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domingo, 18 de outubro de 2015

INTELECTUAIS DIZEM "NÃO" A QUALQUER AVENTURA GOLPISTA

Fernando Morais: "No golpe não levam, só no voto"

Lideranças intelectuais participaram de encontro no Centro Universitário Maria Antônia, da USP, nesta sexta-feira (16), onde foi lançado um manifesto em defesa da democracia.


Além de Fernando Morais, o ato em defesa da democracia reuniu diversas lideranças intelectuaisAlém de Fernando Morais, o ato em defesa da democracia reuniu diversas lideranças intelectuais
Para a professora de Filosofia da USP, Marilena Chauí, a tentativa de impeachment da presidenta Dilma Rousseff é uma obscenidade histórica. “O que é insuportável para alguém da minha geração é que aqueles que lutaram – e nós lutamos juntos contra o golpe – sejam os golpistas de hoje, é uma coisa inacreditável, é obsceno, isso é uma obscenidade histórica”, afirmou.

O escritor Fernando Morais reforçou que não haverá golpe. “Nós temos de deixar absolutamente claro que no golpe não levam. Só levam no voto. Seja golpe paraguaio ou hondurenho, não importa. Só mudam o projeto de nação, com o qual nós estamos comprometidos, no voto. Na mão grande (com trapaça) nós não permitiremos”, declarou.

Durante o ato foi lançado o manifesto sob o título “A sociedade brasileira precisa reinventar a esperança”. O documento reafirma que não há base jurídica para os pedidos.

“Impeachment foi feito para punir governantes que efetivamente cometeram crimes. A presidenta Dilma Rousseff não cometeu qualquer crime”, diz o texto.

O cientista político André Singer também assina o documento. “Nós estamos aqui para dizer, em alto e bom som, que a tentativa de cassar a presidenta Dilma Rousseff é um grave retrocesso institucional e um grave atentado a democracia”, disse.

“Evidentemente que o impeachment é uma figura constitucional, faz parte das regras do jogo, mas não na forma de um pseudo parlamentarismo, em que se tenta sem nenhuma justificativa racional, demonstrável, derrubar um governo constitucionalmente eleito, legítimo e que está governando”, acrescentou Singer.
 

Do Portal Vermelho, com informações de agências

terça-feira, 18 de agosto de 2015

INTELECTUAIS NÃO DARÃO ENTREVISTAS À VEJA, PORQUE ELA MENTE

Leia Mais:http://politica.estadao.com.br/noticias/geral,estamos-no-inicio-de-um-acordao-politico--diz-ex-ministro-de-fhc,1745856
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Para: Professores, Professoras, alunos e alunas do ensino superior
Diante das inúmeras notícias de imprecisões jornalísticas praticadas pela Revista Veja nos últimos 
anos, os/as Professoras, Professores e intelectuais abaixo-assinadas/os pedem à comunidade 
acadêmica brasileira e internacional e se comprometem pessoalmente a não servirem de fonte para 
a Revista Veja, recusando-se a falar para seus repórteres e profissionais, e a não manterem colunas 
ou blogues ligados a esta publicação para evitar conferir credibilidade intelectual a uma publicação 
que abandonou as práticas jornalísticas do contraditório e da investigação profunda e imparcial.
Os/as abaixo assinados/as também pedem a todos os/as Professores, Professoras, alunos e alunas 
de graduação e pós-graduação que, ao assinarem este documento, se comprometam a não utilizara 
Revista Veja como fonte de informação em qualquer trabalho, dissertação ou tese, a menos que 
esta publicação seja seu objeto de estudo.
Alessando Martins Prado – Professor da UEMS
Dimitri Dimoulis – Professor da Escola de Direito de São Paulo da FGV
Fabiana Severi – Professora de Direito da USP de Ribeirão Preto/SP
Fábio Balestro Floriano – Professor de Direito e Relações Internacionais
Fernando Costa Mattos – Professor de Filosofia na Universidade Federal do ABC/SP
Gisele Araújo – Doutora em Sociologia, Professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro.
José Carlos Moreira da Silva Filho – Professor no Programa de Pós-Graduação em Ciências Criminais 
e na Faculdade de Direito da PUC-RS e Vice-Presidente da Comissão de Anistia do Ministério da Justiça
Sergio Graziano – Doutor em Direito, Professor da Universidade de Caxias do Sul (RS), do Programa 
de Pós Graduação em Direito (Mestrado). Advogado Criminalista em Santa Catarina.
José Heder Benatti – Doutor em Ciência e Desenvolvimento Sustentável, Professor de Direito 
Agroambiental da Universidade Federal do Pará.
João Ricardo W. Dornelles – Professor PUC-Rio. Coordenador-Geral Núcleo Direitos Humanos 
PUC-Rio, Membro Comissao Estadual Verdade do Rio de Janeiro
José Rodrigo Rodriguez – Doutor em Filosofia pela UNICAMP. Professor do PPG da UNISINOS/RS 
e Pesquisador do CEBRAP – Núcleo Direito e Democracia/SP.
José Soares Filho – Juiz do Trabalho do TRT da 19ª. Região, Aposentado. Professor Universitário.
Katya Kozicki – Professora da UFPR e PUCPR
Marcella Beraldo de Oliveira – Doutora em Ciências Sociais – UNICAMP, Professora Adjunta de 
Antropologia na Universidade Federal de Juiz de Fora
Marcelo Cattoni – Professor da UFMG
Márcio Gontijo – Advogado em Brasília
Maria Cristina Cardoso Pereira- Profa. Adjunta do curso de direito da Universidade Federal de Goiás – 
CAJ
Marta Rodrigues Assis Machado – Professora Escola de Direito de São Paulo da FGV
Rogerio Dultra dos Santos -Doutor em Ciência Política, Professor da Faculdade de Direito da 
Universidade Federal Fluminense
Taysa Schiocchet – Professora do PPG da UNISINOS/RS
Uirá Menezes de Azevêdo – Professor de Direito da Univ. do Estado da Bahia (UNEB)
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quinta-feira, 13 de agosto de 2015

