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terça-feira, 27 de outubro de 2015
REINALDO AZEVEDO CONFESSA QUE ENTROU EM SURTO COM O FAVORITISMO DE LULA!
A pesquisa do Ibope, mostrando que Lula aparece como favorito para as eleições presidenciais de 2018 caíram como uma bomba na cabeça da Direita golpista. Apesar das distorções de sempre em prejuízo da Esquerda, o levantamento mostra três constatações interessantes ao debate político:
1) É impressionante que 23% dos eleitores consultados declarem seu voto em Lula, muito à frente de Aécio Neves, segundo colocado na eleição passada e, portanto, beneficiário do que os publicitários chamam de "recall" (lembrança do nome or marca depois de uma forte exposição). O discurso de nota única de Aécio, em defesa de um golpe de Estado sob formas judicial ou congressual, mostrou ao povo seu despreparo e total irresponsabilidade política. Sua rejeição aumentou e suas intenções de votos caíram. Fracasso total do discruso de ódio da Direita, sem projetos ou respeito ao Povo;
2) O descrédito crescente da classe política como um todo. Os políticos nunca foram muito amados no Brasil, como exceção, talvez, de Getúlio e Juscelino, mas ambos depois que deixaram o poder e, mais ainda, depois que morreram. Lula foi muito querido durante seus mandatos, e continua a fascinar uma fatia importante dos brasileiros e brasileiras, que demonstram conservar a gratidão pelos avanços sociais produzidos naqueles oito anos.
O espírito crítico sobre a classe política é positivo, demonstra a vigilância do povo sobre os mandatários, e é a única forma de pressionar os detentores de mandatos a se manterem próximos à vontade popular. Ao contrário do que alguns pensam, a Democracia nunca está pronta; é um processo permanente, e a crítica popular, da mídia e da sociedade organizada em geral, é fator fundamental de aperfeiçoamento.
Porém, a desmoralização dos políticos como um todo, com chavões do tipo "todo político é ladrão", é um suicídio da sociedade. Nada acontece fora da Política, arte e ciência de se organizar a sociedade para proteger os mais fracos, estabelecer metas coletivas, mediar os conflitos de interesse, manter a coesão social, etc.
Alem disso, no vácuo aberto para ausência das lideranças políticas, só pode sobrevir o autoritarismo, o poder pode ser assaltado por um grupo restrito que promete "moralizar" a Nação - e a ditadura da minoria sempre acaba em falta de liberdades, favorecimento aos economicamente mais fortes e atraso cultural, entre outros pontos inevitáveis numa ditadura;
3) A total desmoralização dos maiores órgãos de Comunicação do país, que pregam abertamente um golpe de Estado, 24 horas por dia, no caso de rádio e TV, e em todas as manchetes de Política dos jornais e revistas. Um dos expoentes desta brigada do ódio ao PT, à Lula e à Dilma, Reinaldo Azevedo, que ocupa espaços no panfleto fascista semanal "veja", na Folha de S. Paulo e na rádio Jovem Pan (aquela sustentada pela propaganda do Governo Alckmin), confessou na rádio, nesta terça-feira, que estava "em surto" depois de comentar a pesquisa do Ibope. Cometeu erros primários, como dizer que Natal é a capital brasileira mais ao Oeste (é João Pessoa, como alguns ouvintes corrigiram a tempo). O "Rei do Esgoto" , como é conhecido nos meios jornalísticos e na blogosfera, passou uma hora xingando Lula e Dilma, caluniando vários petistas e insuflando o ódio nos seus eventuais ouvintes.
Era audível, no programa do Rei do Esgoto, a sua imensa frustração pelo fato de que sua pregação incessante, estridente, espumante de ódio, não produz nenhum resultado na opinião pública. Para ele, Lula deveria estar com 0,1% das preferências, e o candidato da Direita (ele deve sonhar com Bolsonaro, mas tem que se contentar com o Aécio Neves, o playboy do Leblon) com uns 80%....
