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terça-feira, 27 de outubro de 2015
REINALDO AZEVEDO CONFESSA QUE ENTROU EM SURTO COM O FAVORITISMO DE LULA!
A pesquisa do Ibope, mostrando que Lula aparece como favorito para as eleições presidenciais de 2018 caíram como uma bomba na cabeça da Direita golpista. Apesar das distorções de sempre em prejuízo da Esquerda, o levantamento mostra três constatações interessantes ao debate político:
1) É impressionante que 23% dos eleitores consultados declarem seu voto em Lula, muito à frente de Aécio Neves, segundo colocado na eleição passada e, portanto, beneficiário do que os publicitários chamam de "recall" (lembrança do nome or marca depois de uma forte exposição). O discurso de nota única de Aécio, em defesa de um golpe de Estado sob formas judicial ou congressual, mostrou ao povo seu despreparo e total irresponsabilidade política. Sua rejeição aumentou e suas intenções de votos caíram. Fracasso total do discruso de ódio da Direita, sem projetos ou respeito ao Povo;
2) O descrédito crescente da classe política como um todo. Os políticos nunca foram muito amados no Brasil, como exceção, talvez, de Getúlio e Juscelino, mas ambos depois que deixaram o poder e, mais ainda, depois que morreram. Lula foi muito querido durante seus mandatos, e continua a fascinar uma fatia importante dos brasileiros e brasileiras, que demonstram conservar a gratidão pelos avanços sociais produzidos naqueles oito anos.
O espírito crítico sobre a classe política é positivo, demonstra a vigilância do povo sobre os mandatários, e é a única forma de pressionar os detentores de mandatos a se manterem próximos à vontade popular. Ao contrário do que alguns pensam, a Democracia nunca está pronta; é um processo permanente, e a crítica popular, da mídia e da sociedade organizada em geral, é fator fundamental de aperfeiçoamento.
Porém, a desmoralização dos políticos como um todo, com chavões do tipo "todo político é ladrão", é um suicídio da sociedade. Nada acontece fora da Política, arte e ciência de se organizar a sociedade para proteger os mais fracos, estabelecer metas coletivas, mediar os conflitos de interesse, manter a coesão social, etc.
Alem disso, no vácuo aberto para ausência das lideranças políticas, só pode sobrevir o autoritarismo, o poder pode ser assaltado por um grupo restrito que promete "moralizar" a Nação - e a ditadura da minoria sempre acaba em falta de liberdades, favorecimento aos economicamente mais fortes e atraso cultural, entre outros pontos inevitáveis numa ditadura;
3) A total desmoralização dos maiores órgãos de Comunicação do país, que pregam abertamente um golpe de Estado, 24 horas por dia, no caso de rádio e TV, e em todas as manchetes de Política dos jornais e revistas. Um dos expoentes desta brigada do ódio ao PT, à Lula e à Dilma, Reinaldo Azevedo, que ocupa espaços no panfleto fascista semanal "veja", na Folha de S. Paulo e na rádio Jovem Pan (aquela sustentada pela propaganda do Governo Alckmin), confessou na rádio, nesta terça-feira, que estava "em surto" depois de comentar a pesquisa do Ibope. Cometeu erros primários, como dizer que Natal é a capital brasileira mais ao Oeste (é João Pessoa, como alguns ouvintes corrigiram a tempo). O "Rei do Esgoto" , como é conhecido nos meios jornalísticos e na blogosfera, passou uma hora xingando Lula e Dilma, caluniando vários petistas e insuflando o ódio nos seus eventuais ouvintes.
Era audível, no programa do Rei do Esgoto, a sua imensa frustração pelo fato de que sua pregação incessante, estridente, espumante de ódio, não produz nenhum resultado na opinião pública. Para ele, Lula deveria estar com 0,1% das preferências, e o candidato da Direita (ele deve sonhar com Bolsonaro, mas tem que se contentar com o Aécio Neves, o playboy do Leblon) com uns 80%....
Vamos nos debruçar sobre os dados da pesquisa, sem euforias, mas procurando entender seus múltiplos significados. Esses três, no entando, já nos saltam aos olhos.
(texto A. Barbosa Filho)
APESAR DO MASSACRE DA MÍDIA, LULA VENCE EM 2018!
IBOPE: Lula vence em 2018
publicado 27/10/2015
Por isso o Moro precisa abatê-lo!

Imagem publicada no Twitter do Turquim5
Saiu no DCM:
Ibope: 23% votariam com certeza em Lula em 2018 contra 15% em Aécio
Do estadão:
(…)
Com o impeachment de Dilma Rousseff cada dia menos iminente, o foco da disputa política volta a ser 2018. Pesquisa inédita do Ibope mostra por que o fantasma de um terceiro mandato do ex-presidente continua assombrando a oposição.
(…)
Entre 17 e 21 de outubro, o Ibope pesquisou o potencial de voto de alguns dos principais personagens políticos que podem vir a disputar a sucessão de Dilma daqui a três anos. Quando falta tanto tempo assim para a eleição, esse tipo de sondagem é mais significativo do que medir a simples intenção de voto – porque mostra não apenas a presença de cada nome na memória do eleitor, mas também sua força e limites, além do seu desconhecimento.
Pergunta-se, sobre cada um dos potenciais candidatos, qual frase mais bem descreve o que o eleitor pensa a respeito daquele nome: se votaria nele com certeza para a Presidência da República, se poderia votar, se não votaria de jeito nenhum ou se não o conhece o suficiente para opinar. Há quem não responda.
Além de Lula, foram testados os nomes de Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra (todos do PSDB), de Marina Silva (Rede) e de Ciro Gomes (PDT). Um mesmo eleitor pode dizer que votaria com certeza em mais de um candidato ou que não votaria em nenhum deles. Por isso, as taxas não somam 100%. As questões entraram na pesquisa mensal do Ibope e foram bancadas pelo instituto.
