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quarta-feira, 15 de outubro de 2014

AZENHA - AÉCIO CONSTRUIU AEROPORTO EM CIDADE SEM MATERNIDADE E MÉDICO!!!

Choque de gestão: Montezuma tem aeroporto, não tem maternidade

publicado em 22 de agosto de 2014 às 21:56
Cópia de cavalo e posto
Na Serra do Cafundó — ouvir trovão de lá, e retrovão, o senhor tapa os ouvidos, pode ser até que chore, de medo mau em ilusão, como quando foi menino. O senhor vê vaca parindo em tempestade. De em de, sempre, Urucúia acima, o Urucúia — tão as brabas vai… Tanta serra, esconde a lua. A serra ali corre torta. A serra faz ponta. (…) Hem? O senhor? Olhe: o rio Carinhanha é preto, o Paracatú moreno; meu, em belo, é o Urucúia — paz das águas… É vida! 
de Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas
por Luiz Carlos Azenha, de Montezuma, Minas Gerais
Dá até para imaginar Guimarães Rosa, nos anos 40, viajando por esta região do Brasil, fronteira de Minas Gerais com a Bahia, em busca de inspiração para sua obra-prima.
Hoje a tradição dos vaqueiros resiste, mas o cenário humano passou por grandes transformações.
Montezuma fica a leste do rio Urucuia, que Rosa tornou famoso, e do Parque Nacional Grande Sertão Veredas, nomeado em homenagem ao autor. É a região do Alto Rio Pardo. Uma simpática cidade de cerca de 8 mil habitantes, que depende especialmente de atividades agrícolas e dos empregos públicos da Prefeitura local.
Em 1991, 64,7% dos moradores do município viviam na extrema pobreza. Em 2010, eram apenas 9,15%.
Aposentadorias rurais, Bolsa Família, investimentos federais e estaduais contribuiram muito para esta mudança.
Apesar disso, a melhoria foi relativa: hoje, só 26,75% dos moradores de mais de 18 anos de idade completaram o ensino fundamental.
O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) médio de Minas Gerais é de 0,731; o de Montezuma, 0,587.
O IDH de Montezuma ocupa a posição 804 dentre os 853 municípios mineiros.
Cópia de boi
Na região, agora entrecortada por estradas, muitas delas asfaltadas, ainda é comum ver as juntas de boi fazendo o trabalho pesado de carregar tambores de água ou material de construção.
Só uma coisa realmente distingue Montezuma de outras pequenas cidades pelas quais passamos nesta região de Minas Gerais.
Assim que você ultrapassa o portal amarelo, que convida os visitantes a tomar banho nas águas quentes da cidade, há do lado esquerdo uma imensa pista asfaltada, de cerca de 1.300 metros, com as laterais hoje tomadas pelo mato.
É o aeroporto da cidade!
A pista nunca foi certificada pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC), que diz não ter em seus registros pedido de homologação.
Como mostramos anteriormente, hoje o aeroporto de Montezuma é utilizado pelos moradores da cidade para fazer caminhadas, de manhãzinha ou ao entardecer. Eles trataram de remover pedaços de concreto da cerca para garantir acesso ao asfalto. Crianças brincam no entorno. No passado, a prefeitura local chegou a organizar grupos de idosos que se reuniam periodicamente no local para atividades variadas.
Como uma cidade de população tão diminuta, onde ninguém é dono de avião, ganhou obra tão portentosa?
Quando Aécio Neves era governador de Minas Gerais, Montezuma foi incluída no ProAero, um plano para estimular a aviação regional. A ideia era garantir, até 2011, 69 aeroportos mineiros funcionando 24 horas por dia. Pelo menos em Montezuma, uma impossibilidade: o aeroporto não dispõe de sinalização noturna ou de qualquer outra infraestrutura, a não ser um pequeno galpão cujos vidros estão todos quebrados.
Cerca de 300 mil reais teriam sido investidos aqui, um dado espantoso. É que um aeroporto quase do mesmo tamanho do de Montezuma, em Cláudio, custou ao estado de Minas cerca de R$ 14 milhões.