Vamos nos debruçar sobre os dados da pesquisa, sem euforias, mas procurando entender seus múltiplos significados. Esses três, no entando, já nos saltam aos olhos.
(texto A. Barbosa Filho)
domingo, 9 de agosto de 2015
GLOBO DESISTIU DO GOLPE? ELA SABE QUE TODOS PERDERIAM.
DONO DA GLOBO: DILMA VAI CUMPRIR
MANDATO ATÉ 2018

Frase teria sido dita por João Roberto Marinho, um dos três sócios majoritários do Grupo Globo, num encontro de quase duas horas com senadores petistas; na reunião, ele teria afirmado que o sucessor da presidente Dilma Rousseff será quem vencer as eleições em 2018; na semana passada, um importante editorial do jornal O Globo também condenou as manobras do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) pelo impeachment; guinada editorial da família Marinho será um novo fator de estabilidade no País?
247 – O site Diário do Centro Mundo relata encontro ocorrido na última-quarta-feira entre João Roberto Marinho, um dos três sócios do grupo Globo, e senadores petistas. Nele, Marinho teria se comprometido com a estabilidade institucional. Confira abaixo:
João Roberto Marinho pediu encontro com os senadores do PT, na última quarta-feira.
Dos 13, nove aceitaram.
Durou quase duas horas. Ele abriu, dizendo-se muito preocupado com as “maluquices” de Eduardo Cunha na Câmara, que não comprometem apenas o próximo governo, mas o futuro do País; afirmou, ainda, que o que ele defende é que Dilma seja sucedida por quem ganhar as eleições de 2018, ou seja, impeachment, não.
Durante todo o tempo, escutou as queixas dos senadores, um por um, sobre a parcialidade, os dois pesos, duas medidas, as abordagens dos repórteres querendo declarações que apenas preencham a verdade que já está pré-estabelecida, a repercussão nula do que os governos Lula e Dilma fizeram pelo Brasil.
Recados que foram dados a ele: 1) não mexam com Lula (todos estavam ainda muito mordidos com a charge do Chico do dia anterior (“agora só falta você”), pois o Brasil pode pegar fogo e eles não vão ser bombeiros; na mesma direção, não temos controle sobre nossa base social e é imprevisível a reação que se virá ante uma hipotética prisão de Lula.
Ele pediu desculpas, “ou os senhores estão enganados, ou nós estamos errando feio”, comprometendo-se a levar a avaliação geral dos senadores para os editores.
Disse ainda que, realmente, a cumplicidade entre jornalistas e procuradores de Curitiba, hoje, representa um fator de instabilidade, mas jogou a culpa no PT, “que deu início a essa parceria”. Ao final, pediu para o governo controlar sua base na Câmara.
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/192172/Dono-da-Globo-Dilma-vai-cumprir-mandato-at%C3%A9-2018.htm
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domingo, 26 de julho de 2015
VEJA NÃO FAZ JORNALISMO, DIZ RUI FALCÃO
“MAIS UMA VEZ TENTAM FORJAR PROVAS CONTRA LULA”

Em resposta à capa da revista Veja, que usou uma delação falsa para envolver o ex-presidente Lula na Lava Jato, presidente do PT, Rui Falcão, "mais uma vez tentam forjar provas contra Lula para impedi-lo de fazer política e de defender o nosso projeto para o Brasil"; pelo Twitter, ele diz que o texto "não pode ser considerado jornalismo"
26 DE JULHO DE 2015 ÀS 06:53
247 – O presidente nacional do PT, Rui Falcão, rebateu a capa da revista Veja que tenta incriminar o ex-presidente Lula na Operação Lava Jato por meio de uma delação falsa.
"Mais uma vez tentam forjar provas contra Lula para impedi-lo de fazer política e de defender o nosso projeto para o Brasil", afirmou o dirigente petista.
Pelo Twitter, neste sábado, ele publicou o link de uma reportagem que apontava que o advogado do executivo da OAS, usado por Veja, desmentia o acordo de delação.