Eis as principais conclusões:
1) Os que dizem que não votariam de jeito nenhum em Lula pularam de 33% em maio de 2014 para 55% agora. É a maior rejeição entre todos os nomes testados.
(…)
2) Cresceu menos, mas também cresceu a taxa dos que não votariam de jeito nenhum em Aécio (de 42% para 47% em um ano), em Marina (de 31% para surpreendentes 50% em um ano), e em Serra (de 47% para 54% em dois anos). Não há comparativo, mas a rejeição a Alckmin e a Ciro é igualmente alta: 52% para ambos.
3) O crescimento generalizado da rejeição mostra que o desgaste de Lula, embora maior do que o dos demais, não está sendo capitalizado por ninguém. Ao contrário, uma fatia crescente do eleitorado demonstra desprezo por todos os políticos, inclusive por aqueles que, como Marina, pretendem simbolizar renovação. (…)
4) (…) A taxa de eleitores que dizem que votariam com certeza em Lula ainda é maior do que a de todos os seus rivais: 23% (era 33% em maio de 2014). Em segundo lugar aparece Aécio com 15%, seguido de perto por Marina, com 11%. Serra tem 8%, Alckmin tem 7% e Ciro, 4%. A despeito do desgaste, o petista ainda tem o maior poder de mobilização entre todas as lideranças avaliadas.
(…)
(…)
Com o impeachment de Dilma Rousseff cada dia menos iminente, o foco da disputa política volta a ser 2018. Pesquisa inédita do Ibope mostra por que o fantasma de um terceiro mandato do ex-presidente continua assombrando a oposição.
(…)
Entre 17 e 21 de outubro, o Ibope pesquisou o potencial de voto de alguns dos principais personagens políticos que podem vir a disputar a sucessão de Dilma daqui a três anos. Quando falta tanto tempo assim para a eleição, esse tipo de sondagem é mais significativo do que medir a simples intenção de voto – porque mostra não apenas a presença de cada nome na memória do eleitor, mas também sua força e limites, além do seu desconhecimento.
Pergunta-se, sobre cada um dos potenciais candidatos, qual frase mais bem descreve o que o eleitor pensa a respeito daquele nome: se votaria nele com certeza para a Presidência da República, se poderia votar, se não votaria de jeito nenhum ou se não o conhece o suficiente para opinar. Há quem não responda.
Além de Lula, foram testados os nomes de Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra (todos do PSDB), de Marina Silva (Rede) e de Ciro Gomes (PDT). Um mesmo eleitor pode dizer que votaria com certeza em mais de um candidato ou que não votaria em nenhum deles. Por isso, as taxas não somam 100%. As questões entraram na pesquisa mensal do Ibope e foram bancadas pelo instituto.
Eis as principais conclusões:
1) Os que dizem que não votariam de jeito nenhum em Lula pularam de 33% em maio de 2014 para 55% agora. É a maior rejeição entre todos os nomes testados.
(…)
2) Cresceu menos, mas também cresceu a taxa dos que não votariam de jeito nenhum em Aécio (de 42% para 47% em um ano), em Marina (de 31% para surpreendentes 50% em um ano), e em Serra (de 47% para 54% em dois anos). Não há comparativo, mas a rejeição a Alckmin e a Ciro é igualmente alta: 52% para ambos.
3) O crescimento generalizado da rejeição mostra que o desgaste de Lula, embora maior do que o dos demais, não está sendo capitalizado por ninguém. Ao contrário, uma fatia crescente do eleitorado demonstra desprezo por todos os políticos, inclusive por aqueles que, como Marina, pretendem simbolizar renovação. (…)
4) (…) A taxa de eleitores que dizem que votariam com certeza em Lula ainda é maior do que a de todos os seus rivais: 23% (era 33% em maio de 2014). Em segundo lugar aparece Aécio com 15%, seguido de perto por Marina, com 11%. Serra tem 8%, Alckmin tem 7% e Ciro, 4%. A despeito do desgaste, o petista ainda tem o maior poder de mobilização entre todas as lideranças avaliadas.
(…)
E no Tijolaço, sobre a sórdida manipulação pigal:
Para implantar a ditadura, faça a democracia parecer uma imundície
O mais impressionante na pesquisa Ibope que circulou hoje, embora no noticiário as chamadas se voltem para os 55% que não votariam em Lula “de jeito nenhum” é que o mesmo conceito, em percentual semelhante, com diferença insignificante, se aplica a José Serra ( 54%), Geraldo Alckmin (52%), Ciro Gomes (52%), Marina Silva ( 50%) e Aécio Neves (47%).
É obvio que a rejeição a Lula, se é que é esta, é resultado de uma campanha de insultos, acusações e ataques que já completou até aniversário, sem falhar um dia sequer. Mas, margem de erro para cá, para lá ou “ajudinhas”, o fato é que metade da população foi levada a rejeitar todos os políticos de maior expressão do país.
E não é por razões ideológicas, o que explicaria rejeições consideradas altas, na faixa do 30-35%, normais em qualquer época.
Duas instituições têm papel importante nesta nesta generalização da política: a imprensa e o Ministério Público.
Semearam e regaram, diariamente, o “ninguém presta”.
O MP, esmerando-se em fuçar à procurar de irregularidades, seja das grandes, seja das miudezas, sempre com a preocupação em rebrilhar como “a esperança da Nação”, ungidos em semideuses porque passaram em um concurso público e, meritocratas, são melhores que qualquer um.
Sob o aplauso da mídia a que alimentam com a violação dos seus deveres funcionais de prudência e sigilo, transformaram ladrões delatores em oráculos da verdade e quem é citado por eles é que tem de provar inocência, isso quando adianta prová-la.
