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quarta-feira, 14 de outubro de 2015

CLASSE MÉDIA LUTA PARA PROTEGER O 1% DOS MUITO RICOS


Metade da riqueza mundial está nas mãos de 1% da população, diz estudo

Do UOL, em São Paulo


A desigualdade econômica está aumentando, com metade da riqueza do planeta nas mãos de 1% da população. Isso é o que aponta estudo do banco Credit Suisse.
Segundo o estudo, a desigualdade aumentou continuamente desde 2008. Agora, a porção mais abastada é dona de 50% da riqueza mundial. Em 2014, o índice era de 48,2%. 
Segundo o Credit Suisse, o estudo leva em conta dados da riqueza de 4,8 bilhões de pessoas, a população adulta de mais de 200 países, sem incluir crianças.

É preciso R$ 2,9 milhões para estar no 1%

Para entrar na metade mais rica da população mundial, uma pessoa deve ter US$ 3.210 (R$ 12,4 mil). Com US$ 68,8 mil (R$ 266,2 mil), chega aos 10% mais endinheirados. Para estar no 1%, é preciso mais de US$ 759,9 mil (R$ 2,9 milhões). Segundo o estudo, a riqueza é o conjunto de posses, incluindo dinheiro, imóveis e ações, mas descontando as dívidas.
Cerca de 3,4 bilhões de pessoas, pouco mais de 70% da população adulta mundial, têm menos do que US$ 10 mil (R$ 38,7 mil). Um quinto da população, cerca de 1 bilhão de pessoas, tem entre US$ 10 mil e US$ 100 mil (R$ 387 mil). O restante, 383 milhões de adultos, ou 8% da população, têm mais de US$ 100 mil.
O estudo também apontou que o total da riqueza global caiu para US$ 250 trilhões, depois de atingir US$ 263 trilhões em 2014. 
Além disso, pela primeira vez, a classe média chinesa é maior do que a americana. São 109 milhões de chineses nessa situação, contra 92 milhões de americanos.Ampliar


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http://economia.uol.com.br/noticias/redacao/2015/10/13/metade-da-riqueza-mundial-esta-nas-maos-de-1-da-populacao-diz-estudo.htm

sábado, 1 de agosto de 2015

ELITE DE 0,3% POSSUI UM QUARTO DA RENDA NO BRASIL!

71 mil brasileiros concentram 22% de toda riqueza; veja dados da Receita

Esta elite representa 0,3% dos declarantes do imposto de renda em 2013.
Nº refere-se a pessoas com renda mensal superior a 160 salários mínimos.

Darlan AlvarengaDo G1, em São Paulo
Que o Brasil é um país desigual estamos cansados de ouvir. Dados das declarações de imposto de renda divulgados neste mês pela Receita Federal ajudam a conhecer melhor a distribuição de renda e riqueza no país e mostram que menos de 1% dos contribuintes concentram cerca de 30% de toda a riqueza declarada em bens e ativos financeiros.

Esta pequena elite - que corresponde a 0,3% dos declarantes de IR - concentrou, em 2013, 14% da renda total e 21,7% da riqueza, totalizando rendimentos de R$ 298 bilhões e patrimônio de R$ 1,2 trilhão. Isso equivale a uma renda média individual anual de R$ 4,17 milhões e uma riqueza média de R$ 17 milhões por pessoa.
 
De 2012 para 2013, o número de brasileiros com renda mensal superior a 160 salários mínimos (maior faixa da pirâmide social pelos critérios da Receita) caiu de 73.743 para 71.440.
Se adicionarmos a este grupo aqueles com renda mensal acima de 80 salários mínimos, chega-se a 208.158 brasileiros (0,8% dos contribuintes), que respondem sozinhos por 30%  da riqueza total declarada à Receita.
http://g1.globo.com/economia/noticia/2015/08/71-mil-brasileiros-concentram-22-de-toda-riqueza-veja-dados-da-receita.html

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

ANTI-PETISMO É, NA VERDADE, SENTIMENTO ANTI-POBRES

A guerra é contra a redução da desigualdade

Quando Getúlio Vargas, em maio de 1954, anunciou o aumento de 100% no salário mínimo, estava dando, sem perceber, o início à sua via crucis. Houve forte oposição midiática, partidária e de setores de empresariado, em consonância com a insatisfação da minúscula classe média da época, além de militares de alta patente (lembrar do Memorial dos Coronéis). Rapidamente, do "descalabro financeiro" que a medida "certamente representaria" até o "mar de lamas da corrupção" a retórica anti-getulista só precisaria de um pequeno salto. Três meses foram o suficiente para levá-lo ao suicídio.



