quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

EM BELÉM, NATAL DECORADO COM GRANADAS DOS EUA USADAS PARA MATAR PALESTINOS

Em protesto, palestino decora árvore com granadas dos EUA


Um homem foi detido em Belém, na Cisjordânia, nesta quinta-feira (5), por ajudar na “decoração” de uma árvore com granadas de gás lacrimogênio e de efeito moral e munições de fabricação estadunidense, anteriormente usadas pelas forças israelenses contra manifestantes palestinos. De acordo com a agência de notícias Ma’an, Mustafa al-Arraj disse que as autoridades palestinas detiveram-lhe sob a acusação de “vandalismo com o objetivo de destruir o Natal”.


Maan
Belém Natal com granadas dos EUA
Em Belém, na Cisjordânia, ativistas decoram uma árvore com granadas de gás lacrimogênio e efeito moral de fabricação estadunidense. Nos cartazes, "agradecimentos" ao Complexo Militar-Industrial pelo fornecimento de armamentos a Israel.
Al-Arraj disse que as autoridades pensaram que seu objetivo era de “destruir a temporada do Natal”. Durante a ação, na segunda-feira (2), os ativistas decoraram a árvore da Praça Manger com armas de produção norte-americana e sinais de “agradecimento” aos EUA pelo fornecimento de recursos usados para ataques contra os manifestantes palestinos.

Desde o início oficial da temporada natalícia, nesta semana, a municipalidade de Belém está colocando sinais na praça sobre a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid) e sobre o governo estadunidense, que repassou milhares de dólares à gestão para a compra de decorações de Natal, de acordo com a Ma’an.

Os ativistas afirmaram que seu protesto é contra a Usaid e ressaltaram que a agência representa o mesmo governo que financia a ocupação israelense e ataca os manifestantes palestinos.

O porta-voz da polícia de Belém negou que o ativista tenha sido preso pela tentativa de “destruir o Natal” e ressaltou que o protesto chamou a atenção das autoridades porque envolveu “pendurar granadas em árvores”, já que “temiam que elas poderiam ferir pessoas”.

“Esta é uma cidade turística, e não uma para granadas”, enfatizou. Al-Arraj respondeu, porém, que o propósito da ação era justamente “ajudar as pessoas da Área A a lembrarem-se que a ocupação existe”. 

O ativista refere-se à porção que corresponde a menos de 20% da Cisjordânia e que, segundo os Acordos de Oslo, ficaram sob a administração civil palestina, enquanto a Área C é administrada civil e militarmente pelos israelenses, uma situação que deveria ter sido temporária.

“Tantos estrangeiros vêm para cá, e isso parece tão bom e festivo, enquanto as pessoas estão recebendo tiros a 20 minutos de distância, no [campo de refugiados de] Aida”, disse o ativista, em referência a uma região que registra confrontos quase diários entre palestinos e forças israelenses, próxima a Belém.

“Não vamos apenas pegar dinheiro dos EUA, agradecer e nos calar”


Al-Arraj diz suspeitar que alguém ficou insatisfeito com o protesto e quis garantir que não houvesse críticas públicas à Usaid durante a temporada do Natal. 

“Sim, a Usaid dá dinheiro para coisas boas, como hospitais e escolas. Mas este é o festival mais importante de Belém”, disse ele, ressaltando que as cerimônias eram antigamente realizadas por companhias palestinas.

http://www.vermelho.org.br/noticia.php?id_noticia=230908&id_secao=9

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