QUEM APOSTOU CONTRA, PERDEU.
E PERDERÁ MAIS
Na primeira semana completa após vitória da presidente Dilma
Rousseff, Bolsa de Valores de São Paulo acumula alta de 5,18%;
nada menos que 18 companhias listadas subiram acima de 20%
desde o day after eleitoral; apenas na sexta-feira 31, subida do
Ibovespa foi de 4,38%; Petrobras supera perdas e dispara 6,70%;
bom humor é sustentado pelas escolhas que Dilma têm nas mãos
para o Ministério da Fazenda, entre Henrique Meirelles e Nelson Barbosa; quem jogou contra a presidente e o Brasil, está perdendo
feio.
31 DE OUTUBRO DE 2014 ÀS 20:34
247 – Depois de sofrer, durante toda a eleição, com baixas no mercado financeiro a cada vez que experimentava alta nas pesquisas, a presidente Dilma Rousseff pode se sentir vingada. Nesta semana que se seguiu à sua eleição em segundo turno, a Bolsa de Valores de São Paulo acumulou alta de 5,18%. Foi a melhor semana desde março, quando a eleição começou a ficar mais acirrada.
Apenas nesta sexta-feira 30, o Ibovespa subiu 4,38%. Nada menos que 18 companhias tiveram suas ações valorizadas em mais de 20% desde a reeleição de Dilma, no domingo 26. O dia seguinte, de
resto, considerado como o momento da ressaca para quem
torceu e atuou contra a vencedora final, foi o único a registrar
fechamento no vermelho.
Emblemática da onda especulativa negativa que tomou o mercado
de assalto no período eleitoral, a Petrobras viu seus papeis subirem
6,70% também nesta sexta 31. Esse desempenho esteve
diretamente ligado a um reajuste no preço dos combustíveis que
está sendo examinado pelo Conselho de Administração. A reunião
que começou na sexta 31 será concluída na terça-feira 4, o que
sugere uma segunda-feira de novas altas para os papéis da estatal.
Para quem não se lembra, Dilma prometera um reajuste nos
combustíveis para este final de ano. Era uma questão de acreditar.
Na mesma sintonia, as ações da Vale, que tem forte presença do
governo em seu comando, subiram 5,12%.
O cenário externo, com bons indicadores de retomada do
crescimento nos Estados Unidos, também vai colaborando para o
bom humor. Mas o que está mesmo dando sustentação à escalada
é a perspectiva de a presidente escolher um nome amigável aos
investidores e empresários para ser seu futuro ministro da Fazenda.
MEIRELLES OU BARBOSA - Segundo notícia veiculada pelo site
Valor Pro, o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, já teria
sido convidado pela presidente, mas declinou sob a alegação de ter
"um estupendo desafio" a completar na instituição que lidera. Mas
Dilma ainda tem dois ases na mão. Descansando, neste momento,
em Aratu, na Bahia, a presidente emitiu sinais a auxiliares de que
está considerando seriamente o nome do ex-presidente do BC
Henrique Meirelles.
"A presidente não briga com os fatos", justificou um interlocutor
de Dilma, referindo-se à ótima repercussão que o nome de Meirelles
encontra não apenas no mercado financeiro, mas também no
empresariado. O trabalho dele à frente do BC durante o governo
Lula é considerado irrepreensível. Na gestão de Meirelles, o País
acumulou reservas internacionais superiores a US$ 300 bilhões. A
inflação, por outro lado, posicionou-se dentro da meta.
No passado, quando Dilma era ministra-chefe do Casa Civil e
Meirelles pilotava o BC, ambos tiveram discussões acesas exatamente
em torno da política econômica. Agora, porém, a presidente já teria
superado as diferenças e, em nome de uma retomada mais veloz do
crescimento econômico, concordaria em chamar Meirelles para chefiar
sua equipe econômica. A dúvida está na certeza de que ele pedirá
autonomia absoluta para trabalhar, enquanto a presidente não quer
abrir mão de ter a palavra final nas decisões mais importantes.
Na equipe de Dilma, a impressão maior é a de que o anúncio do novo
ministro da Fazenda será feito somente a partir da segunda quinzena
de novembro. Foi isso o que ela própria adiantou em entrevistas antes
de tirar sua semana de descanso. Mas também aí a presidente pode
surpreender e participar da reunião do G-20, na Austrália, nos dias
15 e 16 de novembro, com seu novo ministro à tiracolo.
Ex-secretário-executivo da Fazenda, o economista Nelson Barbosa
prossegue sendo um nome que Dilma sabe poder contar. Ambos
têm bastante afinidade e confiança. Quando ele estava no cargo,
a presidente mais de uma vez mostrou preferência por despachar
sobre assuntos econômicos com o próprio Barbosa do que com o
titular Guido Mantega.
Assim como Meirelles, Barbosa também é um nome bastante
palatável ao mercado. No entorno de Dilma, o que se diz, em tom
de brincadeira, é que, com Barbosa, o dólar ficaria em R$ 2,50,
mas com Meirelles desceria para R$ 2,00. O que se tem, hoje, é
que Dilma está focada entre essas duas alternativas. Com a
aparente tranquilidade na Bovespa, ela sabe que ganhou mais
tempo para pensar. Na segunda-feira 2, Dilma retorna de férias
e retoma as articulações do novo ministério. Quem apostar contra
ela, como se vê, tem mais chances de perder do que de ganhar.
http://www.brasil247.com/pt/247/economia/159075/Quem-
apostou-contra-perdeu-E-perder%C3%A1-mais.htm
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