Lição da história: a discussão moralista sobre o "mar de lamas" atribuída ao PT pela mídia e oposição - como se fosse maior que em outros períodos - é só a cortina de fumaça para o problema real que hoje mobiliza, principalmente, as classes A e B contra Dilma: ninguém nestes estratos sociais aguenta mais o processo de desconcentração de renda, iniciada com Lula (ver ao lado a diferença impressionante entre os índices de intenção de votos num e noutro candidato nestes segmentos).

Aumento do salário mínimo acima do crescimento do PIB, ganhos reais das classes mais baixas, profissionalização das empregadas domésticas, ascensão de grupos sociais das classes E para D e D para a C, políticas de transferência de renda, cotas para universidades, tudo isso produz um profundo incômodo nas classes A, B e, não podemos esquecer, a C tradicional.

Mais carros nas ruas significa que pobres desceram dos ônibus, atrapalhando o trânsito. Mais gente nos restaurantes significa que "terei" que procurar os mais caros - o mesmo nas escolas privadas. Em que momento da história, vimos as classes A e B preocupadas com a saúde no país? Nunca. Até que uma "cambada" começou a adquirir planos e obrigou aqueles poucos usuários a migrar para planos mais caros.

A guerra atual é econômica. Encontrar o porteiro em Nova York realmente, como diria Danuza Leão, é insuportável.

Por isso cai como uma luva o pronunciamento de Armínio Fraga, afirmando que o salário mínimo está muito alto. É bem diferente ter que pagar R$ 750, ainda que míseros, para uma empregada doméstica fora os encargos, ou poder remunerar, como disse Delfim Neto, este "animal doméstico" com uns R$300 ou menos, que foi o SM que Fraga deixou quando saiu do governo em 2002.

Ora, um salário de 300 para uma jornada diária de 8 horas, e ainda quem sabe poder dormir no trabalho - naquele nojento "quartinho de empregada" - significa direito a mucamas, herdeiras da escravidão. Não ter este "direito" é demais para as classes mais abastadas. Ainda mais quando se sabe que ser abastado no Brasil é ganhar mais de 4 ou 5 mil reais.

Numa sociedade que atravessou o século com heranças escravagistas (basta ver quanto usineiros pagavam aos seus lavradores, antes da regulamentação do trabalho rural, ou como a mídia conservadora esperneou quando a Previdência passou, no governo Lula, a garantir a aposentadoria para camponeses), a ideia de uma sociedade mais igualitária ou, para ser mais preciso, menos "diferenciada" economicamente é um acinte.

A subida do salário mínimo referencia vários serviços: cabeleireiras podem cobrar mais - que abusadas - o pedreiro passa a querer "um absurdo", o condomínio ficou mais caro, porque o salário do porteiro está "pela hora da morte", e o motorista ousa me deixar na mão porque conseguiu coisa melhor: "Imagina, virou taxista e autônomo!". Tudo isso é insuportável para um país acostumado à transferência de renda às avessas.

Isso porque esta nação teve o desplante de saltar do vergonhoso penúltimo lugar entre os mais desiguais, à época de FHC, para a posição atual de 17o. em desigualdade - em 170 nações do mundo. É o fim dos tempos!

Há hoje 153 em melhores condições de igualdade (o tal índice Gini). Portanto, continuamos nos envergonhando. Mesmo assim, o governo petista que se cuide, se, reeleito, conseguir reduzir ainda mais a desigualdade.. O ódio de classe tende a se elevar a níveis quase nazistas nos próximos anos.

Pois a guerra é eminentemente econômica. As classes A e B e a C tradicional (principalmente na faixa intermediária) querem aquele mundo de volta. Assim que retiradas todas estas conquistas, o pais voltaria à sua calmaria habitual. Uma calmaria de cada um em seu lugar. Uma calmaria covarde, mantida muitas vezes sob punhos fortes. Se necessário, a gente chama a PM para conter os rebeldes. Ou quem sabe reduz a idade penal, para trancafiá-los desde novos.