Não é apenas em grandes casos, rumorosos, nem com a ajuda do juiz Sérgio Moro e seu siderado desejo de ser o “Mãos Limpas” tupiniquim.
Chegamos ao cúmulo de verem ser movidas ações, até, contra eleitores que doaram quantias irrisórias ( 15, 30, 50, 100 reais) a candidatos, algo que só poderia ser saudado como legítimo e cívico e é apontado como crime.
Como escreveu hoje Nilson Lage, no Facebook, é efeito do “denuncismo, promoção do ódio, jornalismo de calúnia e imprensa de merda” que está nos levando ao paroxismo:
– Estamos perto do que se vayan todos, que tomou conta da Argentina depois da queda de (Fernando) De la Rúa e da semana em que o país teve três presidentes da República e nenhuma moeda.
Essa é a obra dos fanáticos, que se iniciou – sob a tolerância geral, aliás – há pouco mais de dois anos, quando se saudou a marcha dos “sem partido, sem bandeira”, de um padrão Fifa (que logo se mostraria, ironicamente, campeão em corrupção) e de uma folclórica carnavalização das manifestações políticas.
Hoje, os arreganhos fascistas que assistimos, com grupelhos provocando e agredindo atos, debates e até velórios, não são, evidente, apenas fruto disso, mas de interesses de muita gente engravatada e de bons modos.
Mas o método, este sim, é filhote do “pode tudo” que se começou a entender como legítimo quando se tratava de falar de “os políticos”, todos num saco só.
Pensando assim, não só eles ficam todos mais parecidos na mediocridade, pois se desacredita do voto, como ficamos mais perto de uma ditadura, pois se desacredita da política.
É obvio que a rejeição a Lula, se é que é esta, é resultado de uma campanha de insultos, acusações e ataques que já completou até aniversário, sem falhar um dia sequer. Mas, margem de erro para cá, para lá ou “ajudinhas”, o fato é que metade da população foi levada a rejeitar todos os políticos de maior expressão do país.
E não é por razões ideológicas, o que explicaria rejeições consideradas altas, na faixa do 30-35%, normais em qualquer época.
Duas instituições têm papel importante nesta nesta generalização da política: a imprensa e o Ministério Público.
Semearam e regaram, diariamente, o “ninguém presta”.
O MP, esmerando-se em fuçar à procurar de irregularidades, seja das grandes, seja das miudezas, sempre com a preocupação em rebrilhar como “a esperança da Nação”, ungidos em semideuses porque passaram em um concurso público e, meritocratas, são melhores que qualquer um.
Sob o aplauso da mídia a que alimentam com a violação dos seus deveres funcionais de prudência e sigilo, transformaram ladrões delatores em oráculos da verdade e quem é citado por eles é que tem de provar inocência, isso quando adianta prová-la.
Não é apenas em grandes casos, rumorosos, nem com a ajuda do juiz Sérgio Moro e seu siderado desejo de ser o “Mãos Limpas” tupiniquim.
Chegamos ao cúmulo de verem ser movidas ações, até, contra eleitores que doaram quantias irrisórias ( 15, 30, 50, 100 reais) a candidatos, algo que só poderia ser saudado como legítimo e cívico e é apontado como crime.
Como escreveu hoje Nilson Lage, no Facebook, é efeito do “denuncismo, promoção do ódio, jornalismo de calúnia e imprensa de merda” que está nos levando ao paroxismo:
– Estamos perto do que se vayan todos, que tomou conta da Argentina depois da queda de (Fernando) De la Rúa e da semana em que o país teve três presidentes da República e nenhuma moeda.
Essa é a obra dos fanáticos, que se iniciou – sob a tolerância geral, aliás – há pouco mais de dois anos, quando se saudou a marcha dos “sem partido, sem bandeira”, de um padrão Fifa (que logo se mostraria, ironicamente, campeão em corrupção) e de uma folclórica carnavalização das manifestações políticas.
Hoje, os arreganhos fascistas que assistimos, com grupelhos provocando e agredindo atos, debates e até velórios, não são, evidente, apenas fruto disso, mas de interesses de muita gente engravatada e de bons modos.
Mas o método, este sim, é filhote do “pode tudo” que se começou a entender como legítimo quando se tratava de falar de “os políticos”, todos num saco só.
Pensando assim, não só eles ficam todos mais parecidos na mediocridade, pois se desacredita do voto, como ficamos mais perto de uma ditadura, pois se desacredita da política.
http://www.conversaafiada.com.br/politica/ibope-lula-vence-em-2018
quarta-feira, 9 de setembro de 2015
LULA JAMAIS VENCEU COM BASE NAS PESQUISAS ANTECIPADAS
A oposição e as pesquisas fora de hora para fazer Lula parecer fraco
É perceptível o medo que as oposições têm de Lula. Na política, nas corporações e na “grande imprensa”, se inquietam com a possibilidade de uma candidatura do ex-presidente em 2018. Podemos estar certos: elas próprias não acreditam no que alegam quando dizem não o temerem.
Por Marcos Coimbra*, na CartaCapital
Ricardo Stuckert | Instituto Lula
A sério nenhum expoente oposicionista endossa o raciocínio simplório de que a atual crise de popularidade da presidenta Dilma Rousseff, somada ao desgaste da imagem do PT causado pela Operação Lava Jato, eliminam a chance de sucesso de uma candidatura de Lula. Repetem-no para convencer a plateia e a si mesmos, mas a cada vez que reiteram a tese de que Lula não venceria, mais revelam o quanto creem em sua força.
De uns tempos para cá, para tentar demonstrar o enfraquecimento do ex-presidente, uma das estratégias mais utilizadas tem sido a divulgação de pesquisas de intenção de voto. Apenas nas últimas semanas, foram cinco, todas com Lula em segundo lugar, atrás dos possíveis nomes tucanos.
