A pesquisa do Ibope, mostrando que Lula aparece como favorito para as eleições presidenciais de 2018 caíram como uma bomba na cabeça da Direita golpista. Apesar das distorções de sempre em prejuízo da Esquerda, o levantamento mostra três constatações interessantes ao debate político:
1) É impressionante que 23% dos eleitores consultados declarem seu voto em Lula, muito à frente de Aécio Neves, segundo colocado na eleição passada e, portanto, beneficiário do que os publicitários chamam de "recall" (lembrança do nome or marca depois de uma forte exposição). O discurso de nota única de Aécio, em defesa de um golpe de Estado sob formas judicial ou congressual, mostrou ao povo seu despreparo e total irresponsabilidade política. Sua rejeição aumentou e suas intenções de votos caíram. Fracasso total do discruso de ódio da Direita, sem projetos ou respeito ao Povo;
2) O descrédito crescente da classe política como um todo. Os políticos nunca foram muito amados no Brasil, como exceção, talvez, de Getúlio e Juscelino, mas ambos depois que deixaram o poder e, mais ainda, depois que morreram. Lula foi muito querido durante seus mandatos, e continua a fascinar uma fatia importante dos brasileiros e brasileiras, que demonstram conservar a gratidão pelos avanços sociais produzidos naqueles oito anos.
O espírito crítico sobre a classe política é positivo, demonstra a vigilância do povo sobre os mandatários, e é a única forma de pressionar os detentores de mandatos a se manterem próximos à vontade popular. Ao contrário do que alguns pensam, a Democracia nunca está pronta; é um processo permanente, e a crítica popular, da mídia e da sociedade organizada em geral, é fator fundamental de aperfeiçoamento.
Porém, a desmoralização dos políticos como um todo, com chavões do tipo "todo político é ladrão", é um suicídio da sociedade. Nada acontece fora da Política, arte e ciência de se organizar a sociedade para proteger os mais fracos, estabelecer metas coletivas, mediar os conflitos de interesse, manter a coesão social, etc.
Alem disso, no vácuo aberto para ausência das lideranças políticas, só pode sobrevir o autoritarismo, o poder pode ser assaltado por um grupo restrito que promete "moralizar" a Nação - e a ditadura da minoria sempre acaba em falta de liberdades, favorecimento aos economicamente mais fortes e atraso cultural, entre outros pontos inevitáveis numa ditadura;
3) A total desmoralização dos maiores órgãos de Comunicação do país, que pregam abertamente um golpe de Estado, 24 horas por dia, no caso de rádio e TV, e em todas as manchetes de Política dos jornais e revistas. Um dos expoentes desta brigada do ódio ao PT, à Lula e à Dilma, Reinaldo Azevedo, que ocupa espaços no panfleto fascista semanal "veja", na Folha de S. Paulo e na rádio Jovem Pan (aquela sustentada pela propaganda do Governo Alckmin), confessou na rádio, nesta terça-feira, que estava "em surto" depois de comentar a pesquisa do Ibope. Cometeu erros primários, como dizer que Natal é a capital brasileira mais ao Oeste (é João Pessoa, como alguns ouvintes corrigiram a tempo). O "Rei do Esgoto" , como é conhecido nos meios jornalísticos e na blogosfera, passou uma hora xingando Lula e Dilma, caluniando vários petistas e insuflando o ódio nos seus eventuais ouvintes.
Era audível, no programa do Rei do Esgoto, a sua imensa frustração pelo fato de que sua pregação incessante, estridente, espumante de ódio, não produz nenhum resultado na opinião pública. Para ele, Lula deveria estar com 0,1% das preferências, e o candidato da Direita (ele deve sonhar com Bolsonaro, mas tem que se contentar com o Aécio Neves, o playboy do Leblon) com uns 80%....
Vamos nos debruçar sobre os dados da pesquisa, sem euforias, mas procurando entender seus múltiplos significados. Esses três, no entando, já nos saltam aos olhos.