"Sobre o padrão de jornalismo Veja... Não há o que comentar, pois não pode ser considerado jornalismo", comentou Rui, na rede social.
A reportagem de Veja falava em "segredos devastadores" contra Lula pela suposta delação de José Adelmário Pinheiro, executivo da OAS, que foi preso na Lava Jato.
Antes mesmo de chegar às bancas e aos leitores, no entanto, a matéria foi desmentida. "Sobre a reportagem da Veja deste final de semana, José Adelmário Pinheiro e seus defensores têm a dizer, respeitosamente, que ela não corresponde à verdade. Não há nenhuma conversa com o MPF sobre delação premiada, tampouco intenção nesse sentido", respondeu a OAS, em nota.
http://www.brasil247.com/pt/247/poder/190397/%E2%80%9CMais-uma-vez-tentam-forjar-provas-contra-Lula%E2%80%9D.htm
terça-feira, 21 de julho de 2015
LULA MERECE RESPEITO, DIZ DIRIGENTE DO PT. E TEM RAZÃO!
MOVIMENTO CONTRA LULA “É INACEITÁVEL”,
DIZ VICE DO PT

Ao 247, José Guimarães condena o que chama de "manobras ardilosas" contra o ex-presidente e diz que a ação que investigará suposto tráfico de influência de Lula "é algo que tem que ser repugnado em todos os quadrantes da vida pública brasileira"; "Qual é o presidente que não defende o interesse do seu empresariado? A [Angela] Merkel não defende os interesses dos empresários alemães? O [Barack] Obama, dos Estados Unidos? O que o Lula fez e continua fazendo é defender os interesses do Brasil", ressaltou; o deputado acrescentou que "está na hora de os empresários brasileiros defenderam o Lula" e que "o PT precisa reagir a isso, mobilizar o país inteiro" contra a ação que tenta tirar Lula de 2018
20 DE JULHO DE 2015 ÀS 20:05
Gisele Federicce, 247 – Diante da pouca movimentação petista em defesa do ex-presidente Lula, que se tornou alvo, na semana passada, de uma ação da Procuradoria da República do Distrito Federal por suposto tráfico de influência em favorecimento da Odebrecht, o vice-presidente nacional do PT, José Guimarães (CE), fez, em entrevista ao 247, duras críticas à investigação e a um movimento contra o ex-presidente, que para ele, "tem que ser repugnado em todos os quadrantes da vida pública brasileira".
"O que tenta se fazer com o Lula é algo que tem que ser repugnado em todos os quadrantes da vida pública brasileira. O Lula marcou a história do Brasil, marca ainda, é defensor intransigente dos interesses do governo brasileiro e dos empresários e trabalhadores brasileiros. Porque o Lula que vai a Portugal e a qualquer canto do mundo e vê que o empresariado brasileiro é competente, eficiente, é o mesmo Lula que defende os trabalhadores nas centrais sindicais. É um brasileiro movido por sentimento de nacionalidade nunca visto antes", elogiou.
Especificamente sobre o inquérito contra Lula, aberto a pedido do procurador Valtan Timbó, alvo de 245 denúncias por negligência em sua função, o dirigente do PT questionou que outro governante não atua em defesa dos interesses do empresariado de seu país. O deputado lembrou ainda que, quando Lula fazia as viagens pela quais é acusado de tráfico de influência, agia não como presidente – já havia deixado o cargo – mas como cidadão. "Qual é o presidente que não defende o interesse do seu empresariado? A [Angela] Merkel não defende os interesses do empresariado alemão? O [Barack] Obama, dos Estados Unidos?", perguntou.
Segundo Guimarães, o que Lula tem feito é "repercutir", País afora, "que o Brasil é seguro para investimentos". "Portanto isso tem que ser repudiado, isso é inaceitável", criticou, em referência ao que seria uma "estratégia orquestrada" para tentar tirar o petista da disputa ao Palácio do Planalto em 2018. "Nós temos que denunciar essas manobras ardilosas que querem imputar a ele 'crimes', entre aspas, que ele nunca cometeu. O que pedimos é respeito a um homem que mudou a vida dos brasileiros", acrescentou.
