quinta-feira, 19 de setembro de 2013

"BALADA PRA UN LOCO", DE PIAZZOLLA, NA VOZ MÁGICA DE AMELITA BALTAR

Foi em 1973 ou 74 que assisti a um espetáculo de Astor Piazzolla e Amelita Baltar, então sua mulher, no pequeno auditório do MASP. Mais tarde faria uma entrevista com ele no seu hotel, mas o show foi o que mais me marcou, pelo resto da vida. Que força era aquela, dos músicos, do bandoneon enfurecido e doce, daquela voz penetrante? Que profundidade aqueles sons alcançavam nos corações dos poucos presentes, e que nos punha a todos a chorar?
Para não me estender, sugiro aos amigos que vejam Amelita Baltar interpretando uma de minhas favoritas, o clássico de Piazzola "Balada para un Loco". E sigam a letra, que transcrevo abaixo em espanhol e português. Depois me digam se não é uma maravilha.



Balada Para un Loco

Las tardecitas de Buenos Aires tienen ese que se yo, viste?
Salgo de casa por Arenales, lo de siempre en la calle y en mi...
Cuándo, de repente, detras de un árbol, se aparece el.
Mezcla rara de penultimo linyera
y de primer polizonte en el viaje a Venus.
Medio melón en la cabeza,
las rayas de la camisa pintadas en la piel,
dos medias suelas clavadas en los pies
y una banderita de taxi libre levantada en cada mano.
Parece que solo yo lo veo,
Porque él pasa entre la gente y los maniquíes le guiñan,
los semáforos le dan tres luces celestes
y las naranjas del frutero de la esquina
le tiran azahares.
Y así, medio bailando y medio volando,
se saca el melón, me saluda,
me regalo una banderita y me dice:

(Cantado)

Ya sé que estoy piantao, piantao, piantao...
No ves que va la luna rodando por Callao,
que un corso de astronautas y niños, con un vals,
me baila alrededor... ¡Bailá! ¡Vení! ¡Volá!

Ya sé que estoy piantao, piantao, piantao...
Yo miro a Buenos Aires del nido de un gorrión
y a vos te vi tan triste... ¡Vení! ¡Volá! ¡Sentí!...
el loco berretín que tengo para vos.

¡Loco! ¡Loco! ¡Loco!
Cuando anochezca en tu porteña soledad,
por la ribera de tu sábana vendré
con un poema y un trombón
a desvelarte el corazón.

¡Loco! ¡Loco! ¡Loco!
Como un acróbata demente saltaré,
sobre el abismo de tu escote hasta sentir
que enloquecí tu corazón de libertad...
¡Ya vas a ver!

(Recitado)

Y asi diziendo, el loco me convida
a andar en su ilusión super-sport
Y vamos a correr por las cornisas
¡con una golondrina en el motor!

De Vieytes nos aplauden: "¡Viva! ¡Viva!",
los locos que inventaron el Amor,
y un ángel y un soldado y una niña
nos dan un valsecito bailador.

Nos sale a saludar la gente linda...
Y loco, pero tuyo, ¡qué sé yo!:
provoca campanarios con su risa,
y al fin, me mira, y canta a media voz:

(Cantado)

Quereme así, piantao, piantao, piantao...
Trepate a esta ternura de locos que hay en mí,
ponete esta peluca de alondras, ¡y volá!
¡Volá conmigo ya! ¡Vení, volá, vení!

Quereme así, piantao, piantao, piantao...
Abrite los amores que vamos a intentar
la mágica locura total de revivir...
¡Vení, volá, vení! ¡Trai-lai-la-larará!

(Gritado)

¡Viva! ¡Viva! ¡Viva!
Loca el y loca yo...
¡Locos! ¡Locos! ¡Locos!
¡Loca el y loca yo

Balada Para Um Loco

Os crepúsculos de Buenos Aires tem esse sei la o que, sabe?
Sai de casa pela (rua) Arenales, como sempre na rua e em mim...
Quando, de repente, por trás de uma árvore, ele aparece.
Rara combinação de penúltimo vagabundo
E primeiro astronauta em viagem a Vênus.
Meio melão na cabeça
Uma camisa com listras pintadas na pele,
Duas meias-solas grudadas nos pés pregados
Uma bandeirinha de táxi livre levantada em cada mão.
Parece que só eu o vejo
Porque ela passa entre as pessoas e manequins le Gui
Os semáforos lhe dão três luzes celestes
E as laranjas do fruteiro da esquina
Lançará suas flores.
E assim, meio dançando, meio voando,
Tira o melão da cabeça e me cumprimenta,
Eu só tenho uma bandeira e diz:

(Catando)

Eu sei que sou louco, louco, louco ...
Você não vê a lua rolando em Callao,
Um desfile de astronautas e crianças, com uma valsa
Eu danço ao redor ... Dance! Venha! Fly!

Eu sei que sou louco, louco, louco ...
Vejo Buenos Aires do ninho de um pardal
E eu vi você tão triste ... Venha! Fly! Senti-me! ...
O cara louco que eu tenho para você.

Louco! Louco! Louco!
Depois de escurecer em Buenos Aires sua sozinho,
Às margens de sua folha virá
Com um poema e um trombone
Permanecer até o coração.

Louco! Louco! Louco!
Como um salto stunt louco,
Sobre o abismo do seu pescoço até sentir
Que assustou o seu coração livre ...
Você vai ver!

(Falado)

E ao dizer isso, o bobo me convida
Andando em seu sonho super-esporte
E nós vamos atropelar as cornijas
Uma andorinha no motor

De Vieytes aplaudir: "Viva Viva!"
Os loucos que inventaram o amor,
E um anjo e um soldado e uma garota
Dar-nos uma valsa dançar.

Saia para cumprimentar as pessoas bonitas ...
E louco, mas você, o que eu sei?:
Causas de sino com o seu riso,
E, finalmente, olha para mim, cantando baixinho:

(Sung)

Ama-me, louco, louco, louco ...
Suba a ternura de louco dentro de mim,
Cotovia ponete essa peruca, e voar!
Voe comigo agora! Vem, voar, vem!

Ama-me, louco, louco, louco ...
Abra o seu amor, vamos tentar
A loucura mágica de reviver ...
Vem, voar, vem! Trai-lai-la-larara!

(Gritando)

Viva! Viva! Viva!
Selvagem e louco em mim ...
Louco! Louco! Louco!
O louco e louco eu

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