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sábado, 26 de setembro de 2015

GILMAR MENDES NÃO SABE O QUE É BOLIVARIANO, E PROCESSA QUEM SABE

Gilmar Mendes processa líder do MTST

Da revista Fórum:

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes decidiu processar por danos morais o coordenador nacional do MTST, Guilherme Boulos, por artigo que escreveu na Folha de S. Paulo criticando a atução do magistrado. Conforme informações do próprio jornal, Mendes pede indenização de R$ 100 mil e a ação corre na Justiça do Distrito Federal.

No texto, intitulado “Gilmar Mendes e o Bolivarianismo” e publicado em 13 de novembro de 2014, Boulos comenta uma declaração de Mendes, dada no início daquele mês, alertando para o risco de que o STF “se converta numa corte bolivariana” com a possibilidade de “governos do PT terem nomeado dez de seus onze membros a partir de 2016″. 

O líder do MTST escreveu que o ministro é um “bravateiro de notória ousadia” e relembrou algumas de suas decisões que, segundo a Folha, “favoreceram o ex-governador do Distrito Federal José Roberto Arruda e o ex-senador de Goiás Demóstenes Torres – ambos do DEM e abatidos em escândalos de corrupção – e o banqueiro Daniel Dantas, preso pela PF e libertado por ordem de Mendes”.

“Essa ação revela a dificuldade do ministro de lidar com críticas exercidas dentro do direito da liberdade de expressão. Ninguém está acima de crítica em uma democracia”, afirmou Boulos ao jornal.

Abaixo, leia a íntegra da coluna que motivou o processo:

*****

Gilmar Mendes e o Bolivarianismo

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Gilmar Mendes, saiu “às falas” mais uma vez. Na semana passada, o ministro deu uma entrevista à Folha alardeando o risco de “bolivarianismo” no Judiciário brasileiro.

Afinado, como sempre, com o PSDB e ecoando as vergonhosas marchas de Jair Bolsonaro (PP) e companhia, apontou a iminente construção de um projeto ditatorial do PT, que passaria pela cooptação das cortes superiores. Não poderia deixar de recorrer ao jargão da moda.

Gilmar Mendes, todos sabem, é um bravateiro de notória ousadia. Certa vez, chamou o presidente Lula “às falas” por conta de um suposto grampo em seu gabinete, cujo áudio até hoje não apareceu. Lula cedeu e demitiu o diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência).

Mais recentemente, o ministro comparou o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) a um “tribunal nazista” por ter barrado a candidatura de José Roberto Arruda (PR) ao governo do Distrito Federal. O único voto contrário foi o dele.

O próprio Arruda afirmou que FHC –que indicou Mendes ao STF– trabalhou em favor de sua absolvição. Para quem não se recorda, Arruda saiu do palácio do governo direto para a prisão após ser filmado recebendo propina.

Quem vê o ministro Gilmar Mendes em suas afirmações taxativas e bradando contra o “bolivarianismo” pensa estar diante do guardião da República. Parece ser o arauto da moralidade, magistrado impermeável a influências de ordem política ou econômica e defensor da autonomia dos poderes.

Mas na prática a teoria é outra. Reportagem da revista “Carta Capital”, em 2008, mostrou condutas nada republicanas de Mendes em sua cidade natal, Diamantino (MT), onde sua família é proprietária de terras e seu irmão foi prefeito duas vezes.

Lobbies, favorecimentos e outras suspeitas mais. Mendes, que questionou o PT por entrar com ação contra a revista “Veja”, processou a revista “Carta Capital” por danos morais.

Já o livro “Operação Banqueiro”, de Rubens Valente, mostra as relações de Mendes com advogados de Daniel Dantas, que após ser preso pela Polícia Federal na Operação Satiagraha, foi solto duas vezes pelo ministro em circunstâncias bastante curiosas. Na época, ele também acusou uma ditadura da PF, mostrando o que parece ser seu estratagema predileto.

Mais recentemente, seu nome foi envolvido na investigação da Operação Monte Carlo, sob a suspeita de ter pego carona no jatinho do bicheiro Carlinhos Cachoeira, na ilustre companhia do senador Demóstenes Torres, cassado depois por seu envolvimento no escândalo. Em julho deste ano, Mendes deu uma liminar que permitiu a Demóstenes voltar ao trabalho como procurador de Justiça.

São denúncias públicas, nenhuma delas inventada pelo bolivariano que aqui escreve. Assim como é público que o ministro mantém parada há 7 meses a ação da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) que propõe a inconstitucionalidade do financiamento empresarial de campanhas e que já obteve a maioria dos votos no Supremo, antes de seu pedido de vistas.

