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sábado, 18 de julho de 2015

PUBLICAÇÃO INGLESA ANALISA LIVRO SOBRE MACHADO DE ASSIS

Machado, o mulato que conquistou o Rio de Janeiro e ganhou projeção internacional.

The Times Literary Supplement, publicação semanal britânica, mas com larga circulação nos meios intelectuais dos Estados Unidos e outros países de língua inglesa, traz na sua última edição uma resenha do livro "Machado de Assis - a literary life" (M de A - uma vida literária), de K. David Kackson, publicado pela editora da Universidade norte-americana de Yale.
No texto crítico, Miranda France afirma que Machado de Assis "é um dos mais importantes escritores latino-americanos, mas nunca chegou a ser tão famoso quanto Jorge Luis Borges ou Gabriel García Márquez, talvez porque ele escreveu em Português, ou porque seu estilo lacônico não atende a nossas expectativas coloridas sobre aquele continente". Outra explicação para a menor popularidade de Machado no exterior, segundo a crítica do TLS, é que "Machado parece uma grande anomalia: um neto de escravos libertados escrevendo prosa urbana; um escritor do século 19 que nos soa contemporâneo".
Para o autor do livro, Machado é um "cético desestabilizador de sistemas" e suas personagens nunca deixam suas idéias totalmente claras ao leitor, o que contribui para a ativa participação deste nas estórias. "Um estuda durante anos numa escola de Direito, mas sai dela sem convicções, 'nem mesmo sobre libertar os escravizar pessoas", outro rejeita sua nomeação como governador da província porque a data é o dia 13, mas depois aceita uma segunda indicação porque ela ocorre num dia 31". 

O cineasta Woody Allen, leitor de Machado.

A crítica do TLS menciona que "Susan Sontag, John Updike e Woody Allen estão entre os admiradores de Machado (...). Freud teria gostado dos muitos sonhos eróticos, da ansiedade sexual. A cena na qual Bento, protagoinista de Dom Casmurro, vê uma mulher cair na rua e pensa ao mesmo tempo em moças francesas deixando ver suas roupas íntimas e nas batinas usadas no seminário, são puro Buñuel".
Ao final, o texto crítico diz que o livro falha no propósito de detalhar a vida literária de Machado de Assis, que continua aberta a novas análises. Mas "o rigor e energia de K. David Jackson faz deste livro, mesmo assim, um útil manual para um estudo mais próximo de Machado".
O livro, de 360 páginas,  está à venda pela Yale University Press,  e custa 40 dólares, ou 25 libras esterlinas.
(texto e tradução das citações: A. Barbosa Filho)

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

GRÃ-BRETANHA APROVOU REGULAÇÃO DA MÍDIA, INCLUSIVE CONTEÚDO!

Deu no GLOBO: 

LONDRES - Depois de países como Equador e Venezuela lançarem este ano medidas de controle da imprensa, foi a vez de o Reino Unido unir-se à polêmica. Dois dias após o premier David Cameron ameaçar censurar o “Guardian” pela publicação de documentos sigilosos sobre a espionagem no país, a rainha Elizabeth II sancionou nesta quarta-feira um sistema de regulação da mídia, que foi amplamente criticado por jornalistas locais. A iniciativa, apoiada pelos três principais partidos políticos britânicos, vem na esteira do escândalo de escutas telefônicas por jornalistas, e depois de os meios de comunicação verem seus esforços contra o controle rejeitados na Justiça.
A novidade deve sujeitar revistas e jornais britânicos a um órgão de fiscalização do governo com a função de coibir os abusos descobertos com o escândalo dos grampos - que revelou que repórteres do jornal “News of the World”, do magnata Rupert Murdoch, e de outros meios de comunicação, tiveram acesso ilegal a ligações telefônicas de celebridades, políticos e vítimas de crimes. Também torna mais fácil para as pessoas que se sintam atacadas pela imprensa terem suas queixas ouvidas, além de permitir ao órgão federal cobrar multas aos meios de comunicação.
“(A medida) vai proteger a liberdade de imprensa ao oferecer reparação quando erros forem cometidos”, defendeu o Ministério da Cultura, em comunicado.
Jornalistas locais argumentam que o órgão federal poderia ser usado por políticos para punir publicações das quais não gostam. Eles também reclamam que propostas sugeridas por eles foram ignoradas.
Ex-editores supervisionariam grampo
A guerra, porém, ainda não acabou. Várias publicações já ameaçaram boicotar o novo órgão. Outras consideram levar o tema ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos. Os meios de comunicação não são obrigados a se inscrever no novo marco regulatório, mas não está claro, até agora, como o impasse será resolvido.


