco mais de 50% (1996), embora tenha aumentado ultimamente. Tal fato deixa perceber que é uma democracia mais formal que real.

Esta tese sempre sustentada pelos melhores analistas sociais e repetida muitas vezes pelo autor destas linhas, se confirma: democracia e capitalismo não convivem. E, se ela se instaura dentro da ordem capitalista, assume formas distorcidas e até traços de farsa. Onde ela entra, estabelece imediatamente relações de desigualdade que, no dialeto da ética, significa relações de exploração e de injustiça. A democracia tem por pressuposto básico a igualdade de direitos dos cidadãos e o combate aos privilégios. Quando a desigualdade é ferida, abre-se espaço para o conflito de classes, a criação de elites privilegiadas, a subordinação de grupos, a corrupção, fenômenos visíveis em nossas democracias de baixíssima intensidade.

Piketty vê nos USA e na Grã-Bretanha, onde o capitalismo é triunfante, os países mais desiguais, o que é atestado também por um dos maiores especialistas em desigualdade Richard Wilkinson. Nos USA executivos ganham 331 vezes mais que um trabalhador médio. Eric Hobsbawn, numa de suas últimas intervenções antes de sua morte, diz claramente que a economia política ocidental do neoliberalismo "subordinou propositalmente o bem-estar e a justiça social à tirania do PIB, o maior crescimento econômico possível, deliberadamente inigualitário”.

Em termos globais, citemos o corajoso documento da Oxfam Intermón, enviado aos opulentos empresários e banqueiros reunidos em Davos em janeiro deste ano como conclusão de seu relatório "Governar para as elites, sequestro democrático e desigualdade econômica”: 85 ricos têm dinheiro igual a 3,57 bilhões de pobres do mundo.

O discurso ideológico aventado por esses plutocratas é que tal riqueza é fruto de ativos, de heranças e da meritocracia; as fortunas são conquistas merecidas, como recompensa pelos bons serviços prestados. Ofendem-se quando são apontados como o 1% de ricos contra os 99% dos demais cidadãos, pois se imaginam os grandes geradores de emprego.

Os prêmios nobéis J. Stiglitz e P. Krugman têm mostrado que o dinheiro que receberam do Governo para salvarem seus bancos e empresas mal foram empregados na geração de empregos. Entraram logo na ciranda financeira mundial que rende sempre muito mais sem precisar trabalhar. E ainda há 21 trilhões de dólares nos paraísos fiscais de 91 mil pessoas.

Como é possível estabelecer relações mínimas de equidade, de participação, de cooperação e de real democracia quando se revelam estas excrecências humanas que se fazem surdas aos gritos que sobem da Terra e cegas sobre as chagas de milhões de co-semelhantes?

Mais informações no sítio:
http://altamiroborges.blogspot.dk/2014/05/o-pavor-dos-abastados.html#more

segunda-feira, 26 de maio de 2014

ENTENDA PORQUE O CAPITALISMO SERVE APENAS AO 1% MAIS RICO

Artigo de David Harvey, no importante sítio Outras Palavras, traz uma interessante análise sobre o best-seller do momento no mundo das finanças e da política mundiais, "O Capital no Século XXI" , do francês Thomas Piketty. Selecionei apenas três parágrafos, recomendando a leitura da íntegra no link que está ao final: 



"Como Alan Budd, um conselheiro econômico de Margaret Thatcher, confessou num momento em que baixou a guarda: as políticas anti-inflação dos anos 1980 mostraram-se “uma maneira muito boa de aumentar o desemprego, e aumentar o desemprego era um modo extremamente desejável de reduzir a força das classes trabalhadoras… o que foi construído, em termos marxistas, como uma crise do capitalismo que recriava um exército de mão de obra de reserva, possibilitou que os capitalistas lucrassem mais do que nunca.” A disparidade entre a remuneração média dos trabalhadores e dos executivos-chefes era cerca de trinta para um em 1970. Hoje está bem acima de trezentos para um e, no caso do MacDonalds, cerca de 1200 para um."

* * *


"Ali pelo final dos anos 1960, ficou claro para vários capitalistas que eles precisavam fazer alguma coisa a respeito do excessivo poder do trabalho. Por isso, Keynes foi excluído do panteão dos economistas respeitáveis, o pensamento de Milton Friedman deslocou-se para o lado da oferta, e teve início uma cruzada para estabilizar, se não para reduzir a tributação, desconstruir o Estado social e disciplinar as forças do trabalho. Depois de 1980, houve uma queda nas taxas mais altas de imposto e os ganhos do capital – uma grande fonte de renda dos ultra ricos – passaram a ser tributados por taxas muito menores nos EUA, aumentando enormemente o fluxo de capital do 1% do topo da pirâmide."