As velhas classes médias tinham orgulho da desigualdade. Afinal, a pobreza material do outro escondia, como um maquiador profissional, a própria pobreza moral de uma elite que parece ter, mesmo sem ter vivido, saudade da escravidão.

Em tempo: O complexo de vira-latas tem mesma idade da "Abolição". Ao ver aqueles pretos libertos "vadios" nas ruas, não se aguentava. Já não bastava o calor? "Que Paris é esta meu deus?". Coincidentemente, ou não, é o mesmo complexo que vem servindo para a atual revolta das elites.  

sábado, 2 de agosto de 2014

INFLAÇÃO CONTINUA CAINDO E TORCIDA CONTRA O BRASIL BABA DE ÓDIO...

Inflação em queda continua frustrando urubus

É, a vida não está fácil para os urubus. Segundo a Fundação Getúlio Vargas, a inflação caiu ainda mais na última semana de julho. Tudo indica que a inflação do mês passado encerrou com mais uma forte queda.
A inflação tem caído mês a mês, conforme se vê no gráfico abaixo, com os números da variação mensal do IPCA, até junho.
ipca-jun-14


Em julho, o monitoramento semanal da FGV tem mostrado tendência de queda, puxada pelo item mais importante para a vida das pessoas: alimentação, a qual experimentou inflação negativa (deflação) de 0,25% na última semana de julho.
Abaixo, texto publicado no site da FGV.
IPC-S registra recuo na última semana de julho
01-Ago-2014 | FGV
O IPC-S de 31 de julho de 2014 apresentou variação de 0,10%, 0,06 ponto percentual (p.p.) abaixo da taxa registrada na última divulgação. Com este resultado, o indicador acumula alta de 4,30%, no ano e, 6,85%, nos últimos 12 meses.
Nesta apuração, seis das oito classes de despesa componentes do índice apresentaram decréscimo em suas taxas de variação. A principal contribuição para o recuo da taxa do índice partiu do grupo Alimentação (-0,10% para -0,25%). Nesta classe de despesa, vale destacar o comportamento do item carnes bovinas, cuja taxa passou de 0,32% para -0,13%.
Também apresentaram decréscimo em suas taxas de variação os grupos:
- Transportes (0,10% para 0,06%);
- Saúde e Cuidados Pessoais (0,40% para 0,30%);
- Vestuário (-0,03% para -0,09%);
- Comunicação (0,02% para -0,30%); e
- Despesas Diversas (0,30% para 0,22%).
Para cada uma destas classes de despesa, vale citar o comportamento dos itens: serviço de reparo em automóvel (0,73% para 0,16%), artigos de higiene e cuidado pessoal (0,36% para -0,10%), roupas femininas (-0,90% para -0,92%), pacotes de telefonia fixa e internet (0,00% para -1,05%) e tarifa postal (4,48% para 2,50%), respectivamente.
Em contrapartida, os grupos: Habitação (0,48% para 0,56%) e Educação, Leitura e Recreação (-0,08% para -0,07%) apresentaram acréscimo em sua taxa de variação. Nestas classes de despesa, destacam-se os itens tarifa de eletricidade residencial (1,33% para 2,10%) e show musical (1,60% para 3,46%), nesta ordem.
A próxima apuração do IPC-S, com dados coletados até o dia 07.08.2014, será divulgada no dia 08.08.2014.
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terça-feira, 17 de junho de 2014

600 MIL ESTRANGEIROS CURTEM E APLAUDEM A COPA DAS COPAS!!!

segunda-feira, 26 de maio de 2014

ENTENDA PORQUE O CAPITALISMO SERVE APENAS AO 1% MAIS RICO

Artigo de David Harvey, no importante sítio Outras Palavras, traz uma interessante análise sobre o best-seller do momento no mundo das finanças e da política mundiais, "O Capital no Século XXI" , do francês Thomas Piketty. Selecionei apenas três parágrafos, recomendando a leitura da íntegra no link que está ao final: 



"Como Alan Budd, um conselheiro econômico de Margaret Thatcher, confessou num momento em que baixou a guarda: as políticas anti-inflação dos anos 1980 mostraram-se “uma maneira muito boa de aumentar o desemprego, e aumentar o desemprego era um modo extremamente desejável de reduzir a força das classes trabalhadoras… o que foi construído, em termos marxistas, como uma crise do capitalismo que recriava um exército de mão de obra de reserva, possibilitou que os capitalistas lucrassem mais do que nunca.” A disparidade entre a remuneração média dos trabalhadores e dos executivos-chefes era cerca de trinta para um em 1970. Hoje está bem acima de trezentos para um e, no caso do MacDonalds, cerca de 1200 para um."