Ou seja, a trajetória de Gilmar Mendes está repleta de ligações políticas e partidárias, aquelas que ele acusa nos outros magistrados, os bolivarianos. Afinal, o que seria uma “corte bolivariana”? Se tomarmos os três países sul-americanos que assim são identificados –Venezuela, Bolívia e Equador– veremos que todos passaram por processos de reformas no Judiciário.

No caso da Bolívia, a reforma incluiu o voto popular direto para juízes, estabelecendo um controle social inédito sobre o Poder Judiciário. O mesmo controle que já existe sobre o Executivo e o Legislativo.

Por que o Judiciário fica de fora? Por que não presta contas para a sociedade? Não, aí é bolivarianismo!

Na Venezuela e no Equador o foco das reformas foi o combate das máfias de toga e dos privilégios de juízes. Privilégios do tipo do auxílio-moradia que os juízes brasileiros ganharam de presente do STF neste ano. Mais de R$ 4.000 por mês para cada juiz. A maioria deles tem casa própria, mas mesmo assim poderá receber o auxílio. Cada auxílio de um juiz poderia atender a oito famílias em situação de risco.

O Judiciário é o único poder da República que, no Brasil, não tem nenhum controle social. Regula a si próprio e estabelece seus próprios privilégios. Mas questionar isso, dizem, é questionar a democracia. É bolivarianismo.

Este tal bolivarianismo produziu reformas estruturais e populares por onde passou. Os indicadores mostram redução da desigualdade social, da pobreza, dos privilégios oligárquicos e avanços consideráveis nos direitos sociais. Basta ter olhos para ver e iniciativa para pesquisar. Os dados naturalmente são de organismos bolivarianos como a ONU e a Unesco.

Pena que nessas terras o bolivarianismo seja apenas um fantasma. Fantasma que a oposição usa para acuar o governo e o governo repele como se fosse praga. Afinal, Gilmar Mendes pode chamá-lo “às falas”.
http://altamiroborges.blogspot.com.br/2015/09/gilmar-mendes-processa-lider-do-mtst.html#more

sábado, 22 de agosto de 2015

O QUE EVO MORALES REALMENTE FALOU SOBRE DILMA E GOLPE

Morales respalda al gobierno de Dilma Rousseff


Posición. El Mandatario dijo que no se permitirán ‘golpes de Estado’
La Razón (Edición Impresa) / ABI / La Paz
01:53 / 22 de agosto de 2015
El presidente Evo Morales afirmó ayer que no se permitirán “golpes de Estado” en Brasil ni  tampoco en países de Latinoamérica. Aseguró además que desde su gobierno se defenderá la democracia. “No vamos a permitir golpes de Estado en Brasil ni en América Latina, vamos a defender las democracias”, manifestó en un acto en el que se conmemoró el 115 aniversario de la Escuela Militar de Sargentos, en la localidad de Tarata, Cochabamba.
Asimismo, dijo que el Gobierno boliviano y los movimientos sociales van a defender a Dilma (Rousseff), presidenta de Brasil, y al Partido de Trabajadores (PT).
Según medios de prensa, grupos de oposición de Brasil se manifestaron el domingo en nueve estados de ese país sudamericano contra el Gobierno constitucional de la presidenta Dilma Rousseff, denunciando actos de corrupción y en rechazo al manejo económico.
Además, autoridades legislativas pidieron un juicio político contra Rousseff, pese a no haber presentado evidencias en contra de la dignataria. El Jefe del Estado boliviano sostuvo que esa crisis ha sido generada mediáticamente, por lo que reiteró que se defenderá la democracia porque en la región “ya no estamos en tiempos de oligarquías y jerarquías”.
“Esperemos que solamente sea una cuestión mediática lo del golpe de Estado en Brasil, es nuestra obligación defender los procesos democráticos y la democracia, y especialmente los procesos de liberación sin injerencia externa”, señaló el Mandatario boliviano.

