segunda-feira, 31 de outubro de 2011

ARGENTINA DÁ OUTRA LIÇÃO AO BRASIL

Argentina conclui júri sobre crimes da ditadura

12 acusados de tortura terão prisão perpétua

DE BUENOS AIRES

A Justiça argentina anunciou ontem sentenças contra repressores que atuaram durante a ditadura militar do país (1976-1983) na Esma (Escola Mecânica da Armada).
Trata-se do mais importante julgamento por delitos considerados de lesa-humanidade (por terem sido cometidos pelo Estado) cometidos no maior centro de tortura e extermínio do país.
A ação é uma das maiores desde que os julgamentos da última ditadura argentina foram retomados, em 2005. Após ouvir mais de 160 testemunhas, 79 deles sobreviventes do centro clandestino, a ação terminou ontem.
Entre os condenados à prisão perpétua estão Alfredo Astiz, 59 (conhecido como "anjo da morte"), Jorge Acosta, 70, e outros dez. O restante recebeu penas menores.
Os acusados foram julgados por 86 crimes, entre eles os sequestros e desaparições da fundadora das Mães da Praça de Maio, Azucena Villaflor, do escritor Rodolfo Walsh e das freiras francesas Leonie Duquet e Alice Domon.
O julgamento foi acompanhado por familiares dos desaparecidos e representantes de organizações de direitos humanos, como as Avós da Praça de Maio e H.I.J.O.S. Os presentes comemoravam a cada sentença. Depois, houve música e discursos.
Um dos centros de tortura e repressão mais violentos do período, a Esma, comandada pela Marinha, funcionou no bairro portenho de Nuñez -no local hoje há um museu e um centro cultural.
Estima-se que 4.500 prisioneiros tenham passado pelo local; sobreviveram cerca de 150. Os casos mais comuns de assassinatos eram nos voos da morte, quando os presos, dopados, eram jogados do avião sobre o rio da Prata. (LUCAS FERRAZ E SYLVIA COLOMBO)

http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mundo/ft2710201111.htm

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