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quinta-feira, 5 de junho de 2014

ATÉ JOAQUIM BARBOSA DESMENTIU O GLOBO!

Nem o hábito explica as duas últimas forçadas de barra do Globo

A gente e todo o mundo sabe que O Globo é useiro e vezeiro em forçar a barra e 
que a capacidade do jornalão carioca de distorcer os fatos, principalmente em 
campanha eleitoral ou na proximidade delas, não tem limites. Mas, de vez em 
quando, O Globo se supera e surpreende até suas vítimas e aqueles que mais 
estão acostumados com suas distorções e manipulações.
É o caso de duas do jornalão carioca nas duas últimas semanas. Uma é hoje. 
Na edição desta 4ª feira, O Globo tenta forçar e, sem nenhum pudor, procura 
reavivar uma polêmica no momento absolutamente inexistente. Título da matéria, 
com chamada inclusive na 1ª página com que tenta forçar isto hoje: “Dilma 
defende aborto por causas ‘médicas e legais’ ”.
Dentro, o jornal publica uma página (a 3) sobre o assunto, com manchete no 
alto da página: “Dilma defende aborto no SUS”. Você lê todo o material, toda a 
página e nada mais é do que a presidenta Dilma Rousseff defendendo apenas 
o que já prevê a lei, a assistência na rede pública às mulheres que abortem ou 
precisem abortar nos casos previstos pela legislação. Que, aliás, sempre foi 
a sua posição.
Jornal tenta reeditar polêmica sobre aborto
Mas é O Globo tentando suscitar, dois meses antes do início da campanha 
eleitoral (a partir do início de agosto) e quatro meses antes da eleição 
nacional em que a presidenta Dilma concorre à reeleição, a grande polêmica 
registrada na campanha eleitoral de 2010. Naquele ano, como todos se 
recordam, o candidato tucano ao Planalto, José Serra, fez da questão aborto 
um dos pontos mais polêmicos da disputa, tudo numa tentativa de acossar a 
candidata Dilma que, segundo ele, seria uma defensora da prática.
Para ressuscitar o assunto e a polêmica, O Globo ouviu ou lembra e publica 
hoje, inclusive as posições dos candidatos da oposição, do concorrente do 
PSB, o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, para quem, 
registra o jornal, “a legislação atual já trata de forma adequada os casos em 
que o aborto deve ser autorizado”, e o dos tucanos, senador Aécio Neves 
(PSDB-MG), que não quis se manifestar a respeito.
E a outra forçada de barra de O Globo? O jornalão é o único que sustentou 
durante quase duas semanas que o presidente do Supremo Tribunal Federal 
(STF), ministro Joaquim Barbosa, anunciou há pouco mais de uma semana 
que se aposenta até o final deste mês pelo fato de ter sofrido ameaças. O Globo 
falou de ameaças nas redes sociais e de agressão de um petista ao ministro 
há meses, à saída de um restaurante em Brasília.
À época o ministro disse que nem havia percebido a agressão. Agora, depois 
de anunciar sua aposentadoria, afirmou recentemente que as ameaças que 
sofreu não têm nada a ver com sua saída da Corte. Nenhum outro veículo da 
mídia atribuiu sua saída às ameaças, ou deu ênfase a isto. Só O Globo.
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segunda-feira, 14 de abril de 2014