http://www.la-razon.com/nacional/Presidente-Morales-respalda-gobierno-Dilma_Rousseff_0_2330766917.html

sábado, 25 de julho de 2015

REFLEXÕES NO DIA DO ESCRITOR

Minha carteirinha da União Brasileira dos Escritores diz que sou um deles, mas considero-me muito mais um Jornalista que publica livros. Escritor, para mim, é aquele que cria ficção, poesia, liberando sua criatividade e compartilhando-a com a criatividade dos leitores. Meu talento, se é que o tenho, é mais o de relatar e analisar fatos e personagens reais. 
Como todos os jornalistas, guardo na cabeça e em anotações várias idéias para livros de ficção, mas ainda não me entreguei ao pesado trabalho de redigí-los porque isso necessidade um acúmulo de energia, a vontade precisa tornar-se incontrolável. Um livro é sempre um desafio, uma enorme dedicação, quando não se consegue pensar em outra coisa. E o leitor está sempre na mente de quem escreve, sendo seu maior juiz.
Meus quatro livros tratam de temas variados, mas todos poderiam ser classificados como Reportagens. O primeiro, em 2007, foi um exercício: cada capítulo tem o formato de uma carta a um amigo, tratando dos temas que mais lhe interessavam, depois de minha primeira visita de três meses à Holanda. Naturalmente, chama-se "Cartas da Holanda" e teve capa da minha mulher, a querida Marianne Lemmen. Fiz pequena tiragem e ele está esgotado.



Na Bienal do Livro de São Paulo 2008, lancei "A Bolívia de Evo Morales", que teve alguma repercussão. Foi motivo de uma página inteira na revista Caros Amigos", uma longa entrevista na revista "Sociologia", com belas fotos de um profissional paulistano, entrevista no programa "Record Internacional", da TV Record News, quando conheci o jornalista Rodrigo Vianna, que veio a tornar-se um grande amigo. Neste livro tive o prazer de receber uma "Apresentação do Autor" pelo grande jornalista Audálio Dantas e um prefácio do ex-ministro José Dirceu.


O terceiro livro foi "A Imprensa x Lula - golpe ou sangramento?", lançado na Bienal do Livro de 2012. Também foi bem recebido, e contém entrevistas exclusivas que fiz com o próprio Rodrigo Vianna, o colega Paulo Henrique Amorim, a deputada federal (e grande amiga há décadas)  Luiza Erundina, e o querido Eduardo Guimarães, presidente do Movimento dos Sem-Mídia. 
Esses dois livros eu vendi razoavelmente, e doei a muitas bibliotecas no Brasil e em vários países que visitei desde então. É bom saber que estão nas Universidades de Coimbra, Lisboa, Buenos Aires, La Paz, Berlim, Caracas, Havana, Delft, Haia, Amsterdã, Paris, entre muitas outras onde, quem sabe um dia, algum brasileiro ou conhecedor do idioma Português poderá consultá-los. 
Dizem que uma das razões pelas quais publicamos livros é para nos sentirmos menos finitos, para deixarmos algo material para nossos pósteros. Acho que isso é verdade, em certa medida. Assim como sou devedor de tantos escritores que já morreram, alguns há muitos séculos, lá no fundo tenho aquela tola vaidade de que meus livros poderão chegar à mãos de pessoas que virão muito depois que eu deixar esta vida. A começar, é claro, por meus filhos e netos, esses ainda muito pequenos.
Finalmente, acabo de publicar "O Brasil na 'era dos imbecis' - o discurso de ódio da Direita". Como os anteriores, trata de um tema extremamente atual, que espero torne-se superado o quanto antes. Desejo que esses grupos fascistas que pululam nos debates políticos das redes sociais amadureçam e aprendam a viver em Democracia, acatando suas regras. Hoje, no entanto, eles se articulam de forma irresponsável, eu diria criminosa, e podem causar danos graves às nossas Liberdades Democráticas, que nos incumbe a todos defender. Novamente tive a ajuda do Eduardo Guimarães que cedeu-me gentilmente um de seus brilhantes textos, e do jornalista Paulo Nogueira, do blog "Diário do Centro do Mundo", que teve igual gesto de colaboração. 
Estou na fase mais difícil para um jornalista/escritor", que é divulgar e tentar vender nosso trabalho. Este é o primeiro livro que publico também em versão eletrônica, tentando adaptar-me às modernas tecnologias do mercado do livro. Estou satisfeito até o momento, mas preciso intensificar a publicidade, já que o assunto é urgentemente atual. Para isso, continuo contando com o apoio de amigos reais e virtuais - que não têm me faltado.
O livro está disponível no Clube de Autores, por este link: https://www.clubedeautores.com.br/book/188020--O_Brasil_na_era_dos_imbecis#.VbN8fflVhBc

quinta-feira, 16 de julho de 2015

MESTRE BOSI EXPLICA PALAVRAS DO PAPA AO PHA E A TODOS NÓS

Bosi e o Papa:
a economia do lucro mata !