Read more: http://oglobo.globo.com/mundo/reino-unido-aprova-regulacao-da-midia-10611363#ixzz3HacMvx2L

quarta-feira, 28 de maio de 2014

"CRISE" SÓ AUMENTOU A DESIGUALDADE, OBJETIVO DO CAPITALISMO

O pavor dos abastados



Por Leonardo Boff, no site da Adital:

Está causando furor entre os leitores de assuntos econômicos, economistas e principalmente pânico entre os muito ricos um livro de 700 páginas escrito em 2013 e publicado em muitos países em 2014. Transformou-se num verdadeiro best-seller. Trata-se de uma obra de investigação, cobrindo 250 anos, de um dos mais jovens (43 anos) e brilhantes economistas franceses, Thomas Piketty. O livro se intitula "O capital no século XXI” (Seuil, Paris 2013). Aborda fundamentalmente a relação de desigualdade social produzida por heranças, rendas e principalmente pelo processo de acumulação capitalista, tendo como material de análise particularmente a Europa e os USA.

A tese de base que sustenta é: a desigualdade não é acidental, mas o traço característico do capitalismo. Se a desigualdade persistir e aumentar, a ordem democrática estará fortemente ameaçada. Desde 1960, o comparecimento dos eleitores nos USA diminuiu de 64% (1960) para pouco mais de 50% (1996), embora tenha aumentado ultimamente. Tal fato deixa perceber que é uma democracia mais formal que real.

Esta tese sempre sustentada pelos melhores analistas sociais e repetida muitas vezes pelo autor destas linhas, se confirma: democracia e capitalismo não convivem. E, se ela se instaura dentro da ordem capitalista, assume formas distorcidas e até traços de farsa. Onde ela entra, estabelece imediatamente relações de desigualdade que, no dialeto da ética, significa relações de exploração e de injustiça. A democracia tem por pressuposto básico a igualdade de direitos dos cidadãos e o combate aos privilégios. Quando a desigualdade é ferida, abre-se espaço para o conflito de classes, a criação de elites privilegiadas, a subordinação de grupos, a corrupção, fenômenos visíveis em nossas democracias de baixíssima intensidade.

Piketty vê nos USA e na Grã-Bretanha, onde o capitalismo é triunfante, os países mais desiguais, o que é atestado também por um dos maiores especialistas em desigualdade Richard Wilkinson. Nos USA executivos ganham 331 vezes mais que um trabalhador médio. Eric Hobsbawn, numa de suas últimas intervenções antes de sua morte, diz claramente que a economia política ocidental do neoliberalismo "subordinou propositalmente o bem-estar e a justiça social à tirania do PIB, o maior crescimento econômico possível, deliberadamente inigualitário”.

Em termos globais, citemos o corajoso documento da Oxfam Intermón, enviado aos opulentos empresários e banqueiros reunidos em Davos em janeiro deste ano como conclusão de seu relatório "Governar para as elites, sequestro democrático e desigualdade econômica”: 85 ricos têm dinheiro igual a 3,57 bilhões de pobres do mundo.

O discurso ideológico aventado por esses plutocratas é que tal riqueza é fruto de ativos, de heranças e da meritocracia; as fortunas são conquistas merecidas, como recompensa pelos bons serviços prestados. Ofendem-se quando são apontados como o 1% de ricos contra os 99% dos demais cidadãos, pois se imaginam os grandes geradores de emprego.