"A agonia da Abril fez mais uma vítima. Foi demitido o blogueiro Rodrigo Constantino, da Veja", informa o Diário do Centro do Mundo; "Deve-se esperar muitas outras nas próximas semanas. O clima na Abril assemelha-se, nestes dias, a um corredor da morte: você torce para não ser o próximo"
7 DE OUTUBRO DE 2015 ÀS 06:06
Do DCM – A agonia da Abril fez mais uma vítima. Foi demitido o blogueiro Rodrigo Constantino, da Veja.
Ele fez hoje seu texto de despedida, no qual disse que o PT o tornou uma “pessoa pior”.
Antes dele, outro blogueiro destacado da revista tivera o mesmo destino: Ricardo Setti.
Mais recentemente, Caio Blinder, colunista do site em Nova York, foi também despachado.
Constantino é um entre vários discípulos do ultraconservador Olavo de Carvalho que foram colocados no site da revista nos últimos tempos. Sua demissão não sinaliza uma mudança na linha editorial de direita da Veja. Confirma, apenas, que as coisas estão realmente ruins para a Abril. Pouco tempo atrás, a Veja não conseguiu segurar um de seus mais conhecidos jornalistas, Lauro Jardim, da seção Radar. Lauro foi para o Globo.
Os últimos meses do ano são particularmente duros para os funcionários da Abril.
É quando o chamado PO – Planejamento Operacional – é feito. Em circunstâncias difíceis como as atuais – queda de receitas em publicidade e em vendas de revistas – os executivos da Abril são instados a promover demissões, demissões e demissões.
Deve-se esperar muitas outras nas próximas semanas. O clima na Abril assemelha-se, nestes dias, a um corredor da morte: você torce para não ser o próximo.
A agressão fascista no velório de José Eduardo Dutra, ex-presidente do PT, teve forte repercussão nas redes sociais. Com exceção dos robôs maníacos, com as suas provocações patéticas, a ampla maioria dos internautas condenou o gesto desumano de meia dúzia de velhacos da direita nesta segunda-feira (5) em Belo Horizonte (MG). Mas só isto não basta. Para conter a onda de intolerância - que distribui folhetos com os dizeres que "petista bom é petista morto" e com fotomontagens da presidenta sentada numa privada - é urgente que os poderes públicos tomem providências, que inclusive estão previstas nas leis. Do contrário, as cenas de ódio vão se alastrar e resultarão em episódios ainda mais violentos.
Neste sentido, os deputados petistas Rogério Correia, Durval Ângelo e Cristiano Silveira acertaram ao acionar o Ministério Público de Minas Gerais contra os agressores fascistas. Na própria segunda-feira, eles estiveram com o promotor Eduardo Nepomuceno e exigiram a apuração do fato e a punição dos macabros provocadores. Na ocasião, o representante do MP afirmou que "as atitudes desses grupos são passíveis de punição, e esta virá, com o conjunto de provas que forem reunidas no processo contra eles. No caso, trata-se de uma ação penal pública incondicionada, pois independe da iniciativa das vítimas de a pleitearem", relata o deputado Rogério Correia.
Promotor de Defesa do Patrimônio Público, Eduardo Nepomuceno "afirmou que manifestações que atentam contra a democracia, perturbam cerimônias funerárias e ofendem e ameaçam pessoas são passíveis de serem enquadradas como crime. 'Se couber a uma das promotorias criminais, o que acho mais plausível, farei o devido encaminhamento com os documentos e indícios apresentados pelos deputados', garantiu". Líder do Bloco Minas Melhor, Rogério Correia relatou que há algum tempo membros de grupos de direita, como o famigerado "Patriotas", comparecem a manifestações públicas e em instituições utilizando procedimentos fascistas e que ferem a democracia.
“Recentemente, esse pessoal invadiu as galerias da Assembleia Legislativa e ofendeu as deputadas petistas com algumas palavras impublicáveis nos meios de comunicação. Agora, no velório do José Eduardo Dutra, ultrapassaram o limite do tolerável”, afirmou. O deputado frisou que é preciso que o Ministério Público, em parceria com a polícia judiciária, identifique e puna os responsáveis por esses atos, "antes que a sociedade fique refém do radicalismo fascista". Ele ainda acrescentou que "o que me incomoda nessa história é saber que o PSDB e seus parlamentares vêm dando cobertura a essas pessoas, que sabidamente são contra a democracia".