O Papa retoma os princípios básicos da Teologia da Libertação.
Para o professor Bosi, os movimentos sociais oxigenam a Democracia


Conversa Afiada entrevistou por e-mail o professor Alfredo Bosi sobre o pronunciamento do Papa aos Movimentos Sociais na Bolívia e a Encíclica Laudato Si’.

Bosi é um dos maiores pensadores e ensaístas brasileiros.

Conversa Afiada se orgulha de entrevistá-lo.


PHA – A mensagem de Francisco I aos Movimentos Populares, na Bolívia,  inova o pensamento social da Igreja em relação à Rerum Novarum e a Pacem in Terris ?

- Quando ele fala em

“esterco do diabo”;

“reina ambição desenfreada do dinheiro”;

“o capitalismo é uma ditadura sutil”;

“o novo colonialismo”;

“o poder anônimo do ídolo do dinheiro”

é uma condenação frontal, inequívoca ao capitalismo que se pratica hoje, no Brasil e nos Estados Unidos, ou, como li de um padre americano, “uma critica ao capitalismo sem freios”, sem condená-lo na essência ?


Bosi -  As expressões do papa Francisco não deixam margem a dúvidas Trata-se de uma condenação formal a todo tipo de economia centrada exclusivamente no lucro e não na pessoa humana. Essa economia “mata” – é o verbo usado pelo papa – e tem um nome conhecido. Chama-se capitalismo, hoje globalizado. O papa não está, a rigor, inovando: apenas retoma a frase incisiva de Cristo: “Não se pode servir a dois senhores: ou servir a Deus ou servir às riquezas” (Mateus, 6, 24). As versões mais antigas do Novo Testamento, gregas e latinas, assim como a de Lutero e a inglesa do King James, não dizem “riquezas”, mas “Mammon”, uma divindade arcaica, pré-cristã, que personificava o apego idolátrico ao dinheiro. Nas versões modernas, inclusive na da Bíblia de Jerusalém, preferiu-se falar em “riquezas”, ou diretamente a “dinheiro”. Os leitores estranhariam a referência a Mammon. Mas, a rigor, “esterco do diabo” é bem expressivo, e a própria psicanálise freudiana sempre associou a paixão pelo dinheiro à regressão ao estágio anal…

Não sei quem é esse “padre americano”, que vestiu a carapuça. O fato é que as encíclicas de João 23 e Paulo VI estão voltadas para o uso social da propriedade, que inclui a reforma agrária, o direito à habitação e ao emprego, Terra, Teto, Trabalho.  Recomendo a crentes e céticos, isto é, a todos os homens e mulheres de boa vontade, que leiam a encíclica de Paulo VI, Sobre o desenvolvimento dos povos,  ”Populorum Progressio”, lançada em 1967.  O texto já condena o colonialismo financeiro e a ingerência indevida dos países ricos nas políticas internas dos povos em desenvolvimento. Quem inspirou e praticamente redigiu essa encíclica foi o dominicano Pe. Lebret, fundador do movimento “Economia e Humanismo”, grande amigo do Brasil onde influiu no nascente catolicismo de esquerda dos anos 50 e 60.



PHA – O Papa Francisco I é um teólogo da libertação ?
Bosi – Francisco não é um teólogo profissional. Mas a sua doutrina social retoma os princípios básicos da Teologia da Libertação, que agora pode reviver sem receio de trancas institucionais. 


PHA – Quando ele diz que “os movimentos sociais” são “poetas sociais: criadores de trabalho, construtores de casas, produtores de alimentos, sobretudo para os descartados pelo mercado global” – e considera que eles tem um “papel essencial” na tarefa de “pôr a economia ao serviço do povo” – isso pode ser interpretado como um reconhecimento de que esses movimentos são instrumentos de renovação mais poderosos que os partidos políticos ?
Bosi – Quanto à ênfase nos movimentos sociais e populares, evidente no discurso do papa, significa uma saudável desconfiança em relação à grande maioria dos partidos políticos que se converteram em toda parte em entidades burocráticas voltadas sobretudo para se manterem no poder ou para alcançar o mesmo poder a todo e qualquer custo. Os movimentos sociais populares oxigenam a democracia e a tornam mais participativa. 

PHA – Por que ele se refere a uma “Patria Grande”, ao tratar da América Hispânica ?
Bosi – Pátria Grande é uma expressão usada para unir moralmente os povos latino-americanos  em torno de características e problemas comuns aos países da América do Sul e Central. Como sacerdote argentino e portanto latino-americano, o papa Francisco não pode deixar de ser sensível às dificuldades sofridas por esses povos que, embora já livres do colonialismo ibérico, não ficaram de todo livres dos colonialismos contemporâneos. É uma palavra  de solidariedade que deveria estender-se a todos os povos do planeta, aspiração que já estava explícita na encíclica Pacem in Terris, de João 23, que em 1963 advertia os estados contra o armamentismo e os males da Guerra Fria, que, infelizmente, ainda nos infelicitam. 