PALAVRAS DE ZÉ DIRCEU AO SER INJUSTAMENTE CONDENADO

AO POVO BRASILEIRO


No dia 12 de outubro de 1968, durante a realização do 30º Congresso da UNE, em Ibiúna, fui preso, juntamente com centenas de estudantes que representavam todos os estados brasileiros naquele evento. Tomamos, naquele momento, lideranças e delegados, a decisão firme, caso a oportunidade se nos apresentasse, de não fugir.
Em 1969 fui banido do país e tive a minha nacionalidade cassada, uma ignomínia do regime de exceção que se instalara cinco anos antes.
Voltei clandestinamente ao país, enfrentando o risco de ser assassinado, para lutar pela liberdade do povo brasileiro.
Por 10 anos fui considerado, pelos que usurparam o poder legalmente constituído, um pária da sociedade, inimigo do Brasil.
Após a anistia, lutei, ao lado de tantos, pela conquista da democracia. Dediquei a minha vida ao PT e ao Brasil.
Na madrugada de 1º dezembro de 2005, a Câmara dos Deputados cassou o mandato que o povo de São Paulo generosamente me concedeu.
A partir de então, em ação orquestrada e dirigida pelos que se opõem ao PT e seu governo, fui transformado em inimigo público numero 1 e, há sete anos, me acusam diariamente pela mídia, de corrupto e chefe de quadrilha.
Fui prejulgado e linchado. Não tive, em meu benefício, a presunção de inocência.
Hoje, a Suprema Corte do meu país, sob forte pressão da imprensa, me condena como corruptor, contrário ao que dizem os autos, que clamam por justiça e registram, para sempre, a ausência de provas e a minha inocência. O Estado de Direito Democrático e os princípios constitucionais não aceitam um juízo político e de exceção.
Lutei pela democracia e fiz dela minha razão de viver. Vou acatar a decisão, mas não me calarei. Continuarei a lutar até provar minha inocência. Não abandonarei a luta. Não me deixarei abater.
Minha sede de justiça, que não se confunde com o ódio, a vingança, a covardia moral e a hipocrisia que meus inimigos lançaram contra mim nestes últimos anos, será minha razão de viver.
Vinhedo, 09 de outubro de 2012
José Dirceu
http://www.zedirceu.com.br/ao-povo-brasileiro/

domingo, 23 de março de 2014

CRIME DA VEJA CONTRA ZÉ DIRCEU CONTINUA SOB INVESTIGAÇÃO

Revista destila ódio e responderá a processo sem precedentes

Advogados do ex-ministro José Dirceu acompanham, de perto, as investigações sobre o vazamento de fotos e ‘informações’ de dentro do Complexo Penitenciário da Papuda, onde o líder petista cumpre pena em regime fechado, quando foi condenado ao regime semiaberto. Agentes da Polícia Civil do Distrito Federal seguiram, nesta terça-feira, uma pista de origem não revelada, segundo apurou o Correio do Brasil, mas que aponta para a existência de contatos entre funcionários do presídio e a revista semanal de ultradireita Veja.
Uma vez comprovada a ligação entre a direção de jornalismo da empresa e pessoas pagas para expor, ao arrepio da lei, detalhes da vida de um prisioneiro, “o tamanho do processo será sem precedentes, equivalente ao caráter de um jornalismo que destila ódio e não deve ter mais espaço na vida nacional”, afirmou um dos advogados do CdB que, por expressar um sentimento pessoal, optou por manter o anonimato. A capacidade de cometer tal ilegalidade, no entanto, já pesava sobre o currículo do diretor de Redação da revista, Eurípedes Alcântara.
“Na tarde de 12 de abril de 2011, em aula da primeira edição do Curso de Pós-Graduação em Jornalismo, da ESPM-SP, Eurípedes Alcântara, diretor de Redação da Veja, na condição de professor-convidado, declarou, para espanto dos 35 alunos presentes: ‘Tratamos o governo Lula como um governo de exceção’. Na capa da última edição do semanário (nº 2365, de 19/3/2014), o jornalista ofereceu trepidante exemplo da sua doutrina”, afirma o jornalista Alberto Dines, em artigo publicado nesta terça-feira, na página que edita na internet: Observatório da Imprensa.
Leia, adiante, a íntegra do artigo:
Para comprovar a ilegalidade das regalias que gozaria o ex-ministro José Dirceu no Complexo da Papuda, Veja cometeu ilegalidade ainda maior. Detentos não podem ser fotografados ou constrangidos, o ato configura abuso de poder, invasão da privacidade e, principalmente, um torpe atentado ao pudor e à ética jornalística. Um bom advogado poderia até incriminar os responsáveis por formação de quadrilha ao confirmar-se que o autor da peça (o editor Rodrigo Rangel) não entrou na penitenciária e que alguém pagou uma boa grana aos funcionários pelas fotos e as, digamos, “informações”.
Exclusivo – José Dirceu, a Vida na Cadeia” não é reportagem, é pura cascata: altas doses de rancor combinadas a igual quantidade de velhacaria em oito páginas artificialmente esticadas e marombadas. As duas únicas fotos de Dirceu (na capa e na abertura), feitas certamente com microcâmera, não comprovam regalia alguma.
Ao contrário: magro, rosto vincado, fortes olheiras, cabelo aparado, de branco como exige o regulamento carcerário, não parece um privilegiado. Se as picanhas, peixadas e hambúrgueres do McDonald’s supostamente servidos ao detento foram reais, Dirceu estaria reluzente, redondo, corado. Um preso em regime semiaberto pode frequentar a biblioteca do presídio, não há crime algum.
Agentes provocadores
A grande imprensa desta vez não deu cobertura ao semanário como era habitual. Constrangido, oEstado de S.Paulo foi na direção contrária e já no domingo (16/3) relatava, com chamada na primeira página, as providências das autoridades brasilienses para descobrir os cúmplices do vazamento (ver “Dirceu teria mais regalias na cadeia; DF nega“). Na segunda-feira, na Folha de S.Paulo, Ricardo Melo lavou a alma dos jornalistas que repudiam este jornalismo marrom-escuro (ver “O linchamento de José Dirceu”).
O objetivo da cascata não era linchar Dirceu, o que se pretendia era acirrar os ânimos, insuflar indignações contra uma suposta impunidade, alimentar a agenda dos black-blocks (ou green-blocks?).
Os agitadores e agentes provocadores estão excitadíssimos às vésperas dos 50 anos do golpe militar. O violento quebra-quebra na sexta-feira (14/3), na Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) – o maior do gênero na América Latina – não foi provocado pelos caminhoneiros que passariam a pagar pelo estacionamento. Foi obra de profissionais do ramo da agitação política com a inestimável ajuda da PM, que demorou três horas para chegar ao campo de batalha.
As convocações para atos e passeatas destinadas a homenagear o golpe de 1964 não falam na derrubada de Jango, falam em derrotar o PT. Convém lembrar que a rede Ceagesp é, desde 1997, federalizada, ligada ao Ministério da Agricultura.
Num governo de exceção vale tudo. Também no jornalismo de exceção.
http://correiodobrasil.com.br/noticias/politica/revista-destila-odio-e-respondera-a-processo-sem-precedentes

