(Reuters) - A presidente Dilma Rousseff descartou nesta quarta-feira realizar uma reforma ministerial na semana que vem assim que voltar da viagem para a cúpula do G20 na Austrália, afirmando que as trocas no ministério serão realizadas por partes.
"Não estabeleci nenhum prazo, não vou fazer a reforma imediatamente, vou fazer por partes", disse Dilma em entrevista coletiva no Catar, onde fez uma visita oficial durante escala da viagem para a Austrália.
"Não tem reforma ministerial na
terça-feira quando eu voltar, nem pensar. Não dá nem tempo",
acrescentou Dilma, negando especulações que teriam partido do
Palácio do Planalto dando conta que a presidente teria estabelecido
prazo até terça para os ministros entregarem cartas colocando
seus cargos à disposição.
"O Palácio, companheiro, não fala. Até onde eu sei, o Palácio é
integrado por paredes mudas. Só fala sobre reforma ministerial
essa modesta que vos fala aqui", acrescentou.
Dilma disse na semana passada que só escolheria o nome do novo
ministro da Fazenda depois da reunião de cúpula do G20, que ocorre
de 15 a 16 de novembro.
A declaração foi vista como uma indicação de que Dilma poderia
anunciar trocas no ministério logo após voltar da Austrália.
A presidente, reeleita para um novo mandato, anunciou durante a
campanha que o atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, não
participará do novo governo.
No Catar, Dilma afirmou ainda que não foi surpreendida pela carta
de demissão entregue na terça-feira pela ministra da Cultura, Marta
Suplicy, e acrescentou que foi informada pessoalmente por ela sobre
o teor da carta antes de viajar para o exterior.
Em sua carta formalizando a demissão, Marta disse esperar que
Dilma escolha uma equipe econômica independente. "É a opinião
dela, acho que ela externou a opinião dela", disse Dilma.
Após a visita ao Catar, Dilma ainda fará uma escala em Cingapura
antes de finalmente chegar à Austrália para a cúpula do G20.
Segundo a presidente, a questão da geração de empregos será um
dos temas dominantes do encontro entre as 20 maiores economias
do mundo.
"O G20 é sobre o fato de que o mundo ainda está numa situação
bastante difícil, enfrentando vários problemas, principalmente
desemprego, altíssimas taxas de desemprego, perda grande de
renda e, em vários países, até tendências deflacionárias", disse. "O
foco muito forte vai ser sobre emprego".
Questionada na entrevista sobre a informação divulgada pelo jornal
norte-americano Financial Times de que a Petrobras estaria sendo
investigada pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos e pela
Securities and Exchange Comission (SEC), órgão regulador do
mercado de capitais norte-americano, por conta de denúncias de
corrupção na estatal, Dilma disse que considera as ações normais.
"Isso faz parte das regras do jogo. Empresas cotadas na bolsa de
Nova York têm de prestar contas segundo as regras da bolsa de
Nova York, que não são muito diferentes das brasileiras. Além
disso,
os EUA têm de investigar se tem cidadãos americanos envolvidos
em alguma irregularidade", afirmou.
(Por Pedro Fonseca, no Rio de Janeiro)
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/160260/Dilma-descarta-
fazer-reforma-logo-que-voltar-do-G20.htm
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