O ritual começa no Palácio Noordeinde, no centro de Haia (capital administrativa do país), de onde o Rei, a Rainha, o irmão do Rei e sua esposa, embarcaram numa histórica carruagem dourada, puxada por oito cavalos, e percorre um trajeto de meia-hora até o Parlamento, no edifício Bindenhof. No interior do Parlamento, no salão nobre, o soberano faz a Fala do Trono anual, na qual avalia as condições do país e projeta objetivos que devem ser perseguidos pelo Governo, chefiado por um primeiro-ministro. Calcula-se que cerca de 40 mil pessoas postaram-se às margens do trajeto, para aplaudir o casal real, que acena para o povo.
Nas imediações do Parlamento, a festa começa bem mais cedo, havendo pessoas que madrugam para ocupar os melhores lugares. É montada uma arquibancada com ingressos pagos, e outra para autoridades como o corpo diplomático. Desde a manhã, várias bandas militares desfilam pelo trajeto, num verdadeiro festival de uniformes tradicionais multicoloridos. Na platéia a cor predominante é o laranja, da família de Oranje, fundadora do moderno Estado holandês.
Participei em outros anos, mas desta vez preferi assistir pela TV, conseguindo belas fotos, talvez melhores do que poderia ter feito misturado na multidão. Aqui trago algumas delas, para que vocês tenham uma idéia desta data tradicional na Holanda, que nos merece muito respeito. E é um espetáculo muito bonito.
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Rei Willem-Alexander, durante a Fala do Trono. Suas primeiras palavras foram de homenagem à sua mãe, hoje Princesa Beatrix, e ao seu irmão mais novo, Príncipe Friso, que faleceu há poucas semanas depois de dois anos em coma devido a um acidente de esqui que o soterrou por vários minutos sem ar, afetando-lhe o cérebro.
Vistas do salão nobre do Parlamento, local da Fala do Rei:
A carruagem dourada, que transporta o Rei e a Rainha entre o Palácio e o Parlamento, ida-e-volta:
Acima, o belo momento em que Rei e a Rainha prestam homenagem à Bandeira que significa o Povo dos Países-Baixos. Como me disse um cidadão, "eles são servidores do Povo e, se não servirem direito nós mudamos o regime". Mas há um grande respeito popular à Monarquia, que não tem poder nenhum, mas cumpre funções diplomáticas e culturais em favor do país.
Aqui, cenas do cortejo que leva o Rei Willem-Alexander e a Rainha Máxima de volta ao Palácio Real Noordeinde, em Haia. Os populares aplaudem e gritam vivas ao Rei, e o casal real acena aos seus súditos.
Abaixo: os populares disputam lugares próximos às grades do Palácio para verem a "Cena do Balcão", quando Rei, Rainha e o irmão do Rei e esposa fazem uma aparição e recebem aplausos da multidão.
Acima: o casal real holandês. Abaixo, a Rainha Máxima, nascida na Argentina, e que sofreu restrições ao casas-se com o então Príncipe Willem-Alexander, porque seu pai havia sido ministro civil da ditadura argentina. Sua família não pode comparecer ao casamento, nem à cerimônia de entronização de seu marido, o novo Rei, em 2012. Na Holanda não existe coroa, nem cetro, nem manto reais, mas apenas a posse do Rei que, neste caso, ocorreu pela adbicação de sua mãe, a muito querida pelo povo Rainha Beatriz, que hoje carrega o título de Princesa.
(Texto e fotos: Antonio Barbosa Filho)
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