Os jagunços da revista 'Veja'
Até agora, três "elementos" já foram identificados como participantes da ação macabra. O carro que lançou os panfletos apócrifos também está sendo localizado. Caso os poderes públicos tomem as devidas providências, seria necessário também acionar alguns "jornalistas" e donos de veículos de comunicação - que estimulam a onda de intolerância que contagia os chamados "midiotas". No dia do falecimento de José Eduardo Dutra, vítima de um câncer, a revista Veja publicou uma nota afirmando - sem provas - que o ex-presidente do PT e da Petrobras "participou da concepção do 'petrolão'". É provável que os fascistas que aterrorizaram o velório sejam leitores assíduos desta revista do esgoto!
Aproprio-me das imagens das capas das três “grandes” revistas semanais, reproduzidas no Facebook de Fernando Morais. Salvo por duas pequenas notas na capa da Istoé e da Época – “nadica de nada” na Veja – o leitor que tiver passado algum tempo em Marte, olhando os córregos que a Nasa descobriu por lá, haverá de pensar que Eduardo Cunha, que era o todo-poderoso “dono” da Câmara, não existe mais.
A “força súbita”, que a Veja via nele – olhe a capa do final de março – virou “morte súbita”?
Ele não é mais o homem que vai derrubar o Governo, colocando o impeachment a ser votado?
Não, ele é um cadáver insepulto no meio da sala da oposição e que não vai sair de imediato dali, como rapidamente o retiraram das capas de suas revistas.
E não há lençol que lhe esconda o fedor.
Embora o Fernando Morais – com toda a razão, aliás – chame a atenção para o fato de que as capas atacando Lula serem ” a merecida paga que o PT recebe por ter, durante doze anos, chocado o ovo dessa serpente com verbas publicitárias do estado”, eu prefiro destacar outra forma de olhar.
As contas de Cunha na Suíça – mais que as delações de sua propinagem, que se arrastariam num processo necessariamente longo no STF , nada parecido com os rallies de Sérgio Moro no Paraná, foram o prego no caixão da tentativa de depor, imediatamente, Dilma Rousseff , por conta da composição com o PMDB, que dá arrepios aos puristas que não se pejavam em aliar-se e bajular o presidente da Câmara, um homem, naturalmente, de trajetória limpíssima e ideias humanistas e modernas como as dos jovens rapazes de sua redação, amém.
O que vejo é que se transferiu a mira dos canhões para mais acima: Lula 2018.
Não que vão abandonar as escaramuças, pelo contrário. Com a ajuda luxuosa de quem não percebe que, na guerra ninguém sai de uniforme impoluto.
E como qualquer curioso sobre táticas de guerra sabe, mais importante que uma grande precisão dos tiros no “fogo de barragem” é o terror e o encolhimento que ele provoca nas forças de defesa.
Que faz ser a hora, antes de tudo, de “tocar reunir”.
Lula interpela jornalistas a explicar calúnias na Justiça
São Paulo, 2 de outubro de 2015,
Os advogados do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentaram pedidos de interpelação judicial para que jornalistas das revistas Época e Veja reafirmem ou não informações mentirosas publicadas em seus meios de comunicação.
Ao longo deste ano, Lula tem sido alvo de uma campanha de difamação que tem como objetivo manchar sua biografia e distorcer a percepção de sua gestão à frente da Presidência da República, que teve ampla avaliação positiva. Respeitando a liberdade de imprensa, o ex-presidente exerce seu direito de ir à Justiça questionar informações equivocadas veiculadas pela imprensa.
Os advogados do ex-presidente Lula apresentaram ações de interpelação judicial contra os jornalistas Filipe Coutinho, da revista Época, Rodrigo Rangel e Hugo César Marques, editor e repórter da revista Veja, para que eles esclareçam textos que relacionam, de forma mentirosa, Lula às investigações da Operação Lava Jato. E também pela reportagem “Nosso Homem em Havana”, de Thiago Bronzatto, publicada na revista Época em agosto, que acusa o ex-presidente de tráfico de influência em sues encontros com presidentes de outros países. Após o fim do seu mandato, Lula se encontrou com mais de 45 chefes de estado (entre presidentes e primeiros-ministros). A lista desses encontros está disponível no relatório do Instituto Lula (http://www.institutolula.org/relatorios/institutolula2015.pdf ). O texto de Época afirma que “sempre” teria havido tráfico de influência em tais encontros, o que jamais aconteceu.