Os prêmios nobéis J. Stiglitz e P. Krugman têm mostrado que o dinheiro que receberam do Governo para salvarem seus bancos e empresas mal foram empregados na geração de empregos. Entraram logo na ciranda financeira mundial que rende sempre muito mais sem precisar trabalhar. E ainda há 21 trilhões de dólares nos paraísos fiscais de 91 mil pessoas.

Como é possível estabelecer relações mínimas de equidade, de participação, de cooperação e de real democracia quando se revelam estas excrecências humanas que se fazem surdas aos gritos que sobem da Terra e cegas sobre as chagas de milhões de co-semelhantes?

Mais informações no sítio:
http://altamiroborges.blogspot.dk/2014/05/o-pavor-dos-abastados.html#more

segunda-feira, 26 de maio de 2014

“QUEIMAR” A MARCA-BRASIL VIROU ESTRATÉGIA ELEITORAL


Antonio Barbosa Filho

DELFT (Países-Baixos) - Estudiosos de marketing em todo o mundo dedicam-se a um campo relativamente novo nesta área, que é a criação e as características da chamada “nation brand” ou “marca-país”. Já em 1965, pesquisas aplicadas mostraram que o consumidor dá avaliações diferentes a um mesmo produto que lhe é oferecido, dependendo do rótulo “fabricado em…”, ou seja, ele leva em consideração a localidade de origem na hora de decidir uma compra.
A partir deste dado, muitos estudos se seguiram, e o conceito de “marca-país” passou a ser discutido seriamente como fator importante no comércio e na propaganda mundiais. Está consolidada, por exemplo, a distinção entre “identidade nacional” (conjunto dos elementos que dão personalidade a um país, incluindo sua história, geografia, artes, cidadãos famosos, etc.) e “imagem nacional” (a maneira como o país é visto nos demais países e no mundo como um todo). A identidade forma-se historicamente; a imagem pode ser melhorada, assim como pode piorar, e há vários métodos para medi-la tecnicamente.
A imagem é levada em conta, segundo pesquisas, também pelos executivos de grandes empresas com poder de decidir a destinação de investimentos num determinado país. Estudo do Communication Group e do Think Tank You Gov, da Grã-Bretanha, em 2006, concluiu que 92% desses executivos afirmam que a imagem de um país é “fator vital” para suas escolhas. 65% acham difícil decidir por um novo empreendimento apenas baseado em “hard factors” - fatores estritamente numéricos - e 60% afirmam que os “soft factors” ( estilo de vida, arquitetura, artes, etc.) são crescentemente importantes.
Ora, um evento como a Copa do Mundo de Futebol é um momento privilegiado para o país-sede incrementar a sua imagem positiva no exterior, partindo de sua “identidade” e agregando novos valores ao conjunto de sua representação mercadológica. Segundo o professor Marco Antonio Ocke, da USP, “para o país-sede, a Copa mostra-se eficaz ferramenta de promoção da localidade como força econômica com o objetivo de captar investimentos, atrair visitantes, moradores e profissionais, fomentar o comércio, a indústria e as exportações”. Ao organizar o campeonato de 2006, a Alemanha usou-o para reaquecer sua economia, que atravessava fase de baixa depois dos custos da reintegração. Com o slogan “Um mundo entre amigos”, o país gerou cerca de 4 mil empregos por ano desde o anúncio dos jogos, alavancando cerca de 10 bilhões de euros para sua economia. Houve um crescimento geral do PIB e grandes obras e avanços nas áreas esportiva, de turismo e de tecnologia da informação.
A Copa é tal oportunidade de promoção mundial que a Austrália, por exemplo, de onde sairá o terceiro maior contingente de visitantes, cerca de 20 mil, realizará uma série de eventos culturais nas cidades onde sua seleção nacional se hospedará ou jogará, Vitória, Cuiabá, Curitiba e Porto Alegre. O país tem 40 bilhões de reais investidos no Brasil, recebe 20 mil estudantes brasileiros por ano, e quer aproveitar a Copa para ampliar sua presença em todos os setores. Também a Holanda promoverá exposições e eventos paralelos à Copa, como outros países. Cabe ao Brasil esperar que todos os países visitantes levam daqui muito mais do que vão trazer.


