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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

ATAQUE À PETROBRÁS É GUERRA ESPECULATIVA

O mercado não destruirá a Petrobrás

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

POR TRÁS DO "PETROLÃO" ESTÁ A GANA PELO PRÉ-SAL

Por que a Mídia esconde o Trensalão e explora Petrobrás? Qual o interesse deles?

É o Pré Sal, gente! É o Pré Sal! Será que as pessoas ainda não se deram conta de que o massacre midiático que está acontecendo com a Petrobras tem a ver com o Pré Sal? Vimos hoje o Editorial do Globo falando sobre isso. Defendendo que o modelo de partilha seja substituído pelo das concessões e que multinacionais como Chevron, Shell e outras se apossem de nossas riquezas.
E vocês acham que nessas multinacionais não tem corrupção? Me deem uma pausa para rir… Você acham mesmo que só em empresas estatais tem corrupção? Mais uma pausa para rir… Se acham isso são muito ingênuos, para não dizer, tolos.
Sabemos que a corrupção existe e tem que ser punida e combatida, desde a ditadura empresarial-militar ela grassa nas instituições públicas e privadas brasileiras e estamos no exato momento colocando um fim na impunidade que acontece desde então. Nada mais será como antes e sabe por que?
Desde que o PT chegou ao poder os controles começaram a ser feitos. Não existia nada antes. Tudo era informal demais e bom para quem gosta de propina. No Governo Dilma esses controles foram aperfeiçoados e muita gente começou a ficar mais incomodada, pois o cerco estava se fechando para eles.
É aí que a Mídia, sempre ela, entra para poder ajudar os sonegadores, corruptos e corruptores. São todos seus sócios. A velha imprensa colonialista não quer mudanças. Sempre viveu das benesses dos empresários e de vários políticos. Ganha dinheiro fazendo intrigas e maledicências contra os adversários de seus amigos. Protege os partidos de direita e todos seus aliados: PSDB, PP, DEM e até mesmo o PMDB. Os escândalos, e são muitos os escândalos de corrupção que envolvem o PSDB são omitidos. Eles querem que você acredite que a corrupção começou com o PT e que o PT é que é corrupto. Querem tirar o PT do poder não somente porque o PT mudou as prioridades que antes eram dos ricos para dar oportunidades para todos. Querem tirar o PT do poder porque o PT está combatendo a corrupção e a sonegação como nunca se combateu nesse país.  E eles estão no meio disso tudo.
Dilma precisa agir e se comunicar com o povo brasileiro. O povo quer mudanças e irá apoia-la contra esses abutres. Mas, não pode demorar muito a fazer isso. Em comunicação todo cuidado é pouco e a agilidade em dar respostas positivas é de suma importância.
Vejam o artigo de Claudio Ribeiro no site Palavras Diversas:
Essa é a imagem símbolo do massacre midiático que sofre a presidenta Dilma.
Imagem símbolo do massacre midiático que sofre a presidenta Dilma
O cerco midiático a que o governo é exposto é, sem qualquer dúvida, o maior movimento orquestrado desde 1964 contra um governante, democraticamente eleito.
O que jornais, televisão e portais poderosos da internet fazem nos dias de hoje é similar ao que João Goulart sofreu durante todo o seu mandato.
Com fatos dissonantes: durante o mandato do presidente trabalhista, haviam jornais que o apoiavam em meio aos seus poderosos oposicionistas midiáticos, pelo lado político o mundo vivia um período tenso da guerra fria.
Posto isso e com mais outras questões de fundo político-partidário que estão colocadas na agenda do dia e apresentam os mesmos personagens desde 1994, é o que pode explicar o comichão das redações da grande imprensa em tudo aquilo que envolva e possa turvar os nomes PT, Lula e Dilma junto a opinião pública.
E que serve, também, para dissolver qualquer impulso jornalístico investigativo contra os malfeitos tucanos e seus associados, políticos e privados.
É o que demonstra, com uma clareza cintilante, porquê é São Paulo o epicentro das minguadas e acéfalas manifestações pró-intervenção militar e impeachment de uma presidente recém eleita. Lideranças importadas de outros estados e de outros palcos, disfarçam os verdadeiros promotores da arruaça contra a democracia: o grão tucanato e a mídia hegemônica.
As distorções editoriais que forçam a barra para multiplicar os números dos participantes de protestos contra Dilma e que, no mesmo esforço para adulterar a realidade vigente, escondem os escândalos de desvios de verbas das obras nos trens e metrôs de São Paulo e da grave crise de racionamento de água, provam o partidarismo selvagem que contamina o jornalismo brasileiro.
Aos amigos toda a proteção midiática e tutela política.
Aos inimigos toda a fúria editorial, embalada em textos deformados, muito bem costurados em retalhos partidários exacerbados.
Dilma enfrenta, em parte pela incapacidade política de seu governo de se comunicar e enfrentar seus agressores de forma eficaz, um noticiário histérico e corrompido na origem dos fatos.
Apesar de todo bombardeio a presidenta mantém 42% de avaliação ótima ou boa, segundo o último levantamento do Datafolha.
Mas apanhar calado, não responder com ênfase e não mobilizar suas bases sociais em defesa do projeto trabalhista em vigor, pode não ser suficiente para resistir, a longo prazo, a odiosa e ininterrupta blitz oposicionista que pretende demolir o virtuoso legado político-social construído por Lula, desde a chegada do PT ao poder central em 2003.
http://www.ligiadeslandes.com.br/14/12/2014/por-que-a-midia-esconde-o-trensalao-e-explora-petrobras-qual-o-interesse-deles/