FNDC convoca todos para integrar Semana Nacional pela Democratização da Comunicação
Publicado em: 29 Setembro 2015
Acontece entre 14 e 21 de outubro a Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, promovida pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), que convoca todas as entidades de luta a se integrarem ao evento com atividades próprias para ampliar a mobilização. A Contee mais uma vez reforça a importância da luta por uma mídia democrática e lembra que a participação dos professores em todo o País é fundamental.
O atual cenário político brasileiro, com o aumento da movimentação antipopular que busca quebrar a legalidade democrática, aliado à promoção, por parte dos governos, de medidas de austeridade que afetam as condições de vida da maioria da população, tornam a luta pelo direito à comunicação ainda mais importante se queremos alcançar um projeto justo e democrático para o desenvolvimento do país.
Vale lembrar que somente 11 famílias controlam os principais meios de comunicação no Brasil. Além disso, 25% dos senadores e 10% dos deputados são donos de concessões de rádio e televisão. O resultado dessa concentração é a restrição do conteúdo transmitido, que acaba expressando somente a vontade dos detentores das concessões de emissoras, deixando de lado os interesses da população.
Por conta desse cenário, é urgente que todos os militantes, ativistas, entidades e movimentos sociais se organizem e realizem atividades em todo o país ao longo da semana para chamar a atenção de todos sobre a importância do país ter um marco legal para as comunicações que contemple todas os setores da sociedade, com ênfase no apoio e coleta de assinaturas ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática e cobrar do Poder Público medidas imediatas para avançar na garantia e promoção da liberdade de expressão.
Já há um calendário de atividades nacionais em construção com algumas datas já definidas. No dia 15/10 haverá o “Relançamento da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e pelo Direito à Comunicação com Participação Popular”. No dia seguinte (16/10), Ato Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em defesa do Direito à Comunicação, em São Paulo.
Está previsto para o domingo (18/10) diversas atividades populares em praças, parques, praias e outros locais públicos. O FNDC orienta que haja pelo menos uma dessas atividades em cada estado ou região, respeitando as possibilidades de data e de acordo com a capacidade organizativa. Informações pelo e-mailsecretaria@fndc.org.br.
Neste domingo, a avenida Champs Élysées e outras ruas da cidade foram totalmente fechadas para carros e várias zonas urbanas tiveram a velocidade máxima dos carros reduzida para 20km/h; Haddad contou aos jornalistas e políticos estrangeiros que São Paulo já teve a experiência de fechar a Avenida Paulista aos domingos e a medida teve 64% de aprovação da população, segundo pesquisa Ibope. “O projeto agora é fechar pelo menos uma rua em cada uma das 32 subprefeituras aos domingos”, afirmou; leia texto de Nina Santos, direto de Paris
O último domingo (27) foi escolhido pela prefeita de Paris, Anna Hidalgo, como o Dia sem Carro (Journée sans Voiture). Na data, a grande avenida Champs Élysées e outras ruas da cidade foram totalmente fechadas para carros e várias zonas urbanas tiveram a velocidade máxima dos carros reduzida para 20km/h. A prefeita de Paris caminhou pela Champs Élysées ao lado dos prefeitos de São Paulo, Fernando Haddad, de Bruxelas, Yvan Mayeur, e de Bristol, George Ferguson.
Durante o trajeto, os prefeitos pararam para cumprimentar vários grupos que ocupavam as ruas e reivindicavam mais espaço para pedestres e ciclistas. Além disso, Haddad foi abordado por brasileiros que moram ou estavam a passeio na cidade. Todos que se aproximaram do prefeito elogiaram as inovações urbanas feitas em São Paulo. “O que Haddad está fazendo um São Paulo é uma iniciativa corajosa. Podemos ver que há reações contra, mas é um passo importantissimo para humanizar a cidade”, disse Sérgio Moraes, arquiteto e professor da Universidade Federal de Santa Catarina, que está morando em Paris para fazer seu pós-doutorado.
