quinta-feira, 24 de abril de 2014

VERDADES: PASADENA FOI VANTAJOSA E ESTRATÉGICA

Informações prestadas pelo ex-presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli:
(…)

Vamos aos mitos: o primeiro refere-se ao fato de que o antigo proprietário 

de Pasadena, o grupo Astra, pagou US$ 42,5 milhões pela refinaria e depois 
revendeu à Petrobras por US$ 1,25 bilhão.

A verdade é que a Astra desembolsou US$ 360 milhões antes de revender 

por US$ 554 milhões, sendo US$ 259 milhões pagos pela Petrobras em 2006, 
como afirmou a presidente da empresa, Graça Foster, e US$ 295 milhões 
posteriormente à disputa judicial, já em junho de 2012, mas considerando 
as condições de mercado de 2006. O crescimento da demanda de derivados 
nos EUA, sobretudo de 2004 a 2007, levou a um aumento progressivo no 
preço das refinarias, contudo, o valor de Pasadena foi inferior à média das 
transações em 2006.

Outro mito aponta para suposto equívoco do Conselho de Administração na 

compra de refinaria no exterior. O fato é que a decisão atendia ao planejamento 
estratégico da companhia definido em 1999, no governo FHC, que previa investir 
em refino no exterior para lucrar com a venda de derivados de petróleo, 
sobretudo no mercado americano. 

(…)

Em 2004, o mercado brasileiro de consumo de combustíveis estava estável havia 

uma década, enquanto a demanda no exterior era crescente. A Petrobras 
seguiu estratégia recorrente: pagar mais barato por uma refinaria de óleo 
leve e adaptá-la para processar óleo pesado. 

A aquisição de Pasadena foi aprovada pelo conselho porque era vantajosa e atendia 

ao planejamento estratégico. A decisão foi pautada em parecer financeiro do 
Citigroup, que, entre 2003 e 2012, atuou em 125 transações do setor. Empresários 
que participavam do conselho e não pertenciam ao governo foram favoráveis à 
compra. 

O terceiro mito é que as cláusulas “put option” (opção de venda) e “marlim” 

(referente ao petróleo brasileiro) seriam as responsáveis por transformar um 
bom negócio no momento da compra em um mau negócio no cenário entre 2008 e 
2012.Neste período, o mundo mudou, nós descobrimos o pré-sal e o planejamento 
estratégico da Petrobras acompanhou as mudanças. O mercado de derivados nos EUA 
se alterou drasticamente. Foram as variações de margens de refino e os diferenciais 
de preço entre o petróleo leve e pesado que fizeram a lucratividade de Pasadena variar. 
Enquanto isso, no Brasil, a demanda por derivados se aqueceu, levando a companhia 
a investir em refino interno. 

Quanto à cláusula “marlim”, que garantiria a rentabilidade de 6,9% à sócia da 

Petrobras no caso de duplicação da capacidade de refino, ela é inócua. Como 
não houve o investimento, e essa é a razão da disputa judicial, ela não é válida. Isso 
foi reconhecido pela Justiça americana. 
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/04/24/cpi-gabrielli-e-a-melhor-arma-do-
governo-fala-yousseff-fala/

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