PHA – Sobre a Encíclica Laudate Si’: é próprio concluir que os ricos são os que poluem e os pobres as maiores vitimas da poluição? Não é uma simplificação, que, por exemplo, omite a responsabilidade da classe média na destruição do meio ambiente – com esse “consumismo descartável” – e, ao mesmo tempo, os efeitos dessa destruição sobre a classe média ?
Bosi – A encíclica Laudato si’ , cujo título repete o primeiro verso da belíssima oração de São Francisco, tem uma destinação planetária. É sabido que todas as nações poluem a Terra, umas mais intensamente, como os Estados Unidos e a China, outras menos em virtude de sua menor capacidade de emitir CO2.  Por isso, todos somos responsáveis. Por isso, papa Francisco fala em defesa da nossa “casa comum”. As classes médias, no seu anseio de imitar as classes altas, são, ao mesmo tempo, culpadas e vítimas do consumismo, um dos alvos constantes do discurso do papa. 


PHA – A Mãe Terra de Francisco de Assis tem salvação ?
Bosi – Não tenho competência para prever se a nossa Mãe Terra, tão amada por Francisco de Assis, terá salvação ou já esteja condenada à destruição. De todo modo, o papa nos pede insistentemente que façamos o nosso dever de defendê-la, cumprindo as decisões das várias conferências ecológicas mundiais, que tantas vezes ficaram apenas no papel. 


Em tempo: a oração Laudato si’, de São Francisco de Assis:

Altíssimo, omnipotente, bom Senhor,
a ti o louvor, a glória, a honra e toda a bênção.
A ti só, Altíssimo, se hão-de prestar
e nenhum homem é digno de te nomear.
Louvado sejas, ó meu Senhor, com todas as tuas criaturas,
especialmente o meu senhor irmão Sol,
o qual faz o dia e por ele nos alumias.
E ele é belo e radiante, com grande esplendor:
de ti, Altíssimo, nos dá ele a imagem.
Louvado sejas, ó meu Senhor, pela irmã Lua e as Estrelas:
no céu as acendeste, claras, e preciosas e belas.
Louvado sejas, ó meu Senhor, pelo irmão Vento
e pelo Ar, e Nuvens, e Sereno, e todo o tempo,
por quem dás às tuas criaturas o sustento.
Louvado sejas, ó meu Senhor, pela irmã Água,
que é tão útil e humilde, e preciosa e casta.
Louvado sejas, ó meu Senhor, pelo irmão Fogo,
pelo qual alumias a noite:
e ele é belo, e jucundo, e robusto e forte.
Louvado sejas, ó meu Senhor, pela nossa irmã a mãe Terra,
que nos sustenta e governa, e produz variados frutos,
com flores coloridas, e verduras.
Louvado sejas, ó meu Senhor, por aqueles que perdoam por teu amor
e suportam enfermidades e tribulações.
Bem-aventurados aqueles que as suportam em paz,
pois por ti, Altíssimo, serão coroados.
Louvado sejas, ó meu Senhor, por nossa irmã a Morte corporal,
à qual nenhum homem vivente pode escapar:
Ai daqueles que morrem em pecado mortal!
Bem-aventurados aqueles que cumpriram a tua santíssima vontade,
porque a segunda morte não lhes fará mal.
Louvai e bendizei a meu Senhor, e dai-lhe graças
e servi-o com grande humildade…
http://www.conversaafiada.com.br/economia/2015/07/16/bosi-e-o-papa-a-economia-do-lucro-mata/

sábado, 11 de julho de 2015

PAPA CONDENA A MÍDIA CONCENTRADA EM POUCAS MÃOS: PORRADA NO PIG!

Na Bolívia, papa critica concentração dos meios de comunicação

Enviado por Cláudio Montezuma
Do blog Amigos do Presidente Lula
O Papa Francisco fez um discurso histórico na Bolívia durante o II Encontro dos Movimento Populares. Em uma passagem, passou um recado que, na prática, "excomunga" a Globo:
"A concentração monopolista dos meios de comunicação social que pretende impor padrões alienantes de consumo e certa uniformidade cultural é outra das formas que adapta o novo colonialismo. É o colonialismo ideológico. Lembramos que "impor padrões" é uma forma de ditadura."
Em outros trechos o Papa continuou batendo duramente no capitalismo neoliberal defendido pela Globo, Aécio, Bolsonaro, FHC, Malafaia, Eduardo Cunha, Itaú, etc.