Do lado francês, Patrick Klugman, encarregado de relações internacionais da Prefeitura de Paris, afirmou que a presença de Haddad na cidade foi enriquecedora e a troca de experiências entre Paris e São Paulo foi muito importante. “Sempre ficamos felizes quando os grandes prefeitos do mundo vêm a Paris nos mostrar suas expertises. Todo o mundo olha para o Brasil e para São Paulo, que é uma das cidades mais importantes do mundo”, declarou.
Foto: Nina Santos
Haddad contou aos jornalistas e politicos estrangeiros que São Paulo já teve a experiência de fechar a Avenida Paulista aos domingos e a medida teve 64% de aprovação da população, segundo pesquisa Ibope. “O projeto agora é fechar pelo menos uma rua em cada uma das 32 subprefeituras aos domingos”, afirmou. Além disso, ele contou estar elaborando um projeto de reestruturação dos bairros das margens do rio Tamanduateí.
Para o embaixador do Brasil na França, Paulo Campos, a presença de Haddad em Paris é “um reconhecimento da importância da cidade de São Paulo e do esforço do prefeito em rever a questão da mobilidade na cidade e em ousar na inovação de propostas. Isso tem muita relação com o que está sendo feito em Paris”.
A menos que o distinto leitor viva em Marte ou Europa – satélite de Júpiter que os exobiólogos julgam ter condições de abrigar vida –, por certo vem ouvindo a oposição e a mídia dizerem que o ex-presidente Lula estaria politicamente “morto” devido à influência negativa que a queda de popularidade da presidente Dilma e do PT estaria exercendo sobre sua imagem.
Recentemente, um dos pistoleiros destacados pelos barões da mídia tucana para atirar todo santo dia contra o ex-presidente escreveu-lhe um “obituário” em artigo que, se não fosse a arrogância, seria simplesmente ridículo, já que se baseia muito mais na vontade do autor do que em fatos, os quais teimam em desmentir esse tipo de previsão fúnebre.
Trecho do texto do indigitado pistoleiro tucano reflete bem o clima que se tenta criar em relação a Lula:
“Brinco que Lula é uma espécie de morto-vivo da política, um zumbi. No programa “Os Pingos nos Is”, que comando na Jovem Pan, a cada vez que cito seu nome, toco a música tema de “Walking Dead”. Acho a metáfora perfeita. Sustento que ele já está morto para a política, mas ainda não lhe passaram o recado. Por essa razão, fica perturbando o mundo dos vivos. De qualquer um e de qualquer lugar”
Os fatos, porém, revelam que Lula perturba mesmo o mundo dos vivos, mas não o dos viventes. Perturba o mundo de espertalhões – do qual o termo “vivos” é sinônimo – como os que vêm alardeando um passamento que está por provar-se.
Não é por outra razão que oposição demo-tucano-midiática vem articulando medidas para, por via das dúvidas, tirar Lula de uma possível eleição em 2018.
A filha do ex-presidiário Roberto Jefferson (delator do esquema do Mensalão e hoje presidente nacional do PTB), a deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ), protocolou, recentemente, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 125/2015, que, se aprovada, impediria Lula de se candidatar à sucessão de Dilma Rousseff.
A oposição quer emplacar sistema vigente nos Estados Unidos em relação a ex-presidentes da República. A PEC 125/2015 proíbe reeleição por períodos descontinuados para cargos do Executivo, desde prefeitos até o presidente da República.
Ou seja: um presidente só poderia ser reeleito de maneira seguida, não podendo voltar a disputar uma eleição caso seja substituído. O mesmo aconteceria com governadores e prefeitos.
“O presidente da República, os governadores de Estado e do Distrito Federal, os prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos mandatos, poderão ser reeleitos para um único período subsequente, sendo proibida a reeleição por períodos descontínuos”, diz o quinto parágrafo do artigo 14 da proposta.
Assim como Lula, os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso, Fernando Collor e José Sarney também ficariam inelegíveis.
O mais esclarecedor sobre essa “morte” de Lula que a oposição e seus pistoleiros na imprensa alardeiam é que a PEC 125/2015 cita o petista indiretamente: “Ademais, um candidato recorrente possui uma vantagem desproporcional e desleal sobre os seus adversários, visto que este já possui um nome e um legado já conhecido pelo povo”, conclui o texto.