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

MÍDIA ESCONDE PETROLEIRO QUE SERIA ORGULHO NO MUNDO TODO

O navio “clandestino” de uma mídia que não ama o Brasil

19 de setembro de 2014 | 18:20 Autor: Fernando Brito
ilhabela
Segunda-feira à tardinha, o ilustre cidadão e a esclarecida cidadã que cruzaram a ponte Rio-Niterói “deram por falta” de um imenso navio azul, coberto de torres, que se encontrava à direita de quem sai da ponte, logo após a Base Naval de Mocanguê.
Não que fosse um navio digno de se notar: afinal, tem apenas 345 metros de comprimento e 58 de largura, o que resulta numa área de três campos de futebol “padrão Fifa”. Nem que, por “baixinho”, pudesse escapar à visão de quem passava: afinal, tem 30, 3 metros de altura máxima, o que chega perto da metade do imenso vão central da ponte.
Pois acredite o amigo leitor que este navio, cujos complicadíssimos módulos de convés, que filtram, separam, processam e deixa prontos para irem para os tanques de armazenamento nada menos que 150 mil barris de petróleo por dia e 6 milhões de metros cúbicos de gás natural, partiu “incógnito”, quase às escondidas, para o campo de Sapinhoá Norte.
Lá, ele vai tirar este mundo de petróleo do pré-sal da Bacia de Campos.
Porque Sapinhoá, que opera hoje com apenas três poços  ligados à plataforma Cidade de São Paulo, reúne os maiores poços em produção já registrados no Brasil, com médias que superaram 42 mil barris por dia. E lá há poços que esperam apenas por um navio-plataforma para produzir.
O Cidade de Ilhabela saiu quietinho, tendo como companhia apenas a bruma da tarde, porque este país não dá valor ao àquilo que constrói pode fazer independente.
Em outras terras, o gigante sairia escoltado por rebocadores e seus apitos, batizado por jatos d´água merecidos por um herói que, durante 20 anos, vai dar ao Brasil, todos os dias, perto de US$ 15 milhões.
Isso mesmo, todos os dias, com o petróleo nos preços de hoje e sem contar o gás.
Mas que horror!
Não se pode deixar que notícias assim se espalhem. É uma mau exemplo.
Independência é só aquele quadro dos cavalos à beira do riacho e de um homem de bigodes e espada na mão.
É preciso silêncio total na mídia.
E a Petrobras, devassada e detratada todos os dias na imprensa, “republicanamente” apanha quieta.
Senão, é capaz de dizerem que o navio sumiu porque o Paulo Roberto Costa deu sumiço nele. Guardou na garagem de casa, quem sabe?
http://tijolaco.com.br/blog/?p=21345