sábado, 22 de fevereiro de 2014

SOB AMEAÇA DO GILMAR DANTAS, AMIGOS DE ZÉ DIRCEU DOAM MAIS DE UM MILHÃO!!!

11º BOLETIM DA CAMPANHA “EU APOIO ZÉ DIRCEU” – MUITO OBRIGADO, BRASIL!



Caros amigos e amigas,

Chegamos hoje ao final da campanha “Eu Apoio Zé Dirceu”. Graças à colaboração de milhares de brasileiros, atingimos o valor da injusta multa imposta pelo Supremo Tribunal Federal ao ex-ministro José Dirceu.

Até as 12h deste sábado (22.02), a campanha arrecadou o total R$ 920.694,38, resultado da colaboração de 3.972 doadores espalhados pelos 27 estados brasileiros – uma clara demonstração do alcance nacional do apoio a José Dirceu. Somam-se a este valor as inestimáveis doações de R$ 143.000,00, feita pelo companheiro Delúbio Soares, e de mais R$ 20.000,00, feita pelo companheiro José Genoino. Ambos repassaram recursos excedentes em suas campanhas de arrecadação.

O valor total de R$ 1.083.694,38 já é suficiente para quitar a multa de R$ 971.128,92 e também os impostos que serão recolhidos sobre o total das doações.

Voltamos a insistir que é de fundamental importância que todos os doadores encaminhem ao sitewww.apoiozedirceu.com os comprovantes das doações. Na segunda-feira divulgaremos o balanço final da arrecadação.

Temos uma dívida imensurável com todos vocês que nos apoiaram – contribuindo, divulgando a campanha ou ainda na linha de frente contra as mentiras e perseguições de que esta campanha foi alvo.

O resultado representa muito mais do que uma cifra. Em pouco mais de uma semana, cidadãos de todo o país demonstraram sua indignação contra o julgamento político ao qual José Dirceu foi submetido.

O sucesso da campanha só demostra que Dirceu não está e nunca esteve só. Confirma também que há uma parcela significativa da sociedade consciente das graves violações feitas durante o julgamento da AP 470. O protestos coletivo se fez ouvir.

Recebemos centenas de depoimentos dos colaboradores em nosso site. É impossível expressar em palavras o que essas mensagens significaram para nós. Elas nos deram ainda mais motivação, mais esperança, mais orgulho de estarmos do lado de quem estamos.

Juntos, vencemos esta batalha. Ainda há outras por vir, certamente. E, juntos mais uma vez, estamos prontos para enfrentá-las.

