segunda-feira, 2 de setembro de 2013

UM MUSEU SOBRE UMA DAS MAIORES BATALHAS DA II GUERRA MUNDIAL (2)

A Operação "Market-Garden" consistia no lançamento de milhares de paraquedistas e armamentos por detrás das linhas nazistas, os quais tomariam as cabeças-de-ponte ao longo do rio Reno. Tropas da infantaria inglesa estavam na fronteira da Bélgica com a Holanda, prontas a reforçar os aliados nas pontes.
O primeiro lançamento de paraquedistas, na maior operação aero-transportada da História (envolveu cerca de mil aviões, partindo da Grã-Bretanha, e 35 mil soldados), teve sucesso, embora num local mais distante do objetivo do que o planejado pelo marechal Montgomery. A partir daí (17 de setembro de 44), tudo deu errado.
Informações da resistência holandesa davam conta de muitas tropas e tanques alemães camuflados nos bosques da região-alvo, mas o comando britânico resolveu ignorá-las. O tempo fechou na Inglaterra, atrasando os vôos. As comunicações falharam e os diversos grupos não sabiam a localização dos demais e não podiam unir-se a eles. Os alemães ficaram sabendo do ataque horas antes, e tiveram tempo para prepararem os contra-atqaues, além do que dominaram as partes mais altas e prédios das cidades à margem do rio. Tentativas de cruzá-lo em balsas ou a nado fizeram dos soldados aliados um alvo fácil.
Foi uma tragédia que durou nove dias, com imensas perdas humanas. Depois da retirada aliada, os nazistas aumentaram a repressão contra as populações civis, e cortaram o fornecimento de alimentos. O período é lembrado até hoje aqui em Oosterbeek, em Arnhem, Nijmegen, Ede, e cidades vizinhas como "O Inverno da Fome".
Mais algumas fotos do Airborne Museum Hartenstein, em Oosterbeek, que visitei pela segunda vez no último domingo (01/09/2013):

 Flâmulas e punhais da SS, a Schutzstaffel. Inicialmente era a guarda pessoal de Hitler, selecionada entre alemãos "geneticamente puros" e fanaticamente leais ao Füher. Depois que passou ao comando de Himmler, passou a 260 mil membros e, durante a Guerra, chegou a um milhão.


 Os pesados uniformes e equipamentos dos paraquedistas em 1944.

 Num papel de parede, soldado inglês marcava quantos inimigos tinha abatido, desenhando uma suástica...

 Para reanimar a tropa sob ataque, os alemães distribuím ou lançavam de avião panfletos encorajadores. Um deles diz que se o soldado não combatesse até o final, ou fosse preso pelo inimigo, ele morreria e sua família na Alemanha, também. "Não acredite em promessas do inimigo: eles não cumpriram sua palavra, e você será executado. Lute contra eles e atire para matar".

O Museu tem várias reproduções em cera, como esta cena no porão (o lugar é real) onde o general Urquhart discute com seus oficiais a retirada diante da falta de comunicações, munição e alimentos.
 Desfile nazista em Arnhem, Holanda ocupada.

Arnhem destruída pela Guerra.

 Parte de um planador usado para desembarcar jipes, carros de combate e armas enquanto mais de 10.000 paraquedistas saltavam sobre a Holanda ocupada.

 Objetos de soldados encontrados em escavações da área da Batalha de Arnhem. Quando há documentos é possível identificar o dono, assim como eventualmente o esqueleto.

Mais objetos que ficaram enterrados durante anos ou décadas. Até hoje ainda há 130 desaparecidos na Batalha de Arnhem.

 Terminada a guerra, crianças brincam com armas abandonadas no campo de batalha.

A loja do Museu. No centro da foto, militar escocês, com seu kilt (saiote)  típico. É enorme o número de visitantes britânicos, poloneses e americanos, especialmente nesta semana de setembro, quando se organizam solenidades belíssimas de homenagem aos milhares de heróis mortos na Operação Market-Garden.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Os comentários são bem-vindos, desde que não contenham expressões ofensivas ou chulas, nem atentem contra as leis vigentes no Brasil sobre a honra e imagem de pessoas e instituições.