* * *


"Ali pelo final dos anos 1960, ficou claro para vários capitalistas que eles precisavam fazer alguma coisa a respeito do excessivo poder do trabalho. Por isso, Keynes foi excluído do panteão dos economistas respeitáveis, o pensamento de Milton Friedman deslocou-se para o lado da oferta, e teve início uma cruzada para estabilizar, se não para reduzir a tributação, desconstruir o Estado social e disciplinar as forças do trabalho. Depois de 1980, houve uma queda nas taxas mais altas de imposto e os ganhos do capital – uma grande fonte de renda dos ultra ricos – passaram a ser tributados por taxas muito menores nos EUA, aumentando enormemente o fluxo de capital do 1% do topo da pirâmide."

* * *

 "Mas o resultado foi uma bolha de ativos fadada a estourar, como aconteceu em 2007-2008, levando consigo o banco de investimento Lehman Brothers, juntamente com o sistema de crédito. Entretanto, enquanto tudo e todos se davam mal, depois de 2009 as taxas de lucro, e a consequente concentração de riqueza privada, recuperaram-se muito rapidamente. As taxas de lucro das empresas estão agora tão altas quanto sempre estiveram nos EUA. As empresas estão sentadas sobre grande quantidade de dinheiro e recusam-se a gastá-lo, porque as condições do mercado não estão robustas. A formulação da lei matemática de Piketty camufla, mais do que revela a respeito da classe política envolvida. Como notou Warren Buffett, “claro que há luta de classes, e é a minha classe, a dos ricos, que está lutando, e estamos vencendo.” Uma medida-chave de sua vitória são as crescentes disparidades da riqueza e renda do 1% do topo em relação a todo o resto da população."

http://outraspalavras.net/destaques/david-harvey-leia-piketty-mas-nao-se-esqueca-de-marx/?utm_source=rs

sexta-feira, 11 de abril de 2014

SEM FMI, BOLÍVIA CRESCE 6,5% E TRIPLICA A RENDA

Criticada no passado por estatizações, Bolívia arranca elogios por expansão e estabilidade

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

ARTIGO DE LULA É IRRESPONDÍVEL: O BRASIL SUPERA CRISE MUNDIAL

AULA DE LULA FAZ O PIG (*)
CHORAR. DE RAIVA

Por que o Brasil é o país das oportunidades



Por Luiz Inácio Lula da Silva

Passados cinco anos do início da crise global, o mundo ainda enfrenta suas consequências, mas já se prepara para um novo ciclo de crescimento. As atenções estão voltadas para mercados emergentes como o Brasil. Nosso modelo de desenvolvimento com inclusão social atraiu e continua atraindo investidores de toda parte. É hora de mostrar as grandes oportunidades que o país oferece, num quadro de estabilidade que poucos podem apresentar.

Nos últimos 11 anos, o Brasil deu um grande salto econômico e social. O PIB em dólares cresceu 4,4 vezes e supera US$ 2,2 trilhões. O comércio externo passou de US$ 108 bilhões para US$ 480 bilhões ao ano. O país tornou-se um dos cinco maiores destinos de investimento externo direto. Hoje somos grandes produtores de automóveis, máquinas agrícolas, celulose, alumínio, aviões; líderes mundiais em carnes, soja, café, açúcar, laranja e etanol.

Reduzimos a inflação, de 12,5% em 2002 para 5,9%, e continuamos trabalhando para trazê-la ao centro da meta. Há dez anos consecutivos a inflação está controlada nas margens estabelecidas, num ambiente de crescimento da economia, do consumo e do emprego. Reduzimos a dívida pública líquida praticamente à metade; de 60,4% do PIB para 33,8%. As despesas com pessoal, juros da dívida e financiamento da previdência caíram em relação ao PIB.

Colocamos os mais pobres no centro das políticas econômicas, dinamizando o mercado e reduzindo a desigualdade. Criamos 21 milhões de empregos; 36 milhões de pessoas saíram da extrema pobreza e 42 milhões alcançaram a classe média.