Mais uma vez, obrigado a todos.

Amigos do Zé

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

COMEÇA A ARRECADAÇÃO PARA A ABSURDA MULTA AO PRESO-POLÍTICO DIRCEU

Agora é a solidariedade a Dirceu


Por Altamiro Borges

A direita nativa está perplexa diante da solidariedade militante aos condenados no midiático julgamento do “mensalão”. A primeira campanha de doações, visando pagar a absurda multa imposta a José Genoino, ex-presidente do PT, surpreendeu pelo seu ineditismo e ousadia e arrecadou R$ 761 mil em dez dias. Já a segunda iniciativa, em apoio ao ex-tesoureiro petista Delúbio Soares, coletou R$ 1.013.657,26 antes do prazo fixado pela Justiça. Agora, os setores da sociedade indignados com as sacanagens do Supremo Tribunal Federal já se preparam para desencadear a campanha de solidariedade ao ex-ministro José Dirceu, multado injustamente em quase um milhão de reais.

Na semana passada, a advogada Maria Leonor Poço Jakobsen, coordenadora da campanha de doações para Delúbio Soares, divulgou uma carta de gratidão aos que contribuíram nesta jornada de solidariedade. Segundo levantamento, 1.095 pessoas fizeram doações – a maioria formada de sindicalistas e advogados, mas também houve muita gente sem qualquer vinculo orgânico. Reproduzo abaixo a carta de agradecimento:

*****

Expressamos o nosso profundo agradecimento às companheiras e companheiros, amigos de todo o território nacional, que ao longo do exíguo prazo de oito dias se solidarizaram a um companheiro da correção, lealdade e integridade pessoal de Delúbio Soares.

Todo nosso trabalho - realizado nas redes sociais, entre os militantes petistas e de partidos de esquerda, movimentos sindical e popular, além dos amigos e amigas de Delúbio pelo país afora – foi embalado por uma questão política absolutamente clara: solidariedade e apoio aos que foram alvos de um julgamento político, midiático e de exceção. Julgamento onde houve uma tentativa de criminalização do projeto representado pelo PT, negando-lhe o papel histórico de profundas transformações sociais.

Nossa campanha de arrecadação foi um ato político, consciente e solidário. E o amplo êxito alcançado com a coleta de expressivos R$ 1.013.657,26 é a reafirmação de nossa solidariedade a um dos companheiros.

Ao expressarmos imensa gratidão aos milhares de doadores, muitos inclusive sem filiação partidária e movidos apenas pela indignação e o sentimento de solidariedade, convocamos para as novas jornadas em favor de José Dirceu e João Paulo Cunha. E o valor excedente de nossa campanha, descontados os tributos, será doado a esses companheiros, visando o pagamento de suas injustas e exorbitantes multas.


*****

Para o pagamento da multa imposta a José Dirceu, a solidariedade deverá ser ainda mais intensa. Na sexta-feira (31), a Vara de Execuções Penais do Distrito Federal atualizou de forma exorbitante e arbitrária o seu valor, fixando-o em exatos R$ 971.128,92. O ex-ministro terá apenas dez dias para quitar dívida com a Justiça, mas a contagem do prazo ainda não foi deflagrada. Será adotada a mesma estratégia seguida nas campanhas de José Genoino e Delúbio Soares, com uma página de doações na internet, que inclusive já está pronta. De cara, ela já receberá cerca de R$ 600 mil que sobraram da arrecadação do ex-tesoureiro petista e o clima entre os organizadores da campanha é de total otimismo.

O ex-ministro e ex-presidente do PT é o único que ainda não pode exercer o direito ao regime semiaberto. O seu pedido de trabalho foi recusado pela Justiça com base numa denúncia leviana e mentirosa da Folha tucana de que ele teria usado o celular no presídio da Papuda, em Brasília. Na semana passada, o presidente interino do STF, ministro Ricardo Lewandowski, considerou que não há provas deste crime e determinou “ao Juízo da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal que analise o pedido de trabalho externo formulado nestes autos, observada a urgência que as normas constitucionais e ordinárias aplicáveis à espécie exigem”. Mesmo assim, José Dirceu continua em regime fechado.
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/02/agora-e-solidariedade-dirceu.html#more

domingo, 26 de janeiro de 2014

DOCUMENTOS ESCONDIDOS POR JOAQUIM BARBOSA VIRÃO A PÚBLICO

Paulo Moreira Leite saúda a abertura dos documentos que Joaquim Barbosa escondeu. Novas luzes sobre o "mentirão"?


