OS EDITORES DA VEJA MERECERIAM TER
UNHAS ENCRAVADAS. DAS PIORES
CELSO LUNGARETTI
A sanha persecutória da Veja contra o Zé Dirceu não tem
limites. Agora, pressiona descaradamente a administração penitenciária, no sentido de que torne mais rigoroso o tratamento
que lhe ministra na Papuda.
Parece que a revista só ficará satisfeita se o confinarem numa
masmorra medieval de um metro quadrado, sem direito a sol nem
a visita, recebendo apenas pão e água. Não lhe basta a constatação,
que ela própria faz, de que o Dirceu está "visivelmente mais magro".
Em termos jornalísticos, é simplesmente injustificável e
inqualificável a matéria de capa da edição 2365, José Dirceu - a vida
na cadeia, que está entrando em banca neste sábado (15). Qual
seria, afinal, o motivo para se conferir tamanho destaque ao regime
prisional de um político condenado, quando há graves acontecimentos
na Venezuela e na Ucrânia, rebelião da bancada peemedebista,
mensalão tucano no STF, etc.?
Pelo andar da carruagem, logo estaremos lendo nas páginas amarelas
uma longa entrevista... do carcereiro do Dirceu! A revista deve
considerá-lo um dos homens mais importantes do Brasil...
A veja consegue ser tão atrabiliária quanto seu criador e hoje
desafeto, Mino Carta, cuja obsessão com o Caso Battisti transformou
a Carta Capital, durante bom tempo, num panfleto fingindo ser
revista.
As mesquinharias da forçação de barra de capa começam no título:
"Dirceu, na Papuda, tem até podólogo à disposição".
Saberão os editores desse lixo impresso o quanto a dor de uma unha encravada pode ser insuportável?
Uma das minhas passou a crescer em forma de gancho, voltada para
dentro, desde que uma marreta de marceneiro caiu no meu pé. Todas
as tentativas de corrigir a distorção deram em nada.
Mesmo tendo sofrido tudo que já sofri na vida, precisava de um
enorme esforço de vontade para permanecer imóvel enquanto a
podóloga tratava dessa unha depois de algum fragmento não removido
na visita anterior tê-la feito inflamar. [Mais tarde, indicaram-me
profissionais melhores, que não deixam o serviço pela metade...]
Era lancinante, uma dor tão intensa, p. ex., quanto a de cálculos
renais. Eu agarrava os braços da cadeira, cerrava os dentes e ia
contando os segundos que restavam, pois sabia que, se não a
limpasse direito, a volta seria pior ainda.
Não desejo mal a quase ninguém, mas os demagogos responsáveis
por essa reportagem são exceções: eles mereceriam ter unhas
encravadas.
As mais doloridas possíveis, e sem podólogas para os socorrerem.
http://www.brasil247.com/pt/247/artigos/133310/Os-editores-da-
Veja-mereceriam-ter-unhas-encravadas-Das-piores.htm
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