terça-feira, 2 de setembro de 2014

DILMA PROVA QUE MARINA NÃO SABE DO QUE FALA

ROVAI: DILMA MOSTROU INCOERÊNCIAS DA MARINA DO ITAÚ

Debate Uol e SBT: Dilma surpreende, Marina se enrola e Aécio vira nanico


Por Renato Rovaisetembro 1, 2014 20:07

Dilma foi a sorteada para ser a primeira a fazer as perguntas nos dois blocos entre candidatos. Em ambos, escolheu Marina Silva. A estratégia de Dilma foi a de explorar as contradições e inconsistências da candidata do PSB e do seu programa de governo. Na primeira pergunta, Dilma levantou uma série de propostas de Marina e apresentou o quanto isso custaria, perguntando de onde ela tiraria o dinheiro já que não pretende continuar o Pré-Sal. Marina se atrapalhou na resposta e disse que cortaria os gastos públicos para poder fazer o que promete. Mas não explicou como seriam esses cortes e nem onde seriam realizados.
Na segunda oportunidade que pôde fazer pergunta, Dilma também foi de Marina. E foi direto ao ponto do Pré-Sal. Disse que das 242 páginas do seu programa, Marina havia dedicado apenas uma linha a essa questão. Marina de novo não deu uma resposta direta. Tergiversou como pôde, mas depois disse que irá continuar a exploração, mas também olhando para o futuro e para outras fontes energéticas. Dilma lhe disse que aquilo que ela menosprezava valia 1 trilhão de reais. E Marina de novo não foi direta na resposta.
Aécio ficou boa parte do tempo olhando as duas debaterem. E também observando Eduardo Jorge e Levy Fidelix, cada um ao seu jeito, darem seus shows. Quando tinha a palavra, Aécio tocava de lado e de forma burocrática. Como se já houvesse desistido da candidatura e cumprisse apenas um papel ao qual não podia mais recusar.
Mesmo quando teve a chance de confrontar Dilma Roussef, saiu-se mal. Tomou duas coelhadas da candidata do PT, que partiu para cima no seu jeito Mônica de ser.  Dilma disse que Aécio devia ter memória fraca por não se lembrar dos investimentos do governo federal em Minas Gerais.
Outro momento interessante foi quando Luciana Genro perguntou a Marina se ela era a segunda via do PSDB. Marina quando confrontada faz caretas e começa a resposta irritada. Não foi diferente dessa vez. Ao invés de ser direta e dizer que não, voltou no tempo e começou a elogiar os governos anteriores, tentando dizer que não era radical como a candidata do PSOL, algo absolutamente desnecessário. Na réplica, Luciana deu lhe um truco. A psolista afirmou que não dava para conciliar o tempo todo e que Marina não iria governar para o povo, porque fazia acordo com banqueiros, usineiros e se submetia às pressões do Malafaia. E aí, Marina mordeu a isca e voltou a culpar o revisor pelo volta atrás nas questões LGBT.
Marina não foi bem neste debate. Teve um desempenho bem inferior ao anterior. Inclusive porque seus adversários começaram não só a explorar suas contradições, como também a chamar a atenção para o fato de que ela não responde nada de forma objetiva. Entenderam que o jeito Marina de discursar pode ser bom para um debate ou dois. Mas que se bem explorado pode se tornar uma arma contra a candidata.
Por outro lado, Dilma saiu um pouco da camisa de força do marketing e foi mais Dilma. Isso fez com que melhorasse sua performance. E mesmo dando suas costumeiras gaguejadas, teve o melhor desempenho entre os três principais candidatos. Até porque, Aécio virou um engravatadinho sem graça no meio da disputa franca das candidatas mulheres.
Aliás, não se pode negar isso nem a Marina nem a Dilma. Ambas não estão fugindo do confronto direto. E isso tem deixado os debates dessa eleição presidencial muito mais interessantes.

http://www.revistaforum.com.br/blogdorovai/2014/09/01/debate-uol-e-sbt-dilma-surpreende-marina-se-enrola-e-aecio-vira-nanico/

terça-feira, 29 de abril de 2014

CPI DOS TUCANOS VAI INVESTIGAR OS TUCANOS NA PETROBRÁS?

TIJOLAÇO JOGA A BOMBA !
FHC É O PAI DA CLÁUSULA MARLIN

Todos os homens do FHC foram trabalhar na Globo Overseas ! É tudo a mesma sopa, Mino !

O Fernando Brito, como sempre, desmonta a hipocrisia tucana.

Não fica bico sobre bico !

Nem Folha sobre Folha !

(Não deixe de ler “Como FHC destruiu, vendeu a Petrobrax”, onde o Ricardo Melo pergunta: e o 
Cláudio Haddad, o cérebro local de Chicago, vai ser chamado para depor na CPI ?)

CLÁUSULA MARLIM: A PARTILHA DA PETROBRAS NO GOVERNO FHC. 

E A GLOBO ESTAVA LÁ…




Todo mundo já ouviu falar da tal “Cláusula Marlim”, sobre a qual se diz o diabo nestas 
denúncias sobre a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras.

Mas porque ela tem este nome?

Um artigo do engenheiro Pedro Celestino Pereira, no site do Clube de Engenharia, dá pistas para 
entender a razão e, procurando um pouquinho, contar uma história escabrosa.