* * *

 "Mas o resultado foi uma bolha de ativos fadada a estourar, como aconteceu em 2007-2008, levando consigo o banco de investimento Lehman Brothers, juntamente com o sistema de crédito. Entretanto, enquanto tudo e todos se davam mal, depois de 2009 as taxas de lucro, e a consequente concentração de riqueza privada, recuperaram-se muito rapidamente. As taxas de lucro das empresas estão agora tão altas quanto sempre estiveram nos EUA. As empresas estão sentadas sobre grande quantidade de dinheiro e recusam-se a gastá-lo, porque as condições do mercado não estão robustas. A formulação da lei matemática de Piketty camufla, mais do que revela a respeito da classe política envolvida. Como notou Warren Buffett, “claro que há luta de classes, e é a minha classe, a dos ricos, que está lutando, e estamos vencendo.” Uma medida-chave de sua vitória são as crescentes disparidades da riqueza e renda do 1% do topo em relação a todo o resto da população."

http://outraspalavras.net/destaques/david-harvey-leia-piketty-mas-nao-se-esqueca-de-marx/?utm_source=rs

quarta-feira, 23 de abril de 2014

"FILÓSOFO" DA DIREITA É SEXUALMENTE DISCRIMINADO...rsrsrs

Pondé anuncia celibato

MOSTEIRO OLAVO DE CARVALHO - Após escancarar suas dificuldades amorosas na Folha de S. Paulo, o jovem liberal Luiz Felipe Pondé enclausurou-se. "Cansei de correr atrás da mulherada sem lograr êxito. Cansei de filosofar em vão sobre questões de alta relevância. As mina é tudo analfabeta. Restou-me o sacerdócio do celibato", declarou, enquanto colocava fumo persa em seu cachimbo fálico.
A atitude foi seguida por outros jovens liberais de fina educação. "A coisa tá feia. Nenhuma cabocla quer largar o tanque para conhecer um jovem liberal sensual e de barriga tanquinho", conformou-se Rodrigo Constantino. "Achei que meu panamá faria sucesso com as periguetes", lamentou Reynaldo y Asseviedo.
Cabisbaixo, o trio resolveu dividir o mesmo quarto e bater altos papos-cabeça. Após um final de semana nietzscheano e dionisíaco, o jovem Pondé se libertou: "A misoginia é a tendência da próxima estação", filosofou.
http://revistapiaui.estadao.com.br/blogs/herald/celebridades/ponde-anuncia-celibato

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

INTELECTUAIS REDUZEM A "VEJA" A SUA INSIGNIFICÂNCIA

Historiadores repudiam matéria da revista Veja sobre Eric Hobsbawm

Associação afirma que a revista foi desrespeitosa, irresponsável e ideológica  
Da Redação*
Revista Veja classificou o historiador marxista Eric Hobsbawn como um “idiota moral” (Foto: Divulgação)
No dia 1º de outubro, o mundo despediu-se de Eric Hobsbawn. O historiador marxista, tido como um dos maiores intelectuais do século XX, faleceu aos 95 anos.
Três dias após a morte do historiador, a revista Veja publicou em seu site a matéria,A imperdoável cegueira ideológica da Hobsbawm, onde logo na primeira frase classifica o autor como um “idiota moral”.
Na última sexta-feira (5), a Associação Nacional de História (ANPUH) publicou uma nota, por meio de sua página no Facebook, na qual repudia a crítica da Veja ao historiador inglês. A nota afirma que o tratamento dado pela Veja a Hobsbawn foi desrespeitoso, irresponsável e ideológico.
“Talvez Veja, tão empobrecida em sua análise, imagine o mundo separado em coerências absolutas: o bem e o mal. E se assim for, poderá ser ela, Veja, lembrada como de fato é: medíocre, pequena e mal intencionada”, finalizou a entidade.
Leia abaixo a íntegra da nota de repúdio
Resposta à revista VEJA
Eric Hobsbawm: um dos maiores intelectuais do século XX
Na última segunda-feira, dia 1 de outubro, faleceu o historiador inglês Eric Hobsbawm. Intelectual marxista, foi responsável por vasta obra a respeito da formação do capitalismo, do nascimento da classe operária, das culturas do mundo contemporâneo, bem como das perspectivas para o pensamento de esquerda no século XXI. Hobsbawm, com uma obra dotada de rigor, criatividade e profundo conhecimento empírico dos temas que tratava, formou gerações de intelectuais. Ao lado de E. P. Thompson e Christopher Hill liderou a geração de historiadores marxistas ingleses que superaram o doutrinarismo e a ortodoxia dominantes quando do apogeu do stalinismo. Deu voz aos homens e mulheres que sequer sabiam escrever. Que sequer imaginavam que, em suas greves, motins ou mesmo festas que organizavam, estavam a fazer História. Entendeu assim, o cotidiano e as estratégias de vida daqueles milhares que viveram as agruras do desenvolvimento capitalista. Mas Hobsbawm não foi apenas um “acadêmico”, no sentido de reduzir sua ação aos limites da sala de aula ou da pesquisa documental. Fiel à tradição do “intelectual” como divulgador de opiniões, desde Émile Zola, Hobsbawm defendeu teses, assinou manifestos e escolheu um lado. Empenhou-se desta forma por um mundo que considerava mais justo, mais democrático e mais humano. Claro está que, autor de obra tão diversa, nem sempre se concordará com suas afirmações, suas teses ou perspectivas de futuro. Esse é o desiderato de todo homem formulador de ideias. Como disse Hegel, a importância de um homem deve ser medida pela importância por ele adquirida no tempo em que viveu. E não há duvidas que, eivado de contradições, Hobsbawm é um dos homens mais importantes do século XX.
Eis que, no entanto, a Revista Veja reduz o historiador à condição de “idiota moral” (cf. o texto “A imperdoável cegueira ideológica da Hobsbawm”, publicado em www.veja.abril.com.br). Trata-se de um julgamento barato e despropositado a respeito de um dos maiores intelectuais do século XX. Veja desconsidera a contradição que é inerente aos homens. E se esquece do compromisso de Hobsbawm com a democracia, inclusive quando da queda dos regimes soviéticos, de sua preocupação com a paz e com o pluralismo. A Associação Nacional de História (ANPUH-Brasil) repudia veementemente o tratamento desrespeitoso, irresponsável e, sim, ideológico, deste cada vez mais desacreditado veículo de informação. O tratamento desrespeitoso é dado logo no início do texto “historiador esquerdista”, dito de forma pejorativa e completamente destituído de conteúdo. E é assim em toda a “análise” acerca do falecido historiador. Nós, historiadores, sabemos que os homens são lembrados com suas contradições, seus erros e seus acertos. Seguramente Hobsbawm será, inclusive, criticado por muitos de nós. E defendido por outros tantos. E ainda existirão aqueles que o verão como exemplo de um tempo dotado de ambiguidades, de certezas e dúvidas que se entrelaçam. Como historiador e como cidadão do mundo. Talvez Veja, tão empobrecida em sua análise, imagine o mundo separado em coerências absolutas: o bem e o mal. E se assim for, poderá ser ela, Veja, lembrada como de fato é: medíocre, pequena e mal intencionada.
São Paulo, 05 de outubro de 2012
Diretoria da Associação Nacional de História
ANPUH-Brasil