Tem razão a filha de Bob Jeff: Lula possui um nome e um legado já conhecidos pelo povo. Nenhum defensor de Lula escreveria melhor. Claro que um aliado ou defensor declarado dizer isso dele pode parecer mero wishful tinkhing, mas a frase na boca de adversários figadais do ex-presidente denuncia que a tal morte alardeada está longe de acontecer.
E para quem possa pensar que se trata de iniciativa isolada, segundo o portal UOL o plano para impedir que Lula dispute a eleição presidencial de 2018 “une a oposição”. Ou seja, os políticos assumidos de oposição não dão um tostão furado pela análise do pitbull da Veja e da Folha de São Paulo sobre a tal “morte” do ex-presidente.
Nesse aspecto, comparar Lula com os zumbis da série de TV ianque “Walking Dead” também faz algum sentido, mas não pelo que diz o reaça esquisito de Veja/Folha. É porque os “vivos”, ou melhor, os espertalhões da oposição e da mídia têm tanto medo de Lula quanto os mocinhos da série televisiva têm dos mortos-vivos, que podem ser pisoteados, fuzilados, espancados, mas não morrem nem a pau.
Contudo, segundo a Constituição Cidadã de 1988 a proposta da tal Cristiane Brasil – não parece nome de chacrete ou bailarina do Faustão? – não parece ter lá muitas chances de ser aprovada.
Proposta de Emenda à Constituição (PEC) é uma atualização, um emendo à Constituição Federal. É uma das propostas que exige mais tempo para preparo, elaboração e votação, uma vez que modifica a Constituição Federal. Em função disso, requer quórum quase máximo e dois turnos de votação em cada uma das Casas legislativas, Câmara dos Deputados e Senado Federal.
Quando uma PEC chega ou é criada na Câmara dos Deputados, ela deve ser enviada, antes de tudo, para a Comissão de Constituição e Justiça e de Redação (CCJ). É nesse ponto que começa seu caminho pela Câmara, a chamada tramitação, rumo à aprovação.
Aprovada a proposta na CCJ, o presidente da Câmara cria uma Comissão Especial para o chamado exame de mérito, ou seja, a análise de seu conteúdo, que tem prazo de 40 sessões ordinárias para analisar o texto.
Aprovada na comissão, a PEC está pronta para votação em plenário. Entretanto, há algumas regras a serem seguidas. É necessária a aprovação em dois turnos, com espaço de pelo menos cinco sessões entre um turno e outro. Esse prazo é chamado de interstício.
Para ser aprovada, a proposta deverá obter os votos de três quintos, no mínimo, do número total de deputados da Câmara em cada turno da votação. Ou seja, aprovação de 308 dos 513 deputados.
O Presidente da Câmara mandará a proposta aprovada para o Senado onde tramitará segundo as regras de seu Regimento Interno que é diferente do da Câmara. No Senado, a proposta irá apenas para a Comissão de Constituição e Justiça e Cidadania (CCJ), que dará parecer sobre todos os seus aspectos. O Regimento do Senado não distingue admissibilidade e mérito. A comissão tem prazo de 30 dias para dar o parecer.
Aprovada na CCJ, a proposta segue diretamente para o plenário, que abre prazo de cinco sessões para discussão. A aprovação também se dá em dois turnos, com votação favorável mínima de 60% dos senadores em cada um dos turnos. É necessário, na legislatura atual, aprovação de 49 dos 81 senadores.
Caso a PEC que saiu da Câmara não tenha sido alterada pelo Senado, o texto é promulgado em sessão no Congresso pelo Presidente da República. Se tiver sido alterada, o processo recomeça inteirinho.
Convenhamos, é muito trabalho a ser feito por quem escreve ou fala, aparentando toda a “convicção” do mundo, que o alvo de tudo isso está “morto”.
Lula, porém, não está morto coisa nenhuma. Como diz a PEC que visa impedi-lo de disputar a eleição presidencial de 2018, o ex-presidente “possui uma vantagem desproporcional e desleal sobre os seus adversários, visto que este já possui um nome e um legado já conhecido pelo povo”. Queiram os pistoleiros da mídia tucana ou não.