Sem citar a revista Época, que no fim de semana comparou Lula com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o deputado argumentou que "comparar Lula com outras figuras da República é um tapa na cara dos brasileiros", um "acinte à inteligência do trabalhador", pois, conforme destacou, "Lula tem história, legado e vida pública honrada". Ainda sobre 2018, o petista afirmou que se Lula "vai ser candidato ou não, é ele quem vai decidir", mas que "manchar a história, a vida dele, é algo que não podemos permitir".
Reação
Na opinião do vice-presidente do PT, "está na hora de os empresários brasileiros", que "nunca ganharam tanto como na época do governo Lula, tanto o pequeno quanto o grande empresário", saírem em defesa do ex-presidente. "Eles sabem o que Lula fez por eles, está na hora de se mobilizarem", ressaltou. Guimarães também disse que "o PT precisa reagir a isso, mobilizar o país inteiro. Para não permitirmos que a história dele seja manchada por essas atitudes que vão na contramão do País".
http://www.brasil247.com/pt/247/ceara247/189663/Movimento-contra-Lula-%E2%80%9C%C3%A9-inaceit%C3%A1vel%E2%80%9D-diz-vice-do-PT.htm
domingo, 19 de julho de 2015
DECADENTE, GLOBO PRECISA COLOCAR UM PRESIDENTE "AMIGO"
FAMÍLIA MARINHO TENTARÁ
PRENDER LULA ANTES DE 2018

Além de publicar a reportagem vaga que deu origem ao inquérito contra o ex-presidente Lula, o jornal O Globo, dos irmãos José Roberto, Roberto Irineu e João Roberto Marinho, agora acusa o ex-presidente Lula de fazer lobby em favor da Odebrecht no exterior, a partir de telegramas internos do Itamaraty; Globo acusa Lula de ter feito gestões pró-Odebrecht em Portugal e em Cuba; um dos crimes de Lula teria sido comentar, em Lisboa, que empresas brasileiras deveriam se engajar mais no processo de privatização português; “Como o documento mostra, ele comentou o interesse da empresa brasileira pela empresa portuguesa. Que, aliás, era público há muito tempo", apontou, em nota, o Instituto Lula; caçada da família Marinho ao ex-presidente será implacável até 2018
19 DE JULHO DE 2015 ÀS 08:19
247 – A caçada da família Marinho ao ex-presidente Lula será implacável daqui até 2018, ano das próximas eleições presidenciais. Embora a Globo, que enfrentava sérias dificuldades financeiras no início do governo Lula, em 2004, tenha sido socorrida com a ajuda do ex-presidente do ex-ministro Antonio Palocci, o que passou, passou. Agora, a palavra de ordem dentro do maior grupo de mídia do País é somar todos os esforços para evitar que Lula possa voltar à presidência.
Os sinais já são evidentes há bastante tempo. Foi o jornal O Globo, por exemplo, que publicou uma nota vaga sobre uma viagem de Lula à República Dominicana, que deu origem ao inquérito aberto no Ministério Público do Distrito Federal contra ele. Foi a revista Época, também do grupo, que, numa capa surpreendentes, o chamou de "Lula, o operador". Ontem, tanto Época quanto um editorial do Globo (leia aqui), compararam a situação de Lula à de Eduardo Cunha – enquanto um acusado do crime de defender empresas brasileiras no exterior, outro é suspeito de cobrar propina de US$ 5 milhões.
Hoje, os Marinho deram mais um passo em sua tentativa de destruir Lula. Reportagem de capa do jornal O Globo o acusa de fazer lobby para a Odebrecht em Portugal e Cuba. As evidências seriam despachos internos do Itamaraty sobre viagens do ex-presidente. Numa delas, em Lisboa, Lula afirmou que empresas brasileiras deveriam se engajar mais no processo de privatização português, no momento em que a Odebrecht cogitava entrar num leilão de uma empresa lusitana. Em outro, informa-se que Lula se encontrou com Marcelo Odebrecht, preso na Operação Lava Jato, em Cuba.