Adivinha se Jornal Nacional mostrou estes principais trechos do discurso? Que nada. Censurou quase tudo o que o Papa falou, só mostrando "abobrinhas". Não mostrou nenhuma crítica ao capitalismo neoliberal, nem mostrou a pregação pela distribuição de renda e das riquezas.

Ao censurar, o Jornal Nacional confirmou o papel alienador da Globo. 


http://jornalggn.com.br/noticia/na-bolivia-papa-critica-concentracao-dos-meios-de-comunicacao

CRUCIFIXO DA BOLIVIA AO PAPA FOI FEITO POR JESUÍTA COMO FRANCISCO

Pe. Lombardi explica origem de cruz entregue ao Papa por Evo

2015-07-09 Rádio Vaticana
La Paz (RV) - O Diretor da Sala da Imprensa da Santa Sé e da Rádio Vaticano, Padre Federico Lombardi, confirmou que a cruz entregue ao Papa pelo presidente Evo Moráles foi criada pelo padre jesuíta espanhol Luis Espinal Camps - assassinado por paramilitares durante a ditadura na Bolívia, em 1980, a quem Francisco rezou em memória no local da morte.
Pe. Lombardi disse que a cruz não deve ser encarada como uma ideologia e sim “como um sinal de diálogo muito aberto com todos para a liberação e o progresso da Bolívia”, na época da ditadura.
“Não era um símbolo conhecido, nem mesmo entre os jesuítas. Porém, vem de Padre Espinal, isso é certo”, acrescentou Pe. Lombardi.
“O Papa Francisco não conhecia a obra, acredito”, finalizou Padre Lombardi. (RB)
(from Vatican Radio)

sexta-feira, 10 de julho de 2015

O PAPA CRITICA CAPITALISMO EM SANTA CRUZ, CORAÇÃO DOS COXINHAS DA BOLÍVIA!


Em discurso anticapitalista, Francisco prega "mudança de estruturas"




No discurso mais político em pouco mais de dois anos de pontificado, o papa Francisco defendeu nesta quinta-feira (9) uma "mudança de estruturas" mundial, chamou o capitalismo de "ditadura sutil" e exortou os movimentos sociais a realizar "três grandes tarefas" na economia, na união entre os povos e na preservação do ambiente.
"Reconhecemos que este sistema impôs a lógica dos lucros a qualquer custo, sem pensar na exclusão social ou na destruição da natureza?", perguntou o papa a algumas centenas de representantes de movimentos sociais de vários países, entre os quais o MST, sem-teto, indígenas e quilombolas brasileiros,durante o 2º Encontro Mundial de Movimentos Populares, em Santa Cruz de la Sierra (Bolívia).
"Se é assim, insisto, digamos sem medo: queremos uma mudança, uma mudança real, uma mudança de estruturas. Este sistema já não se aguenta, os camponeses, trabalhadores, as comunidades e os povos tampouco o aguentam. E tampouco o aguenta a Terra, a irmã Mãe Terra, como dizia são Francisco", completou o papa no encontro, realizado no auditório da Expocruz (feira agropecuária de Santa Cruz).
http://www1.folha.uol.com.br/mundo/2015/07/1653938-em-discurso-anticapitalista-francisco-prega-mudanca-de-estruturas.shtml

