Informações prestadas pelo ex-presidente da Petrobrás, Sérgio Gabrielli:
(…)
Vamos aos mitos: o primeiro refere-se ao fato de que o antigo proprietário
de Pasadena, o grupo Astra, pagou US$ 42,5 milhões pela refinaria e depois
revendeu à Petrobras por US$ 1,25 bilhão.
A verdade é que a Astra desembolsou US$ 360 milhões antes de revender
por US$ 554 milhões, sendo US$ 259 milhões pagos pela Petrobras em 2006,
como afirmou a presidente da empresa, Graça Foster, e US$ 295 milhões
posteriormente à disputa judicial, já em junho de 2012, mas considerando
as condições de mercado de 2006. O crescimento da demanda de derivados
nos EUA, sobretudo de 2004 a 2007, levou a um aumento progressivo no
preço das refinarias, contudo, o valor de Pasadena foi inferior à média das
transações em 2006.
Outro mito aponta para suposto equívoco do Conselho de Administração na
compra de refinaria no exterior. O fato é que a decisão atendia ao planejamento
estratégico da companhia definido em 1999, no governo FHC, que previa investir
em refino no exterior para lucrar com a venda de derivados de petróleo,
sobretudo no mercado americano.
(…)
Em 2004, o mercado brasileiro de consumo de combustíveis estava estável havia
uma década, enquanto a demanda no exterior era crescente. A Petrobras
seguiu estratégia recorrente: pagar mais barato por uma refinaria de óleo
leve e adaptá-la para processar óleo pesado.
A aquisição de Pasadena foi aprovada pelo conselho porque era vantajosa e atendia
ao planejamento estratégico. A decisão foi pautada em parecer financeiro do
Citigroup, que, entre 2003 e 2012, atuou em 125 transações do setor. Empresários
que participavam do conselho e não pertenciam ao governo foram favoráveis à
compra.
O terceiro mito é que as cláusulas “put option” (opção de venda) e “marlim”
(referente ao petróleo brasileiro) seriam as responsáveis por transformar um
bom negócio no momento da compra em um mau negócio no cenário entre 2008 e
2012.Neste período, o mundo mudou, nós descobrimos o pré-sal e o planejamento
estratégico da Petrobras acompanhou as mudanças. O mercado de derivados nos EUA
se alterou drasticamente. Foram as variações de margens de refino e os diferenciais
de preço entre o petróleo leve e pesado que fizeram a lucratividade de Pasadena variar.
Enquanto isso, no Brasil, a demanda por derivados se aqueceu, levando a companhia
a investir em refino interno.
Quanto à cláusula “marlim”, que garantiria a rentabilidade de 6,9% à sócia da
Petrobras no caso de duplicação da capacidade de refino, ela é inócua. Como
não houve o investimento, e essa é a razão da disputa judicial, ela não é válida. Isso
foi reconhecido pela Justiça americana.
(…)
Vamos aos mitos: o primeiro refere-se ao fato de que o antigo proprietário
de Pasadena, o grupo Astra, pagou US$ 42,5 milhões pela refinaria e depois
revendeu à Petrobras por US$ 1,25 bilhão.
A verdade é que a Astra desembolsou US$ 360 milhões antes de revender
por US$ 554 milhões, sendo US$ 259 milhões pagos pela Petrobras em 2006,
como afirmou a presidente da empresa, Graça Foster, e US$ 295 milhões
posteriormente à disputa judicial, já em junho de 2012, mas considerando
as condições de mercado de 2006. O crescimento da demanda de derivados
nos EUA, sobretudo de 2004 a 2007, levou a um aumento progressivo no
preço das refinarias, contudo, o valor de Pasadena foi inferior à média das
transações em 2006.
Outro mito aponta para suposto equívoco do Conselho de Administração na
compra de refinaria no exterior. O fato é que a decisão atendia ao planejamento
estratégico da companhia definido em 1999, no governo FHC, que previa investir
em refino no exterior para lucrar com a venda de derivados de petróleo,
sobretudo no mercado americano.
(…)
Em 2004, o mercado brasileiro de consumo de combustíveis estava estável havia
uma década, enquanto a demanda no exterior era crescente. A Petrobras
seguiu estratégia recorrente: pagar mais barato por uma refinaria de óleo
leve e adaptá-la para processar óleo pesado.
A aquisição de Pasadena foi aprovada pelo conselho porque era vantajosa e atendia
ao planejamento estratégico. A decisão foi pautada em parecer financeiro do
Citigroup, que, entre 2003 e 2012, atuou em 125 transações do setor. Empresários
que participavam do conselho e não pertenciam ao governo foram favoráveis à
compra.
O terceiro mito é que as cláusulas “put option” (opção de venda) e “marlim”
(referente ao petróleo brasileiro) seriam as responsáveis por transformar um
bom negócio no momento da compra em um mau negócio no cenário entre 2008 e
2012.Neste período, o mundo mudou, nós descobrimos o pré-sal e o planejamento
estratégico da Petrobras acompanhou as mudanças. O mercado de derivados nos EUA
se alterou drasticamente. Foram as variações de margens de refino e os diferenciais
de preço entre o petróleo leve e pesado que fizeram a lucratividade de Pasadena variar.
Enquanto isso, no Brasil, a demanda por derivados se aqueceu, levando a companhia
a investir em refino interno.
Quanto à cláusula “marlim”, que garantiria a rentabilidade de 6,9% à sócia da
Petrobras no caso de duplicação da capacidade de refino, ela é inócua. Como
não houve o investimento, e essa é a razão da disputa judicial, ela não é válida. Isso
foi reconhecido pela Justiça americana.
http://www.conversaafiada.com.br/politica/2014/04/24/cpi-gabrielli-e-a-melhor-arma-do-
governo-fala-yousseff-fala/
governo-fala-yousseff-fala/
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