O FATOR POLÍTICO-ELEITORAL
Os planos do Governo brasileiro para a Copa de 2014 incluem “agregar novos elementos à imagem do país (economia forte, capacidade de inovação, sustentabilidade) sem deixar de reforçar as características positivas pelas quais o país já é conhecido (hospitalidade, belezas naturais, diversidade cultural)”. No tema “negócios”, o planejamento dos órgãos envolvidos com o mega-evento prevê, internamente,  “estimular a descentralização economica, potencializando e atraindo investimentos para as diversas regiões; e estimular a cultura do empreendedorismo a partir da Copa”. Na frente externa, pretende-se “imprimir à imagem dos produtos e marcas brasileiras atributos de tecnologia, qualidade, inovação e sustentabilidade, contribuindo para o aumento das exportações; apresentar o país como fonte de oportunidades para parcerias e soluções sustentáveis de alto crescimento; e atrelar à imagem do país sua importância para a economia e a política internacionais”.
Vê-se que muito além dos campos de futebol, que reunirão centenas de milhares de torcedores em doze capitais de Estados, há muito mais em jogo. O Brasil pode galgar um degrau importante no seu conceito geopolítico e comercial, ampliando sua presença no cenário internacional do século que começa. Ou pode mostrar-se um país carente de organização, governabilidade e eficiência, fatores que valem, no mínimo, tanto quanto a simpatia de seu povo, a beleza de suas paisagens, a riqueza de sua Cultura.
As manifestações de rua contra a realização da Copa não chegam a preocupar, já que são normais em todos os países democráticos. A menos que resvalem para depredações de grande porte, ou causem vítimas brasileiras e estrangeiras - para o que o governo federal, os estaduais e municipais afirmam estar devidamente preparados, inclusive com respaldo de órgãos de segurança dos países participantes - os protestos podem até servir de atestado de nossa estabilidade política, da ampla liberdade de manifestação, da maturidade democrática do país - pontos positivos para a “imagem”.
Esta imagem vinha melhorando ao longo dos últimos dez ou quinze anos. Em termos de eventos, a Copa das Confederações da FIFA, em meados do ano passado, foi um teste muito positivo. A audiência internacional de TV na final entre Brasil e Espanha foi 50%  maior do que a final da última Copa do Mundo, entre Holanda e Espanha. Dos estrangeiros que aqui estiveram para a competição, 75,8% disseram em pesquisas que pretendiam voltar ao Brasil para a Copa de 2014. 70% afirmaram que tiveram suas expectativas com o país atendidas ou superadas; 95% aprovaram os estádios; 72% aprovaram os transportes públicos (!), e 88% gostaram dos serviços de táxi. Também foi um sucesso a “disponibilidade dos funcionários nos estádios e outras instalações em dar informações”, elogiada por 89,5% dos turistas-torcedores. Já a qualidade e preço da alimentação nos estádios foi reprovada por 78,2%.
De poucos meses para cá, cresceu o número de reportagens negativas na mídia internacional sobre o Brasil, mas isso resulta do próprio fato de as atenções do mundo estarem se concentrando mais no país. Os problemas mostrados, e os preconceitos revelados, por exemplo, pela revista liberal The Economist, que chamou os brasileiros de “preguiçosos”, ou pelo jornal sensacionalista Daily Mirror, que colocou Manaus entre as cidades mais perigosas do mundo, cujos riscos incluem “cobras venenosas e tarântulas” são reversíveis. Tudo depende da normalidade dos jogos, da recepção aos turistas e torcedores, e do funcionamento razoável da infraestrutura.
O fator mais preocupante é outro: a oposição política ao governo Dilma Rousseff, nesse ano eleitoral, tem demonstrado que o fracasso da Copa do Mundo lhe convém. Ela teme que a vitória da seleção brasileira leve o país a uma tal euforia que isso contagie o governo e influa numa fácil vitória da candidata do PT. Assim, há evidente torcida entre forças políticas de extrema-esquerda, do centro-direita e de pequenos grupos de extrema-direita (aqueles que convocaram marchas em favor de um golpe militar, fracassadas em 22 de março último), para que o Brasil saia derrotado dentro e fora dos gramados. Um caos nas cidades-sede seria de grande proveito para as oposições na campanha eleitoral que se aproxima, e para a qual elas não parecem contar com propostas e candidatos capazes de reverter o favoritismo de Dilma em todas as pesquisas, até agora.
Apostar num fracasso da Copa, porém, envolve muito mais do que o episódio eleitoral. Como vimos, a “marca-país” é algo muito mais sério, importa a várias gerações, e seria lamentável que brasileiros, propositadamente, ajudassem a detonar uma construção tão difícil. Já nos bastam os problemas que realmente temos; não precisamos de outros gerados pela ambição de poder de alguns políticos. Além disso, não há provas de que o resultado da Copa influa decisivamente nas eleições. Já o prejuízo em termos de imagem internacional do país, caso o Brasil falhe, este é previsível cientificamente, e os danos custarão décadas a serem reparados, afetando, inclusive, o próximo megaevento, os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Antonio Barbosa Filho -Jornalista e escritor, autor de A Bolívia de Evo Morales e A Imprensa x Lula – golpe ou sangramento? (All Print Editora). Vive entre a Holanda e o Brasil, e visitou 32 países nos últimos oito anos, alguns várias vezes.
Publicado no Portal de Luis Nassif: http://jornalggn.com.br/blog/antonio-barbosa-filho/queimar-a-marca-brasil-virou-estrategia-eleitoral