NA BOLÍVIA, PAPA DEFENDE JUSTIÇA SOCIAL E CRITICA GANÂNCIA

Desnorteada com o discurso do Papa na Bolívia, mídia foca em crucifixo

publicado em 10 de julho de 2015 às 00:13
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As fotos escolhidas pelos editores para ilustrar a entrega do crucifixo, ao contrário da que aparece acima, buscam mostrar o papa Francisco supostamente contrariado.
Da Redação
O Papa Francisco fez um discurso anticapitalista ontem na Bolívia, referindo-se ao sistema econômico como “ditadura sutil”.
Foi no Segundo Encontro Mundial de Movimentos Populares, em Santa Cruz de la Sierra.
“A distribuição justa dos frutos da terra e do trabalho humano não é mera filantropia. É um dever moral”, afirmou.
Também disse que a concentração da mídia é instrumento de “colonialismo ideológico”, pois “a concentração monopólica dos meios de comunicação social pretende impor pautas alienantes de consumo e certa uniformidade cultural”.
O papa pregou “mudança de estruturas” e disse que mesmo entre a elite econômica que se beneficia do sistema “muitos esperam uma mudança que os libere dessa tristeza individualista que os escraviza”.
Para João Pedro Stélide, líder do Movimento dos Sem Terra, que estava presente, o discurso do papa foi “irretocável”, ao atacar a busca do lucro sem considerações sociais e ecológicas como um dos grandes problemas da atualidade.
O colunismo brasileiro preferiu focar no presente inusitado que o presidente da Bolívia, Evo Morales, deu a Francisco: um Cristo crucificado em foice e martelo.
Na Folha, Igor Gielow chamou de “aberração” sem explicar a origem do presente.
É a reprodução de uma escultura do sacerdote espanhol Luis Espinal, que tinha ligação com movimentos sociais bolivianos e foi assassinado por paramilitares em 1980.
Fez parte da programação do papa em solo boliviano uma homenagem a Espinal, que era jesuíta como o atual pontífice.
O governo boliviano desmentiu oficialmente boatos disseminados pelas redes sociais segundo os quais o Papa teria manifestado desconforto ao receber o presente.
Francisco, segundo difundido por parte da mídia boliviana, teria dito “não se faz isso” ao receber o presente, quando o áudio deixa claro que ele afirma “não sabia disso” ao ouvir a explicação de Evo Morales sobre a escultura.
Em outras palavras, a direita midiática boliviana pirou com o progressismo de Francisco e, por extensão, a brasileira.
http://www.viomundo.com.br/denuncias/desnorteada-com-o-discurso-do-papa-na-bolivia-midia-foca-em-crucifixo.html

quinta-feira, 9 de julho de 2015

NA BOLÍVIA, PAPA ELOGIA GOVERNO DE EVO MORALES

Papa Francisco destaca esforços da Bolívia para integrar minorias









O papa Francisco, que chegou hoje à Bolívia, elogiou a beleza do país e destacou os esforços dos governantes para integrarem todas as minorias nas diferentes áreas.
O pontífice falava no aeroporto de El alto, depois de ter sido recebido pelo Presidente boliviano, Evo Morales.
Francisco mostrou-se "alegre" por ter chegado a um país "que diz de si próprio ser pacifista, e que promove a cultura da paz e o direito à paz", noticia a Efe.
O papa, que cumpre a segunda etapa desta sua viagem, depois de ter visitado o Equador, afirmou que a Bolívia está "a dar passos importantes para incluir amplos setores na vida económica, social e política do país".
Francisco referiu o facto de a Bolívia ter "uma Constituição que reconhece os direitos dos indivíduos, das minorias, do meio ambiente e umas instituições sensíveis a estas realidades".
O papa assinalou que, todavia, "é necessário um espírito de colaboração cívica, de diálogo e participação dos indivíduos e dos atores sociais em questões que interessam a todos".

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

PT NADA TEM DE "BOLIVARIANO", UM FANTASMA CRIADO PELA DIREITA

MAIS RESPEITO COM BOLIVAR E COM CHÁVEZ, POR FAVOR!

Uma pretensa inclinação bolivariana 
do PT vem sendo, há bom tempo, o 
principal espantalho que a direita 
golpista utiliza em suas tentativas 
de recriar o clima de 1964.

Então, quando o ministro Gilmar 
Mendes, do Supremo Tribunal 
Federal, bate de novo nesta 
desafinada tecla, vem bem 
a calhar a desmistificação da dita 
falácia por parte de Demétrio Magnoli 
(o qual, aliás, ostenta o pitoresco 
título de "doutor em geografia 
humana" -existirão também doutores 
em antropologia territorial?). A sua 
coluna deste sábado  (8) na Folha 
de S. Paulo,  'Bolivariano', você 
disse?pode ser acessada aqui.

Há quem considere inadmissível um 
homem de esquerda concordar em 
seja lá o que for com Magnoli, mas 
isto não passa de grotesquerie stalinista 
com ranço de fanatismo religioso medieval. Lembrando um velho chavão, 
até um relógio quebrado (daqueles antigos, com ponteiros) marca a hora 
certa duas vezes ao dia. Eu julgo quaisquer argumentos por seu valor 
intrínseco, ponto final.

De quebra, Magnoli desfaz outra empulhação, a de que o PT atual tenha 
conservado um mínimo que seja do revolucionarismo presente no 
seu DNA de 1979.  Nem a pau, Juvenal...

Eis os oportunos esclarecimentos de Magnoli:
"A revolução 'bolivariana' definiu como meta política a unificação

da América Latina contra os EUA e, como meta econômica, a

implantação de um sistema estatista. 
O lulopetismo não compartilha tais metas. Na economia, procura

modernizar o capitalismo de estado varguista. Na política, almeja

apenas uma perene hegemonia. O regime chavista é

revolucionário; o lulopetismo é populista e conservador... 
Há uma diferença crucial de origem. O movimento 'bolivariano' é

fruto da ruptura: nasceu do colapso da democracia oligárquica

venezuelana, no 'caracazzo', o levante popular de 1989, e

consolidou-se após o frustrado golpe antichavista de 2002.
O lulopetismo, pelo contrário, é fruto da continuidade:

surgiu com a redemocratização e conquistou o Palácio na

moldura da estabilização da democracia. O chavismo

substituiu a desmoralizada elite política venezuelana; o

lulopetismo integrou-se às elites políticas tradicionais, até

converter-se no fiador principal de seus negócios e interesses.
Palavras servem para iludir. Os ataques 'bolivarianos' da

campanha de Dilma contra Aécio funcionaram como toque de

reunir para os movimentos sociais, o PSOL e os intelectuais

de esquerda. Confrontado com o risco de derrota, o

lulopetismo precisava recuperar uma franja periférica do

eleitorado que se dispersava.
...ahora, no más. O fervor das massas ficou na saudade. 
Concluída a disputa,

o governo realiza

o giro

ortodoxo, abandonando

a 'nova matriz

econômica'. 
O estelionato, anunciado pela elevação dos juros, tem roteiro

conhecido: recomposição de preços de combustíveis, choque de

tarifas de energia, ajuste fiscal. Os chavistas vestem-se de vermelho

o tempo todo; Lula e Dilma trocam o vermelho pelo branco

assim que as urnas se fecham".
Nada a objetar. Magnoli está certíssimo ao concluir que "a Venezuela 
não é aqui" e que inexiste risco de o STF se transformar numa corte 
bolivariana, "pois não será posto a serviço de um projeto político 
revolucionário".

E, para esquerdistas que não abdicaram do espírito crítico, ele não 
conta nenhuma novidade ao constatar que o PT só retira a retórica 
antiga do arquivo morto em períodos eleitorais, logo remetendo-a 
de volta para o esquecimento.

http://naufrago-da-utopia.blogspot.com.br/2014/11/mais-respeito-
com-simon-bolivar-por.html

sábado, 1 de novembro de 2014

NACIONALIZAÇÕES PERMITEM À BOLÍVIA EXPORTAR ENERGIA, DIZ EVO MORALES

Evo Morales quer transformar Bolívia em "centro energético" da América do Sul


Roma, 29 out (EFE).- O presidente da Bolívia, Evo Morales, afirmou nesta quarta-feira que quer transformar seu país no "centro energético" da América do Sul após "recuperar" a exploração dos recursos naturais de seu território com as nacionalizações no setor.
Durante uma conferência que deu em Roma chamada "Solidariedade, complementaridade e autodeterminação dos povos", Evo assegurou que nacionalizar empresas fez com que 92% do lucro seja revertido para os bolivarianos.
"Em vão nos diziam que se nacionalizássemos não haveria investimento", lembrou Morales, ao garantir que em 2014 o lucro com essas empresas foi de mais de US$ 3 bilhões.
"Foi tão importante nacionalizar porque nos libertou das chantagens do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI)", continuou Morales.
O Estado controla agora os serviços básicos - água, telefonia e energia, "direitos humanos que não podem ser negócios".
Ele confessou que não esperava que a situação econômica do país mudasse "tão rapidamente" após as nacionalizações, decretadas em 1º de maio de 2006, e afirmou que o ministro da Economia boliviano "é convidado por universidades dos Estados Unidos para explicar o modelo contra a chantagem do FMI".
Após realizar estas nacionalizações, Morales defendeu que a Bolívia invista parte desse lucro em energia solar, o que disse já ocorrer, e ano que vem apostará na energia geotérmica, com o objetivo de "exportar mil megawatts em 2020".
"Exportar energia para outros países do entorno garantirá o crescimento econômico do país", disse.
Segundo ele, a receita das nacionalizações deu "uma oportunidade para quem nunca teve" e citou o exemplo de "mães de famílias pobres que criaram pequenos negócios".
O lucro é investido também, disse o presidente boliviano em educação, e que com isso conseguiram "reduzir a evasão escolar, que era de 6% para os atuais 1%". Ele sentenciou que "não haverá mais analfabetos na Bolívia". EFE
https://br.noticias.yahoo.com/evo-morales-quer-transformar-bol%C3%ADvia-centro-energ%C3%A9tico-am%C3%A9rica-211517126--finance.html