A de como pelo menos 30% do petróleo do maior campo de petróleo do Brasil até meados 
da década passada – uma espécie de Libra do pós-sal – foi colocado á disposição de um 
grupo de empresários por um acordo, sem leilão ou outra modalidade de licitação, com lucro 
garantido e apropriação do valor do óleo diretamente na sua comercialização, em caso 
de não pagamento destes ganhos.

Pelo menos 30% na maior parte do tempo,  porque havia a previsão de em 2002, a Marlim ter 
o direito de abocanhar até 70% de todo o petróleo de Marlim.

E era muito petróleo…



Não são alguns pocinhos mixurucas, mas a maior reserva de petróleo do Brasil àquela 
época, representando quase a metade de toda a produção da bacia de Campos.

Como você lê no recorte antigo do Estadão, 410 mil barris de petróleo por dia,  que chegaram a 
500 mil no auge de sua produção, e que hoje, 14 anos depois, ainda produz 200 mil barris 
diários, o terceiro maior campo do Brasil.

A obra foi resultado da ação de dois presidentes da Petrobras do período FHC – Joel Mendes 
Rennó e Henri Philippe Reichstul e de um diretor financeiro da estatal, o senhor Ronnie Vaz 
Moreira.

Sob a coordenação do ABN Amro Bank – dirigido por Fábio Barbosa, depois membro do 
Conselho Administrativo da própria Petrobras e agora CEO do Grupo Abril – um grupo de 
investidores reuniu-se para formar a Companhia Petrolífera Marlim e, a seguir, a 
Marlim Participações, um truque para permitir que o governo empurrasse para lá dois 
fundos de pensão, os da Petrobras (Petros) e da Vale (Valia), que a legislação impedia de 
participarem diretamente.

O objetivo era financiar a complementação do projeto de exploração do campo, onde a 
Petrobras já tinha gasto US$ 3,5 bilhões, de um total de US$ 5 bilhões previstos.

Entre os acionistas, além do ABN Amro, estavam a Sul América, o Bradesco e o JP Morgan e, 
claro, o BNDES, que desempenhou um papel muito importante: o de permitir que 
nenhum deles tirasse sequer um tostão do bolso, oferecendo um empréstimo para a 
integralização dos primeiros 200 milhões de dólares, a ser pago com os lucros da Marlim.

O resto foi obtido no mercado, com o lançamento de notas promissórias de médio prazo (Medium 
Term Notes) lançadas pela Marlim no exterior e por debêntures recompráveis e com 
cláusulas de garantia de lucros.

As debêntures foram compradas por grandes empresas, muitas delas beneficiárias da 
privatização: Vicunha Siderurgia (Benjamin Steinbruch – CSN), Machadinho Energia (associação 
entre a Alcoa e a Votorantim), CPFL (Votorantim, Bradesco e Camargo Corrêa), Telemar, 
Finasa (família Bueno Vidigal, à época) e… Globocabo…

A Globocabo, como se sabe, era a NET, que a Globo acabou vendendo para Carlos Slim, o 
dono da Claro…

Todo o negócio, que era uma forma de encobrir um endividamento da Petrobras, foi resgatado ao 
longo de dez anos e se constituiu uma espécie de “partilha” informal do petróleo de Marlim, do 
qual a Petrobras era concessionária integral e operadora.

Só que, ao contrário da partilha hoje vigente, não foi um processo público de disputa e não havia 
risco algum para os investidores, porque o petróleo estava penhorado em garantia dos pagamentos.

Por isso o nome Marlim passou a representar rentabilidade garantida.

O negócio era tão bom que seus dois principais operadores na Petrobras, Reichstul e Ronnie 
Vaz, saíram de lá, em 2002, direto para serem os chefes da Globopar, dedicados à tarefa de 
captar recursos para evitar a iminente falência da empresa dos Marinho, atolada em 
dívidas monstruosas.

Reichstul foi expelido alguns meses depois, mas Ronnie Vaz ficou como presidente da 
Globopar, até ser convocado por Aécio Neves para a direção financeira da Light, quando 
esta foi comprada pela Cemig. Agora, trabalha para a alemã EON, cuidando de salvar do 
desastre a Eneva, novo nome da MPX de Eike Batista.

Agora que vai mesmo ter a CPI da Petrobras, é um tema bem adequado a ela, para 
estabelecer a origem da tal “Cláusula Marlim” de que tanto falam.

Será que, depois disso, o PSDB tem alguma pergunta a fazer sobre esta cláusula que, 
frise-se, não valeu na compra de Pasadena?

Afinal, o objetivo é investigar o que se fez na Petrobras, não é?

Então que se investigue os pais da “Marlim”.
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/04/28/tijolaco-joga-a-bomba-fhc-e-o-pai-da-
clausula-marlin/

quarta-feira, 23 de abril de 2014

PETROBRÁS AJUDA A RECUPERAR TODO O SETOR INDUSTRIAL EM CRISE

Um instigante artigo do jornalista Saul  Leblon, do sítio Carta Maior, levanta aspectos importantes da atual discussão sobre a Petrobrás, como as razões dos liberais e conservadores em enfraquecer a empresa e o papel que ela tem a cumprir na recuperação da indústria nacional como um todo. Reproduzo aqui dois trechos significativos do texto, recomendando a leitura da íntegra, no link que vem ao final deste post.


O jogo pesado: tirar a Petrobras de campo

por: Saul Leblon 

"O peso de um gigante estatal na economia atrapalha a ‘ordem natural das coisas’ inerente à dinâmica dos livres mercados, desabafa a lógica conservadora.

A verdade é que se fosse depender da ‘ordem natural das coisas’ o Brasil seria até hoje um enorme cafezal, sem problemas de congestionamento ou superlotação nos aeroportos, para felicidade de nove entre dez colunistas isentos.

Toda a industrialização pesada brasileira, por exemplo  –que distingue o país como uma das poucas economias em desenvolvimento dotada de capacidade de se auto-abastecer de máquinas e equipamentos— não teria sido feita.

Ela representou uma típica descontinuidade na ‘ordem natural das coisas’.

A escala e a centralização de capital necessárias a esse salto estrutural da economia não se condensam espontaneamente em um país pobre.

"Num  mercado mundial já dominado por grandes corporações monopolistas nessa área e em outras, esse passo, ou melhor, essa ruptura, seria inconcebível sem forte intervenção estatal no processo.

Do mesmo modo, sem um banco de desenvolvimento como o BNDES, demonizado pelo conservadorismo, a indústria e a economia como um todo ficariam comprometidos pela ausência de um sistema financeiro de longo prazo, compatível com projetos de maior fôlego.

Do ponto de vista conservador, o financiamento indutor do Estado, a exemplo do protecionismo tarifário à indústria nascente  –implícito nas exigências de conteúdo nacional no pré-sal--  apenas semeiam distorções de preços e ineficiência no conjunto da economia.

É melhor baixar as tarifas drasticamente; deixar aos mercados a decisão sobre  quem subsistirá e quem perecerá para ceder  lugar às importações.

O corolário dessa visão foi o ciclo de governos do PSDB,  quando se privatizou, desregulou e se reduziu barreiras à entrada e saída de capitais.

A Petrobrás resistiu."

(...)

"A paralisia  atual da industrialização brasileira  é um problema real que afeta todo o tecido econômico.

Asfixiada durante três décadas pelo câmbio valorizado e pela concorrência chinesa, a indústria brasileira de transformação perdeu elos importante, em diferentes cadeias de fornecimento de insumos e implementos.

A atrofia é progressiva.

O PIB cresceu em média 2,8% entre 1980 e 2010; a indústria da transformação cresceu apenas 1,6%, em média. Sua fatia nas exportações recuou de 53%, entre 2001-2005, para 47%, entre 2006-2010 .

O mais preocupante é o recheio disso.

Linhas e fábricas inteiras foram fechadas. Clientes passaram a se abastecer no exterior. Fornecedores se transformaram em importadores.

Empregos industriais foram eliminados; o padrão salarial do país foi afetado, para pior.

É possível interromper essa sangria, com juros subsidiados, incentivos, desonerações, protecionismo e ajuste do câmbio, como está sendo feito pelo governo.

Mas é muito difícil reverter buracos consolidados.

O dinamismo que se perdeu teria que ser substituído por um gigantesco esforço de inovação e redesenho fabril, a um custo que um país em desenvolvimento dificilmente poderia arcar.

Exceto se tivesse em seu horizonte a exploração centralizada e soberana, e o refino correspondente, das maiores jazidas de petróleo descobertas no século 21.

Esse trunfo avaliza a possibilidade de se colocar a  reindustrialização  como uma resposta política  do Estado brasileiro à crise mundial.

Nada disso  pode ser feito sem a  Petrobrás.

Tirá-la do campo em que se decide o futuro do Brasil: esse é o jogo pesado que está em curso no país."