É claro que a razão de ser de algumas foi somente fortalecer a hipótese da candidatura de Aécio Neves pelo PSDB. Obrigado a enfrentar Geraldo Alckmin e José Serra, considerados favoritos na disputa interna por muitos, Aécio faz o mesmo que Serra fez com ele em 2010. Desta feita, em razão do recall de 2014, o argumento de “estar na frente nas pesquisas” lhe é favorável, e não será surpresa se sua pré-campanha promover a multiplicação de levantamentos de agora em diante.
O alvo principal sempre é, porém, Lula. O discurso sobre sua “fraqueza” visa apenas secundariamente a opinião pública. Embora não seja irrelevante desmotivar seus eleitores no horizonte de daqui a três anos, o jogo é de curto prazo e seu objetivo não é a sociedade, mas o interior do sistema político.
Ao afirmar que Lula seria derrotado em 2018, as oposições apostam no efeito imediato no Congresso Nacional. Não é segredo que a perspectiva do retorno do ex-presidente mantém minimamente articulada a base parlamentar do governo e que, sem ela, as dificuldades de Dilma Rousseff, que já são grandes, seriam ainda maiores.
É, no entanto, um despropósito pretender retirar conclusões como essas de pesquisas de intenção de voto feitas nas condições atuais e tão longe da próxima eleição. Em fases como a que vivemos, quando a população se sente insatisfeita e descrente no governo, elas tendem a captar atitudes e opiniões exclusivamente conjunturais, de pouca utilidade preditiva. A característica da pesquisa de ser a “fotografia de um momento” se acentua e, a mais de três anos de distância, a suposição de “a eleição ser hoje” mostra-se completamente sem sentido.
A se considerar que a popularidade atual do governo Dilma é muito parecida com aquela de Fernando Henrique Cardoso no início do segundo mandato, podemos tirar daquele período alguma lição que nos leve a compreender o presente e a imaginar o futuro. Mais especificamente, a entender que impacto tem uma crise de popularidade nas intenções de voto na eleição seguinte, na qual o governante não é candidato, mas seu partido ou grupo político vai concorrer.
Como sabemos, FHC começou pessimamente o segundo mandato, em meio a uma grave crise econômica, com inflação e desemprego na estratosfera, acossado por denúncias de favorecimento a grupos econômicos e obrigado a lidar com uma oposição política ativa, manifestações de rua e pedidos de impeachment. Em razão disso, sua popularidade caiu a níveis muito baixos: segundo dados de uma pesquisa do Instituto Vox Populi feita em setembro de 1999, apenas 8% da população avaliava positivamente o governo.
Como é de se supor, o cenário eleitoral era desfavorável ao condomínio tucano-pefelista. Em nenhuma das inúmeras pesquisas realizadas pelo Vox Populi entre 1999 e 2000, a soma de quaisquer candidatos do PSDB e do PFL ultrapassou 14%. José Serra, o tucano mais forte, nunca foi além de 7%. A medir a situação por elas e de acordo com os demais institutos, o governismo estava fadado a uma derrota acachapante em 2002.
Não foi o que vimos quando a eleição chegou. Serra só ficou atrás de Lula, disputou com ele o segundo turno e alcançou cerca de 40% dos votos válidos, quase exatamente o mesmo porcentual de Alckmin em 2006. Ou seja, na hora de votar, prevaleceram as identidades mais profundas do eleitorado e não a conjuntura da avaliação do governo.
Se, em 2002, Serra cresceu, apesar de sua limitadíssima identificação popular, imagine-se o favoritismo com que Lula pode chegar em 2018. O que, aliás, explica o medo das oposições e por que elas tentam, de qualquer maneira, impedir sua candidatura.
*Marcos Coimbra é sociólogo, presidente do Instituto Vox Populi e também colunista do Correio Braziliense. Artigo originalmente publicado com o título "Pesquisas fora de hora"
http://www.vermelho.org.br/noticia/270027-1
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
SOB MASSACRE DO PIG, DILMA TEM 72% DE ÓTIMO, BOM E REGULAR!!!
O PiG bate e
aprovação à Dilma sobe !
Quá, quá, quá !
Saiu no G1:
GOVERNO DILMA TEM APROVAÇÃO DE 40%, INDICA PESQUISA IBOPE
Pesquisa Ibope divulgada nesta quarta-feira (17) mostra que a administração da
presidente Dilma Rousseff tem a aprovação de 40% dos entrevistados. O
percentual de aprovação reúne os que avaliam o governo como “ótimo” ou “bom”.
(…)
De acordo com a CNI, o levantamento anterior, divulgado em setembro deste
ano, havia apontado que 38% aprovavam o governo (consideravam “ótimo” ou
“bom”). Na última pesquisa – realizada durante a campanha presidencial
–, 28% consideravam dos entrevistados avaliaram a administração Dilma
“ruim” ou “péssima”. Já 33% consideraram a gestão “regular”.
Os que julgam o governo “ruim” ou “péssimo”, segundo o Ibope, são 27%.
Para 32%, o governo é “regular”.
O resultado da pesquisa de avaliação do governo Dilma foi o seguinte:
- Ótimo/bom: 40%
- Regular: 32%
- Ruim/péssimo: 27%
- Não sabe/não respondeu: 1%
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/12/17/o-pig-bate-e-aprovacao
-a-dilma-sobe/
terça-feira, 9 de dezembro de 2014
JORNAIS CONTRARIAM SUAS PRÓPRIAS PESQUISAS
Quem quer a ditadura?
Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa:
Coincidência ou não, dois dos principais jornais de circulação nacional trataram, nos últimos dias, de consultar os brasileiros sobre suas posições em relação ao regime democrático. Aparentemente, a motivação da pauta é a sucessão de manifestações que quase toda semana fecham a Avenida Paulista, pedindo o impeachment da presidente reeleita em outubro ou um golpe militar.
No domingo (7/12), o Estado de S. Paulo publicou pesquisa do Ibope revelando que a satisfação com a democracia subiu 13 pontos em 2014. Nesta segunda-feira (8), a Folha de S. Paulo divulga pesquisa Datafolha segundo a qual o índice de aprovação da democracia é o mais alto desde 1989.
Segundo a interpretação da pesquisa Ibope, apesar de um grande número de brasileiros ter dúvidas sobre a vantagem de viver em uma democracia, aumentou a porcentagem daqueles que defendem o regime de liberdade política em qualquer circunstância. Analistas consultados pelo Estado de S. Paulo acreditam que as dúvidas em relação ao regime democrático são alimentadas pela avaliação negativa dos partidos políticos e do Congresso Nacional e pela percepção de aumento da corrupção. Portanto, há uma relação direta entre o modo como a imprensa noticia e comenta os escândalos envolvendo políticos e partidos e o número de brasileiros que perdem a confiança na democracia, como já se afirmou neste Observatório.
Curiosamente, a maior concentração de cidadãos que prefere a ditadura ou acha que em algumas circunstâncias uma ditadura é melhor que a democracia está no Sudeste, onde a maioria dos eleitores optou pelo candidato derrotado na eleição presidencial de 2014. O perfil típico do antidemocrata brasileiro é o jovem com escolaridade e renda médias que vive em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Especialistas citados pelo jornal creditam esse fenômeno ao fato de que os jovens tendem a emitir opiniões mais polarizadas, mas isso não explica por que o recorte dos antidemocratas é principalmente geográfico, uma vez que os jovens do Nordeste são mais favoráveis à democracia.
Convém lembrar que os antidemocratas se concentram nas regiões onde é maior a influência da imprensa hegemônica.
Aprovação em alta
A pesquisa Datafolha, interessante por relacionar a defesa da democracia diretamente à disputa eleitoral acirrada, não mereceu da Folha de S. Paulo o mesmo cuidado. O jornal paulista desprezou seu próprio instituto: embora tenha destacado o tema na primeira página, dedica ao estudo apenas um quarto de página, com um resumo dos dados gerais, sem especificar as nuances regionais ou por faixa de renda.
Ainda assim, esse quadro genérico permite observar que os brasileiros mais instruídos têm uma convicção mais sólida sobre a importância da democracia, com 80% afirmando que um regime de liberdade política é sempre a melhor forma de governo. Entre os menos escolarizados, que fizeram apenas o ensino fundamental, 57% têm a mesma opinião e 19% dizem que tanto faz uma democracia ou uma ditadura.
Também é interessante observar que, no domingo (7), a Folha havia publicado outra pesquisa na qual se perguntava aos consultados sobre o que achavam das responsabilidades da presidente Dilma Rousseff no escândalo da Petrobras. Segundo a Folha, nada menos do que 68% responderam positivamente, ou seja, uma maioria significativa entende que a presidente tem responsabilidade no caso.
Mas a edição distorce os números. A manchete do jornal diz o seguinte: “Brasileiro responsabiliza Dilma por caso Petrobras”. No entanto, a reportagem interna especifica que 48% concordam em que a presidente tem “muita responsabilidade” e 25% acreditam que ela tem “alguma responsabilidade” no escândalo. Paralelamente, 46% acham que o atual governo foi o que mais investigou casos de corrupção, no período da redemocratização, e 40% entendem que foi no governo de Dilma Rousseff que houve mais punição a corruptos.
A mesma pesquisa mostra que o noticiário sobre o pagamento de propinas na Petrobras não afetou a credibilidade da presidente: ela continua com as altas taxas de aprovação reveladas no dia 21 de outubro, antes da eleição em segundo turno: sua gestão é considerada ótima ou boa por 42% dos entrevistados. Além disso, ela conta com 50% de expectativas positivas quanto ao seu segundo mandato, apesar do grande esforço da mídia tradicional em baixar o nível de otimismo dos brasileiros.
No domingo (7/12), o Estado de S. Paulo publicou pesquisa do Ibope revelando que a satisfação com a democracia subiu 13 pontos em 2014. Nesta segunda-feira (8), a Folha de S. Paulo divulga pesquisa Datafolha segundo a qual o índice de aprovação da democracia é o mais alto desde 1989.
Segundo a interpretação da pesquisa Ibope, apesar de um grande número de brasileiros ter dúvidas sobre a vantagem de viver em uma democracia, aumentou a porcentagem daqueles que defendem o regime de liberdade política em qualquer circunstância. Analistas consultados pelo Estado de S. Paulo acreditam que as dúvidas em relação ao regime democrático são alimentadas pela avaliação negativa dos partidos políticos e do Congresso Nacional e pela percepção de aumento da corrupção. Portanto, há uma relação direta entre o modo como a imprensa noticia e comenta os escândalos envolvendo políticos e partidos e o número de brasileiros que perdem a confiança na democracia, como já se afirmou neste Observatório.
Curiosamente, a maior concentração de cidadãos que prefere a ditadura ou acha que em algumas circunstâncias uma ditadura é melhor que a democracia está no Sudeste, onde a maioria dos eleitores optou pelo candidato derrotado na eleição presidencial de 2014. O perfil típico do antidemocrata brasileiro é o jovem com escolaridade e renda médias que vive em São Paulo ou no Rio de Janeiro. Especialistas citados pelo jornal creditam esse fenômeno ao fato de que os jovens tendem a emitir opiniões mais polarizadas, mas isso não explica por que o recorte dos antidemocratas é principalmente geográfico, uma vez que os jovens do Nordeste são mais favoráveis à democracia.