Em março de 2008, o Departamento de Estradas de Rodagem mineiro adiantou-se e escolheu uma empreiteira para pavimentar a pista de terra de Montezuma. Contratou a Pavisan, por 268.460,65 reais. Segundo um ex-executivo da empresa, que lá trabalhava à época, a obra foi um mau negócio. O valor seria irrisório e não cobriria os custos. Ele não vê razão econômica para o estado investir no local, pois perto de Montezuma há cidades maiores que poderiam ter sido contempladas com um aeroporto. Qual seria a justificativa? A proximidade com as terras da família de Aécio? Facilitar o contato aéreo entre pai e filho? E se o negócio era ruim, por que a empreiteira topou? A Pavisan fechou vários contratos com o governo mineiro durante a administração de Aécio. O dono da construtora, Jamil Habib Cury, ocupou cargo público na gestão do tucano. Foi diretor do Instituto de Desenvolvimento Integrado de Minas Gerais. Estava no posto quando a Pavisan foi escolhida para a pavimentação em Montezuma. Consta ainda na lista de doadores das duas campanhas vitoriosas de Aécio ao comando do estado, em 2002 e 2006. Na última, doou 51 mil reais.
O que há em comum entre Cláudio e Montezuma é que nos dois municípios existem terras da família do hoje candidato ao Planalto pelo PSDB, Aécio Neves.
Da avó Risoleta em Cláudio e do pai de Aécio, o ex-deputado Aécio Ferreira da Cunha, em Montezuma.
Aqui nos despedimos de Guimarães Rosa e ingressamos no mundo fantástico de  Gabriel Garcia Márquez.
Captura de Tela 2014-08-22 às 22.03.31
A 60 km de Montezuma há uma cidade três vezes maior, Rio Pardo de Minas cujo “aeroporto” (à esquerda) ainda é uma pista de terra. O mesmo vale para Taiobeiras (foto do avião de pequeno porte pousando), também de 30 mil habitantes, que dista pouco mais de 100 quilômetros.
A única construção equivalente à de Montezuma na região, em termos aeroviários, fica em Janaúba, a 150 quilômetros. Janaúba, no entanto, tem 70 mil habitantes e é tida como porta de entrada das atrações turísticas da Serra Geral de Minas, que inclui de cachoeiras ao Pico da Formosa.
Ou seja, o aeroporto de Montezuma é algo realmente extraordinário para a região!
Cópia de aeroescuro
Em nossa passagem por lá, moradores citaram o pouso de um avião trazendo o cantor Amado Batista, que estava a caminho de fazer um show na Bahia, como o mais recente guardado na memória local.
Vários atribuíram a existência da pista à extensão natural do poder da família Neves. O pai de Aécio, dono das terras da família em Montezuma, foi eleito deputado estadual pela primeira vez em 1955. Deixou de herança para os filhos Aécio e Andrea a Perfil Agropecuária e Florestal, de pouco mais de 900 hectares, onde há criação de gado e plantio de eucalipto. Fica na estrada que liga a cidade a Mortugaba, na Bahia.
A existência do aeroporto abandonado, um dos maiores investimentos estaduais já feitos na cidade, para os moradores de Montezuma não é algo extraordinário. É da política.
Hoje o governo de Minas reforma uma Unidade Básica de Saúde bem diante da pista, ao custo de R$ 163 mil reais, metade do que enterrou no aeroporto abandonado.
Bem pertinho dali, uma placa do governo federal anuncia investimento de R$ 5 milhões em saneamento básico.
Cópia de hospital
O único lamento que ouvimos relacionado à falta de prioridade nos gastos públicos diz respeito ao hospital de Montezuma, visto acima.
Hoje os montesumenses raramente nascem na cidade.
A Fundação Hospitalar Nossa Senhora de Santana, onde eram feitos os partos, passou a funcionar apenas como uma espécie de posto de saúde.
Faz o atendimento de casos básicos.
Para consultar algum especialista, é preciso sair da cidade. Janaúba, a 150 quilômetros, é um dos destinos.
Diante da Fundação, uma das mães presentes contou ter tido a filha ali mesmo, às pressas, por falta de tempo para viajar. Por sorte, foi parto natural e hoje a filha parece ser uma menina saudável.
Uma frase resume a situação: “Montezuma é a cidade que tem aeroporto mas não tem maternidade”.
Aqui ingressamos, finalmente, em Macondo: as grávidas de Montezuma, as vezes às pressas, chacoalham até Rio Pardo de Minas (60 km) ou Taiobeiras (100 km) — neste caso, literalmente, já que parte da estrada ainda é de terra — na hora de dar à luz. Não podem, obviamente, fazê-lo de avião.