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

O BRASIL ESTÁ CHEIO DE SILVÉRIOS DOS REIS, TRAIDORES

Sua Majestade não manda a armada, manda uma revista debochada

26 de fevereiro de 2014 | 12:59 Autor: Fernando Brito
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Alguém pode imaginar a revista Veja, mesmo pretensiosa como é, pedir a demissão do Ministro das Finanças da Inglaterra?
Pois o pasquim (com minúscula) de economia britânico, o Financial Times (aqui, no UOL, em português)  com um deboche intolerável, diz hoje que “faria maravilhas” ao Brasil trocar o ministro da Fazenda, Guido Mantega, “por alguém que seja simpático ao mercado”.
Os súditos de Sua Majestade deveriam, antes, olhar o próprio rabo.
O PIB brasileiro é, hoje, o dobro – em dólares – do que era quando Guido Mantega assumiu, há oito anos.
No mesmo período, o PIB do Reino Unido cresceu zero, isso mesmo:ZERO, desde aquela data.
E está a um passo de ser ultrapassado pelo brasileiro.Visualizar
E nós não construímos as bases de nossa economia assaltando nações pelo mundo, não.
Inclusive o Brasil, pois o saque colonial  feito por Portugal ia terminar no nascente parque industrial inglês e na paga por proteção britânica, no ocaso do império português.
Se o Finacial Times quiser, a gente explica como foi o Tratado de Methuen, pelo qual Portugal dava aos ingleses o monopólio da indústria têxtil em troca da liberdade alfandegária para seus vinhos. Claro que Portugal comprava infinitamente mais do que vendia e quem pagou a dívida foi o ouro de Minas Gerais.
E boa parte da simpatia dos republicanos brasileiros pelos Estados Unidos vinha do fato de aquele país ter se livrado do jugo tributário imposto pelos ingleses.
Uma ex-potência arrogante, o Reino Unido deveria se preocupar mais com seus problemas e deixar em paz a autodeterminação brasileira.
Mas, infelizmente, vai ter muita gente aqui feliz com o deboche da City.
Sabem como é, Joaquim Silvério dos Reis deixou descendentes.
 http://tijolaco.com.br/blog/?p=14620

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

REVISTA INGLESA PREVÊ VITÓRIA DE DILMA ROUSSEFF

sábado, 5 de novembro de 2011

LOUCURA EM ISRAEL PODE LEVAR A GUERRA NUCLEAR!