Convém lembrar que os antidemocratas se concentram nas regiões onde é maior a influência da imprensa hegemônica.
Aprovação em alta
A pesquisa Datafolha, interessante por relacionar a defesa da democracia diretamente à disputa eleitoral acirrada, não mereceu da Folha de S. Paulo o mesmo cuidado. O jornal paulista desprezou seu próprio instituto: embora tenha destacado o tema na primeira página, dedica ao estudo apenas um quarto de página, com um resumo dos dados gerais, sem especificar as nuances regionais ou por faixa de renda.
Ainda assim, esse quadro genérico permite observar que os brasileiros mais instruídos têm uma convicção mais sólida sobre a importância da democracia, com 80% afirmando que um regime de liberdade política é sempre a melhor forma de governo. Entre os menos escolarizados, que fizeram apenas o ensino fundamental, 57% têm a mesma opinião e 19% dizem que tanto faz uma democracia ou uma ditadura.
Também é interessante observar que, no domingo (7), a Folha havia publicado outra pesquisa na qual se perguntava aos consultados sobre o que achavam das responsabilidades da presidente Dilma Rousseff no escândalo da Petrobras. Segundo a Folha, nada menos do que 68% responderam positivamente, ou seja, uma maioria significativa entende que a presidente tem responsabilidade no caso.
Mas a edição distorce os números. A manchete do jornal diz o seguinte: “Brasileiro responsabiliza Dilma por caso Petrobras”. No entanto, a reportagem interna especifica que 48% concordam em que a presidente tem “muita responsabilidade” e 25% acreditam que ela tem “alguma responsabilidade” no escândalo. Paralelamente, 46% acham que o atual governo foi o que mais investigou casos de corrupção, no período da redemocratização, e 40% entendem que foi no governo de Dilma Rousseff que houve mais punição a corruptos.
A mesma pesquisa mostra que o noticiário sobre o pagamento de propinas na Petrobras não afetou a credibilidade da presidente: ela continua com as altas taxas de aprovação reveladas no dia 21 de outubro, antes da eleição em segundo turno: sua gestão é considerada ótima ou boa por 42% dos entrevistados. Além disso, ela conta com 50% de expectativas positivas quanto ao seu segundo mandato, apesar do grande esforço da mídia tradicional em baixar o nível de otimismo dos brasileiros.
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/12/quem-quer-ditadura.html#more
quinta-feira, 30 de outubro de 2014
QUEM É O MENTIROSO? AÉCIO USOU PESQUISA FALSA!
Aécio usou pesquisa com dados enganosos
Postado em 30 de outubro de 2014

Informações de uma pesquisa de intenção de voto do instituto Veritá usadas na propaganda de segundo turno do tucano Aécio Neves são comprovadamente enganosas.
Quem confirma é o próprio dono do instituto que fez o levantamento, Adriano Silvoni. E também o estatístico responsável pelas pesquisas do Veritá, Leonard de Assis.
A informação infundada era a liderança de Aécio em Minas Gerais com 14 pontos de vantagem sobre Dilma Rousseff (PT): uma pesquisa que o mostrava com 57% ante 43% da petista.
O enredo que levou o PSDB a propagar esses números começa em 6 de outubro, logo após o primeiro turno, quando o Veritá conclui uma pesquisa nacional para presidente com 5.161 entrevistas, estudo registrado no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) com o código BR-01067/2014.
Tanto o número de entrevistas quanto os municípios de coleta de dados foram definidos pelo Veritá para retratar a disputa eleitoral no Brasil como um todo.
O total de eleitores ouvidos em Minas era suficiente para compor o quadro nacional, mas insuficiente para retratar a realidade local.
Assim, a pesquisa apontou Aécio com 54,8% em todo o Brasil contra 45,2% para Dilma, diferença de 9,6 pontos.
Segundo Assis, dias após a divulgação desse placar, o publicitário Paulo Vasconcelos, responsável pela propaganda de Aécio, pediu para que o Veritá fornecesse os dados das entrevistas feitas só em Minas.
“O estudo não foi feito com essa finalidade”, diz. Silvoni, o dono do Veritá, confirma: “Para Minas, foram 561 questionários. Não é confiável”.
Mesmo assim, eles acabaram autorizando o envio dos dados. “Eu falei: ‘pode pegar, mas cite, por favor, que não representam a realidade de Minas’”, lembra Assis.
Se fez mesmo o alerta, não adiantou. No dia 14 de outubro, às 17h06, o site do jornal mineiro “Hoje em Dia” publicou que, segundo o Veritá, Aécio tinha 57% dos votos de Minas contra 43% de Dilma, uma vantagem de 14 pontos.
Em seguida, a campanha do PSDB começou a distribuir um release dizendo que o tucano estava 14 pontos à frente no Estado. E na mesma noite, dirigindo-se a Dilma no debate da Band, o próprio Aécio citou: “Pesquisas [em Minas] mostram que estou mais de 10 pontos na sua frente”.
Na época, o PT explorava a derrota do tucano entre os mineiros no primeiro turno. Na TV, a campanha de Dilma repetia: “Quem conhece Aécio não vota em Aécio”.
No dia 15, os números não representativos do Veritá passaram a ser mostrados também na propaganda de TV do PSDB, que atribuiu a informação ao jornal “Hoje em Dia”.
“Eles não podiam usar nesse contexto”, diz Assis. “Nós avisamos [...] Usou na garganta. Não representa Minas. Não é o real cenário do Estado.”
A Lei Eleitoral diz que a comprovação de irregularidade em dados publicados de pesquisa sujeita os responsáveis às penas de seis meses a um ano de detenção e multa.