http://www.viomundo.com.br/denuncias/choque-de-gestao-mulheres-de-montezuma-aeroporto-abandonado-viajam-60-km-da-dar-luz.html

quinta-feira, 31 de julho de 2014

SANTA CASA-SP RECEBIA O DOBRO DA TABELA DO SUS, MAS ESTADO NÃO REPASSOU A VERBA

Onde estão os R$ 74 milhões destinados a Santa Casa?


A pergunta acima, conforme insiste o ex-ministro da Saúde e candidato 
do PT ao governo paulista, Alexandre Padilha, deve ser respondida pelo
 governador do Estado de São Paulo, dr. Geraldo Alckmin. “Se a Santa 
Casa fechou a porta é porque o dinheiro repassado pelo Ministério da 
Saúde está no governo do Estado. Não chegou ao hospital. O governador 
tem que explicar”, cobrou Padilha.
À frente do Ministério da Saúde até o ano passado, ele garante que as 
verbas foram direcionadas pelo governo federal à entidade. “Desde a 
minha gestão, em 2011, pagamos o dobro do valor da tabela SUS para 
a Santa Casa. Tem dinheiro que estava parado no governo do Estado e 
que não era repassado, recurso maior que a dívida de R$ 50 milhões”, 
complementou.
Como vocês sabem, com uma dívida de R$ 50 milhões com fornecedores 
e sem o básico remédios e seringas de injeção  para realizar os 
atendimentos, o provedor da Santa Casa, Kalil Rocha Abdalla, fechou 
por 30 horas o Pronto Socorro e suspendeu os exames e cirurgias não 
graves da entidade. A dívida total da entidade, diz seu provedor,  chega 
a R$ 300 milhões.
Falta de diálogo transparente do governo paulista dificulta solução
Felizmente, 30 horas após a decisão que prejudicaria 8 mil pessoas 
que passam diariamente pela Santa Casa, as portas do PS foram 
reabertas quando a Secretaria Estadual de Saúde anunciou o repasse 
de R$ 3 milhões, sob a condição de realizar uma auditoria na entidade.
O Ministério da Saúde (MS), por sua vez, pediu informações à Secretaria 
Estadual de Saúde, após verificar que R$ 74,7 milhões encaminhados 
pelo governo federal à entidade, entre 2013 e 2014, não chegaram ao 
hospital. “Até o momento, as informações não foram recebidas, dificultando 
um diálogo transparente sobre a situação”, diz nota do MS.
A Pasta também detalhou que “foram  R$ 291.390.567,11 transferidos (do 
governo federal para o de São Paulo) e R$ 237.265.012 recebidos pela 
Santa Casa, em 2013. Este ano, os valores são R$ 126.375.127 e (o 
repassado) R$ 105.761.932″. O Ministério rebateu, ainda, declarações do 
secretário estadual da Saúde de São Paulo, David Uip, que afirmou haver 
“erros grosseiros” na tabela de repasses divulgada pelo Ministério.
Recursos dobrados
O governo federal aponta que os recursos da Santa Casa foram dobrados 
após a criação da política de incentivo do Ministério da Saúde.  Como 
explica o ex-ministro da pasta, Alexandre Padilha, “isso fez com que o 
Ministério da Saúde repassasse o dobro da tabela SUS para a Santa 
Casa, porque ganhou esse incentivo pela qualidade do atendimento e 
por reduzir o tempo de espera”.
Segundo o ex-ministro, “o incentivo de qualidade funciona para a Santa 
Casa de São Paulo desde 2012, mas o Ministério não pode passar o 
dinheiro direto para o hospital. Ou vai para o Estado ou para o município. 
No caso aqui da capital, o contrato é com o governo do Estado.”
http://www.zedirceu.com.br/onde-estao-os-r-74-milhoes-destinados-a-santa-casa/