Conversa Afiada reproduz artigo de Mauro Santayana no JB online:

O Irã e a perigosa aposta de Israel


por Mauro Santayana


Não se trata mais de  hipótese: os falcões americanos e o governo britânico estão dispostos a apoiar  ação militar de Israel contra o Irã, embora grande parte da opinião pública israelita advirta que essa aventura é arriscada. Aviões militares de Israel  fazem manobras no Mediterrâneo e já se fala no emprego de mísseis de alcance médio contra o suposto inimigo. Seus líderes da extrema-direita, entre eles religiosos radicais, estimulam os cidadãos, com o argumento de que se trata de uma luta de vida ou morte.


Toda cautela é pouca na avaliação política da questão de Israel. Em primeiro lugar há que se separar o povo judaico do sionismo e do Estado de Israel – que parece condenado a sempre fazer guerra. Como disse um de seus grandes pensadores, se todos os estados possuem um exército, em Israel é  o exército que possui o estado. É explicável que, com sua história atribulada e as perseguições sofridas, sobretudo no século 20, sob a brutalidade nazista, os judeus se encontrem na defensiva. Isso, no entanto, não autoriza a insânia de sua política agressiva contra os palestinos em particular, e contra os muçulmanos, em geral.


A política belicista de Israel, alimentada pelos fundamentalistas, e estimulada pelos interesses norte-americanos, tem impedido a paz na região. Os palestinos são tão semitas quanto os judeus, embora muitos dos judeus procedentes da Europa  não sejam semitas em sua origem étnica, posto que convertidos a partir do século VIII. Os dois povos poderiam viver em paz, se o processo de ocupação da Palestina pelos judeus europeus tivesse seguido outra orientação. Mas o passado não pode ser mudado. Sendo assim, é tempo para o entendimento entre os dois povos – mas para parcelas das elites de Israel e seus patrocinadores americanos, a guerra é um excelente negócio. Sem a guerra, a receita de Israel – um território pobre de petróleo, tão próximo das mais pejadas jazidas do mundo – seria insuficiente para manter seu poderoso e bem remunerado exército e suas elites dirigentes, contra as quais começam a mover-se também os indignados, e com razão.


Israel nasceu sob o ideal de um sistema socialista baseado na solidariedade dos kibbutzim, mas hoje não se distingue mais dos países capitalistas.  Os ensandecidos partidários da ação militar contra Teerã talvez imaginem que essa iniciativa tolha o reconhecimento do Estado da Palestina pela ONU, mas deixam de atentar para os grandes riscos da operação, apontados pelos judeus de bom senso. Em primeiro lugar há uma questão ética em jogo, que o mundo já medita há muito tempo: por que Israel pôde desenvolver as suas armas nucleares, e os outros países da região não podem investigar o aproveitamento do conhecimento nuclear para fins pacíficos? Em  visão mais radical, mas nem por isso contrária à ética: porque Israel dispõe de 200 ogivas nucleares e os outros países não podem dispor de armas atômicas? O que os faz tão diferentes dos outros? Se o Estado de Israel se sente ameaçado pelos vizinhos, os vizinhos também têm suas razões para se sentirem ameaçados por Israel.


Façamos um rápido exercício lógico sobre as conseqüências de um ataque aéreo – que já não se trata de hipótese, mas de timing – de Israel às instalações nucleares do Irã. Como irão reagir a Rússia e a China e, antes das duas grandes potências, o que fará a Turquia? A Grã Bretanha, segundo informou ontem The Guardian, já está estudando participar de uma expedição contra o Irã e só o governo dos Estados Unidos – exceto alguns falcões  – está relutante. Haveria, assim, uma aliança inicial entre Sarkozy, Cameron e Netanyahu contra o Irã. Talvez os europeus e os próprios norte-americanos vejam nesse movimento uma forma de superar o acelerado descontentamento de seus povos contra a submissão dos estados aos banqueiros larápios. O encontro de um bode expiatório, como parece a propósito a antiga Pérsia, poderia ser uma forma de buscar a unidade interna de ingleses, franceses, norte-americanos – e judeus. É ingenuidade imaginar que o provável ataque se concentrará nas instalações de pesquisa nuclear. Uma vez iniciada a agressão, ela não se limitará a nada, e se repetirá o holocausto da Líbia, com seus milhares de mortos e feridos, em nome dos “direitos humanos” dos ricos.