VEJA PODE TER QUE PAGAR 1 MILHÃO POR MATÉRIA RACISTA!

MPF quer R$ 1 milhão por reportagem discriminatória em que Veja é acusada de falsificar depoimentos de dois antropólogos


veja
10/8/2015
Decisão do TRF-3 derrubou sentença que extinguia processo; Procuradoria pede indenização de R$ 1 milhão por reportagem discriminatória contra minorias étnicas
A 26ª Vara Cível Federal, na capital paulista, terá que dar prosseguimento à ação civil pública que o Ministério Público Federal ajuizou contra a Editora Abril por danos morais coletivos. O processo se deve a uma reportagem discriminatória contra minorias étnicas publicada em maio de 2010 na revista Veja. A decisão é do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que acolheu um recurso do MPF e reverteu a sentença de primeira instância que declarava prescrita a ação.
O MPF propôs a ação em agosto de 2014, quatro anos após a publicação da reportagem “A farra da antropologia oportunista”. O texto da revista Veja baseou-se em informações distorcidas e expressões injuriosas para criticar o processo de demarcação de reservas destinadas a grupos indígenas e quilombolas. A Procuradoria pede que a Abril, responsável pelo semanário, seja condenada ao pagamento de indenização mínima de R$ 1 milhão por danos morais, valor que deve ser destinado aos povos tradicionais do Estado de São Paulo.
A sentença que extinguia o processo se baseou no prazo prescricional de três anos previsto no Código Civil para pedidos de reparação civil. No entanto, o desembargador federal Carlos Muta, do TRF-3, afirmou que o período máximo para o ajuizamento de ação civil pública em matérias que envolvem direitos coletivos é de cinco anos, conforme a Lei 4.717/65. “No caso dos autos, a ação para indenização pelos danos morais, supostamente ocorridos com a reportagem publicada na revista Veja do dia 05/05/2010, foi ajuizada em 21/08/2014. Portanto, não se encontra atingida pela prescrição”, escreveu o magistrado.
Reportagem – O texto da revista procurou caracterizar a criação de novas reservas como fruto do conchavo entre ativistas que sobreviveriam dos sucessos das demarcações, agentes públicos e antropólogos cujo trabalho não teria nenhum rigor científico, mas simplesmente viés ideológico de esquerda. Veja relata ter descoberto “uma verdadeira fauna de espertalhões” e utiliza vários termos depreciativos que incitam o preconceito contra as comunidades indígenas e outras minorias étnicas. Exemplo é a definição de Tupinambás como “os novos canibais”, associando-os a invasões, saques e outras práticas delituosas.
Com o objetivo de embasar a crítica às demarcações, a reportagem também distorceu as declarações de dois renomados antropólogos que se dedicam ao estudo das questões indígenas. O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) Mércio Pereira Gomes e o pesquisador da UFF Eduardo Viveiros de Castro teriam, segundo o texto, emitido opiniões contrárias à criação de novas reservas e aos critérios adotados. Após a publicação, ambos escreveram aos editores da revista, indignados com o fato de que as frases a eles atribuídas eram opostas ao que realmente pensam sobre o tema.
Para a procuradora da República Suzana Fairbanks Oliveira Schnitzlein, autora da ação e do recurso interposto, declarações de cunho racista e que promovem a discriminação contra minorias étnicas não podem ser toleradas a pretexto de liberdade de expressão/imprensa, direito fundamental que não se confunde com “o puro e simples discurso de ódio camuflado de reportagem jornalística”.
O número da ação é 0015210-17.2014.4.03.6100. Para acompanhar a tramitação, acesse http://www.jfsp.jus.br/foruns-federais/.
*****
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Resposta à matéria da VEJA “A farra da antropologia oportunista”
Mais uma vez a revista VEJA traz em suas páginas matéria cheia de injúrias aos povos indígenas brasileiros.
Não pode passar despercebido ao mais desavisado e ingênuo leitor dessa revista o ranço, o azedume de preconceitos e vícios jornalísticos apresentados sobre a questão indígena brasileira. Porém a factualidade do texto também está comprometida por desvirtuamentos de pesquisa, compreensão e análise que certamente intencionam provocar uma impressão extremamente negativa da questão indígena em nosso país.
Os autores da matéria “A farra da antropologia oportunista”, ao que tudo indica jornalistas jejunos no trato de tais assuntos, parecem perseguir uma linha editorial ou um estilo jornalístico em que a busca de objetividade possível é relegada ao interesse ideológico de denegrir as conquistas dos segmentos mais oprimidos do povo brasileiro e demonstrar o seu favorecimento aos poderosos da nação. Primam por um estilo sardônico, próprio de jornalistas que fazem de seu ofício a defesa inquestionável do status quo social e econômico brasileiro, aludem a supostos fatos a partir de evidências descontextualizadas e apresentam citações sem a mínima preocupação com comprovação.
Falta-lhes sobretudo compreensão histórica da questão indígena brasileira, do papel da antropologia e da condição contemporânea da ascensão dos povos indígenas no Brasil e no mundo. Empatia às causas populares e gestos positivos em relação à ascensão das camadas sociais mais oprimidas da nação são atitudes ausentes nesse tipo de jornalismo.
Ao contrário, estão do lado dos que consideram a nação um quintal a ser usado (e abusado) ao seu bel prazer. Um repertório acanhado, porém virulento, de asserções deslocadas do processo histórico tenciona incutir no leitor uma visão de que os povos indígenas – e também os descendentes de quilombolas – estão aí para surrupiar as riquezas da nação dos destemidos fazendeiros, madeireiros, mineradores e empreiteiros da nação. A continuar esse processo não sobrarão terras nem riquezas naturais para a continuada exploração econômica da nação!
Os antropólogos estariam a serviço de uma espécie de subversão da realidade empírica, afeitos à criação imaginativa de identidades étnicas e dispostos a reverter o processo histórico nacional. Nem os mais afoitos de nós sonham com tamanho poder!
Já os índios e quilombolas estão em marcha guerreira para varrer do país aqueles que dariam sustento e sentido à nação.
É demais.
Apresento aqui o meu repúdio a esse tipo de jornalismo.
Denego-lhe o falso direito jornalístico de atribuir a mim uma frase impronunciada e um sentido desvirtuante daquilo que penso sobre a questão indígena brasileira.
Portanto, conclamo os editores da VEJA a rever sua visão miópica e estigmatizada do processo histórico brasileiro. Fariam bem ao seus leitores se se concentrassem na busca de objetividade jornalística e numa compreensão humanista, científica e hiperdialética da história do nosso país.
Atenciosamente,
Mércio Pereira Gomes, antropólogo, professor da Universidade Federal Fluminense e ex-presidente da Funai
http://www.viomundo.com.br/denuncias/francoatirador-mpf-quer-r-1-milhao-por-reportagem-discriminatoria-em-que-veja-e-acusada-de-falsificar-depoimentos-de-dois-antropologos.html

quinta-feira, 16 de julho de 2015

UM QUINTO DAS CRIANÇAS VIVEM NA POBREZA. NOS ESTADOS UNIDOS!



Relatório sobre a saúde nos Estados Unidos publicado pela Conselho Nacional de Pesquisas e o Instituto de Medicina, mostra uma acelerada queda das condições sanitárias dos norte-americanos, inclusive em itens como a mortalidade infantil e a expectativa de vida. "Em quase todos os indicadores de mortalidade, sobrevivência e expectativas de vida, os EUA se colocam como o pior ou próximo aos piores entre os países de alta renda", diz o documento.
Na expectativa de vida para meninas recém-nascidas, há trinta anos, os EUA se colocavam em décimo-terceiro lugar entre os 34 nações mais industrializadas; hoje, está em 29o lugar. A mortalidade infantil era, em 1980, igual à da Alemanha e hoje é o dobro nos EUA do que na nação européia.
Outros dados surpreendentes são de que o número de adolescentes que se tornam mães precoces nos EUA é sete vezes maior do que na França. É o maior índice em todo o mundo desenvolvido. Mais de um em cada quatro crianças vive com apenas um dos pais, de longe a maior procentagem no mundo industrializado, e mais de um quinto vive em estado de pobreza!
Cientistas da Universidade de Chicago, do Instituto de Tecnologia de Massachussets (o respeitado MIT) e da Universidade do Sul da Califórnia, publicaram estudo recente mostrando que o maior fator para a mortalidade infantil nos EUA é "a excessiva desigualdade de renda". Verificaram que a mortalidade de bebês de mães brancas, universitárias e casadas é igual aos indíces europeus. Já entre as mães não-brancas, não-casadas e com menor nível de escolaridade,
Quando começam os debates sobre a sucessão presidencial começam e os candidatos apresentam suas plataformas preliminares, a questão da desigualdade deverá ocupar espaço nos discursos, ao lado das questões econômicas como déficit orçamentário ou dívida nacional. A queda do suporte governamental aos mais pobres está chegando a um ponto de ameaçar a coesão social de um país que fala em Liberdade e igualdade de oportunidas, mas reduz a cada década o acesso da metade mais pobre ao ensino e a condições de emprego.
(texto A. Barbosa Filho)

segunda-feira, 6 de julho de 2015

OLAVO DE CARVALHO MERECE CONTESTAÇÃO OU DESPREZO?

OLAVO MERECE CONTESTAÇÃO OU DESPREZO?

          



 Este é um capítulo do meu novo livro, que pode ser encontrado no site do Clube de Autores




           Quando começou a usar as redes sociais para pregar o ódio e a confusão ideológica na cabeça de jovens e pessoas desprovidas de conhecimento histórico, Olavão era, merecidamente, ignorado pelos intelectuais e pelos jornalistas. O que ele esbravejava era tão ridículo e tão baixo que tornava-se desprezível.
Porém, ele acertou na sua tática: insistir nas mentiras, na auto-louvação, nos palavrões, pois certamente haveria um público para a baixaria desinformada. E esse público cresceu, o que permitiu ao guru ganhar mais dinheiro, ampliar seu alcance e atrair figuras populares como roqueiros, jornalistas e comunicadores de várias origens. Assim como crianças gostam de assistir a uma briga na porta da escola e poucos tentam apartar, assim também há pessoas que adoram assistir a um senhor fumando desesperadamente, rezando e falando palavrões escabrosos na mesma frase, e prometendo que os que o seguirem serão a “elite intelectual do Brasil, e depois serão a elite política”. Ora, ser a elite, comandar o país e, além disso, ir para o Céu porque eliminou os satânicos comunistas é bom demais; quem pode resistir?
Os métodos de Olavo começaram a chamar a atenção depois da presença maciça de olavetes na organização dos protestos de rua de março e abril de 2015, onde multidões pediam o impeachment de Dilma Rousseff e alguns pediam um golpe militar – eram muitos os cartazes em inglês, para que a mídia internacional imaginasse estarmos num tipo de “Primavera Árabe” ou 15M, de Madri, ou Ocuppy Wall Street. Olavo revindica para si o pioneirismo nessas manifestações, já que ele pedia ação há vários anos. Quando uma dúzia de olavetes distribuiu dezenas de cartazetes com a frase “Olavo tem razão”, eles foram expostos às câmeras, exibidos na internet e fizeram Olavo ficar modestamente comovido: “Um escritor ser aclamado nas ruas, isso nunca aconteceu na História Universal”…
Nos primórdios do movimento olavista, quando ele fazia um programa de rádio na internet chamado True Outspeak, semanalmente, o consenso era de que ele era inofensivo, tal a abundância de bobagens que dizia. O economista e blogueiro Marcelo Brito (blogdomarcelobrito.blogspot.br) discutiu várias vezes a conveniência ou não de dedicarmos atenção a esse tipo de propagador do ódio, correndo o risco de ajudá-los a obter a popularidade que desejam. Ele se refere especialmente a Olavo, Reinaldo Azevedo e Rodrigo Constantino:

“É verdade que todos esses colunistas adoram aparecer, que falar deles ajuda a colocá-los em evidência. Mas o fato é que desde 2003, esse tipo de colunista vem ganhando muita evidência na mídia, seja escrita, seja televisiva, seja radiofônica, seja online. Alguns já são suficientemente conhecidos para não precisarem mais do "nosso" trabalho de divulgação. E existe o risco deles fazerem a cabeça de pessoas. Isto não seria nem um pouco bom. Pois haverá danos à saúde pública se as pessoas passarem a pensar que não há problema em não levar crianças para tomar vacina ou que campanhas governamentais de uso de preservativo são ruins. Haverá danos à tolerância às minorias se for padrão as pessoas pensarem que homossexualidade é uma doença ou que o cidadão mais oprimido é o homem, branco, heterossexual e cristão. Haverá danos à segurança pública se linchadores passassem a ser vistos como algo "até compreensível". Haverá danos aos conhecimentos do país sobre sua história se a mentira de que só "terroristas" foram assassinados durante a ditadura militar for vista como verdade. Haverá danos ao conhecimento dos brasileiros sobre ciência se as pessoas disserem que "o aquecimento global não existe" com base apenas no "eu acho que".

Marcelo Brito, em outros textos, dedica-se a analisar o fenômeno do olavismo e do discurso de ódio, e faz observações muito perninentes dobre o comportamento da seita:
“Os alunos de Olavo de Carvalho pensam que seu Mestre é o maior pensador do Brasil. Provavelmente pensam que não é prestigiado em universidades brasileiras porque estas estariam dominadas pelo marxismo cultural. Não sei se um dia pararam para pensar na seguinte pergunta: ‘se Olavo não é prestigiado nas universidades brasileiras porque elas são dominadas pelo marxismo cultural, por que ele não está demonstrando todo o seu vastíssimo conhecimento em universidades dos Estados Unidos, país onde reside? “
(…)
“O rol de atrocidades (de Olavo n. do A.) não se limita à Economia Política. O ex-astrólogo também foi muito incompetente ao prever o futuro. Em 26 de outubro de 2002, sobre o futuro governo Lula, ele escreveu no jornal O Globo:
‘Em poucas semanas a estréia petista no poder terá superado em muito a ditadura militar, que em vinte anos não fez mais de dois mil presos políticos’
Não sei se algum segui… aluno, chegou um dia a perguntar: ‘Mestre, onde estão localizados os prisioneiros politicos do governo Lula? ‘    Muito provavelmente, nem uma previsão tão furada quando esta abalou a confiança dos aprendizes no mestre.”
Sobre as falsificações de Olavo a respeito da ditadura civil-militar de 64, Marcelo fez belo resumo:
“Mas não é o futuro a única vítima do autointitulado filósofo. O passado também é. Em várias colunas, ele disse que a ditadura militar brasileira matou “trezentos terroristas”. Portanto, qualquer um que adquire conhecimentos da História do Brasil apenas pela leitura das colunas de Olavo de Carvalho acaba tendo uma visão deformada. Por dois motivos. Primeiro, porque os assassinados pela ditadura não foram apenas os integrantes da luta armada. Entre os mortos se incluem o Edson Luis, o Rubens Paiva, o Vladimir Herzog, o Manoel Fiel Filho, o Pedro Pomar, os três mortos pela carta-bomba à OAB e muitos índios assassinados na construção de obras faraônicas na região Amazônica. Segundo, porque nem todos os atos praticados pela luta armada se enquadram na definição de terrorismo”.
A propósito da repressão na ditadura, Olavo repete uma mentira que só mesmo seus alunos, inebriados pela lábia do “mestre” não percebem: Olavo diz que não houve tortura no Brasil, mas admite que houve alguns casos, isolados e muito suaves. Como prova, diz que uma sua “contra-parente” metida na luta armada, foi presa por um ano e consta de listas de presos torturados publicadas pelos grupos de Direitos Humanos. “Ora, ela saiu da cadeia muito melhor do que entrou e eu sei disso porque eu a levei e eu fui buscá-la depois de um ano”. Ele vai um passo além na sua farsa, e aí cai na contradição irremediável: “mais tarde ela foi trocada numa desses trocas de prisioneiros e acabou morrendo de velha na Suécia”. Ué, mas se ele mesmo foi buscá-la na cadeia, toda saudável, sem marcas de maus-tratos, como é que ela foi incluída numa “troca de presos politicos” (talvez por algum diplomata sequestrado, como foram tantos. Afinal ela estava gordinha e saudável ao lado do Olavo, ou estava presa?
Mais adiante, Marcelo Brito menciona outra postura absurda de Olavo, recomendando a seus alunos que não deixem vacinar seus filhos(!):
“Por fim, Olavo de Carvalho se mostrou irresponsável em questões de saúde. Ele escreveu em julho de 2006:
‘Alguns de meus oito filhos tomaram vacinas, outros não. Todos foram abençoados com saúde, força e vigor extraordinários, e nenhum deles deve isso aos méritos da ciência estatal, mas a Deus e a ninguém mais”

Não foi Deus que tornou saudáveis os filhos que não tomaram vacinas. Foi o fato de outros pais não serem igualmente psicopatas e terem levado suas crianças para tomar vacina, impedindo a propagação de doenças inclusive nos poucos (filhos de psicopatas) que não tomaram vacinas”.

Outro blogueiro que se deteve em analisar as olavices é Bertone de Oliveira Souza, que mostra-se chocado com a obediência canina dos “alunos” de Olavo e sua virulência. Em 15 de dezembro de 2012, Bertone escreveu:
“Há alguns meses publiquei neste blog dois textos sobre um jornalista que se auto-intitula filósofo chamado Olavo de Carvalho. Para minha surpresa, nos últimos dias tenho recebido uma enxurrada de comentários raivosos, de pessoas que vêm aqui xingando e descarregando todo tipo de insanidades contra essas duas postagens. (…)
“Mas os colunistas são uma verdadeira piada; há um tal de Júlio Severo, um protestante homofóbico; Graça Salgueiro, uma senhora que vive desejando golpes militares de direita na América Latina (uma característica desses colunistas: golpes militares podem, desde que sejam de direita e mesmo que sejam contra governos de esquerda eleitos democraticamente); Nivaldo Cordeiro, que praticamente repete as mesmas asneiras ditas e escritas por Olavo de Carvalho, entre vários outros.
“Entre um desses admiradores de Olavo está um tal de Leonardo Bruno, que edita um blog chamado Conde Loppeux de La Villanueva e também escreve para o “Mídia sem Máscara” (sítio criado por Olavo, matriz de vários outros, n. do A.) mas em quem eu nunca tinha prestado atenção até ele vir aqui me anunciar uma postagem que ele fez respondendo à minha ‘Olavo de Carvalho e a pieguice intelectual brasileira’. Leonardo é um blogueiro de orientação fascista que xinga a todos os que não estão alinhados a suas idéias. Em um desses comentários, me falou que não interessa que eu tenha publicados artigos e livros porque a universidade brasileira é tão insignificante quanto eu. (…)
“Acontece que não é possível nem dialogar com ele porque tudo o que ele fala se resume a xingamentos, desqualificação do interlocutor, escárnios, uma verdadeira baixaria sem fim, bem ao estilo de Olavo de Carvalho, de quem seus seguidores imitam os trejeitos. Leonardo Bruno é um apedeuta que sai vomitando esculachos e intimidações contra os outros na internet. E outros como ele acham isso o máximo, afinal, demonstração de intelectualidade para eles é distribuir palavrões gratuitos. (…)

“Vendo isso eu compreendo porque essas pessoas desprezam a universidade: porque são impostores, não estão comprometidos em produzir conhecimento, mas em espalhar desinformação. Espalhar desinformação é algo em que o senhor Olavo de Carvalho é especialista e tem feito há décadas. Algo também risível é que quando você não concorda com eles, partem para a agressividade como forma de intimidação, te desprezam como pessoa e usam de todo artifício prá te diminuir enquanto professional, dizendo que você não estuda, não sabe nada e por aí vai. Olavo de Carvalho e seus seguidores são verdadeiros parasitas virtuais, fascistas, limítrofes e pedantes. São o que há de pior e mais baixo na direita brasileira”. 

domingo, 5 de julho de 2015

PROFESSOR DE STANFORD DENUNCIA OLAVETE POR ATENTADO À DILMA



Por Paulo Blikstein, professor na Universidade de Stanford, EUA
Em seu Facebook.
Carta enviada ao Painel do Leitor da Folha, sobre um "protesto" durante a visita de Dilma à Stanford.
Durante a visita de Dilma aos EUA, professores e alunos do Lemann Center, um centro que estuda educação brasileira na Universidade de Stanford, se organizaram para falar com a presidenta. Nossa reunião foi frustrada porque dois jovens brasileiros furaram a segurança de Stanford, entraram no prédio, e dirigiram ofensas lamentáveis à presidenta, no mesmo recinto onde estavam convidados como Mark Zuckerberg e o chairman do Google, Eric Schmidt.
O direito de protestar é um pilar da democracia. Mesmo entre os alunos brasileiros de Stanford, há aqueles que são partidários do governo e os que estão na oposição.
Mas o tipo de ataque desses dois jovens (que têm fotos com Jair Bolsonaro no Facebook), lembra a virulência de grupos políticos fascistas que infelizmente proliferam pelo mundo. Entre erros e acertos do governo e da oposição, há um erro que ambos devem evitar a todo custo: ignorar o perigo do crescimento desse tipo de ideologia violenta e fascista, normalmente acompanhada de homofobia e racismo.
Há oposição construtiva e inteligente no país, e ela não deve jamais se deixar confundir ou se aliar a esses grupos. O governo, por sua vez, não deve também confundir a oposição responsável com esses grupos que sempre acabam do lado errado da história.
Os recentes acontecimentos em Charleston, nos EUA, mostram o trágico resultado de dar energia e exposição para esse tipo de imbecil.
Paulo Blikstein
http://www.ocafezinho.com/2015/07/03/professor-de-stanford-sobre-aluno-que-xingou-dilma-fascista-e-imbecil/#more-29829

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

ACLAMAÇÃO NO TUCA FOI MOMENTO MAIS LINDO DESTA CAMPANHA!

A força simbólica no ato com Dilma e Lula na PUC de São Paulo

Por Rodrigo Viannaoutubro 21, 2014 14:12por Rodrigo Vianna
Desde a campanha de 89 que não se via um ato político com tamanha carga de emoção em 
São Paulo. Os paulistas que votam no PT (e também aqueles que, apesar de não gostarem 
tanto do PT, resolveram reagir à onda de ódio e conservadorismo que tomou conta das ruas) 
foram nesta segunda-feira/20 de outubro para o TUCA – histórico teatro da PUC-SP, no bairro 
de Perdizes.
O TUCA tem um caráter simbólico. E o PT, há tempos, se descuidara das batalhas simbólicas. 
O TUCA foi palco de manifestações contra a ditadura, foi palco de atos em defesa dos Direitos 
Humanos. Portanto, se há um lugar onde os paulistas podem se reunir pra dizer “Basta” à onda conservadora, este lugar é o teatro da PUC.
O PT previa um ato pra 500 ou 800 pessoas, em que Dilma receberia apoio de intelectuais e 
artistas. Aconteceu algo incrível: apareceu tanta gente, que o auditório ficou lotado e se 
improvisou um comício do lado de fora – que fechou a rua Monte Alegre.
Em frente ao belo prédio, com suas arcadas históricas, misturavam-se duas ou três gerações: 
antigos militantes com bandeiras vermelhas,  jovens indignados com o tom autoritário e cheio 
de ódio da campanha tucana, e também o pessoal de 40 ou 50 anos – que lembra bem o que 
foi a campanha de 89.
No telão, a turma que estava do lado de fora conseguiu acompanhar o ato que rolava lá dentro. 
Um ato amplo, com gente do PT, do PSOL, PCdoB, PSB, além de intelectuais e artistas que 
estão acima de filiações partidárias (como o escritor Raduan Nassar), e até ex-tucanos 
(Bresser Pereira).
Bresser, aliás, fez um discurso firme, deixando claro que o centro da disputa não é (nunca foi!) 
corrupção, mas o embate entre ricos e pobres. “Precisou do Bresser, um ex-tucano, pra trazer 
a luta de classes de volta à campanha petista” – brincou um amigo jornalista.
Gilberto Maringoni, que foi candidato a governador pelo PSOL em São Paulo, mostrou que o 
partido amadurece e tende a ganhar cada vez mais espaço com uma postura crítica – mas 
não suicida. Maringoni ironizou o discurso da “alternância de poder” feito pelo PSDB e pela 
elite conservadora: “Somos favoráveis à alternância de poder. Eles governaram quinhentos 
anos. Nos próximos quinhentos, portanto, governaremos nós”.
O “nós” a que se refere Maringoni não é o PSOL, nem o PT. Mas o povo – organizado em 
partidos de esquerda, em sindicatos, e também em novos coletivos que trazem a juventude 
da periferia para a disputa.
Logo, chegaram Dilma e Lula (que vinham de outro ato emocionante e carregado de apelo 
simbólico – na periferia da zona leste paulistana). Brinquei com um amigo: “bem que a Dilma 
agora podia aparecer nesse balcão do TUCA, virado pro lado de fora onde está o povo…”
O amigo respondeu: “seria bonito, ia parecer  Dom Pedro no dia do Fico”. Muita gente pensou 
a mesma coisa, e começaram os gritos: “Dilma na janela!”
Mas a essa altura, 10 horas da noite, só havia o telão. As falas lá dentro, no palco do Teatro, 
foram incendiando a militância que seguia firme do lado de fora – apesar da chuva fina que 
(finalmente!) caía sobre São Paulo. Vieram os discursos do prefeito Fernando Haddad, de 
Roberto Amaral (o presidente do PSB que foi alijado da direção partidária porque se negou a 
alugar, para o tucanato, a histórica legenda socialista), e Marta Suplicy…
Vieram os manifestos de artistas e professores – lidos por Sergio Mamberti. E surgiram 
também depoimentos gravados em vídeo: Dalmo Dallari (o antigo jurista que defende os 
Direitos Humanos) e Chico Buarque.
Quando este último falou, a multidão veio abaixo. A entrada de Chico na campanha teve 
um papel que talvez nem ele compreenda. Uma sensação de que – apesar dos erros e 
concessões em 12 anos de poder – algo se mantem vivo no fio da história que liga esse 
PT da Dilma às velhas lutas em defesa da Democracia nos anos 60 e 70.
Nesse sentido, Chico Buarque é um símbolo só comparável a Lula na esquerda brasileira.
Aí chegou a hora das últimas falas. Lula pediu que se enfrente o preconceito. Incendiou 
a militância. E Dilma fez um de seus melhores discursos nessa campanha. Firme, feliz.
O interessante é que os dois parecem se completar. Se Lula simboliza que os pobres e 
deserdados podem governar (e que o Estado brasileiro não deve ser um clube de defesa 
dos interesses da velha elite), Dilma coloca em pauta um tema que o PT jamais tratou 
com a devida importância: a defesa do interesse nacional.
Dilma mostrou – de forma tranquila, sem ódio – que o PSDB tem um projeto de apequenar 
o Brasil. Lembrou os ataques ao Brasil nas manifestações contra a Copa (sim, ali o que se 
pretendia era rebaixar a auto-estima do povo brasileiro, procurando convencê-lo de que 
seríamos um povo incapaz de receber evento tão grandioso), lembrou a incapacidade dos 
adversários de pensarem no Brasil como uma potência autônoma.
Dilma mostrou clareza, grandeza e calma. Muita calma.
Quando o ato terminou, já passava de 11 da noite. E aí veio a surpresa: Dilma foi – sim – 
pra janela, para o balcão do Teatro voltado pra rua.
dilma-no-tucaNo improviso, sem microfone, travou 
um diálogo com a multidão, usando 
gestos e sorrisos. Parecia sentir a 
energia que vinha da rua. Dilma, uma 
senhora já perto dos 70 anos (xingada 
na abertura da Copa, atacada de forma 
arrogante nos debates e na imprensa), 
exibiu alegria e altivez.
Foram dez minutos, sem microfone, sem marqueteiro. O povo cantava, e Dilma respondia – 
sem palavras. Agarrada às grades do pequeno balcão, pulava e erguia o punho cerrado para 
o alto. Não era o punho do ódio. Mas o punho de quem sabe bem o lado que representa.
Dilma não é uma oradora nata, não tem o apelo popular de um Lula. Mas nessa campanha 
ela virou líder. O ato no TUCA pode ter sido o momento a marcar essa passagem. Dilma 
passa a ser menos a “gerente” e muito mais a “liderança política” que comanda um projeto 
de mudança iniciado há 12 anos.
Dilma traz ao PT uma pitada de Vargas e Brizola, de trabalhismo e de defesa do interesse 
nacional. E o PT (com apoio da  militância popular, não necessariamente petista) finalmente 
parece ter incorporado Dilma não como a “continuadora da obra de Lula”, mas como uma 
liderança que se afirma por si. Na luta concreta.
Uma liderança que – na reta final, nessa segunda-feira de garoa fina em São Paulo – pulava 
feito menina no ritmo da rua, pendurada no histórico balcão da PUC de São Paulo. Dilma 
ficou maior.
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simbolica-ato-com-dilma-e-lula-na-puc-de-sao-paulo/#comment-
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