Em nota, o Instituto Lula defendeu as ações do ex-presidente. “Como o documento mostra, ele comentou o interesse da empresa brasileira pela empresa portuguesa. Que, aliás, era público há muito tempo (…) São inúmeras as empresas brasileiras que acompanham com interesse o processo de privatizações em curso em Portugal”, afirmou o Instituto, sobre a questão de Portugal.
“O ex-presidente não recebeu, não recebe e jamais receberá qualquer pagamento de qualquer empresa para dar consultoria, fazer lobby ou tráfico de influências”, acrescenta ainda a nota. “As visitas a Cuba foram realizadas durante outras viagens do ex-presidente a países nos quais realizou palestras”.
O objetivo da família Marinho parece ser o de influenciar o Poder Judiciário para que Lula seja preso e submetido a constrangimentos antes de 2018. Em editoriais, o Globo já defendeu a abertura do pré-sal a empresas estrangeiras e também que construtoras internacionais substituam as brasileiras até mesmo no mercado interno. Recentemente, O Globo publicou um editorial em que fez um mea culpa por ter apoiado o golpe de militar de 1964, agindo em sintonia com interesses norte-americanos.
http://www.brasil247.com/pt/247/midiatech/189462/Fam%C3%ADlia-Marinho-tentar%C3%A1-prender-Lula-antes-de-2018.htm
quarta-feira, 29 de outubro de 2014
DIVISÃO DO BRASIL É ENTRE VENCEDORES E PERDEDORES
TESE DA DIVISÃO É CHANTAGEM CONTRA GOVERNO
por Breno Altman
O terceiro turno já começou. O país reelegeu a presidente Dilma Rousseff e o programa petista, mas as forças derrotadas buscam impor sua agenda.
O instrumento principal, por ora, não são tentativas abertas de desestabilização e sabotagem. O movimento é mais sutil, ainda que possa ser preparatório de manobras mais agressivas. Trata-se de emparedar o governo e obriga-lo a acatar medidas e nomeações ao gosto do bloco político-social batido nas urnas.
A chave conceitual destas operações está na afirmação de que a nação teria saído dividida do processo eleitoral. Vencedora por margem estreita, só restaria à presidente abraçar teses que atendessem os interesses e as posições de seus adversários. Fora desse diapasão, não teria condições e legitimidade para governar.
A chefe de Estado, nesta lógica, teria que aceitar ser refém dos grupos políticos e corporativos que, sem maioria popular, controlam o poder econômico e de informação, além de reter forte influência sobre o Parlamento, a Justiça e outras instituições do Estado.
O preço para a paz seria o predomínio, mesmo que parcial, da plataforma neoconservadora rejeitada pelo voto. Ainda assim, sem quaisquer garantias de que, feitas as concessões, seriam respeitados eventuais acordos.
Vale lembrar que não há uma só linha na norma constitucional que subtraia prerrogativas de um governante que tenha sido eleito por diferença pouco confortável.
Ou alguém acha que, vitorioso Aécio Neves, estaríamos assistindo pressão equivalente, dos mesmos atores antidivisionistas, para nomear um sindicalista para o Ministério da Fazenda ou cortar juros como principal providência de ajuste fiscal?
A questão é puramente funcional. A tese da divisão serve, neste momento, à intenção de encurralar o governo e força-lo a adotar caminho que, atendendo as reivindicações do mercado, provoque o máximo desgaste junto aos eleitores e militantes de esquerda.
A divisão real do país é de outra natureza, que não pode ser confundida com a decisão democrática e soberana que reconduziu Dilma ao comando da República, dando-lhe mandato uno e legítimo.
Mas é fato que o Brasil vive em dualidade de poderes desde a primeira posse de Lula, em 2003. As forças progressistas detêm o governo nacional, mas sem maioria parlamentar, sob fogo cerrado dos monopólios da comunicação e com instituições judiciais usualmente cúmplices de manobras oposicionistas.