Inquérito 2474, se for a público, 

revela entranhas do ‘mensalão’

25/1/2014 10:08
Por Redação - de São Paulo

O ministro Lewandowski voltou ao embate contra o relator da AP 470, Joaquim Barbosa
O ministro Lewandowski não fugiu ao embate contra o relator da AP 470, Joaquim Barbosa
Ao liberar o conteúdo da pasta 2474 para oito advogados que haviam pedido o direito de 
consultar um imenso conjunto de documentos que têm relação com a Ação Penal 470, mas 
sempre foram mantidos em segredo, o ministro Ricardo Lewandovski tomou uma decisão 
que pode ter relevância histórica. A constatação é do jornalista Paulo Moreira Leite, em 
seu blog.
Leia, a seguir, a íntegra do artigo:
A pasta 2474 era mantida em segredo por Joaquim Barbosa. Envolve provas, fatos e indí-
cios que não foram incorporados aos autos da ação penal. Quando ele deixou a relatoria 
da ação penal, em agosto do ano passado, o inquérito sobre foi redistribuído e entregue 
ao ministro Luiz Roberto Barroso.
No mesmo dia, o advogado de Henrique Pizzolato, Martius Savio Cavalcanti, marcou uma 
audiência com o ministro. Reapresentou o pedido para ter acesso a pasta. Barroso prome-
teu uma resposta em três dias. Sua decisão foi abrir mão do caso, alegando razões de “fo-
ro íntimo,” que não obrigam o juiz a fundamentar seu pedido em razões objetivas.
O caso foi redistribuído mais uma vez. Acabou nas mãos de Ricardo Lewandovski que deci-
diu atender ao pedido dos advogados. Aqueles oito que, no passado, tiveram seu pedido 
negado agora poderão ter conhecimento de seu conteúdo.
É uma decisão importante.
Primeiro, porque permitirá que os réus e seus advogados tenham conhecimento de todos 
os dados apurados na investigação – e que foram excluídos dos autos sem que se possa 
saber exatamente por que.
Embora o julgamento já esteja em sua fase final – os réus estão presos, alguns já pagaram 
multa, falta julgar os pedidos de embargos infringentes – todos só terão a ganhar quando 
todos os dados forem colocados a mesa.
É absurdo pensar que isso vai acontecer DEPOIS das sentenças mas é disso que estamos 
falando.
O segundo ponto é que a pasta 2474 oficializa fatos e provas que até agora eram vistos de 
forma esparsa e informal. O interesse do advogado de Pizzolato sobre o assunto não é ca-
sual. O papel de gerentes executivos e diretores do Banco do Brasil que partilharam decisões 
relativas a Visanet – assinando notas técnicas e definindo pagamentos — nunca foi explicado 
na ação penal 470. Pode estar bem esclarecido na pasta 2474, que reúne um inquérito sobre 
outros diretores.
Pizzolato foi condenado como “único responsável” pelo desvio de R$ 73,8 milhões para o es-
quema de Marcos Valério. Mas sequer era o responsável pelos pagamentos, que tinham co-
mo gestor um outro diretor do banco, nomeado, conhecido e identificado – e desaparecido 
dos autos da AP 470.
Uma das teses mais caras a defesa, a de que, se houve crime, ele não foi cometido isolada-
mente, pode ganhar maior sustentação a partir daí.
Outros pontos também podem ser esclarecidos. Apesar de seus imensos esforços para se 
aproximar do esquema Marcos Valério-Delúbio Soares, o banqueiro Daniel Dantas sequer 
foi citado na ap 470. É curioso, já que sua atuação foi descrita de modo detalhado pela inves-
tigação do delegado Luiz Fernando Zampronha, da Polícia Federal.
Os publicitários Ramon Hollerbach e Cristiano Paz, da SMP&B, também podem ter acesso a informações que podem ser úteis.
O que pode ocorrer com isso? Difícil saber agora.
O lote de documentos reunidos na pasta 2474 é imenso. Compreende um total de 78 volu-
mes, que terão de ser estudados e conferidos.
A experiência ensina que documentos mantidos em segredo não fazem bem a Justiça, que 
pede transparência e lealdade a todos. Não pode haver a menor suspeita de distorção nem 
de qualquer irregularidade num caso dessa relevância. Não se trata, é claro, de acusar nem 
denunciar por antecipação.
O Caso Dreyfus, o mais conhecido caso de fraude jurídica da história, levou cinco anos para 
ser esclarecido, embora o julgamento tenha durado 72 horas.
O erro de sua condenação foi estabelecido um ano depois do julgamento, quando um oficial 
da área de informações resolveu fazer um novo exame das provas e descobriu que nada ha-
via para incriminar aquele jovem capitão do Exército francês. Estava claro que o verdadeiro 
espião que todos procuravam era outra pessoa.
Mas isso não adiantou muito. Para evitar uma revisão, começaram a surgir novas provas – 
fraudadas – para incriminá-lo, o que atrasou o processo por mais tempo. Condenado em 
1895, Dreyfus seria liberado, por graça presidencial, pois os tribunais jamais declararam sua 
inocencia, em setembro de 1899. Um ano antes, o oficial que havia forjado documentos para 
proteger os superiores foi desmascarado e cometeu suicídio.
http://correiodobrasil.com.br/noticias/politica/inquerito-2474-se-for-a-publico-revela-entranhas-do-mensalao/679830/?