terça-feira, 20 de maio de 2014

PAULO COELHO AVACALHA O BRASIL NO EXTERIOR. CONTINUA NA ACADEMIA BRASILEIRA?

O escritor Paulo Coelho deu entrevista a um jornal francês na qual critica pesadamente o Brasil e fala algumas mentiras como "A seleção ganhando ou não estou certo de que haverá uma explosão social". Ele diz que a violência é generalizada, induzindo os turistas a não virem ao Brasil para a Copa das Copas - nenhuma passagem foi cancelada até hoje...


WORLD CUP: PAULO COELHO CALLS RONALDO A FOOL AND SAYS HE IS NOT GOING

He is one of the best known Brazilian authors and was talking to the French newspaper Journal du Dimanche about his latest book Adultery (Flamarion, 200 pages ) but what repercuted in Brazil was the fact that he called fellow country man Ronaldo a fool and confirmed he was not going to Brazil for the World Cup,which starts 12th June.
I was in the official delegation with Lula, Dunga and Romario when FIFA chose Brazil. But I am very disappointed with everything that has happened since. We could use the money to build something other than stages in a country that needs everything: hospitals, schools, transport. Ronaldo is a fool for saying that it is not the role of the World Cup to build this infrastructure. He should have shut his mouth ..
Coelho in the group
Coelho, Dunga, President Lula, Romario and Teixeira
Living in Switzerland now, after a spell in France, Coelho has sold over 165 million books and chose a very simple plot (has he ever chosen any other kind?!)  for his latest: a married journalist’s relationship with a much younger woman. The interview is long acne mainly about his writing style and pirating in the internet but what caused headlines were his views on the World Cup.
The Seleção winning or not, I am sure there will be a social explosion. There will be people in the stadiums and even more people who will be demonstrating outside . It will be when the world will have their eyes on Brazil. The context is very tense.Violence returned. World Cup could be a blessing and a time of fellowship for us as it was for France or Germany. But it is a disaster. The country wants to show a face that is not the truth.There is a divide between the government and the people.
http://betisesportsworld.net/2014/05/20/world-cup-paulo-coelho-calls-ronald-a-fool-and-says-he-is-not-going/

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

MAIS INFÂMIAS SOBRE A DOENÇA DE LULA

O câncer de Lula e o ódio das elites

Por Francisco Bicudo, no Blog do Chico:

Nem bem a notícia sobre o câncer de laringe de Lula havia sido dada, na manhã do último sábado, e as redes sociais e os espaços para comentários de leitores em diversos sites e portais já tinham sido lamentavelmente transformados em esgoto fedorento, tamanha a quantidade de falas torpes e abjetas que começaram a ser postadas. Não vou aqui reproduzi-las, para não oferecer ainda mais espaço e visibilidade gratuitos para o rancor e a ignorância (entendida precisamente como falta de informação ou de argumentos), mas o que veio à tona, de forma efusiva, foram comemorações e regojizos, a agradecer a doença do ex-presidente e a desejar a ele vida curta, dentre tantas outras barbaridades.