Como tal impasse pode ser rompido? Essa talvez seja a principal dúvida de todos os protagonistas.
O campo conservador aparentemente escolheu sua estratégia, com duas variantes.
A primeira está em curso: chantagear a presidente e obriga-la a recuos de peso, desidratando sua liderança política.
A segunda permanece embutida: deflagrar processo de sabotagem e impedimento, a partir de eventuais denúncias de corrupção no caso Petrobrás, com a meta de fazer o governo, o PT e Lula chegarem estropiados a 2018.
A presidente e o petismo, porém, vivem uma encruzilhada.
Durante doze anos, a busca de governabilidade foi encarada quase exclusivamente como uma tarefa institucional, constituindo alianças parlamentares que pudessem aprovar os projetos do Planalto e proteger o governo da desestabilização.
O arrefecimento da disputa política-ideológica era visto como necessário para facilitar estes acordos, reduzindo conflitos e danos. A militância e os movimentos sociais, sempre fundamentais para as batalhas eleitorais, eram recolhidos à posição de reserva estratégica na hora de governar.
O cenário, no entanto, parece ter mudado sensivelmente. O avanço nas reformas encontra resistência conservadora cada vez mais dura e frontal, contaminando amplos setores centristas da base parlamentar. Vão se fechando os espaços para trafegar entre as velhas instituições.
O discurso da vitória de Dilma reflete, de algum modo, a presente situação.
A presidente reeleita falou em diálogo e união, buscando isolar as frações mais radicalizadas da direita e ganhar tempo na reconfiguração de seu governo.
Mas também deu centralidade à proposta de reforma política através de plebiscito popular, sinalizando que é chegado o momento de enfrentar os problemas estruturais.
O presidente do PT, Rui Falcão, foi enfático ao dizer que, sem mobilização popular, não haverá reforma alguma. Não é pouca coisa. Claramente introduz as ruas como elemento imprescindível da governabilidade, o que constitui forte novidade na estratégia petista.
Estamos assistindo, de toda forma, aos primeiros passos de um embate decisivo.
A direita ensaia, com a tese da divisão, um discurso para dobrar e desidratar o governo, antes de esquarteja-lo.
A esquerda, talvez com alguma timidez, acumula forças para enfrentar os entulhos autoritários, encravados no sistema político e no monopólio da mídia, sobre os quais se mantém a dualidade de poderes que freia a aceleração e o aprofundamento das reformas.
http://operamundi.uol.com.br/brenoaltman/2014/10/28/tese-da-divisao-e-chantagem-contra-governo/
segunda-feira, 13 de outubro de 2014
AÉCIO NÃO É MUITO "CHEGADO" AO TRABALHO, DIZ GOVERNADOR WAGNER
Trechos da entrevista com o governador da Bahia, Jacques Wagner, ao repórter João Pedro Pitombo, na FOLHA DE S. PAULO:
Uma reforma política é suficiente para mudar?
Como o senhor viu o apoio do PSB à candidatura de Aécio Neves?
O PT atacou fortemente Marina no primeiro turno. Foi um erro?
Considera que Aécio também se move por ideais?
O senhor vê uma mudança na correlação interna de forças do PT?
Acha que o ex-presidente deve encarar uma nova eleição?
(…)
Não reconheço em Aécio Neves alguém que possa dar aula de ética. O povo sabe que tem santo e diabo em todos os partidos. No meu e nos outros. Ninguém ganha eleição dizendo “sou honesto”. Até porque ninguém acredita.
Uma reforma política é suficiente para mudar?
Essa palhaçada só acaba quando houver financiamento público de campanha. O grande erro do PT foi não ter tido mais pulso para fazer a reforma política, porque ou destrói a máquina eleitoral do jeito que está hoje ou todo mundo vai para o ralo.
Mudar essa máquina passa por coincidência de eleição, fim da reeleição, fim da barganha do tempo de TV.
E não vejo o Aécio propor [sobre reforma política], a única coisa que fala é sobre fim da reeleição, para atender a pedido do [governador de SP, Geraldo] Alckmin. No fundo, não é um interesse nobre.