Assis afirma que, ao entregar uma tabela com percentuais não representativos de cada Estado, fez questão de incluir uma nota sobre a não validade das informações.
No rodapé do documento que ele diz ter enviado, consta: “Resultados apresentados nesta tabela em cada Estado não podem ser considerados como estimativa do mesmo pois a pesquisa não foi planejada com tal objetivo”.
Além do problema dos números enganosos, a pesquisa do Veritá pode ter sido registrada de forma fraudulenta. No TSE, consta que o Veritá é, ao mesmo tempo, o contratado e o contratante do estudo, orçado em R$ 300 mil.
Dias atrás, num fórum de debates na internet que reúne profissionais da área de pesquisa, Leonard de Assis afirmou que o formulário do TSE foi preenchido dessa forma porque “o contratante [real] não quis aparecer”.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/essencial/aecio-usou-pesquisa-com-dados-enganosos/
segunda-feira, 27 de outubro de 2014
VITÓRIA FOI CONTRA GIGANTESCO ESQUEMA DE TERROR E DE INTERESSES
A LIÇÃO DE DILMA EM VITÓRIA HISTÓRICA
Para se tentar fazer uma ideia do futuro político do Brasil até 2018, é preciso, num exercício de humildade, tentar compreender o que ocorreu em 26 de outubro de 2014.
Num esforço para enfraquecer o segundo mandato de Dilma Rousseff antes mesmo do início do segundo mandato, procura-se usar os números da apuração do segundo turno para escrever a profecia de um governo frágil, pré-condenado ao fracasso e à desorientação. A vantagem de 3,2% sobre Aécio Neves — ou 3,4 milhões de votos — é uma das menores da história da república mas ninguém tem o direito de fingir que não sabe o que aconteceu em 26 de outubro de 2014, marco de um evento histórico.
Ao lado de Lula, com direito a voz própria, Dilma dará continuidade a um projeto político de pelo menos 16 anos. É um período mais longo do que o primeiro governo de Getúlio Vargas, iniciado com a revolução de 1930 e, após períodos democráticos e autoritários, encerrado em 1945. A ditadura militar de 1964 durou 21 anos. Foi iniciada por tanques e baionetas, encerrando-se com vaias e gritos de revolta. Seu último general-presidente deixou o Palácio pela porta dos fundos. Terceiro mais longo período político desde o Segundo Reinado de Pedro II, o governo Lula-Dilma é o único que sempre se apoiou na soberania popular e no voto do povo.
Dilma foi vitoriosa ontem depois de enfrentar o mais selvagem massacre político de nossa história republicana. Como o Manchetômetro não deixa mentir, a campanha foi uma avalanche de notícias tendenciosas sobre economia, sobre as alianças políticas do governo, sobre a fidelidade de Luiz Inácio Lula da Silva. Tivemos uma guerra suja que pregava o boicote à Copa do Mundo para desmoralizar a presidente e impedir a reeleição. Tivemos cenas explícita de arrogância internacional contra o governo, liderada pela Economist e pelo Financial Times, que definiu a sucessão presidencial como uma “guerra, a batalha final pelo controle da sétima economia do mundo.”
Ao longo da campanha eleitoral, manobras especulativas da Bolsa de Valores se sucederam num espantoso grau de cálculo eleitoral e perversidade. Dilma encarou uma delação premiada cronometrada para jogar o esquema da Petrobrás no colo do governo assim que o eleitorado estivesse a caminho das urnas, e os depoimentos mais graves pudessem ser divulgados em ambiente de escândalo e desgaste. Há poucos antecedentes, na história das democracias civilizadas, de uma operação destinada a interferir de forma tão descarada na vontade do eleitor como a reportagem de capa da revista VEJA (“Eles sabiam de tudo”) publicada num ambiente de provocação, ódio e mentira, quando vigorava a Lei do Silêncio que antecede uma votação.
Campanha incomum, a vitória de Dilma permite poucas comparações úteis. A mais apropriada possivelmente tenha ocorrido há 59 anos. Em 1955, quando as eleições se resolviam num único turno, Juscelino Kubitscheck foi vitorioso com 35,6% dos votos. O udenista Juarez Távora ficou com 30,2%. Em 5 de outubro de 2014, Dilma passou pelo primeiro turno por uma diferença de 9 pontos: 41,5% dos votos contra 33,5% para Aécio Neves. A ausência absoluta de compromissos democráticos dos adversários de JK permitiram que o novo presidente tivesse um início de governo traumatizante e acidentado, inclusive por duas tentativas fracassadas de golpe militar. Enfrentando todas essas dificuldades, Juscelino entrou para a história como um dos grandes presidentes brasileiros.
Num país onde o exercício político é criminalizado cotidianamente, alimentando narrativas de corrupção, intrigas e trapaças que ajudam a esconder os verdadeiros interesses de política econômica e partilha da renda disponível em disputa, Dilma deixou claro aonde se encontrava. Não fez isso em exercícios de grande oratória — que nunca possuiu nem possuirá — nem em lances espetaculares de marketing, que só funcionam quando conseguem dialogar com a realidade. Foi vitoriosa porque podia falar em nome de um governo que, com altos e baixos, chuvas e trovoadas, não se afastou dos interesses das grandes maiorias do mundo do trabalho, do salário e do emprego, da periferia. Foi a realidade dessas pessoas, que derrotou os profetas do apocalipse. Essa é a mensagem da vitória de ontem. Tão antiga e tão atual como o primeiro governo Lula.
