terça-feira, 15 de novembro de 2011

AMERICANOS INDIGNADOS TIRAM A GRANA DOS BANCOS!

Movimento nos EUA prega transferência de dinheiro para cooperativas de crédito

Os protestos contra o sistema financeiro nos Estados Unidos não se resumem ao movimento Occupy Wall Street e seus similares. No dia 5 de novembro, o Bank Transfer Day, centenas de milhares de poupadores transferiram milhões de dólares dos grandes bancos para instituições de crédito cooperativo. Segundo a Credit Union National Association, somente no sábado pouco mais de 40 mil pessoas transferiram a cooperativas de crédito cerca de 80 milhões de dólares.

Há aqueles que continuam a quebrar as janelas dos bancos - que são protegidos por seguros - e há, por outro lado, quem invente formas de protesto inteligentes e eficazes. Como aquela que nos EUA teve seu grande dia no sábado passado.

No 5 de Novembro - data simbólica ligada ao soldado britânico do século 16, Guy Fawkes [1], inspirador do V de Vingança e ícone do movimento dos Indignados - aconteceu o Bank Transfer Day (Dia Transferência Bancária): dia em que os investidores foram convidados a fechar as suas contas correntes nos grandes bancos (Bank of America, Fells Fargo, JPMorgan Chase, etc.) e transferir seu dinheiro aos institutos de crédito cooperativos.

A iniciativa foi lançada, um mês atrás, por uma jovem californiana: Kristen Christian, 27 anos, negociante de arte em Los Angeles. Descontente com a decisão do seu banco, o Bank of America, de impor uma taxa mensal de cinco dólares sobre os cartões, lançou no Facebook um apelo para que todos transferissem suas poupanças para o crédito cooperativo.

“Juntos faremos os bancos recordarem para sempre o 5 de novembro. Nessa data, transfiram suas economias das instituições bancárias que visam o lucro para aquelas de crédito cooperativo sem fins lucrativos, enviando uma mensagem bem clara: os consumidores não sustentarão mais os bancos que adotam uma prática comercial contrária à ética. É hora de investir no crescimento das comunidades locais.” E um esclarecimento: “Sei que esta iniciativa é apoiada pelo movimento Occupy Wall Street, mas não tem nada a ver com eles”. Ao contrário, tem. E como.

As instituições de crédito cooperativo, muito difundidas nos Estados Unidos, são consideradas a face boa e social do sistema financeiro e de crédito, aquelas que estão do lado de 99 por cento da população, ao contrário dos "banksters" dos um por cento. As Credit Union americanas são de propriedade dos correntistas e democraticamente controladas por eles. Operam com absoluta transparência fornecendo crédito a juros baixos com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico das comunidades locais. Não há nenhum investimento especulativo nos mercados internacionais e em empresas multinacionais.

A imprensa local americana mostrou as longas filas em frente as lojas das Credit Union, muitas abertas excepcionalmente no sábado para a ocasião. Em diversas cidades houve também manifestações em frente aos grandes bancos, em particular em Los Angeles (foto). Segundo a Credit Union National Association (CUNA), somente no sábado pouco mais de 40 mil pessoas transferiram aos créditos cooperativos 80 milhões de dólares. Desde o início do protesto, em 1º de outubro, até 3 de novembro, 650 mil depositantes tinham movido mais de 4 bilhões e meio de dólares de grandes bancos para o crédito cooperativo.

Fonte:
http://it.peacereporter.net/articolo/31443/Usa%2C+una+protesta+intelligente+contro+le+banche

Nota
[1] Guy Fawkes (Iorque, 13 de abrilde 1570 — Londres, 31 de janeirode 1606), também conhecido como Guido Fawkes, foi um soldado inglês católico que teve participação na “Conspiração da pólvora” (Gunpowder Plot) na qual se pretendia assassinar o reiprotestante Jaime I da Inglaterrae todos os membros doparlamento durante uma sessão em 1605, objetivando o início de um levante católico. Guy Fawkes era o responsável por guardar os barris de pólvora que seriam utilizados para explodir o Parlamento do Reino Unido durante a sessão.

Tradução: Rosana Pozzobon

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