O mapa geopolítico de hoje é um pouco diferente do que era em 1948 e 1967, quando se criou o Estado de Israel e quando ele se ampliou para além das fronteiras estabelecidas pela comunidade internacional.


É assustador pensar em uma Terceira Guerra Mundial, com novos atores em cena, entre eles  possuidores das armas apocalípticas, como a China, o Paquistão e a Índia. Diante da insanidade de certos chefes de Estado de nosso tempo, é uma terrível probabilidade – e com todas as   conseqüências impensáveis.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

LUTO TUCANO: BRASIL SERÁ MAIS RICO QUE A INGLATERRA

Brasil deve superar Reino Unido como a 6ª maior economia do mundo neste ano

O Brasil deve ultrapassar o Reino Unido e se tornar a sexta maior economia do mundo, segundo projeções da consultoria EIU (Economist Intelligence Unit), braço de pesquisa da revista britânica The Economist.

A estimativa mais recente prevê que o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro alcance US$ 2,44 trilhões, ante os US$ 2,41 trilhões do PIB britânico. Em 2010, ao deixar a Itália para trás, o Brasil já havia alcançado o sétimo lugar.

Para Robert Wood, economista-chefe da EIU para o Brasil, a expansão do país se deve ao crescente consumo da população e à relação de comércio com a China, grande consumidora de commodities brasileiras como soja e minério de ferro. "O fato de a economia brasileira ultrapassar as de países desenvolvidos reflete os efeitos da entrada de grandes segmentos pobres na classe média", afirma.

Como a economia brasileira cresce em ritmo menor que a de outros emergentes, em 2013, o país deverá perder a sexta posição para a Índia. Mas, segundo a EIU, voltará a recuperá-la em 2014, ano da Copa do Mundo, ao ultrapassar a França.

Até o fim da década, o PIB brasileiro se tornará maior do que o de qualquer país europeu, de acordo com projeções da EIU. Após passar Reino Unido e França, a economia brasileira deverá deixar a alemã para trás em 2020 e chegar ao quinto lugar.

Resistindo à crise financeira de 2008 e 2009, o Brasil cresceu 7,5% em 2010. A EIU estima que a economia do país avançará 3% neste ano, e 3,5%, em 2012, enquanto o Reino Unido crescerá 0,7% nos mesmos períodos.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

QUEM PAGA MAIS IMPOSTOS NO BRASIL?