A presidente liderou a campanha do princípio ao final. Sua vantagem só foi questionada em períodos de curta duração, que refletem episódios específicos da campanha — a súbita chegada de Marina Silva, a arrancada de Aécio no final do primeiro turno — que jamais colocaram em questão a superioridade política do governo perante os adversários. Doze anos após a chegada de Lula-Dilma ao Planalto, está claro, muito claro, que nem o pais nem o PT chegaram perto de ter descoberto a formula do governo perfeito. Mas comprovou-se que seus adversários pouco têm a dizer à maioria dos brasileiros, num silêncio que aumenta na mesma proporção que se desce na pirâmide social. Num desses momentos de humor que permitem o relaxamento após uma vitória dramática, os petistas se divertiam, na noite de ontem, com a notícia de que o eleitorado que deu a Aécio Neves sua maior vantagem reside em Miami.
Se pudesse contar com adversários leais, capazes de respeitar as regras do jogo democrático e travar o combate político em termos duros e mesmo radicalizados, mas dentro de limites aceitáveis, Dilma teria obtido uma vantagem numérica maior. Perdeu entre dois ou quatro pontos — você escolhe o instituto de sua preferência — no mínimo, no jogo sujo que teve início na sexta-feira. Isso é o que mais irrita, hoje, e preocupa, quando se olha o futuro. Tentar enxergar a vantagem de 3,4 milhões de votos de ontem como uma demonstração da falta de apoio à presidente é uma forma de encobrir as responsabilidades por um golpe midiático iniciado 48 horas antes da votação e que produziu efeitos, no número de abstenções, de indecisos, até o fechamento das urnas. Sem exagerar no mau humor num momento de celebração, não custa lembrar que o esforço para apagar seus próprios erros e desvios é um traço marcante dos adversários do governo, não é mesmo?
http://paulomoreiraleite.com/2014/10/27/licao-de-dilma/
domingo, 26 de outubro de 2014
DILMA VENCE EM TODAS AS PESQUISAS
IBOPE: 53% 47%. VOX: 53,4% 46,5%. FOLHA: 52% A 48%

Presidente Dilma Rousseff aparece na frente nas três pesquisas
que foram divulgadas nesta noite; no Ibope, sua vantagem é de
seis pontos; no Datafolha, de quatro; no Vox Populi, de 6,9
pontos. Ibope coloca a presidente Dilma Rousseff com 53% dos
votos, contra 47% do senador Aécio Neves, oscilação ocorreu
dentro da margem de erro; na pesquisa anterior, Dilma tinha
54% e Aécio 46%; na pesquisa Datafolha, ela tem tem 52%,
contra 48% do senador Aécio Neves, o que configura empate
técnico, no limite da margem de erro, que é de dois pontos
percentuais para mais ou para menos; na Vox, os números são
53,4% a 46,5%; resultado da disputa presidencial mais
emocionante de todos os tempos será conhecido neste domingo,
às 20h.
25 DE OUTUBRO DE 2014 ÀS 16:46
247 - A presidente Dilma Rousseff se mantém à frente nas pesquisas Datafolha e Ibope que acabam de ser divulgadas. No Ibope, ela tem 53%, contra 47% de Aécio, ou seja, uma vantagem de seis pontos, acima da margem de erro, que é de dois pontos.
No Datafolha, Dilma marcou 52% contra 48% de Aécio, o que configura empate técnico no limite da margem de erro. Por esse mesmo critério, os dois candidatos poderiam estar com 50% ou Dilma com 54% e Aécio com 46%.
Na pesquisa Vox Populi, Dilma tem 53,4% contra 46,5% de
Aécio Neves.
Leia, abaixo, reportagem anterior da Agência Brasil sobre
o Datafolha:
Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian
Beraldo
Pesquisa Datafolha divulgada hoje (25) mostra a candidata do PT
à reeleição, Dilma Rousseff, com 52% das intenções de votos, e
Aécio Neves, do PSDB, com 48%, considerando os votos válidos
(excluindo-se os brancos, nulos e indecisos).
Como o levantamento tem margem de erro de dois pontos
percentuais, os dois candidatos estão empatados tecnicamente
no limite da margem de erro, segundo o Datafolha. Na pesquisa
anterior, divulgada na última quinta-feira (23), Dilma tinha 53%
e Aécio, 47% dos votos válidos.
Considerando os votos totais, Dilma tem 47% das intenções de
voto (eram 48% na pesquisa anterior) e Aécio tem 43% (tinha
42%). Votos brancos e nulos somam 5%. Além disso, 5% dos
eleitores não sabem ou não responderam.
Contratada pelo jornal Folha de S.Paulo e pela TV Globo, a
pesquisa Datafolha ouviu 19.318 eleitores ontem (24) e hoje
(25) em 400 municípios brasileiros. O nível de confiança do
levantamento é 95%. A pesquisa foi registrada no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-01210/2014.
Leia, ainda, reportagem da Agência Brasil sobre o Ibope:
Luana Lourenço - Repórter da Agência Brasil Edição: Lílian
Beraldo
A um dia do segundo turno, pesquisa Ibope divulgada hoje (25)
mostra a candidata do PT à reeleição, Dilma Rousseff, com 53%
das intenções de votos, e Aécio Neves, do PSDB, com 47%,
considerando os votos válidos (excluindo-se os brancos, nulos e
indecisos). A pesquisa tem margem de erro de dois pontos.
No levantamento anterior, feito na última quinta-feira (23), Dilma
tinha 54% e Aécio, 46% dos votos válidos.
Considerando os votos totais, Dilma tem 49% das intenções de
voto e Aécio, 43%. Votos brancos e nulos somam 5%. Eleitores
indecisos ou que não responderam somam 3%.
A pesquisa foi encomendada pelo jornal O Estado de S.Paulo e
pela TV Globo. O Ibope ouviu 3.010 eleitores nos dias 24 e 25 de
outubro em 206 municípios. O nível de confiança é 95%. O
levantamento foi registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
sob o número BR-01195/2014.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/158282/Ibope-53-47-Vox-
534-465-Folha-52-a-48.htm
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