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

TRÊS FATOS ESCONDIDOS PELA MÍDIA CARTELIZADA


Humberto Costa: Meios de comunicação não querem que a verdade sobre eles seja debatida

por Conceição Lemes
Na semana passada, três fatos  tinham tudo para ser notícia na mídia. Porém, foram praticamente ignorados.
Roberto Jefferson nega ao STF a existência do mensalão
“Empresário” pede desculpas ao PT por mentiras no Jornal Nacional
Repórter da Veja realmente tentou violar o quarto de José Dirceu em hotel
Hoje, mais cedo entrevistei o senador Humberto Costa (PT-PE) sobre esses fatos.
Viomundo –  O ex-deputado Roberto Jefferson, presidente do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), afirmou em sua defesa ao Supremo Tribunal Federal (STF) que não houve o mensalão, denunciado, em 2005,  por ele à Folha de S. Paulo e que o restante da mídia corporativa embarcou.  Foi só “pura retórica”, “modo de dizer”. O que o senhor acha dessa posição dele agora?
Humberto Costa — Na verdade, é uma estratégia da defesa do ex-deputado.  Naquele momento, muito marcado pela raiva que estava destilando contra o PT, contra o presidente Lula, ele apresentou aquela versão dos fatos, acabou produzindo muitos desgastes, inclusive a criação de uma CPI, que quase leva à derrubada do governo Lula.
Agora, seis anos depois, ele retira o que disse. Tudo isso como uma estratégia de defesa, mesmo porque ele precisaria provar à Justiça a defesa do que ele havia formulado.
Então, perde força a própria denúncia. E perde força ele como pessoa dotada de credibilidade, para se manifestar em relação a temas semelhantes.
Viomundo — Rubnei Quícoli pediu desculpas ao PT nos processos que a direção nacional move contra ele em Brasília. Quicoli é aquele “empresário”, todo vestido de preto que, durante a campanha eleitoral de 2010, apareceu no Jornal Nacional fazendo graves denúncias à então candidata Dilma Rousseff e ao PT. Na época, apesar da razoável ficha corrida – já havia sido preso por receptação de carga roubada, entre outros crimes –, foi levado às instalações da TV Globo, onde gravou seu “depoimento”. Qual a sua opinião sobre esse “pedido de desculpas”?
Humberto Costa – Do ponto de vista de comunicação esse caso é ainda mais grave, pois uma emissora de TV deu ares de credibilidade a alguém que reconhecidamente não tinha credibilidade.
Houve manipulação, uma utilização desse cidadão, que, sem ter provas, acusou o PT. Isso gerou prejuízo eleitoral na campanha da presidenta Dilma.
Eu defendo que o simples pedido de desculpas não deva encerrar esse processo, porque  os prejuízos, os danos à imagem do partido, à própria candidatura e à própria presidenta foram flagrantes. Esse processo tem de continuar.
Viomundo – O terceiro fato que foi notícia, mas a mídia ignorou foi a conclusão da Polícia Civil do Distrito Federal  sobre a tentativa de invasão do quarto de José Dirceu. O delegado confirmou que o jornalista Gustavo Ribeiro, da revista Veja, realmente tentou violar o apartamento José Dirceu, no Hotel Naoum, em Brasília, no dia 24 de agosto.  O que pensa sobre esse caso?
Humberto Costa – Para mim, é um episódio também da maior gravidade. Quem quer que tenha sido espionado dessa forma, que tenha tido a sua privacidade invadida, sofreu um prejuízo expressivo. As próprias pessoas que ali estiveram — não cabe a ninguém fazer qualquer tipo de prejulgamento — também tiveram a suas imagens associadas a algum tipo de delito, que não aconteceu. Na verdade, ali, o delito foi praticado pelo jornalista e pela revista.