O movimento foi tão brutal e desumano (às vezes penso mesmo se o ser humano merece ser chamado de Homo sapiens, aquele que pensa e sistematiza ideias com a razão...) que chegou a incomodar gente como o jornalista Gilberto Dimenstein, que, longe de ser um esquerdista (e de quem discordo na imensa maioria das vezes), apressou-se em publicar na WEB um texto onde reconhecia ter sentido "um misto de vergonha e enjoo ao receber centenas de comentários de leitores para a minha coluna sobre o câncer de Lula. Fossem apenas algumas dezenas, não me daria o trabalho de comentar. O fato é que foi uma enxurrada de ataques desrespeitosos, desumanos, raivosos, mostrando prazer com a tragédia de um ser humano. Pode sinalizar algo mais profundo". Tais ativistas de sofá, muitas vezes protegidos por anonimato e perfis fakes (quanta decência e coragem...), aproveitam-se de um drama humano para travar luta política, transformada ainda em guerra suja e lamacenta, da pior espécie, sem escrúpulos.

Para Francisco Fonseca, professor de Ciência Política da Fundação Getúlio Vargas de São Paulo (FGV/SP), essa reação corresponde mais uma vez, e de forma cristalina, à ojeriza que as elites sempre manifestaram pela figura de Lula e por aquilo que ele representa - e os adeptos de tal tese encontraram na doença dele mais uma janela para a publicização desse rancor. "Não aceitam que um operário, retirante nordestino, sem a escolaridade formal tenha chegado à Presidência da República. Sempre que podem, buscam revanche. É disso que se trata. Claro que o governo Lula teve inúmeros problemas, mas também registrou avanços inegáveis. O Brasil mudou, para melhor. Mas as elites abandonam a discussão política e investem num forte preconceito social, de classe", avalia o pesquisador, em entrevista exclusiva ao Blog.

No limite, o que as elites explicitam é por tabela uma visão limitada e utilitarista da própria ideia de democracia, já que um dos principais feitos das duas eleições de Lula foi justamente mostrar que a democracia brasileira vale para todos. Como bem lembra o jornalista Mino Carta, estamos afinal a falar de um segmento privilegiado e egoísta da sociedade, que sofre de "umbiguismo" crônico, de uma das elites mais arcaicas e retrógradas do planeta, que tem saudades da Casa Grande e defende ferozmente uma democracia para 20%, sem o povo a incomodar.

O professor da FGV/SP (também autor do livro "O consenso forjado", editora Hucitec, 2005, que discute o papel da grande mídia na consolidação da agenda neoliberal no Brasil) lembra também que, em termos políticos, o Brasil vive, desde o início dos anos 1990, a polarização ideológica entre PT e PSDB, que de alguma maneira reflete a oposição entre pobres e ricos. "É a divisão de classes traduzida em partidos, e o PSDB tem bandeiras fortemente elitistas, que vão aparecer e se manifestar publicamente nessas situações, como já havia ocorrido inclusive na campanha presidencial do ano passado, quando a candidatura de José Serra flertou perigosamente com temas obscuros e de natureza privada", confirma.

Preconceito e ignorância se manifestaram também de forma igualmente asquerosa na campanha "Lula, vá se tratar no SUS", veiculada nas redes - e duramente criticada até mesmo pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para quem essa postura é uma espécie de "recalque, um equívoco que ele não endossa". Ora, quando tiveram graves problemas de saúde, Sergio Motta, Roberto Marinho e Ruth Cardoso buscaram tratamento em modernos hospitais privados (Albert Einstein, Samaritano (RJ) e Sírio-Libanês, respectivamente). Orestes Quércia também buscou o Sírio, onde também estiveram internados Romeu Tuma e José de Alencar. Mario Covas foi atendido pelo sistema particular. E não coloco em questão as escolhas deles, fizeram as opções que mais acharam adequadas. É legítimo - e legal. Mas, assim como quem não quer nada, só por curiosidade mesmo, pergunto aos que defendem a campanha "Lula, faça o tratamento no SUS": o mesmo deveria ter valido para todos os outros aqui citados? A postura parece confirmar o preconceito e o ódio de classe: para quem pertence à elite, tudo bem, essa escolha é "natural", sem gritarias ou inconformismos. Já para o operário, que vem da plebe... "O argumento é novamente seletivo", destaca Fonseca. 
http://altamiroborges.blogspot.com/

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

QUEM COMBATE O SUS QUER QUE LULA USE O SUS!

