247 - O governo federal, através do Ministério da Fazenda, comentou,
em nota, a decisão da agência Standard&Poor's (S&P) de
rebaixar a nota de avaliação do Brasil de "BBB" para "BBB-". Segundo
o governo, ato é "inconsistente com as condições da economia
brasileira" e "contraditória com a solidez e os fundamentos do Brasil".
"Embora a agência alegue que o crescimento econômico foi uma das
razões para sua decisão, é importante destacar que o Brasil, no
período da crise internacional iniciada em 2008, cresceu 17,8%, uma
das maiores taxas acumuladas de crescimento entre os países do
G-20. No ano passado, o País cresceu 2,3%, desempenho superior à
maioria dos países deste grupo", rebateu o ministério.
Sobre as críticas ao desempenho fiscal do país, o ministério afirma que
o Brasil tem gerado um dos maiores superavits primários do mundo.
Em 2013, o governo poupou 1,9% do PIB para pagamento dos juros da
dívida pública, "suficiente para reduzir o endividamento público, tanto
bruto (de 58,8% do PIB para 57,2% do PIB) quanto líquido (de 35,3%
do PIB para 33,8% do PIB)".
De acordo com o ministério, a agência é equivocada ao questionar o
nível de Investimento Estrangeiro Direto (IED) no país.
"Vale lembrar que o País tem estado entre os 5 maiores receptores
mundiais de IED e que, nos 12 meses encerrados em fevereiro de 2014, ingressaram US$ 65,8 bilhões somente nessa rubrica."
Abaixo a nota do Ministério da Fazenda na íntegra:
A decisão da agência Standard&Poor´s (S&P) de alterar a classificação de risco do Brasil é inconsistente com as condições da
economia brasileira. A mudança anunciada é contraditória com a solidez
e os fundamentos do Brasil.
Embora a agência alegue que o crescimento econômico foi uma das
razões para sua decisão, é importante destacar que o Brasil, no período
da crise internacional iniciada em 2008, cresceu 17,8%, uma das maiores taxas acumuladas de crescimento entre os países do G-20. No ano
passado, o País cresceu 2,3%, desempenho superior à maioria dos
países deste grupo.
Também não procede a avaliação sobre a situação fiscal brasileira,
levando-se em consideração que o País tem gerado um dos maiores
superávits primários do mundo nos últimos 15 anos. Em 2013, cabe
salientar, fizemos um superávit primário de 1,9% do PIB, suficiente
para reduzir o endividamento público, tanto bruto (de 58,8% do PIB
para 57,2% do PIB) quanto líquido (de 35,3% do PIB para 33,8% do
PIB).
Equivocadamente, a agência questiona a suficiência do Investimento Estrangeiro Direto (IED) no Brasil. Vale lembrar que o País tem estado
entre os 5 maiores receptores mundiais de IED e que, nos 12 meses encerrados em fevereiro de 2014, ingressaram US$ 65,8 bilhões
somente nessa rubrica.
A economia brasileira tem baixa vulnerabilidade externa, pois possui o
quinto maior volume de reservas internacionais no G-20, o que
corresponde a 10 vezes a dívida externa de curto prazo, por sua vez, a
menor do grupo (em proporção da dívida externa total). Não se
justificam também as suposições quanto à trajetória do investimento
no Brasil. Em 2013, o País deu início a um amplo programa de
infraestrutura, que vai mobilizar mais de US$ 400 bilhões nos próximos
anos. Vale destacar que o investimento cresceu 6,3% em 2013 (o
segundo maior do G-20), em linha com a média de expansão da última
década.
É importante ressaltar ainda que o próprio texto da agência distribuído
para a imprensa fala com clareza que o Brasil mantém sua condição de
grau de investimento, com perspectiva estável, pelos seguintes fatos:
- Sólida estrutura institucional;
- As fortalezas do balanço do governo, tanto do lado fiscal quanto do
lado externo, garantem margem de manobra e capacidade para
enfrentar choques externos;
- Apesar de a dívida do governo geral ser elevada, sua composição se
mantém sólida, estando quase totalmente em moeda local e em sua
maioria em parcela fixa ou atrelada à inflação;
- Apesar da deterioração do déficit em conta corrente e alguma
moderação na entrada de IED, o nível de endividamento externo
líquido se mantém gerenciável.
Independentemente de quaisquer avaliações, reafirmamos nosso
compromisso com o cumprimento da meta de superávit primário de
1,9% do PIB neste ano, com a continuação da consolidação fiscal
neste e nos próximos anos, com a prioridade ao investimento e
com a promoção do crescimento sustentável de longo prazo.
http://www.brasil247.com/pt/247/economia/134318/Governo-
rebate-SP-pa%C3%ADs-tem-solidez-na-economia.htm
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