A conclusão de que realmente  houve essa tentativa de invasão denota uma atividade ilegal.  Isso macula muito a credibilidade de revista e coloca em debate a necessidade de a sociedade ter instrumentos para se defender em situações como essa, assim como das duas anteriores.
Viomundo – Senador, quem vai pagar a conta pelos prejuízos que o PT alega ter sofrido?
Humberto Costa — Esse é um dos grandes problemas que nós temos em relação às leis brasileiras, especialmente as leis que dizem respeito ao funcionamento das empresas de comunicação.
Na verdade, quando se fala em democratização dos meios de comunicação muita gente quer passar a leitura de que se está falando em cerceamento da liberdade de imprensa, tentativa de intromissão no conteúdo das matérias jornalísticas. Quando, na verdade, não é nada disso.
Uma das razões pelas quais estamos propondo a democratização dos meios de comunicação é para que, em situações como essas, as pessoas e instituições que tenham sido caluniadas, que tenham sido vítimas de mentira, possam ter um espaço semelhante na mídia  àquele que tiveram os seus detratores, os seus acusadores.
No caso do ” mensalão”, o prejuízo que tivemos não pode ser reparado totalmente. No entanto, nós vamos tentar dar divulgação à posição do ex-deputado. O próprio Supremo Tribunal Federal receberá e analisará essa defesa.Tenho certeza de que a sociedade saberá entender o que, de fato, aconteceu.
Viomundo – E no caso da Globo que deu a palavra a uma pessoa sem a menor credibilidade, como fica?
Humberto Costa – O que acontece com uma instituição de comunicação que, sem o devido cuidado, leva aos seus estúdios dando áreas de credibilidade uma pessoa, sem provas e que se disponha a fazer acusações?
Sem dúvida, isso não dá mais para ser reparado . Por isso  acho que os processos movidos contra o tal ‘empresário’ devam ser mantidos. Fica claro  também que é preciso aperfeiçoar a legislação que trata dos órgãos de comunicação no Brasil.
Viomundo – Nos três episódios, a mídia esteve envolvida. Como levar essa discussão para a sociedade, já que mídia diz que a regulação dos meios de comunicação seria uma forma de cercear a liberdade de imprensa?
Humberto Costa – Teremos de fazer todos os esclarecimentos à sociedade. Mas já sabemos que será uma tarefa difícil. Há uma tentativa clara de impedir qualquer discussão sobre a democratização dos meios de comunicação, tachando esse debate como cerceamento à liberdade de imprensa, quando na verdade não é.
Nós temos de discutir o que fazer em situações como essas apontadas por você, quando há calúnia ou quando uma notícia mal investigada se transforma em uma denúncia, acarretando prejuízos os mais diversos.
Nós temos de discutir como fica o direito de resposta. A indenização a pessoas e instituições que tenham sido vítimas desse tipo de atividade ilegal e criminosa, como no caso da tentativa de invasão ao quarto de José Dirceu, não deve ser simbólica; a indenização deve ser expressiva.
Outra coisa que faz parte dessa discussão é questionar se é justo, correto, que uma única empresa detenha a propriedade de rádio, televisão, jornais, redes sociais. Também se isso não  representa uma concentração negativa em relação à democracia dos meios de comunicação.
É importante discutir também se é justo que políticos tenham direito a ter rádios e televisões. Eu acho que eles não deveriam ter, a legislação deveria coibir isso.
São essas questões que tem de ser discutidas e não nenhum tipo de proibição à expressão do pensamento, das ideias de quem quer que seja.
E isso não é fácil. A forma de se fazer esta discussão é por meio dos meios de comunicação e eles se fecham inteiramente à possibilidade de a verdade ser colocada  nesse debate.