(…)
é um segmento da imprensa, mais firmado em São Paulo, que cria um caldo de cultura antipetista. É uma destilaria de ódio. Querer qualificar a votação é um outro besteirol, dizer que só gente mal informada vota no PT.
Um título verdadeiro ao ex-presidente Lula é o de grande conciliador nacional. Ao contrário do que Aécio mente na TV, quem sempre dividiu o Brasil entre ricos e pobres foi o PSDB, que nunca trabalhou na permeabilidade social. Pobre não tem raiva de rico, pobre tem raiva da exclusão. E nós incluímos 40 milhões.
(…)
Considero Dilma muito mais qualificada, trabalhadora e determinada do que Aécio. Mas não é só isso. São projetos políticos diferentes. Falam do PT, mas se esquecem que FHC ganhou a reeleição mentindo para o país.
Como o senhor viu o apoio do PSB à candidatura de Aécio Neves?
Não foi generalizado. Pessoalmente, acho que está muito ainda no emocional. E acho que Pernambuco, como era berço de Eduardo, fez esse movimento.
Como governador nordestino, acho um equívoco. Não me consta que nos oito anos do PSDB Pernambuco tenha dado um grande salto. O PSDB trabalhou contra a ida da Fiat para lá. As questões regionais pesam. Por isso, pode não ser bom ter um governo conduzido por uma matriz paulista e mineira.
O PT atacou fortemente Marina no primeiro turno. Foi um erro?
Marina é uma mulher do bem, que se move na política por ideais, não por mesquinharia. Acho que o tom não devia ser esse. Critico o tom porque não é por aí que você ganha uma eleição. O povo não gosta disso.
Considera que Aécio também se move por ideais?
A trajetória de Marina é diferente da de Aécio. Ele é herdeiro, não construiu uma caminhada. Tudo o que faz é esse antipetismo. Além disso, mente muito sobre Minas. Admiro muito o senador [eleito e ex-governador Antonio] Anastasia [PSDB]. Esse sim governou Minas, governou por 12 anos.
Se você olhar para a eleição mineira, você desnuda Aécio. O povo mineiro não é bobo. Elegeu disparado Anastasia pelo que é, um homem direito e trabalhador. Ao não reconhecer isso em Aécio, o povo não acompanhou sua indicação para o governo.
Quem pensou em choque de gestão não foi Aécio. Estava no Rio passeando. Para sentar na cadeira de presidente tem que trabalhar muito. E ele não tem muito apreço pelo trabalho.
O senhor vê uma mudança na correlação interna de forças do PT?
Não. O partido tem que ser pensado nacionalmente. Quando a gente está frágil em São Paulo, é ruim para nós. Não dá para ficar dependente de um único Estado ou região. Aqui [Bahia], colhemos o que plantamos e, em São Paulo, eles precisam saber porque não colheram.
São Paulo continua tendo sua importância, mas é óbvio que onde a gente teve desempenho eleitoral melhor, as pessoas olham para mim e para [o governador eleito de Minas Gerais Fernando] Pimentel como vitoriosos no PT. Acho que cada eleição dessas serve para o PT se repensar nacionalmente.
(…)
Acha que o ex-presidente deve encarar uma nova eleição?
Lula terá 72 anos em 2018 e terá bala na agulha para se apresentar tranquilamente. Sempre fui contra o “volta, Lula” por apreço à regra do jogo da democracia. Não acho bom para o partido e para o país dizer que só uma pessoa pode garantir o futuro. Sou pela naturalidade na política e o natural era ela [Dilma] ser candidata.
Sempre acho melhor renovar. Mas o patrimônio político de Lula não é algo que você dispense. Temos que esperar o resultado de 2014 e, em qualquer dos casos, Lula continua sendo uma figura importante. É uma carta no jogo para 2018. Até lá vamos ver o outro nome que pinta.
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/10/13/wagner-quem-e-aecio-para-falar-em-etica/
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