"É mentira da Veja: o governo não cortou o Bolsa Família", escreveu o ex-presidente Lula ao rebater reportagem da revista neste fim de semana; em nota, o Ministério do Desenvolvimento Social afirma que "a revista Veja desta semana mente quando diz que o governo corta benefícios do Bolsa Família para fazer o ajuste fiscal. O Bolsa Família não sofreu corte no Orçamento, está integralmente preservado"; o texto corrige ainda o número de beneficiários (13,9 milhões em setembro) e nega que ele tenha caído para 13,2 milhões, como diz a matéria; "A revista Veja poderia ter evitado o erro se tivesse procurado o ministério para checar as informações, como recomenda o bom jornalismo"
13 DE SETEMBRO DE 2015 ÀS 06:20
247 – O ex-presidente Lula desmentiu a revista Veja deste fim de semana, que informou, em reportagem, que o governo federal cortou o número de beneficiários do programa de distribuição de renda Bolsa Família em decorrência do ajuste fiscal. "É mentira da Veja: o governo não cortou o Bolsa Família", escreveu Lula em sua página no Facebook.
"O Bolsa Família não sofreu corte no Orçamento, está integralmente preservado", diz nota oficial divulgada pelo próprio programa. "Veja erra quando diz que o número de famílias beneficiárias caiu para 13,2 milhões. A folha de pagamento de setembro repassou benefícios para 13,9 milhões de famílias. O número de beneficiários vem se mantendo estável desde 2012, com a saída de quem melhora de renda e a entrada de novas famílias", esclarece o texto.
Na nota, o Ministério do Desenvolvimento Social "reafirma seu compromisso com o Bolsa Família" e reitera que o programa "está integralmente preservado de cortes no Orçamento. Neste ano, a previsão de gastos é de R$ 27,7 bilhões". "A revista Veja poderia ter evitado o erro se tivesse procurado o ministério para checar as informações, como recomenda o bom jornalismo", conclui, provocativa, a nota.
Abaixo, a íntegra:
NOTA DE ESCLARECIMENTO
A revista Veja desta semana mente quando diz que o governo corta benefícios do Bolsa Família para fazer o ajuste fiscal. O Bolsa Família não sofreu corte no Orçamento, está integralmente preservado.
Veja erra quando diz que o número de famílias beneficiárias caiu para 13,2 milhões. A folha de pagamento de setembro repassou benefícios para 13,9 milhões de famílias. O número de beneficiários vem se mantendo estável desde 2012, com a saída de quem melhora de renda e a entrada de novas famílias.
O governo reafirma seu compromisso com o Bolsa Família e com as rotinas de controle, para que só recebam o benefício (em média R$ 167 mensais por família) os mais pobres, com renda de até R$ 154 por pessoa da família. Para manter o programa bem focalizado, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome promove todos os anos a atualização dos cadastros e o cruzamento com outras bases de dados da União.
Neste ano, foram cancelados cerca de 800 mil benefícios de famílias identificadas em cruzamento de bases de dados de salários e aposentadorias (INSS, RAIS e CAGED) com renda acima do que estabelece a lei. No mesmo período, número equivalente de novas famílias passaram a receber o bolsa. Esse movimento é semelhante ao registrado no ano passado, ano eleitoral. O "pente-fino" de que Veja reclama é, portanto, uma rotina de controle muito bem sucedida que garante o foco do programa e zela pelo bom uso dos recursos públicos.
Além disso e diferentemente do que diz a Veja, o @Ministério Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) mantém rigorosamente o acompanhamento da frequência de crianças e jovens às aulas mensalmente, de forma a garantir a presença dos alunos na escola.
O MDS reitera que o Bolsa Família está integralmente preservado de cortes no Orçamento. Neste ano, a previsão de gastos é de R$ 27,7 bilhões.
Esse dinheiro vem mantendo milhares de famílias fora da miséria e, mais importante, garante acesso a educação, saúde e serviços.
A revista Veja poderia ter evitado o erro se tivesse procurado o ministério para checar as informações, como recomenda o bom jornalismo.