terça-feira, 29 de abril de 2014

CPI DOS TUCANOS VAI INVESTIGAR OS TUCANOS NA PETROBRÁS?

TIJOLAÇO JOGA A BOMBA !
FHC É O PAI DA CLÁUSULA MARLIN

Todos os homens do FHC foram trabalhar na Globo Overseas ! É tudo a mesma sopa, Mino !

O Fernando Brito, como sempre, desmonta a hipocrisia tucana.

Não fica bico sobre bico !

Nem Folha sobre Folha !

(Não deixe de ler “Como FHC destruiu, vendeu a Petrobrax”, onde o Ricardo Melo pergunta: e o 
Cláudio Haddad, o cérebro local de Chicago, vai ser chamado para depor na CPI ?)

CLÁUSULA MARLIM: A PARTILHA DA PETROBRAS NO GOVERNO FHC. 

E A GLOBO ESTAVA LÁ…




Todo mundo já ouviu falar da tal “Cláusula Marlim”, sobre a qual se diz o diabo nestas 
denúncias sobre a compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras.

Mas porque ela tem este nome?

Um artigo do engenheiro Pedro Celestino Pereira, no site do Clube de Engenharia, dá pistas para 
entender a razão e, procurando um pouquinho, contar uma história escabrosa.

A de como pelo menos 30% do petróleo do maior campo de petróleo do Brasil até meados 
da década passada – uma espécie de Libra do pós-sal – foi colocado á disposição de um 
grupo de empresários por um acordo, sem leilão ou outra modalidade de licitação, com lucro 
garantido e apropriação do valor do óleo diretamente na sua comercialização, em caso 
de não pagamento destes ganhos.

Pelo menos 30% na maior parte do tempo,  porque havia a previsão de em 2002, a Marlim ter 
o direito de abocanhar até 70% de todo o petróleo de Marlim.

E era muito petróleo…



Não são alguns pocinhos mixurucas, mas a maior reserva de petróleo do Brasil àquela 
época, representando quase a metade de toda a produção da bacia de Campos.

Como você lê no recorte antigo do Estadão, 410 mil barris de petróleo por dia,  que chegaram a 
500 mil no auge de sua produção, e que hoje, 14 anos depois, ainda produz 200 mil barris 
diários, o terceiro maior campo do Brasil.

A obra foi resultado da ação de dois presidentes da Petrobras do período FHC – Joel Mendes 
Rennó e Henri Philippe Reichstul e de um diretor financeiro da estatal, o senhor Ronnie Vaz 
Moreira.

Sob a coordenação do ABN Amro Bank – dirigido por Fábio Barbosa, depois membro do 
Conselho Administrativo da própria Petrobras e agora CEO do Grupo Abril – um grupo de 
investidores reuniu-se para formar a Companhia Petrolífera Marlim e, a seguir, a 
Marlim Participações, um truque para permitir que o governo empurrasse para lá dois 
fundos de pensão, os da Petrobras (Petros) e da Vale (Valia), que a legislação impedia de 
participarem diretamente.

O objetivo era financiar a complementação do projeto de exploração do campo, onde a 
Petrobras já tinha gasto US$ 3,5 bilhões, de um total de US$ 5 bilhões previstos.

Entre os acionistas, além do ABN Amro, estavam a Sul América, o Bradesco e o JP Morgan e, 
claro, o BNDES, que desempenhou um papel muito importante: o de permitir que 
nenhum deles tirasse sequer um tostão do bolso, oferecendo um empréstimo para a 
integralização dos primeiros 200 milhões de dólares, a ser pago com os lucros da Marlim.

O resto foi obtido no mercado, com o lançamento de notas promissórias de médio prazo (Medium 
Term Notes) lançadas pela Marlim no exterior e por debêntures recompráveis e com 
cláusulas de garantia de lucros.

As debêntures foram compradas por grandes empresas, muitas delas beneficiárias da 
privatização: Vicunha Siderurgia (Benjamin Steinbruch – CSN), Machadinho Energia (associação 
entre a Alcoa e a Votorantim), CPFL (Votorantim, Bradesco e Camargo Corrêa), Telemar, 
Finasa (família Bueno Vidigal, à época) e… Globocabo…

A Globocabo, como se sabe, era a NET, que a Globo acabou vendendo para Carlos Slim, o 
dono da Claro…

Todo o negócio, que era uma forma de encobrir um endividamento da Petrobras, foi resgatado ao 
longo de dez anos e se constituiu uma espécie de “partilha” informal do petróleo de Marlim, do 
qual a Petrobras era concessionária integral e operadora.

Só que, ao contrário da partilha hoje vigente, não foi um processo público de disputa e não havia 
risco algum para os investidores, porque o petróleo estava penhorado em garantia dos pagamentos.

Por isso o nome Marlim passou a representar rentabilidade garantida.

O negócio era tão bom que seus dois principais operadores na Petrobras, Reichstul e Ronnie 
Vaz, saíram de lá, em 2002, direto para serem os chefes da Globopar, dedicados à tarefa de 
captar recursos para evitar a iminente falência da empresa dos Marinho, atolada em 
dívidas monstruosas.

Reichstul foi expelido alguns meses depois, mas Ronnie Vaz ficou como presidente da 
Globopar, até ser convocado por Aécio Neves para a direção financeira da Light, quando 
esta foi comprada pela Cemig. Agora, trabalha para a alemã EON, cuidando de salvar do 
desastre a Eneva, novo nome da MPX de Eike Batista.

Agora que vai mesmo ter a CPI da Petrobras, é um tema bem adequado a ela, para 
estabelecer a origem da tal “Cláusula Marlim” de que tanto falam.

Será que, depois disso, o PSDB tem alguma pergunta a fazer sobre esta cláusula que, 
frise-se, não valeu na compra de Pasadena?

Afinal, o objetivo é investigar o que se fez na Petrobras, não é?

Então que se investigue os pais da “Marlim”.
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/04/28/tijolaco-joga-a-bomba-fhc-e-o-pai-da-
clausula-marlin/

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