Elizângela Araújo: O câncer de Lula e o preconceito

por Elizângela Araújo
Muitos conhecidos e até amigos meus têm compartilhado o que parece ser uma campanha cômica – porém sem graça – pelo tratamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Sistema Único de Sáude (SUS). Obviamente, têm sido contra-atacados por aqueles que têm grande apreço e identificação ideológica ou partidária com o ex-presidente. Como a maioria dos brasileiros já deve saber, Lula teve câncer na laringe diagnosticado no último sábado (29/10) e começou nesta segunda-feira (31/10) seu tratamento quimioterápico no hospital Sírio-Libanês, em São Paulo-SP. A brincadeira tem um quê de estupidez e oportunismo e acirra novamente os ânimos do que parece ser dois grupos distintos de pessoas: os pró-Lula e os anti-Lula.
Eu, que até o momento me coloco fora desse terreno de paixões exacerbadas, de repente me vi tendo que pensar algo a respeito da cizânia. A primeira conjectura que me surgiu foi sobre o José Alencar, ex-vice-presidente morto em razão de um câncer no dia 29 de março deste ano, depois de lutar por mais de dez anos contra a doença, não ter sido alvo de uma “campanha” semelhante. Ou foi?
De acordo com a agência de notícias IDGNow, especializada em tecnologia, houve 120 mil compartilhamentos da foto do ex-presidente com a mensagem “Lula, faça o tramento pelo SUS”, no Facebook, desde sábado à tarde até esta segunda. Ainda não há números sobre a repercussão no Twitter. Se o número é pequeno diante do total de usuários – 31 milhões de brasileiros utilizam o Facebook, segundo pesquisa do Ibope realizada em agosto – não deixa de assustar pelo nível dos comentários.
Outros políticos brasileiros enfrentaram a mesma doença – alguns morreram e outros a superaram – sem que houvesse semelhante “campanha”. A presidenta Dilma Rousseff, por exemplo, também tratou-se no Sírio-Libanês. Mário Covas, morto em 2001 depois de perder a luta contra um câncer na bexiga, também não foi alvo de semelhante galhofa. Roseana Sarney, cujo sobrenome dispensa maiores apresentações, também foi vítima de câncer em 1998 (pulmão) e em 2002 (mamas), assim como seu pai, que enfrentou a doença, localizada na próstata, entre 1985 e 1990.
Paulo Maluf, que também dispensa mais detalhes de sua biografia, também foi acometido pela doença em 1997, quando era governador de São Paulo e candidato à Presidência da República. Enfim, há outros inúmeros casos de políticos menos ilustres que tiveram câncer e comoveram mais ou menos brasileiros. No entanto, em nenhum desses casos houve tamanha falta de sensibilidade e oportunismo como no caso do ex-presidente-metalúrgico.
E fico me perguntando por quais razões as pessoas acham jocoso ou mesmo inteligente montar uma “campanha” fajuta a essa altura do campeonato, depois de terem se comovido tanto com a morte do empresário Steve Jobs, morto no dia 5 de outubro também vítima de câncer. Não tenho nenhuma intenção de comparar biografias, malfeitos ou benfeitos de todos que citei aqui, mas convocá-los para expôr minha curiosidade sobre a brincadeira de mau gosto que pede ao ex-presidente que se trate no SUS, porque como dizem seus admiradores, não se trata de uma campanha pelo fortalecimento do sistema, mas de uma campanha anti-Lula. E se tantas pessoas passam a reproduzir uma brincadeira inconsequente como essa sem se importar de tripudiar de uma pessoa que acaba de receber um diagnóstico inquietante como esse, seja quem for, é sinal de que estamos consolidando uma sociedade com valores bem equivocados.
Andaram relembrando, por exemplo, que o Lula declarou, ainda em 2006, que o SUS estaria à beira da perfeição. Assim como ele, porém, todos os governantes deixam o poder público gabando-se de terem deixado evoluções nos serviços públicos. Cá com meus botões, acho que a declaração foi, certamente, infeliz, mas nem por isso vou fazer coro com os que agora tentam achincalhar o ex-presidente num momento em que ser humano nenhum merece tal tratamento.
No fim das contas, acho que todos devem ter o direito de dizer o que querem, desde que também aceitem a contrapartida de ouvir o que não querem. E acho que, no fim, toda essa bobagem evidencia dois grandes grupos que se negam ao amadurecimento político. Os que utilizam a paixão por Lula para desqualificar a indignação do demais pelo sucateamento do SUS, e os que se valem da mesma moeda para tripudiar de uma pessoa acometida com câncer.
Se queremos mesmo a melhoria do nosso sistema público de saúde, por favor, iniciemos uma campanha séria e apartidária pelo fim da corrupção em todos os níveis do poder público, contra a terceirização de serviços essenciais – por meio dos quais muitas secretarias municipais de saúde desviam dinheiro junto com médicos e empresários inescrupulosos do ramo, e pela fiscalização rigorosa da aplicação dos recursos públicos destinados ao setor. Sem esquecer, obviamente, que como população que mais consome agrotóxicos no planeta estamos cada vez mais sujeitos a contrair câncer e outras doenças somente por ingerir alimentos contaminados (embora tenha lido jornalista experiente dizer que Lula contraiu câncer por causa “do fumo e da cachaça”).
Não deixemos que o pior câncer de todos, o do preconceito e da falta de informação, corroa nosso humanismo.
Elizângela Araújo é jornalista.