Quantos países conseguiram tanto, em tão pouco tempo, com democracia plena e instituições estáveis?

A novidade é que o Brasil deixou de ser um país vulnerável e tornou-se um competidor global. E isso incomoda; contraria interesses. Não é por outra razão que as contas do país e as ações do governo tornaram-se objeto de avaliações cada vez mais rigorosas e, em certos casos, claramente especulativas. Mas um país robusto não se intimida com as críticas; aprende com elas.

A dívida pública bruta, por exemplo, ganhou relevância nessas análises. Mas em quantos países a dívida bruta se mantém estável em relação ao PIB, com perfil adequado de vencimentos, como ocorre no Brasil? Desde 2008, o país fez superávit primário médio anual de 2,58%, o melhor desempenho entre as grandes economias. E o governo da presidenta Dilma Rousseff acaba de anunciar o esforço fiscal necessário para manter a trajetória de redução da dívida em 2014.

Acumulamos US$ 376 bilhões em reservas: dez vezes mais do que em 2002 e dez vezes maiores que a dívida de curto prazo. Que outro grande país, além da China, tem reservas superiores a 18 meses de importações? Diferentemente do passado, hoje o Brasil pode lidar com flutuações externas, ajustando o câmbio sem artifícios e sem turbulência. Esse ajuste, que é necessário, contribui para fortalecer nosso setor produtivo e vai melhorar o desempenho das contas externas.

O Brasil tem um sistema financeiro sólido e expandiu a oferta de crédito com medidas prudenciais para ampliar a segurança dos empréstimos e o universo de tomadores. Em 11 anos o crédito passou de R$ 380 bilhões para R$ 2,7 trilhões; ou seja, de 24% para 56,5% do PIB. Quantos países fizeram expansão dessa ordem reduzindo a inadimplência?

O investimento do setor público passou de 2,6% do PIB para 4,4%. A taxa de investimento no país cresceu em média 5,7% ao ano. Os depósitos em poupança crescem há 22 meses. É preciso fazer mais: simplificar e desburocratizar a estrutura fiscal, aumentar a competitividade da economia, continuar reduzindo aportes aos bancos públicos, aprofundar a inclusão social que está na base do crescimento. Mas não se pode duvidar de um país que fez tanto em apenas 11 anos.

Que país duplicou a safra e tornou-se uma das economias agrícolas mais modernas e dinâmicas do mundo? Que país duplicou sua produção de veículos? Que país reergueu do zero uma indústria naval que emprega 78 mil pessoas e já é a terceira maior do mundo?

Que país ampliou a capacidade instalada de eletricidade de 80 mil para 126 mil MW, e constrói três das maiores hidrelétricas do mundo? Levou eletricidade a 15 milhões de pessoas no campo? Contratou a construção de 3 milhões de moradias populares e já entregou a metade?

Qual o país no mundo, segundo a OCDE, que mais aumentou o investimento em educação? Que triplicou o orçamento federal do setor; ampliou e financiou o acesso ao ensino superior, com o Prouni, o FIES e as cotas, e duplicou para 7 milhões as matrículas nas universidades? Que levou 60 mil jovens a estudar nas melhores universidades do mundo? Abrimos mais escolas técnicas em 11 anos do que se fez em todo o Século XX. O Pronatec qualificou mais de 5 milhões de trabalhadores. Destinamos 75% dos royalties do petróleo para a educação.

E que país é apontado pela ONU e outros organismos internacionais como exemplo de combate à desigualdade?

O Brasil e outros países poderiam ter alcançado mais, não fossem os impactos da crise sobre o crédito, o câmbio e o comércio global, que se mantém estagnado. A recuperação dos Estados Unidos é uma excelente notícia, mas neste momento a economia mundial reflete a retirada dos estímulos do Fed. E, mesmo nessa conjuntura adversa, o Brasil está entre os oito países do G-20 que tiveram crescimento do PIB maior que 2% em 2013.

O mais notável é que, desde 2008, enquanto o mundo destruía 62 milhões de empregos, segundo a Organização Internacional do Trabalho, o Brasil criava 10,5 milhões de empregos. O desemprego é o menor da nossa história. Não vejo indicador mais robusto da saúde de uma economia.

Que país atravessou a pior crise de todos os tempos promovendo o pleno emprego e aumentando a renda da população?