domingo, 15 de dezembro de 2013

PAPA DESENHA PRÁ DIREITONA-BURRA ENTENDER...

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

a imprensa americana diz o que a brasileira esconde:


Revista “esquerdista” fala em guerra de classes mundial

por Luiz Carlos Azenha
Primeiro foi o Nouriel Roubini que, em entrevista ao revolucionário Wall Street Journal, disse que Marx estava certo.
Agora, aquela revista esquerdista chamada Forbes publicou um texto muito disseminado nas redes sociais nos Estados Unidos.
No artigo, Joel Kotkin elenca uma série de números:
* 1 milhão de jovens britânicos estão desempregados
* 50% das crianças de Londres vivem na pobreza
* 20% dos adolescentes americanos estão desempregados, taxa que chega a 50% em Washington
* dois quintos dos americanos que tem 18 e 19 anos de idade estão desempregados ou fora da força de trabalho
* 43% dos americanos brancos  sem diploma universitário avaliam que a vida está piorando.
Ele escreve:
“O endurecimento das divisões de classe tem se acumulado por uma geração, primeiro no Ocidente mas crescentemente em países de rápido desenvolvimento como a China. A crescente divisão de classes tem suas raízes na globalização, que custou empregos aos colarinhos azuis e agora mesmo aos colarinhos brancos; na tecnologia, que permitiu a empresas e indivíduos mais ricos mudar suas operações com velocidade rápida para qualquer lugar; e na secularização da sociedade, que solapou os valores tradicionais do trabalho e da família que eram básicos do capitalismo de raízes desde suas origens.
Todos estes fatores podem ser vistos nos distúrbios britânicos. Relações raciais e com a polícia tiveram um papel, mas entre os amotinados havia mais que gente das minorias ou gangsters. Como o historiador britânico James Heartfield sugeriu, os amotinados refletiram um rompimento mais amplo do “sistema social britânico”, particularmente o “sistema de trabalho e de recompensa”.
Nas primeiras décadas do século 20, jovens da classe trabalhadora poderiam contar com trabalho na vibrante economia industrial do Reino Unido e, mais tarde, no crescente setor público largamente financiado pelos ganhos [financeiros] da City e ao crédito. Hoje, o setor industrial encolheu e está irreconhecível. A crise financeira solapou o crédito e a capacidade do governo de bancar o estado de bem estar social”.
Mais adiante:
“A perspectiva de um crescente conflito de classe existe mesmo na China, onde a desigualdade social é uma das piores do mundo. Não causou surpresa uma pesquisa conduzida pela Academia de Ciências Sociais de Zhejiang mostrando que 96% dos entrevistados sentem “ressentimento contra os ricos”. Enquanto o Tea Party e os esquerdistas nos Estados Unidos acusam o capitalismo entre amigos do regime Bush-Obama-Bernanke, os trabalhadores e os chineses de classe média estão diante de uma classe governante hegemônica que consiste de autoridades e capitalistas ricos. Que isso se dá sob um regime supostamente “marxista-leninista” é ao mesmo tempo irônico e obsceno”.
Diante disso, ele prevê que a onda mundial de distúrbios vai se espalhar e chegará aos Estados Unidos.
Com as bolsas de valores derretendo mais uma vez, é sempre bom ficar de olho nos alertas destas publicações esquerdistas como o Wall Street Journal e a Forbes.