247 – Preso em regime fechado há quatro meses na Papuda, embora
tenha sido condenado ao semiaberto e recentemente inocentado da
acusação de formação de quadrilha, o ex-ministro José Dirceu vem
tendo direitos elementares subtraídos pelo Poder Judiciário.
Até agora, de todos os condenados da Ação Penal 470, apenas ele não
teve seu pedido de trabalho externo avaliado pela Vara de Execuções
Penais do Distrito Federal. A análise do pedido vem sendo protelada
pelo juiz Bruno Ribeiro, colocado no comando da execução penal por
influência direta de Joaquim Barbosa, presidente do Supremo Tribunal
Federal.
Embora o Ministério Público tenha recomendado a aceitação do pedido
de trabalho, ele não foi avaliado em razão de uma suspeita levantada
por uma matéria de jornal – a de que Dirceu teria usado um celular na
prisão – que já foi desmentida por uma sindicância interna.
Como não há mais argumentos para mantê-lo preso, eis que surge um
novo empurrão da imprensa. E que vem justamente da Marginal
Pinheiros, sede da Editora Abril, onde se edita a revista Veja.
A capa desta semana traz uma reportagem sobre a vida de Dirceu na
cadeia. E a chamada já colocada no Facebook, que será também
espalhada em outdoors, diz: “Políticos com privilégios. Mas, desta vez,
na cadeia”.
Ou seja: Veja reforça, novamente, sua campanha para que Dirceu seja
mantido atrás das grades – mesmo que isso contrarie o que foi decidido
pela maioria dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal.
No Brasil de hoje, como notícias impressas são o bastante para subtrair direitos, provavelmente Dirceu será mantido por mais tempo preso –
neste domingo, ele completará 68 anos atrás das grades.
Há rumores em Brasília dando conta de que a Vara de Execuções Penais
do Distrito Federal também planeja transferi-lo para um presídio de
segurança máxima.
http://www.brasil247.com/+rg9fl
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Os comentários são bem-vindos, desde que não contenham expressões ofensivas ou chulas, nem atentem contra as leis vigentes no Brasil sobre a honra e imagem de pessoas e instituições.