Cometemos erros, naturalmente, mas a boa notícia é que os reconhecemos e trabalhamos para corrigi-los. O governo ouviu, por exemplo, as críticas ao modelo de concessões e o tornou mais equilibrado. Resultado: concedemos 4,2 mil quilômetros de rodovias com deságio muito acima do esperado. Houve sucesso nos leilões de petróleo, de seis aeroportos e de 2.100 quilômetros de linhas de transmissão de energia.

O Brasil tem um programa de logística de R$ 305 bilhões. A Petrobras investe US$ 236 bilhões para dobrar a produção até 2020, o que vai nos colocar entre os seis maiores produtores mundiais de petróleo. Quantos países oferecem oportunidades como estas?

A classe média brasileira, que consumiu R$ 1,17 trilhão em 2013, de acordo com a Serasa/Data Popular, continuará crescendo. Quantos países têm mercado consumidor em expansão tão vigorosa?

Recentemente estive com investidores globais no Conselho das Américas, em Nova Iorque, para mostrar como o Brasil se prepara para dar saltos ainda maiores na nova etapa da economia global. Voltei convencido de que eles têm uma visão objetiva do país e do nosso potencial, diferente de versões pessimistas. O povo brasileiro está construindo uma nova era – uma era de oportunidades. Quem continuar acreditando e investindo no Brasil vai ganhar ainda mais e vai crescer junto com o nosso país.

Luiz Inácio Lula da Silva é ex-presidente da República e presidente de honra do PT

quarta-feira, 22 de junho de 2011

VC PAGA MAIS OU MENOS IMPOSTO?

Brasil alivia imposto dos ricos

Por André Barrocal, no sítio Carta Maior:

O Brasil tributa a renda e o patrimônio das pessoas menos do que outros países, com uma carga fiscal concentrada nos chamados impostos indiretos, aplicados sobre a compra de bens e serviços, o que prejudica os mais pobres, que não conseguem guardar dinheiro. E, quando taxa a renda, alivia os grandes salários e morde mais forte contracheques menores, segundo estudo de abrangência internacional divulgado nesta terça-feira (21/06).

Comparado aos países do G-8, grupo que até pouco tempo atrás reunia as economias mais ricas do mundo, o Brasil só ganha da Rússia no quesito “taxação de salário alto”. Todos os outros tributam mais: Estados Unidos, Alemanha, Japão, Reino Unido, França, Canadá e Itália.

Enquanto a Receita Federal brasileira morde 26% do salário dos ricos, a Itália leva 46%, a Alemanha 44%, França 41%, Reino Unido 39%, Canadá 35%, EUA 30% e Japão 28%.

A comparação foi feita por uma entidade chamada UHY, sediada em Londres e que reúne uma série de escritórios de auditoria independentes espalhados por 78 países diferentes.

O estudo considera que salário alto é aquele de 200 mil dólares anuais. O que, pelo câmbio brasileiro desta terça-feira, equivale a um holerite mensal de 26 mil reais.

O Brasil também não se sai muito bem quando a comparação extrapola o G-8 e a lista ganha outros dez países: Índia, Estônia, México, Egito, Holanda, Malásia, Israel, Irlanda, Dubai e Espanha. Neste caso, somente Estônia, Egito e Dubai, além da Rússia, tributam menos os salários polpudos. Ou seja, 14 países tributam mais os mais ricos.

O estudo classifica a taxação dos ricos no Brasil de “relativamente leve”. “Muitos desses assalariados de alta renda são altamente qualificados, e os países estão arriscados a perder habilidades e capital se os funcionários são tributados significativamente em comparação a outros países competidores”, diz o presidente da auditoria brasileira que é parceira da rede UHY internacional, Paulo Moreira.

sábado, 5 de fevereiro de 2011

RIQUEZA É CONCENTRADA ATÉ NO CONGRESSO

Dez mais ricos têm metade do patrimônio no Congresso
Do total de R$ 1,6 bilhão em bens declarados pelos 567 parlamentares empossados ontem, R$ 792 milhões estão em nome de apenas uma dezena de congressistas. Veja a relação dos multimilionários
por Mário CoelhoEdson Sardinha eRudolfo Lago, do Congresso em foco
A elevada concentração de renda no Brasil está explícita no novo Congresso. Metade de todo o patrimônio declarado pelos 567 congressistas empossados ontem (1º) está nas mãos de apenas dez parlamentares, ou seja, de menos de 2% dos eleitos em outubro na Câmara e no Senado. Do montante de R$ 1,6 bilhão em bens declarados pelos 513 deputados e 54 senadores, R$ 792 milhões estão em nome desse pequeno grupo de multimilionários.
Os dados fazem parte de levantamento feito pelo Congresso em Foco com base em informações prestadas pelos então candidatos à Justiça eleitoral. Na média, cada parlamentar declarou possuir R$ 2,9 milhões em imóveis, empresas, fazendas, veículos, objetos de arte, dinheiro em espécie e aplicações financeiras, entre outros bens.

OS DEZ MAIS RICOS DO CONGRESSO

Fonte: Congresso em Foco com base na declaração patrimonial dos candidatos ao TSE
O parlamentar com maior patrimônio declarado vem do estado com pior índices de desenvolvimento humano (IDH) e uma das menores rendas per capita do país, Alagoas. De volta à Câmara após quatro anos, o deputado João Lyra (PTB-AL) tem uma fortuna declarada de R$ 240,39 milhões.
O petebista, que já foi senador, é dono de um império que reúne mais de dez grandes empresas no estado, entre as quais usinas sucroalcooleiras, fábrica de fertilizantes, empresas de táxi aéreo, de comunicação e concessionária de veículos. A renda per capita gira em torno de R$ 6 mil em Alagoas, estado com um dos maiores índices de analfabetismo e mortalidade infantil do país.
O grupo dos maiores milionários do novo Congresso é formado por seis deputados e quatro senadores. Há representantes das cinco regiões do país e de dez estados. São três do Centro-Oeste (Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul), dois do Sudeste (São Paulo e Minas Gerais), dois do Nordeste (Alagoas e Ceará), dois do Norte (Amazonas e Rondônia) e um do Sul (Paraná). Eles são de cinco partidos políticos: três do PMDB, dois do PR, do PP e do PSDB e um do PTB. Não há nenhuma mulher entre eles.
A força do agronegócio
Depois do deputado João Lyra, o dono da maior fortuna é o senador Blairo Maggi (PR-MT). O ex-governador de Mato Grosso é proprietário do Grupo Amaggi, um dos maiores produtores e exportadores de soja do Brasil, com negócios em diversas atividades econômicas, incluindo logística de transportes, pecuária e produção de energia elétrica.
Blairo já foi considerado o maior produtor individual de soja do mundo, responsável por 5% da produção anual do grão brasileiro. Em 2005, o então governador foi “homenageado” pela ONG Greenpeace com o prêmio Motoserra de Ouro. A organização não-governamental acusou o então governador de contribuir com o desmatamento para plantar soja no estado.
O terceiro mais rico também tem fortes ligações com o agronegócio. Reeleito para o segundo mandato consecutivo, o deputado Alfredo Kaefer (PSDB-PR) informou ter R$ 95,7 milhões em bens. Mais da metade da riqueza do paranaense tem como origem cotas da Diplomata Industrial e Comercial, uma das maiores produtoras de aves para abate do país.

Mabel e Maluf
Entre os multimilionários estão o deputado Sandro Mabel (PR-GO), dono do quinto maior patrimônio declarado, com R$ 70,9 milhões. Candidato derrotado na disputa pela presidência da Câmara ontem, o deputado é dono da fábrica de biscoitos e roscas Mabel.
Logo atrás dele, aparece o deputado Paulo Maluf (PP-SP), com R$ 39,4 milhões em bens. Em março do ano passado, Maluf entrou para o chamado livro vermelho da Interpol. O deputado pode ser preso se deixar o país. Ele foi denunciado por um promotor de Nova York por suposta “conspiração com objetivo de roubar dinheiro da cidade de São Paulo a fim de possuir fundos no Brasil, Nova York e outros lugares, e ocultar dinheiro roubado”. Maluf nega a acusação. Ele conseguiu a vaga na Câmara após reverter uma condenação na Justiça em São Paulo, que havia barrado sua eleição com base na Lei da Ficha Limpa.
O poder econômico dos parlamentares reflete a concentração de riqueza no Brasil, um dos países com pior índice de distribuição de renda no mundo. Embora a distância entre pobres e ricos tenha caído nos últimos anos, pesquisa divulgada em 2008 pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que os 10% mais ricos no Brasil concentram 75% da riqueza produzida no país.