LULA AGRADECE APOIO NA INTERNET

Apoie a campanha “Respeitem Lula, o Estadista que Ergueu o Brasil”

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Se você acha que o ex-presidente Lula ergueu o Brasil do poço em que estava mergulhado até 2002 e que o mínimo que este país lhe deve é pagar por seu tratamento de saúde, ainda que o próprio Lula não esteja pedindo isso, deixe seu comentário de apoio e fique entre os cidadãos lúcidos e humanos que têm a decência de tratar com respeito não só o ex-presidente, mas a qualquer pessoa, independentemente de cor, sexo, classe social, idade, crença (ou não), sexualidade, partido político ou time de futebol.
Antes de prosseguir com a leitura do post, ouça o que disse Kennedy Alencar sobre Lula . O post continua em seguida.Para continuar a leitura deste post basta retornar à página anterior depois de o link o (a) remeter à página do comentário do jornalista.
Tenho certeza de que a maioria esmagadora dos brasileiros apoiaria essa campanha, se soubesse dela. Cabe a você que enxerga o que Lula fez por este país aderir à campanha e divulgá-la como puder. É só uma questão de justiça.
Nos anos 1970, o sistema público de saúde ceifou a vida da então esposa de Lula e do filho que ela levava no ventre. Lula se elegeu, mudou a face deste país, melhorou como nunca a vida de dezenas de milhões de brasileiros, pôs o país no cenário internacional como a grande potência do futuro… Será que não é muita canalhice pedirem a ele, agora, o que não pediram a nenhum de seus antecessores?
Não lhe pedem demais ao exigirem que use o sistema de saúde que já lhe tirou a vida daqueles aos quais mais amava? Não há trégua? Há que atacar o adversário quando está caído? Essa é a hora de lhe fazerem críticas? Não poderiam se lembrar de que um dia todos podem passar por isso? Será que esses que tripudiam da mortalidade alheia não sabem que todos teremos o mesmo fim?
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Lula grava vídeo de agradecimento ao apoio dos internautas