Quanto mais pobre, mais impostos

Por que no Brasil os muito ricos não repetem iniciativa que tomada por seus colegas nos EUA e na Europa e propõem uma sobretaxa sobre seus ganhos?
Por Ivo Poleto, citando Odilon Guedes
Vejam o antigo que segue, com dados que ajudam a buscar resposta à pergunta do título: por que os pobres brasileiros pagam mais impostos? Os dados comparativos com outros países ajudam a derrubar as campanhas dos empresários por diminuição dos impostos. Falta perguntar: quais os impostos que devem diminuir? E, por outro lado, quais os impostos que devem aumentar?
Vale prestar atenção à pergunta final: por que os nossos muito ricos não propõem, como já o fizeram seus colegas estadunidenses e europeus, que sejam aumentados os impostos sobre as altas rendas? Talvez isso seja, uma vez mais, indicação de que os ricos brasileiros não têm nenhuma sensibilidade em relação à injusta distribuição da riqueza e da renda no país, e combatem, com unhas e dentes, qualquer proposta de justiça tributária, através de uma política tributária progressiva.
Quanto mais pobre o cidadão, mais impostos
“Winston Churchil dizia que imposto sobre a herança era infalível para evitar proliferação de “ricos indolentes”, lembra Odilon Guedes, mestre em economia pela PUC/SP, professor universitário e membro do Conselho Regional de Economia-SP, ex-presidente do Sindicato dos Economistas no Estado de São Paulo, vereador e subprefeito de São Paulo, em artigo publicado no jornal Valor, 21-10-2011.
Ele também informa que “Quando da morte da princesa Diana, em 1997, os jornais noticiaram que o fisco inglês cobrou de sua herança o imposto de US$ 15 milhões, metade dos US$ 30 milhões deixados para seus filhos. Naquele país, a taxação é apoiada até mesmo pelos conservadores”.
Eis o artigo:
A partir da declaração do megainvestidor americano Warren Buffett, a terceira maior fortuna do mundo, pedindo aumento dos impostos para os mais ricos nos Estados Unidos, vários milionários europeus também passaram a defender essa medida naquele continente. Nesse contexto, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, encaminhou ao Parlamento proposta para que os ricos que tenham renda anual acima de € 500 mil passem a pagar uma sobretaxa provisória de 3%.
Esse fato é um bom motivo para discutirmos a carga tributária brasileira, já que nosso país é um dos mais injustos do planeta na cobrança da tributação. Os mais pobres são quem paga, proporcionalmente, mais tributos no Brasil, e não os ricos.
Nesse contexto, é importante lembrar que há um projeto de reforma tributária na Câmara dos Deputados que permanece “adormecido”, aliás, como ocorreu com todos os outros elaborados nos últimos anos no Brasil. O debate em torno desse assunto no país acaba centrado em grande parte no aspecto da diminuição dos impostos porque a carga tributária é alta em relação aos serviços que o Estado oferece. Os que mais defendem a diminuição dessa carga são os empresários, baseados no argumento de que pagando muitos impostos seus negócios são dificultados. Fica praticamente excluída do debate a maioria da população brasileira e, principalmente, sua camada mais pobre – proporcionalmente a que paga mais impostos -, que não tem a menor ideia de quanto eles pesam no seu bolso.
Estudos desenvolvidos pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (IPEA) comprovam claramente tal situação. Segundo um levantamento de 2008, pessoas cuja renda mensal familiar alcançava até dois salários mínimos comprometiam 53,9% de seus ganhos com o pagamento de tributos, enquanto que outras, com renda superior a 30 salários mínimos, comprometiam apenas 29%.
Outro dado de destaque nesse estudo do Ipea: um trabalhador que recebia até dois salários mínimos precisava trabalhar 197 dias para pagar os tributos, enquanto outro que ganhava mais de 30 precisava de três meses a menos de trabalho, ou exatos 106 dias.
Essa situação ocorre porque cerca de 50% da nossa carga tributária é indireta, isto é, incide sobre o consumo, atingindo indiscriminadamente toda a população, independentemente da renda e da riqueza de cada um. A cobrança da maioria dos tributos vem embutida no preço final das mercadorias. Vejamos um exemplo significativo:
Um cidadão que ganha R$ 1 mil por mês e coloca R$ 100 de gasolina no tanque do seu carro está pagando R$ 53 de impostos. Enquanto outro que ganha R$ 30 mil e abastece o tanque pelo mesmo valor também paga os mesmos R$ 53, levando isso à injustiça apontada.
Nos países capitalistas desenvolvidos, ao contrário daqui, a maior parte da carga tributária é direta e recai sobre a renda, a riqueza, a propriedade e a herança. Esses critérios são mais justos do que os existentes no Brasil porque tributa diretamente quem ganha mais e tem melhores condições de pagamento.
Segundo dados da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), nos Estados Unidos a renda é responsável por 49% da carga tributária. Se comparado com o Brasil, que é de 19%, naquele país é 150% maior que a nossa. A média desse tributo nos países pertencentes à OCDE é de 37%, quase 50% maior que a brasileira.
Leia a íntegra em: