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quarta-feira, 23 de abril de 2014

CARTA A LOBÃO É UM JUSTO NECROLÓGIO A EX-ARTISTA


Eu jamais poderia subscrever esta bela carta ao ex-roqueiro Lobão porque não sou seu ex-fã, e quase nada conheço sobre seu trabalho. Recordo-me de ter visto com simpatia a sua pregação e prática pela produção cultural alternativa, quando passou a editar seus próprios discos, num legítimo protesto contra o domínio das gravadoras. 

Por curiosidade jornalística, e porque costumo observar o que pensa e diz a direitona-burra, acabei ouvindo alguns de seus hangouts no You Tube. E fiquei, sinceramente, chocado: o cara não tem nada na cabeça, em termos de Política, tema que se meteu a comentar na veja e em outros espaços! Nada! Seu discurso atropelado é uma sucessão de frases vazias, todas ofensivas a alguém: a esquerda em geral, Lula, PT, Dilma, Gramsci, Chico Buarque, Gil, MPB, povo brasileiro, etc, etc. Ele pula de uma ofensa à outra, faz citações erradas, e elogia imbecis como Olavo de Carvalho, Malafaia, Bolsonaro e outras figuras de pensamento arcaico e cheio de ódio, montando uma teia de idéias desconexas. Fica aquela massa escura de ódio a tudo e a todos que acreditam no Brasil e na Democracia, ou que sonham e falam em Socialismo, em Esquerda. 
Seu "fundo-do-poço" foi defender, ainda que por palavras tortuosas, as tais "marchas" de 22 de março, que pregavam um golpe militar e a volta da ditadura! Foi seu último ato, que eu saiba, na internet, pois a partir do dia 23 parou de transmitir os tais hangouts onde abria espaço para vozes das cavernas. 
Eu não escreveria sobre Lobão no meu modestíssimo blog, onde busco reproduzir textos mil vezes mais interessantes e embasados. Mas a carta de seu ex-fã Pedro Sprejer vale a pena, por colocar essa figura em seu devido lugar: um artista que teve bons momentos de criação nos anos 80, depois ficou no ostracismo ou produzindo música inferior, e agora á cooptado pela direita mais atrasada do País, em troca de alguns espaços na mídia. Uma lástima. 
Leiam, porque é o necrológio justo de um ex-artista: 

“Sua truculência não é rebeldia, é niilismo”: Carta aberta de um ex-fã ao Lobão

Escrito por Pedro Sprejer e publicado originalmente na Polivox
Eu te acompanho desde meados dos anos 80, quando, ainda criança, pulava na frente da TV e do rádio ao som de “Vida Bandida” e “Corações Psicodélicos”.
Essas e outras canções constituíram o meu repertório afetivo-musical e sempre olho para elas com carinho. Hoje, entretanto, sua voz me soa amarga. Acho que cansei dela. E me atrevo a falar em nome de outros fãs que estão desapontados com o papelão que você tem feito por aí.
Você e Cazuza foram os artistas mais provocadores da geração 80, os mais autênticos. Cazuza foi um libertário genial, com sua ironia, homossexualidade escancarada, e entrega total à vida. E você, com um rock maníaco-depressivo foi mesmo uma ovelha negra dentro da MPB, como gosta de dizer.
Você acrescentou à MPB algumas doses a mais, trouxe euforia, porra-louquice, mas também melancolia e desespero, fazendo a trilha dos anos 80 entre festas homéricas e ressacas suicidas. E ainda colocou na canção brasileira, comportada e luminosa na maior parte das vezes, uma violência crua. A mesma violência que já estava nos filmes do Cinema Marginal, nos contos do Rubem Fonseca ou nas peças de Plínio Marcos.
Depois de debutar com um rock dançante adolescente, você enveredou por um lado selvagem da motocicleta. Mergulhou na vida louca e bandida dos anos 80 para contar a história do personagem que “chutou a cara do cara caído” e “bateu no seu melhor amigo” e também a do que “sem dó, nem pena, sem um telefonema, matou a família e foi ao cinema”.
Você propôs um verão na boca do lixo, ainda que esse universo decadente e sujo às vezes se parecesse mais com uma história de Charles Bukowski ou com o “Taxi Driver” de Scorsese .
Sua história deu um livro, Lobão. Você fez de tudo um pouco, inclusive “Me Chama” e outras belas canções. Lançou discos bons, como “Nostalgia da Modernidade” (1995). Lutou uma briga boa contra as grandes gravadoras e o jabá nas rádios. Fez também, vale lembrar, uma certa dose de músicas que me parecem muito ruins.
Mas o que eu acho curioso é como você é até hoje associado aos anos 80, mesmo tendo feito tantas coisas depois. Por algum motivo, ao longo das décadas seguintes, sua música foi saindo de cena lentamente. Aí te vimos ressurgir das estepes, lobo escaldado a latir com raiva, primeiro como um entrevistado que premiava os repórteres com declarações polêmicas, depois como apresentador de TV e, por fim, como colunista da Veja.
Sua primeira aparição nacional como pugilista verbal foi na longa discussão com o Caetano Veloso, que teve ótimos momentos e gerou sua incrível “Para o Mano Caetano”. Acertou Caê à queima-roupa, brindando-o com o maravilhoso epíteto “dandi dendê”, batendo forte, mas também o reverenciando como mestre ao mesmo tempo. A discussão virou até matéria no Fantástico. Havia ali um diálogo interessantíssimo entre duas vertentes nem sempre opostas da canção brasileira, entre o tropicalismo e uma geração roqueira que o absorveu e negou ao mesmo tempo.
Só que parece que foi justamente isso que você perdeu, Lobão, a capacidade de dialogar, entrando numa certa “décadence sans élégance”. Tornou-se uma das figuras beligerantes de “penas afiadas e garganta acelerada” tão bem descritas numa coluna recente do Thomaz Wood Jr.
Andou injuriando por aí gente como Chico, Tom, Gil e tantos outros. Não me entenda mal, acho saudável questionar ícones, em arte nada deve ser sagrado. Há de fato, muito o que se discutir na postura aristocrática e mesmo no conjunto da obra de nossos medalhões (vide o papelão que fizeram na questão das biografias).
É verdade que nem a quase extinta bossa-nova, nem a sua filha MPB, como fizeram crer, são capazes de representar e traduzir o país, se é que isso um dia chegou a acontecer.
Só que a sua virulência leviana, o seu jeito de atacar os consensos sem nada de novo para oferecer não me parece rebeldia, mas uma outra coisinha que às vezes é confundida ingenuamente com iconoclastia: niilismo. Isso mesmo, uma negatividade incapaz de criar qualquer horizonte.
É justamente o contrário do que faz o artista. Se é o artista quem puxa o nó da realidade e faz de tudo que vê um “link” para a criação, o difamador maledicente usa da retórica apenas para destruir e mortificar.
Sabe, Lobo, a gota d’água que me motivou a escrever esta carta-beliscão foi a besteira que você falou a respeito dos Racionais MC’s, um grupo que sempre admirei e que tem como líder aquele que é, sem dúvida, o melhor letrista a despontar no Brasil nos últimos 25 anos. (Se você não acredita, ouça “Eu to ouvindo alguém me chamar” ou “Capítulo 4, versículo 3”). Procure saber.
Então, Lobão, os Racionais são mesmo, como você escreveu no último livro que lançou, “o braço armado do PT”? Como é isso? Panteras-negras-bolivarianos? Ou uma facção leninista do PCC?
Aliás, recentemente você voltou a provocar, chamando, em sua coluna na Veja, os Racionais, o MST e outros de “rebeldes chapa-branca”.
Tentando botar uma pimenta na sua salada envenenada maluca, disse que Mano Brown e seus manos “sobem nos palanques, têm o beneplácito da mídia oficial bancada pelo governo e, mesmo assim, são revoltadíssimos com o sistema!”. Uma frase acusatória com vestes de denúncia desprovida de qualquer dado concreto, que desemboca rasteiramente numa bobagem malvada e infame.
Como se os Racionais não tivessem legitimidade para falar em nome da periferia. Como se qualquer discurso socialmente engajado fosse oportunismo. Ou os próprios rappers fossem apenas populistas que se beneficiam de um discurso revolucionário.
Lobão, o golpe foi baixo, mas o movimento previsível demais. Você apenas pega o que outros articulistas de direita falam sobre Lula e encaixa grosseiramente em Mano Brown.
Você que viveu e cantou sua vida bandida no Leblon deveria ter mais boa vontade com o relato daqueles que vivem a vida loka nas ruas das Ruandas brasileiras. O Haiti é aqui, Lobo.
É curioso te ver reagir assim uma das expressões mais interessantes surgidas no Brasil dos anos 90, década em que o rock dos 80 foi perdendo a força até virar praticamente só a saudade da Legião e o “retorno triunfante” do Capital Inicial.
Sim, é engraçado, pois foi justamente o rap, como o Chico Buarque notou, que fez com que a violência real do país passasse a jorrar na música brasileira, sedimentada desde os anos 30 em torno da ideia de conciliação e apaziguamento das tensões sociais.
Se para você a MPB é “paumolescência” e o rap oportunismo, o que sobrará? Respondo: niilismo. Lágrimas no escuro.
Lobão, você gritou “Lula” no Faustão, em 89, e, pelo andar da carruagem, qualquer dia ainda vai gritar “Olavo de Carvalho!” no Circo Voador. O problema, porém, não é a sua “conversão”.  O triste é ver um músico talentoso virando apenas e tão somente um polemista, espalhando niilismo coxinha e faturando com a idiotização do país, a polarização burra. Lobo de patas dadas com as raposas, papagaiando e batendo palma pra macaco. Para um ex-fã é um espetáculo triste.
Greil Marcus, considerado por muitos o maior crítico musical americano, definiu o ethos do rock como “uma afronta à entropia” e “um combate contra a mesmice”. Talvez esses elementos estejam no ímpeto das suas críticas, Lobão, mas te falta uma noção básica de hegemonia e contra-hegemonia, para saber que hoje é você, não o Mano Brown, quem está do lado mais poderoso, do lado daqueles que dão as cartas mais valiosas no país e no mundo, valendo-se do controle da economia e da mídia. Não, Lobão, os comunistas não mandam no Brasil. Você ainda não percebeu?
A triste conclusão, porém, é que talvez sejam justamente besteiras infundadas desse tipo que os seus novos admiradores querem ler. Eu não, me inclua fora dessa. Daqui em diante, dançarei “Corações Psicodélicos” nas festas (como resistir?) E só.
Um abraço sincero e um gancho metafórico de esquerda, do teu ex-fã,
Pedro.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/sua-truculencia-nao-e-rebeldia-e-niilismo-carta-aberta-de-um-ex-fa-ao-lobao/

segunda-feira, 31 de março de 2014

MAIS PROVAS DAS MENTIRAS DE OLAVO CARVALHO: OS EUA DETRÁS DO GOLPE DE 64

Golpe Militar e Estados Unidos: manipulação e a farsa do “perigo” comunista



O documentário “O dia que durou 21 anos” revela detalhes, documentos e gravações a respeito da efetiva participação do Governo dos Estados Unidos no golpe militar de 1964.
Parece ser um absurdo, mas a recusa de João Goulart em atender exclusivamente aos mandamentos do Governo americano deflagrou uma farsa jamais vivida na história do Brasil.
Em que pese saber que muitos já sabem dessa história, gostaria de retratar importantes passagens dessa trama política, tendo em vista o aniversário de 50 anos do golpe militar e a fim de colaborar para que os jovens não se esqueçam da época mais trágica da história do Brasil.
Em nome do capitalismo estatal de um país só, muito dinheiro foi gasto para alienar a população, destruir serviços públicos como educação, saúde e segurança pública, consolidar oligarquias hereditárias, fechar o Congresso Nacional, cassar mandatos de parlamentares, suspender direitos fundamentais e matar pessoas.
Diante disso, o texto abaixo foi produzido para que os leitores do meu blog compreendam de uma forma sistemática toda a conjuntura retratada em 2 documentários: “O dia que durou 21 anos” e “Dossiê Jango”.
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BRASIL: UM PAÍS QUE CRESCIA
 Naquela época, o Brasil sustentava bons índices de crescimento na economia, na ciência, nos serviços públicos e na tecnologia, tendo tudo para ser uma potência mundial em 30 ou 40 anos.
Apesar da alta inflação, os governos de Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart foram substanciais para o crescimento econômico e para a busca da distribuição de renda.
Porém, quis o destino que uma enorme avalanche detonasse todos os projetos consolidados de crescimento econômico e justiça social do Brasil: o interesse econômico dos Estados Unidos sob a velha alegação da liberdade, mancomunado com a ganância das oligarquias brasileiras.
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INTERESSE ECONÔMICO DOS ESTADOS UNIDOS PELO BRASIL
João Goulart construía plenas relações capitalistas em todos os lugares do mundo, a exemplo dos países latino-americanos, africanos e asiáticos.
Ainda como vice-presidente, em viagem à China em agosto de 1961, João Goulart já tinha a visão de que a China seria um parceiro econômico forte.
Em discurso naquele país, Goulart festejava: “Viva a amizade cada vez mais estreita entre China e Brasil. Viva a amizade dos povos asiáticos, africanos e latino-americanos”.
O grande problema era que a estupidez dos Estados Unidos não tolerava qualquer política externa do Brasil que não fosse dirigida sob o comando de Washington.
Quando João Goulart assumiu a Presidência, os Estados Unidos exigiam que o Brasil rompesse relações com países socialistas, sendo que não iriam admitir em hipótese alguma qualquer governo na América Latina de caráter socialista, mesmo se tivesse que usar forças bélicas para tanto.
A ousadia dos americanos era tanta que, durante o mandato de Goulart, Robert Kennedy veio com uma lista de ministros civis brasileiros subordinados ao governo americano para que Jango nomeasse. Como mantinha uma política externa independente, o pedido foi recusado.
Nesse contexto, o documentário “O dia que durou 21 anos”, mostra uma gravação em que o então Presidente dos Estados Unidos John Kennedy declara que
“Como Presidente dos Estados Unidos, estou determinado a garantir o sucesso de nosso sistema e vencerei este desafio a qualquer custo”
Relatam os historiadores que, quando Kennedy foi assassinado, estava com uma política hostil ao Brasil, projeto que foi seguido à risca por seu sucessor Lyndon Johnson.
Diante disso, começa a ser consolidado um enorme aparato político, midiático e até religioso para executar o projeto que iria subordinar o Brasil aos interesses econômicos exclusivos dos Estados Unidos.
O documentário ainda mostra um depoimento do deputado Bocayuva Cunha que relata que empresas americanas vinham para o Brasil, multiplicavam seu capital em 200, 300 e até mesmo 1.000% ao ano e não revertiam os dividendos para o Brasil.
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REFORMA AGRÁRIA: A SENHA PARA A CAMPANHA ANTI-COMUNISTA
É visível que atualmente boa parte da classe média e alta não vê com bons olhos qualquer medida governamental a favor de pessoas pobres.
Imaginem isso 50 anos atrás?
Não é de se estranhar, mas, naquela época, movimento organizado de trabalhadores urbanos ou rurais era considerado comunismo e subversão.
Nesse embalo, a Reforma Agrária pretendida por João Goulart era uma verdadeira agressão à sociedade daquela época, que passou a interpretar tal projeto como comunista, deflagrando a oportunidade para que a oposição entrasse em ação.
Portanto, defender a Reforma Agrária como condição de desenvolvimento do país era uma afronta às forças dominantes.
Nesse mister, o leitor pode observar de pronto uma farsa: a Reforma Agrária concedia indenização aos antigos proprietários e fornecia títulos de PROPRIEDADE aos novos assentados, atitudes incompatíveis com qualquer doutrina comunista.
Além disso, Goulart também era proprietário de grandes terras e não há evidência histórica alguma de que havia tratativas comunistas em curso.
Simplesmente, ele não quis seguir a cartilha dos Estados Unidos.
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AMERICANOS BANCAM CAMPANHA DE POLÍTICOS BRASILEIROS NAS ELEIÇÕES DE 1962
Por meio de um instituto de faixada chamado IBADE (Instituto Brasileiro de Ação Democrática), financiado pela CIA norte-americana e que foi criado para combater políticos populistas como Juscelino Kubitschek, houve direcionamento de capital para financiar os candidatos contrários a João Goulart e anticomunistas em geral, que concorreriam às eleições legislativas e para o Governo de 11 Estados.
Assim, nas eleições de 1962, o governo americano (por meio de sua embaixada) passou a financiar as campanhas eleitorais de deputados federais, estaduais e senadores no Brasil.
Atualmente, a relação nominal de todos os políticos que receberam dinheiro do IBADE parece ser coisa “guardada a sete chaves”.
Em entrevista ao documentário, Plínio de Arruda Sampaio relata que foi abordado por um desses agentes que oferecia dinheiro para a campanha de 1962 em troca de um apoio à democracia. Segundo ele, teria recusado, já que para defender a democracia não precisa de dinheiros dos americanos.
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Segundo jornais da época, o IBAD financiou 250 deputados federais, 8 governadores e 600 deputados estaduais. Houve uma tentava de CPI para investigar o caso, comandada pelo deputado Rubens Paiva que iria morrer tempos depois na prisão. Seu corpo desapareceu.
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CAMPANHA ANTI-COMUNISTA ENGANA A POPULAÇÃO
O Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais (IPES), fundado em 29 de novembro de 1961, por Augusto Trajano de Azevedo Antunes (ligado à Caemi) e Antônio Gallotti (ligado à Light), serviu como um dos principais catalisadores do pensamento antiGoulart.
O IPES funcionava na avenida Rio Branco no Rio de Janeiro e foi montado como “o ovo da serpente para o golpe militar”, cuja função era montar propagandas políticas, financiando TVs, rádios, revistas e jornais para criticar o Presidente João Goulart e passar uma ideia de conspiração comunista, a fim de criar instabilidade para que a população aceitasse de maneira “racional e bem orientada” o golpe militar.
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O esquema era muito bem orquestrado. Muitas das radionovelas, filmes de cinema e programas de televisão da época, tinham mensagens explícitas e implícitas a favor da absorção pelos brasileiros dos valores estadunidenses.
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LINCOLN GORDON: O EMBAIXADOR E ARTICULADOR DO GOLPE
Lincoln Gordon embaixador dos Estados Unidos do Brasil tornou-se uma das figuras mais importantes da política brasileira.
Ele era economista e tinha exercido sua carreia acadêmica em Harvard escrevendo sobre o Brasil.
Quando foi nomeado para o cargo de Embaixador, seu objetivo era impedir que um governo de esquerda se consolidasse no Brasil.
Em seus telefonemas e relatórios enviados ao Governo americano, Lincoln Gordon convenceu os americanos de que a política de Reforma Agrária implantada por Jango e Brizola iriam levar o Brasil ao comunismo.
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Mesmo quando os funcionários da embaixada americana questionavam Gordon a respeito dessa futurologia equivocada, ele manteve o teor dos relatórios.
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ESTADOS UNIDOS ENVIAM PADRE PARA REZAR COM OS FIÉIS BRASILEIROS PELO ANTI-COMUNISMO
O exemplo mais notório do uso da religião contra o presidente João Goulart foi a manipulação perpetrada pelo Padre Patrick Peyton, pároco estadunidense de origem irlandesa conhecido por sua pregação anticomunista.
Chegando ao Brasil no final de 1963, o Padre Peyton passou a utilizar politicamente o lema “A família que reza unida permanece unida”, promovendo uma série de eventos públicos de massa para os fiéis brasileiros, inclusive a “Missa pela Salvação da Democracia” realizada na Marcha da Família com Deus pela Liberdade, que reuniu meio milhão de pessoas em março de 1964.
Segundo o site Wikipédia, “anos mais tarde, Peyton foi apontado por historiadores norte-americanos como agente da CIA, especialista em levantar as massas católicas contra o comunismo ateu em nome da Virgem Maria”.
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A INVASÃO MILITAR AMERICANA NO BRASIL
Seguindo a risca a famosa “Diplomacia do canhão”, Lincoln Gordon solicita o envio de tropas navais americanas para o Brasil, a fim de apoiar os militares que queriam tirar Goulart do poder.
Essa atitude foi importante para encorajar os militares comandados por Mourão Filho, que ordenou que as tropas da IV Divisão de Infantaria que comandava em Juiz de Fora seguissem para ocupar o Estado da Guanabara, atual cidade do Rio de Janeiro, na madrugada do dia 1º de abril de 1964.
Como não pretendia ver derramamento de sangue com as tropas americanas invadindo o Brasil, João Goulart deixou Brasília e foi para o Rio Grande do Sul.
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ATITUDE SEM PÉ E NEM CABEÇA: OPOSIÇÃO DECLARA NOVO GOVERNO
  Como João Goulart não estava em Brasília, o Presidente do Congresso Nacional Aureo de Moura Andrade, numa atitude contrária à Constituição, no dia 02 de abril de 1964, declarou vaga a Presidência da República, dando posse interina ao deputado Ranieri Mazzilli (Presidente da Câmara dos Deputados), na Presidência da República.
Imediatamente, a embaixada dos Estados Unidos liga para Washington que, de uma forma extremamente rápida, reconhece o novo governo de Mazzili, sem considerar que a transição foi ilegal e que Goulart não havia renunciado à Presidência.
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O NOVO PRESIDENTE DO BRASIL AMAVA OS ESTADOS UNIDOS
Convoca-se eleição indireta para a Presidência do Brasil, oportunidade em que deveria estar no cargo alguém que garantisse que os interesses dos Estados Unidos fossem preservados. Segundo a embaixada dos Estados Unidos, Castelo Branco era a pessoa ideal para ocupar o cargo, já que amava a liberdade e nutria admiração pelos Estados Unidos, conforme se observa em documentação abaixo:
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DESDOBRAMENTOS
 As demais consequências da ditadura militar são bem conhecidas: militares e parlamentares foram cassados, extinguiram partidos políticos, cancelaram a eleição direta para Presidente da República, decretaram o recesso do Congresso Nacional, direitos fundamentais foram suspensos, torturas, mortes etc
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MULTINACIONAIS APOIARAM O AI-5
Multinacionais se alinharam a forças torturadoras do Governo brasileiro para a decretação do AI-5.
A Câmara Americana de Comércio em São Paulo apoiou incondicionalmente o AI-5, sob a alegação de que tais medidas eram extremamente necessárias para garantir a estabilidade econômica e os investimentos das multinacionais.
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GRUPOS DE RESISTÊNCIA PÓS-GOLPE
Lógico que existiam grupos de resistência, e dentre eles, alguns realmente tinham a intenção de implantar o comunismo no Brasil.
Porém, nunca tiveram força política alguma e jamais representariam ameaça real aos ditadores.
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CONCLUSÕES
Nunca houve, por parte do Governo João Goulart, intenção de implantar o comunismo no Brasil.
Realmente existia preocupação dos Estados Unidos com a implantação do comunismo soviético no Brasil, mas isso não estava em sintonia com a realidade dos fatos.
Essa farsa foi montada para justificar o golpe, com apoio de boa parte da oligarquia do Brasil que, no regime militar, enriqueceu como nunca na história.
Assim, o motivo do golpe resume-se em duas palavras muito conhecidas do cidadão brasileiro: PODER e DINHEIRO.

OTHONIEL PINHEIRO NETO
Doutorando em Direito pela Universidade Federal da Bahia
Mestre em Direito pela Universidade Federal de Alagoas
Especialista em Direito Processual, bem como em Direito Eleitoral
Corregedor Geral da Defensoria Pública do Estado de Alagoas
http://reporteralagoas.com.br/novo/?p=75277

quinta-feira, 27 de março de 2014

OLAVO MENTIU: CIA ORGANIZOU MARCHAS PELA DITADURA, EM 64



Frei Betto: CIA financiou Marchas da Família com Deus

Por Redação
CIA utilizava o padre Patrick Peyton para vir ao Brasil e organizar as Marchas da Família com Deus pela Liberdade que preparam todo o caldo golpista de 1964
Por Redação
Em entrevista ao portal UOL, Frei Betto, que foi preso e torturado durante a ditadura, conta que as Marchas da Família com Deus pela Liberdade eram patrocinadas pela CIA. Betto conta que na véspera do golpe militar de 1964 a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) estava dividida entre apoiar ou não os militares.
“Em meados de abril de 1964, numa reunião no Rio da qual participei como membro da direção nacional da Ação Católica, houve uma furiosa discussão entre bispos conservadores e progressistas, tendo ganhado o setor conservador. E a CNBB oficialmente apoiou o golpe por ter livrado o Brasil da ameaça comunista”, disse o frei dominicano.
Posteriormente, o religioso revela que o clima de golpe já era alimentado pela CIA a partir do padre Patrick Peyton, “que era o pároco de Hollywood” e que vinha ao Brasil “pago pela CIA para fazer as Marchas da Família com Deus pela Liberdade”. De acordo com Betto, Peyton “promovia grandes mobilizações nesse sentido. Portanto, quando veio o golpe, a igreja agradece a Nossa Senhora da Aparecida ter livrado o Brasil da ameaça comunista”.
Após o AI-5, em 1968, Frei Betto relata que setores da igreja apoiadores do  golpe perderam espaço. “Alguns foram morrendo, outros foram aposentados por razão de idade ou de doença, mas eles foram perdendo a hegemonia da CNBB, que passou para as mãos dos progressistas, que eram críticos contundentes da ditadura e, portanto, defensores dos direitos humanos. Você vê surgir uma igreja progressista, das Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), das pastorais populares, assumindo uma posição bastante consequente, contundente, contra a ditadura militar”.
http://www.revistaforum.com.br/blog/2014/03/frei-betto-cia-financiou-marchas-da-familia-com-deus/

quarta-feira, 26 de março de 2014

CAI MAIS UMA MENTIRA DO OLAVÃO-PORNÔ - (INÉDITO)

O astrólogo Olavo de Carvalho, que se auto-intitula "filósofo" e prega de seu esconderijo na zona rural dos Estados Unidos um golpe contra a Democracia brasileira, é um mentiroso contumaz. Mente tanto que seria difícil, a não ser no espaço de um livro bem grosso, apontar todas as suas falsidades, números "chutados", e principalmente suas previsões furadas pelos fatos.
Poderíamos começar pela mentira muitas repetidas por Olavo de que era de esquerda e que ajudou a editar o histórico jornal do Sindicato dos Jornalistas no Estado de São Paulo que denunciava o assassinato de Vlado Herzog pela ditadura, em outubro de 1975. Aquela edição do "Unidade" (que tenho em mãos) não menciona seu nome em parte alguma, embora conte com citações a muitos jornalistas que colaboraram para aquele trabalho. Mais que isso: recentemente conversei com dois ex-diretores do Sindicato à época, em cargos importantes, que negaram peremptoriamente que Olavo tenha tido qualquer participação naquele jornal específico. Um deles mal se lembrava de Olavo no Sindicato, dizendo-me que ele frequentava a sede da Rego de Freitas como dezenas de jornalistas, sem qualquer participação na Diretoria ou em função digna de registro. Ao outro ex-dirigente, perguntei por que achava que Olavo havia se transformado neste agitador de extrema-direita que é hoje, e a resposta foi dada em apenas uma palavra: "dinheiro".
Agora, mais uma das muitas mentiras do Olavão-pornô (a quantidade de palavrões que ele usa em seus vídeos e hangouts é indicativa de algum distúrbio, nitidamente) cai por terra definitivamente, ou como ele diria "acima de qualquer possibilidade de dúvida". Ele vive repetindo que os Estados Unidos não tiveram qualquer participação no golpe militar de 1964. Chega ao ponto de dizer que existe apenas um telefonema do embaixador Lincoln Gordon ao presidente Kennedy, informando que o golpe havia sido iniciado, para sua (dele, embaixador) surpresa, e indagando o que a Embaixada deveria fazer.
É claro que já havia documentos, livros e até vídeos provando a intensa participação dos EUA na preparação do golpe, no financiamento aos conspiradores e na sua execução. Posso contar um detalhe pessoal, que mantive inédito até hoje, lamentando não me lembrar do nome da personagem envolvida - que poderei pesquisar caso as olavetes queiram desmentir-me.
Nos anos 70, secretário do então MDB, em Taubaté, eu frequentava diariamente o gabinete do prefeito Milton de Alvarenga Peixoto. Numa tarde, apareceu por lá o cônsul norte-americano para assuntos políticos, que desejava trocar idéias com o prefeito, o que aconteceu, sem nenhum tópico realmente importante. Depois ele pediu para visitar os presidentes dos dois únicos partidos então existentes, o MDB e a Arena. O prefeito solicitou-me que os localizasse, meus amigos Ameleto Marino (MDB) e Luiz Winter de Araújo (Arena), o que fiz em minutos, e que conduzisse o cônsul ao encontro de ambos.
Assim fizemos, eu no carro oficial do consulado, explicando ao cônsul aspectos da política local, sem que ele me perguntasse nada de delicado ou sigiloso - até porque não havia nada de secreto em nossas atividades políticas. Correu tudo normalmente, Marino nos recebeu em sua casa e Luizinho Winter na Câmara Muncipal. Despedi-me do cônsul e a história teria acabado aí.
Só que alguns anos mais tarde, num livro que eu creio ser de Hélio Silva, o historiador (não me recordo ao certo), vejo uma foto do presidente da Câmara dos Deputados em 64, Ranieri Mazzili, subindo umas escadas com outros parlamentares, no dia do golpe. E quem está bem atrás de Mazzili? Sim, o diplomata que eu receberia em Taubaté tempos depois! Ou seja, um agente dos EUA estava ao lado, no meio, ombro a ombro, com o presidente do Legislativo brasileiro que assumiria a Presidência temporariamente, no momento do golpe! Haverá prova maior de participação ativa, por dentro, dos EUA no movimento cívico-militar?
Mas o que motiva este artiguete sobre o fascista e subversivo (em plena Democracia) Olavo de Carvalho, é a publicação de 2.000 documentos de um lote de 10 mil, elaborados pelos americanos antes, durante e depois do golpe de 1964. Trata-se de um projeto conjunto entre uma universidade brasileira e outra norte-americana, que está colocando na internet a íntegra desses documentos até então desconhecidos pela ampla maioria dos brasileiros. Fica provado, mais uma vez, que os EUA atuaram diretamente para instalar e para monitorar e influenciar passo-a-passo a ditadura brasileira.
Demonstra-se, uma vez mais, a desonestidade intelectual de Olavão-pornô que, infelizmente, ainda convence um grupelho de incautos com suas pregações golpistas. Quem quiser continuar acreditando nele, que o faça. Pelo que a direitona-burra (e sem votos) mostrou nas suas "marchas" do dia 22 de março, não passam de uns 700 ou 800 os fascistas brasileiros que pedem a volta do regime de terror, entreguista e corrupto encerrado em 1985. Esse bando não consegue entrar no século 21, de maneira alguma: estacionou na Guerra Fria. A pregação golpista rende o dinheiro que sustenta  Olavo nos EUA, mediante o terror apregoado a empresários medrosos que acabam por mandar-lhe mensalões. É o caso do agora ministro Afif Domingos, que controla há uns 30 anos a Associação Comercial de São Paulo. Esta entidade historicamente ultra-conservadora (antes de Afif era um feudo de Paulo Maluf) possui, por razões inexplicáveis, um jornal em Recife! E é através deste jornal que Olavo recebe a grana com que mantém seu trabalho de sabotagem ao Brasil, pregação do ódio e incentivo a um golpe militar. Para sorte nossa, como vimos em 22 de março, nem o povo nem os militares dão qualquer bola para esse esclerosado falso intelectual. A seita que ele lidera é insignificante politicamente, e só sobrevive graças ao ódio que a mídia tem pelo PT e por qualquer governo democrático, trabalhista ou de centro esquerda em nosso País. Tanto é, que alguns dos mais notórios olavetes estão abrigados no panfleto da famiglia Civita, a mal-cheirosa revista Veja. É o que ainda lhes dá alguma projeção. Povo e votos os fascistas não têm nenhum, e nunca terão. Só pregam o golpe por isso mesmo: são incompetentes para eleger até um vereador...
Eis os links para os documentos que desmascaram Olavo de Carvalho:


https://repository.library.brown.edu/studio/collections/id_644/

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2014/03/1430924-site-publica-10-mil-documentos-americanos-sobre-a-ditadura-no-brasil.shtml

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

OLAVETE DO SBT TERÁ QUE SE RETRATAR. SS NÃO QUER PERDER CONCESSÃO...

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

QUER RIR? LEIA AS TEORIAS DA DIREITONA-BURRA...

As teorias da direita comunistofóbica



Por Cynara Menezes, no blog Socialista Morena:

A situação é de um paradoxo brutal: por um lado, os direitistas brasileiros bradam que esquerda e direita “não existem mais”; por outro, tentam amedrontar os incautos com a ideia de que vivemos sob a iminente ameaça comunista. Desprezam o socialismo porque “fracassou”, mas morrem de medo dele e afirmam que os “vermelhos” irão nos dominar a qualquer momento. O muro de Berlim caiu em 1990 e a União Soviética se desfez no ano seguinte, mas os colunistas de alguns dos principais meios de comunicação do País não param de enxergar “bolcheviques” (!!!) por toda parte, como aquele espectro de que falou Karl Marx no Manifesto Comunista, 166 anos atrás.

Que água esse povo anda bebendo? Reuni cinco das mais absurdas teorias comunistofóbicas do Brasil e dos EUA. São tão assustadoras quanto a lenda do bicho papão, mas pelo menos rendem boas risadas.

1. Os Beatles eram comunistas

Em 1965, o pastor norte-americano David Noebel lançou o livro Comunismo, Hipnotismo e Os Beatles para divulgar sua teoria: os quatro rapazes de Liverpool na verdade integravam um plano da União Soviética para fazer lavagem cerebral na juventude. Letras mais inocentes e dançantes como I Wanna Hold Your Handserviam para hipnotizar garotos e garotas e deixá-los mentalmente incapazes, para então seduzi-los com as ideias comunistas através de canções com óbvias intenções bolcheviques como Back in the USSR. Não, nossos colunistas não seriam capazes de pensar nada tão alucinado (e divertido).

Aliás, teve também quem achasse que esta capa dos Beatles promovia o aborto. “Os quatro usam jalecos brancos cobertos com carne e bebês decapitados. John aparenta satisfação. Paul está feliz, até mesmo deleitado. Ringo parece deprimido (‘estou mesmo fazendo isso?’) e George é a encarnação do mal” (leia mais aqui).

2. Os Muppets são comunistas

Esta é mais recente: em 2011, um apresentador do canal direitista Fox News levantou a hipótese de que o recém-lançado filme dos Muppets escondia uma “agenda esquerdista” subliminar. Isso porque o vilão era representado por um bem-sucedido homem de negócios, um magnata do petróleo chamado “Richman”. Segundo o comentarista Dan Gainor, o filme estava deliberadamente fazendo lavagem cerebral nas crianças, “como acontece há décadas”. “Onde nós estamos, na China comunista?”, reclamou um dos convidados. “Eu gostaria que esses esquerdistas deixassem nossas crianças em paz!”, protestou outra.

3. Barack Obama é comunista

Hahahahahahahahahahahahahahahahahaha. Ok, parei. Bem, uma das maiores “provas” de que o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, é comunista (hahahaha –desculpem, foi mais forte do que eu) é que se você digitar no Google o endereço da casa dele em Chicago aparece um número de telefone que, na verdade, pertence ao Partido pelo Socialismo e Libertação (chequem a históriaaqui). Nossa, camarada Obama, você disfarçou muito bem ao criticar Raúl Castro em público no funeral de Mandela.

4. Médicos cubanos são espiões comunistas

Essa chegou a virar “notícia” na revista mais vendida do Brasil, a Veja. Segundo a publicação, a importação de médicos cubanos pelo programa Mais Médicos iria inundar o País de espiões comunistas. A cada cinco médicos exportados, disse a revista, Cuba enviaria junto um espião do regime castrista. Ridículo, mas chamam isso de “jornalismo”. O mais gozado é que a revista estacionou no tempo da guerra fria, mas costuma alcunhar “anacrônico” quem se define como socialista.

A Veja não deu, mas na semana passada o secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, elogiou a medicina cubana. “Quero saudar o sistema de saúde de Cuba, baseado na atenção primária à saúde, que já rendeu resultados excelentes. Este é um modelo para muitos países em todo o mundo”, disse Ki-Moon (leia a íntegra aqui). Será o secretário-geral da ONU um espião norte-coreano disfarçado de sul-coreano? Esperemos ansiosamente novas “revelações” da revista dos Civita.

5. O Brasil está às vésperas de um golpe comunista

A história, na verdade, era uma piada, inspirada na comunistofobia que se alastra pelos meios de comunicação graças à “perspicácia” de nomes como Rodrigo “direita Miami” Constantino, Arnaldo “perigo vermelho” Jabor e um carinha do SBT do Paraná que disse que tem mais comunista no Brasil do que na China.

Inspirado por essa moçada paranoica que parou nos anos 1950, um estudante de 19 anos resolveu criar uma página no Facebook com esse título e conseguiu atrair mais de 30 mil pessoas. Só de onda, claro. Mas, por incrível que pareça, teve uma galera de direita que acreditou! E publicou A SÉRIO em um site que os comunistas irão mudar o nome de Brasília para Lulingrado assim que tomarem o poder. Sabem o que é pior? A página deles no facebook é seguida por 127 mil pessoas. Essa gente raciocina? E quer governar o Brasil? Socorro.

P.S.: O Blog do Cadu também reuniu outras lendas sobre a esquerda brasileira e Lula. Confira aqui.
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/02/as-teorias-da-direita-comunistofobica.html

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

EM 82, VEJA DEFENDIA TORTURADORES E CHAMAVA PMDB DE REVANCHISTA!

Já quase ao final da ditadura civil-militar, em 1982, a revista Veja erguia-se contra as críticas de Ulysses Guimarães, presidente do PMDB, ao regime que torturava e matava oposicionistas. O MDB perdeu inúmeros parlamentares, que tiveram seus mandatos cassados, e que nunca aderiram à luta armada. O deputado Rubens Paiva, por exemplo, foi assassinado e nem de longe poderia ser chamado de guerrilheiro ou "terrorista". Nada disso importava à revista da famiglia Civita, que defendia o sistema ilegal, corrupto e violento implantado em 1964. 
Portanto, o fato de hoje abrigar um ninho de extremistas de direita, alguns notoriamente fascistas, como Reinaldo Azevedo, e os discípulos do astrólogo Olavo de Carvalho, Lobão e Rodrigo Constantino, não constitui nenhuma novidade. Veja sempre foi anti-democrática, com exceção de seus primeiros anos, quando tinha como editor-chefe o jornalista Mino Carta. 
Clique para ampliar e comprovar a virulência do panfleto de extrema-direita: 


quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

RESPOSTA AO CANALHA OLAVO DE CARVALHO (O TERMO É SEU PREFERIDO)

A mão que balança o berço da violência

Propósito de Olavo de Carvalho é semear intolerância e ódio contra ideias, organizações e vozes do campo progressista

O senhor Olavo de Carvalho faz parte de uma turma bem conhecida. A dos trânsfugas, 
com suas mentes atormentadas e rancores insones. Talvez seja o lobo mais boçal da 
alcateia, mas não está sozinho. Do mesmo clube fazem parte Reinaldo Azevedo, Arnal-
do Jabor, Demétrio Magnoli, Marcelo Madureira e um punhado de outros. Foram todos, 
na juventude, militantes de esquerda. Hoje são a vanguarda do liberal-fascismo.

O único propósito deste filósofo de bordel é semear intolerância e ódio contra ideias, 
organizações e vozes do campo progressista. A expressão, no caso, não tem o objetivo 
de rebaixar os frequentadores de lupanários e suas abnegadas profissionais. Apenas 
identifica um tipo clássico de charlatão, capaz de dissertar sobre vários assuntos sem 
conhecer qualquer um deles, para gáudio dos porcos que se refestelam com pérolas 
de conhecimento rasteiro.

Sua primeira resposta ao artigo em que foi citado, aliás, é bastante reveladora de per-
sonalidade e padrão intelectual. “Fico no bordel olhando a sua mãe balançar as ba-
nhas diante dos clientes, e aproveito para meditar o grande mistério do parto anal”, 
escreveu o energúmeno. Não é uma gracinha? Tratado como professor e guru por 
seus áulicos, a verdade é que não passa de um embusteiro.

Figuras desse quilate normalmente deveriam estar relegadas ao ostracismo. O dege-
nerado Carvalho, porém, é representativo de valores e métodos das forças de direita. 
Mentiroso contumaz, atua como menestrel a animar suas hordas contra a democracia 
e a esquerda.
Calça-frouxa, seu dedo não aperta o gatilho, mas vocifera mantras que estimulam a 
violência e exaltam gangues fascistas como as que atacaram integrantes do Foro de 
São Paulo na noite de ontem. Por essa razão, Opera Mundi decidiu publicar, com des-
taque, sua resposta. Nada mais daninho a um vampiro de corações e mentes, afinal, 
que a luz do dia.

O alvo da ocasião é uma entidade que, desde a fundação, realiza todas as suas reu-
niões de forma pública, abertas à cobertura de imprensa e até às provocações de me-
quetrefes. Os integrantes são partidos que lideraram revoluções populares, foram leva-
dos aos governos de seus países pelas urnas ou estão na oposição a administrações 
conservadoras. As agremiações mais antigas estiveram à frente, heroicamente, da resis-
tência dos povos da região contra ditaduras que provocam nostalgia na canalha fascista.

O degenerado Carvalho tem saudades dos tempos da tortura e do desaparecimento, 
das prisões e assassinatos. Suas infâmias pueris para criminalizar o Foro de São Paulo 
evidenciam seus pendores, mas também denunciam desespero diante do avanço das 
correntes progressistas por toda a América Latina. Contorce-se de ódio. Os cães sempre 
ladram quando passa a caravana.

Quem age na sombra e na penumbra, sem dar qualquer satisfação sobre como se finan-
ciam ou se organizam, são as quadrilhas do submundo reacionário, aquelas que se embe-
vecem com a retórica dos vira-casacas e saem às ruas para atos de agressão covarde. 
Navegam na cultura política gerada pela máquina de comunicação do pensamento conser-
vador, dedicada a estereótipos e amálgamas contra a esquerda.

O degenerado Carvalho não vale meia aspirina vencida, mas é parte de uma súcia a qual 
á passa da hora de ser combatida sem contemporização. Essa patota dedica-se a agredir 
reputações, inventar histórias e disseminar cizânia, açulando os porões da sociedade e do 
Estado. Destruir o ovo da serpente é indispensável para impedir que a violência fascista se 
propague em nossa vida política.

O filósofo tem o direito democrático de continuar sua cantilena no bordel que bem desejar 
e o aceitar. Mas toda vez que levantar sua voz para incitar o crime, ou gente de sua laia o 
fizer, a resposta deve ser pronta e imediata. Nunca é tarde para a devida dedetização ideo-
lógica dos vermes e insetos que funcionam como arma biológica do reacionarismo.

* Breno Altman é jornalista, diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel