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sábado, 11 de julho de 2015

ERUNDINA REBELA-SE CONTRA EDUARDO CUNHA, O DITADOR

segunda-feira, 30 de março de 2015

“RAÍZ” CONCLAMA PROGRESSISTAS A UMA REFLEXÃO SEM DOGMAS


Antonio Barbosa Filho (*)

As esquerdas, no Brasil e no mundo, precisam recuperar o seu “horizonte utópico”, sem repetir os modelos organizativos do passado, que se esgotaram e trouxeram um desalento generalizado às forças progressistas e às maiorias da população. Os partidos de esquerda, trabalhistas, ecologistas e de outros rótulos não têm conseguido formular respostas eficazes a problemas novos, que não estavam previstos nos clássicos e que a Humanidade ainda não havia enfrentado.
Conceitos históricos que nortearam a luta socialista por séculos, estão sendo substituídos por novas categorias - é difícil falar em “classe operária” e “proletariado” neste começo do século XXI, a não ser forçando uma adaptação da realidade social moderna aos cânones marxistas. Melhor usar Marx e outros filósofos da esquerda como excelente método de análise histórica, no que eles têm de perene. Mas é urgente agregar outras linhas de pensamento, outras filosofias e outras práticas, num amálgama original que - num prazo indeterminado - venha a superar os paradigmas já tradicionais da esquerda.
Isso é  (numa interpretação pessoal do Autor, não autorizada pelos envolvidos) o cenário no qual militantes de várias origens da Esquerda brasileira acabam de iniciar uma tentativa de encontrar novos caminhos. A Raiz - Movimento Cidadanista surge com um poderoso embasamento ideológico, nitidamente de Esquerda - pois se coloca ao lado da emancipação do ser humano - mas sem respostas pré-determinadas. Ao contrário, como Movimento, está aberto a um processo de construção coletiva que, juntando a tradição dos vários tons de socialismo a formulações antigas como a ética Ubuntu, da África, e a noção de “bem viver” dos povos originários das Américas, resulte num programa político. Processo longo, difícil, desafiador - mas necessário, diante do impasse que as esquerdas e os povos enfrentam nesta altura do Capitalismo mais financeiro e mais concentrador de riqueza e poder que a História já registrou.
EMBASAMENTO TEÓRICO
A Raiz apresentou no final de março a sua “Carta Cidadanista”, um manifesto de princípios elaborado desde novembro passado, com a contribuição de pessoas de variadas origens partidárias ou não. A inspiração geral foram várias teses e práticas emancipadoras, como a ética-filosofia-ideologia Ubuntu, vivida por vários povos da África do Sul.
Uma definição rasa seria: “crença num laço universal de partilhamento que conecta toda a Humanidade”. Ela poderia ser melhor traduzida nas palavras do bispo sul-africano Desmond Tutu (prêmio Nobel da Paz de 1984: “A minha humanidade está presa e indissoluvelmente ligada à sua. Eu sou humano porque eu pertenço. Ele (Ubuntu) fala sobre a totalidade, sobre a compaixão. Uma pessoa com Ubuntu é acolhedora, hospitaleira, generosa, disposta a compartilhar. A qualidade dá às pessoas a resiliência, permitindo-as sobreviver e emergir humanas, apesar de todos os esforços para desumanizá-las. Uma pessoa com Ubuntu está aberta aos outros, assegurada pelos outros, não se sente intimidada que os outros sejam capazes e bons, por ele ou ela ter própria autoconfiança que vem do conhecimento que ele ou ela tem do seu próprio lugar no mundo”.
Não é tão abstrato como pode parecer: o Ubuntu está presente no Brasil, em manifestações culturais populares e antigas como a roda de samba, a roda de capoeira, o jongo, as cirandas, o candomblé, “rodas onde todos se olham sem hierarquias”, como afirma a Carta Cidadanista.
Nelson Mandela (também Nobel da Paz, em 1993) explicava: “Um viajante em visita à África do Sul poderia parar numa aldeia sem ter que pedir comida ou água. Uma vez que ele pára, as pessoas dão-lhe comida. Esse é um aspecto do Ubuntu, mas há vários aspectos”.
Outra fonte inspiradora da Raiz (o nome, feminino, é para opor-se a “partido”, palavra masculina que já traz à mente a divisão: a Raiz se quer “inteira”) é o Teku Porã, princípio do “bem viver”, praticado pelos povos originários da atual América Latina. Já incorporado às Constituições da Bolívia e do Equador, a idéia-prática ancestral integra o ser humano à Natureza de forma plena, e não trata o ser humano como única parte viva do planeta.
A Universidade Federal do Rio Grande do Sul tem um projeto de extensão sobre o Teku Porã aplicado ao tratamento médico, ou melhor, às “práticas integrativas e complementares de cuidado (PIC)”, que estuda as “práticas populares de saúde desenvolvidas por diversos povos ao redor do mundo”. “Esta perspectiva - diz o projeto gaúcho - possibilita o florescimento de um processo ‘circulatório do cuidado’, onde o cuidado em si favorece um melhor cuidado do outro e o cuidado do mundo”.
Outra definição do Teku Porã seria: “sistema de reciprocidade de caráter interpessoal que desestabiliza a primazia do Estado e do mercado como detentores e moduladores da maior parte das relações sociais”. Nada mais revolucionário, nesta era comandada como nunca por Estados subjugados ao “mercado”, especialmente o financeiro…
ECOSSOCIALISMO
Do Ocidente tradicional, que nos acultura desde 1500, a Raiz incorpora a noção do Ecossocialismo, a partir do esgotamento de riquezas naturais exploradas de maneira irresponsável.
Os cidadanistas convocam a todos e todas para a “construção de um pensamento que rompe com a lógica ocidental do sujeito autocentrado e do individualismo exacerbado. Há que descolonizar nossas mentes e corpos, e para isso assumimos outra perspectiva”. (...) “O produtivismo e consumismo, desenfreados e fúteis, somente se mantém devido à exploração predatória dos recursos naturais e só servem à ganância de poucos. Esse modelo é insustentável e, inevitavelmente, levará a Humanidade ao colapso civilizatório”.
A Raiz acaba de ser plantada, mas já conta com muitas adesões, e está longe de ser um partido, tal como os conhecemos. As organizações mais próximas seriam o movimento Podemos, da Espanha e o Syriza, partido que acaba de ganhar o poder na combalida Grécia. Ambos surgiram de baixo para cima, fruto da mesma angústia de povos - especialmente os jovens condenados ao desemprego e a não poderem sonhar com um futuro digno, muito menos feliz. O slogan lançado em Porto Alegre pelo Fórum Social Mundial, “Um outro mundo é possível”,  tem ecoado pelo planeta, com resultados pontuais, mas no geral o Neoliberalismo vem evoluindo sob as mais terríveis formas, inclusive o avanço da extrema-direita racista, xenófoba, machista, inimiga da Humanidade.
Tal qual os movimentos similares da Grécia, da Espanha, da Islândia, do Uruguai, a Raiz também pretende transformar-se em partido político. Mas só depois que o Movimento Cidadanista se impuser como uma alternativa legítima e legitimada na sociedade. Para tanto, está criando “círculos cidadanistas” pelo Brasil. Sua tarefa, hoje, é promover debates sobre a Carta recém-lançada, aperfeiçoá-la com a contribuição de todos, numa rede de núcleos autônomos e apenas vinculados entre si pelo objetivo de refletir e construir, horizontalmente, uma proposta nova para o momento histórico. Como diz uma das participantes mais notórias, a deputada federal Luiza Erundina, “se o momento histórico exigir, a Raiz se transformará em partido com uma nova visão do exercício do poder”. Outro fundador, Célio Turino (o criador dos Pontos de Cultura, projeto exitoso dos ministros Gilberto Gil e Juca Ferreira, dos quais foi destacado assessor), afirma que “não há pressa, estamos iniciando um processo que nos parece necessário, como demonstraram as manifestações de junho de 2013. Os jovens estão sem referências, querendo participar, e estamos oferecendo uma alternativa nova, aberta a todas e todos”.
A íntegra da Carta Cidadanista está no facebook, nas páginas do movimento.

(*) Antonio Barbosa Filho é jornalista, autor de “A Bolívia de Evo Morales” e de “A Imprensa x Lula”. Vive em Taubaté-SP e em Delft/Países-Baixos.

sexta-feira, 10 de outubro de 2014

VEREADORA PRIMA DE EDUARDO CAMPOS NEGA APOIO AO PSDB E ESTÁ COM DILMA!



Marília é prima de Eduardo Campos, neta de Miguel Arraes e vereadora pelo PSB, no Recife.

Por Marília Arraes, em sua página do Facebook

Será que querem transformar o “S” do PSB em apenas uma letra?


O partido decidiu apoiar o candidato Aécio Neves para o segundo turno das eleições presidenciais em uma manobra que, ao meu ver, coloca o pragmatismo acima da ideologia e visa apenas à busca do poder pelo poder. Não vejo outra explicação para o fato de a legenda (infelizmente, tenho que chamar assim) aliar-se a um partido de direita, que sempre combatemos e que não representa em nada os nossos ideais progressistas e socialistas.

Como é possível ignorar todos os avanços sociais do projeto político conduzido por Lula e por Dilma? Questiono ainda como um partido de esquerda que teve dentre seus quadros grandes líderes políticos do Brasil, por exemplo, Houaiss, Mangabeira e Arraes, pode se unir a uma legenda ligada aos interesses dos mais conservadores, da parcela mais privilegiada de nossa população?

Ao meu ver, o PSB está perdendo o rumo e enterrando os seus princípios. Escutei Miguel Arraes se referir, algumas vezes, a situações parecidas como “caminho da perdição”.
Assim como Erundina, Capiberibe, Roberto Amaral e outros companheiros, não concordo com o posicionamento do PSB.

Tudo isso, só me faz ter a certeza de que, com meus posicionamentos, me mantive do lado em que sempre estive.
Mantenho o meu empenho na reeleição de Dilma Rousseff.

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

CARTA ABERTA À MINHA AMIGA LUÍZA ERUNDINA

Querida amiga Luíza,

Permita-me saudá-la desta maneira informal, sem me referir ao seu mandato, que lhe deleguei junto com milhares de paulistas conscientes, e que você tem honrado com toda dignidade.
Lealmente, fico aqui imaginando que respostas você me daria diante de questões que têm me inquietado nas últimas semanas, desde que você aceitou a tarefa partidária de coordenar uma campanha eleitoral para a Presidência do nosso país. As perguntas são incômodas, talvez mais para quem as formula do que para você, dada a insignificância de quem as faz. Mas nossa amizade me faculta esta ousadia.
Em que pontos o flutuante programa da Marina Silva coincidem com o seu pensamento e prática? Você milita pela democratização da mídia e, corajosamente, contra o domínio do setor de Comunicação por um pequeno grupo de famílias. Sua candidata, só existe hoje como viável eleitoralmente porque a mesma mídia cartelizada a construiu a partir do trágico acidente que fatalizou o candidato Eduardo Campos.
Você jamais entregou São Paulo, metrópole da qual foi prefeita, ao poder econômico. Enfrentou os poderes tradicionais, a elite empresarial da construção, dos transportes, da saúde, da educação. Você foi vítima da velha mídia e até de sindicatos de servidores públicos controlados pelo PT. Sua candidata só tem compromissos com essa mesma elite, que sabe como fazer refém qualquer governante menos estruturado ideológica e moralmente do que você. Veja a rendição de outros ex-companheiros de esquerda ao poderio implacável, corruptor, desses grupos que exploram nosso Povo há séculos.Jamais te confundirei com esse tipo de políticos oportunistas, carreiristas e mal-formados.
Você sabe que sou fundador do PSB em Taubaté, cidade onde você teve seu primeiro emprego em São Paulo, dando aulas na Faculdade de Serviço Social, vindo e voltando de ônibus da Pássaro Marrom, e deixando aqui muitos amigos e admiradores desde então. Fui também membro do diretório estadual do PSB, desde os tempos de Rogê Ferreira.
Seu ingresso no PSB foi, para nós socialistas de base, verdadeiros "sonháticos" e sonhadores, uma esperança de enorme crescimento, de conquista do povo através da sua dignidade exemplar, da sua Cultura, da sua inquestionável probidade. E você sempre correspondeu às nossas expectativas, e quase sempre as superou. Sou grato, sou devedor, por toda a atenção e carinho que continuou dedicando à esta Taubaté tri-centenária e, infelizmente, ainda tão conservadora.
Fiquei indignado quando você foi condenada a devolver um dinheiro para a Prefeitura de São Paulo, o único prefeito da capital jamais condenado a algo semelhante, numa série que inclui alguns dos maiores ladrões do dinheiro público, alguns hoje só punidos na Suíça, na França e nos EUA. Participei da "vaquinha", humildemente, e lavamos sua honra que tentavam macular.
Volto às perguntas, depois desta breve rememoração pessoal que nos liga (você me concedeu por e-mail uma entrevista para meu livro "A Imprensa x Lula", outro presente):
Por que o PSB não lançou seu nome como candidata a presidenta da República, no lugar do Eduardo Campos? Será porque a candidata que o PSB de Márcio França (dono do PSB paulista há uns vinte anos, e que te nega espaço até na propaganda eleitoral, além de vender o partido por uns carguinhos do Alckmin) jamais poderia ser uma Socialista de verdade? Será que o Banco Itaú vetou seu nome?
Por que o programa do nosso PSB foi renegado e rasgado por essa candidatura caronista, que nem sequer deve tê-lo lido? O programa do PSB fala em colocar os meios de produção nas mãos dos trabalhadores. Suspeito que o poder econômico, o 1%, jamais aceitaria isso, mas é o que você assinou defender, e a sua candidata também. Você assinou por convicção; ela assinou por quê?
Para não me alongar e tomar seu tempo nesta sua inglória tarefa de eleger uma pessoa que nada tem a ver conosco e com nossos ideais, recordo-lhe dois momentos de sua larga vida de independência pessoal e compromisso com o Povo.  Você saiu do PT quando o partido recusou-se a participar do Ministério do saudoso criador do Plano Real, o Presidente Itamar Franco. Você decidiu com sua consciência, com sua imensa capacidade de análise. Você fez, na minha opinião, o correto, e serviu muito bem ao Brasil. O PT errou, e reconhece isso na maneira de aplausos em cada reunião do PT a que você comparece. "Volta, Luíza!" é gritado por aqueles companheiros de base, militantes gratuitos do mesmo sonho que você tanto representou.
Recentemente, em 2012, você teve a altivez de não apoiar o candidato Haddad (mas jamais de combatê-lo) quando o PT aceitou o apoio do PP, partido presidido por Maluf. Muitos a criticaram, mas eu entendi perfeitamente. A Ética pessoal, a sua honra, está acima da disciplina partidária. Aprendi com Arraes, Audálio, Fernando Morais, Resk, Kotscho, e tantos outros de nossos amigos comuns, a servir a princípios acima de qualquer partido ou interesse pessoal.
Não quero ter motivos para crer que você tenha mudado. Não estamos mais na idade de ter ilusões de que podemos influenciar para o lado do Povo quem está cercada de inimigos ou exploradores do Povo. Você jamais transformará a Marina Silva numa pessoa livre dos compromissos que assumiu com o poder econômico e com teses que nós sempre combatemos, por significarem a submissão do Brasil a uma geopolítica e a uma política social que já sofremos juntos.
Com toda lealdade e a mais sincera amizade, tenho que informá-la que desta vez não votarei em você, que tão bem me representou no Congresso por mais de um mandato. Sei que não lhe fará diferença, e que você será reeleita. Mais que isso, desejo que nossa amizade permaneça para sempre, acima das eventuais divergências. Mas o que mais desejo mesmo, é que você não macule sua biografia apoiando qualquer projeto anti-popular, anti-soberania nacional, estimulado pela direita financista, midiática e econômica.
O Povo quer continuar confiando em você, minha querida amiga e mestra, Luíza.

Antonio Barbosa da Silva Filho
valepensar@bol.com.br



quarta-feira, 30 de abril de 2014

TEMOS VERGONHA NA CARA, OU NOS ACOVARDAMOS PELO ARBÍTRIO?

De Francisco Costa no Facebook

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Um sujeito é preso, num processo viciado em sua origem e manipulado com “jogadas” escusas, onde se inclui a não consideração de documentos inseridos nos autos, e que o beneficiariam, a supressão temporária de outros documentos, o que, em si é crime, e que também beneficiariam o réu; o processo é retido até poucos dias antes do encerramento do prazo de defesa, cerceando a defesa, deixando os advogados com horas para ler, reler e analisar milhares de folhas, com depoimentos contraditórios, provas insustentáveis, e só então estabelecer estratégias e redigir a defesa, frágil, por falta de tempo em sua elaboração.
Não bastasse, é criado um procedimento paralelo em segredo de justiça, ao qual os defensores do réu não têm acesso e, para piorar, nem todos os do colegiado de ministros que julgaram o réu.
E sai a sentença: condenação, por chefiar uma quadrilha, em regime semi-aberto, com direito a trabalhar extra muros, portanto.
Posteriormente esse mesmo tribunal, com os mesmos membros no colegiado, conclui que não houve formação de quadrilha, o que obrigaria a revisão do processo do sujeito, chefe da quadrilha que agora ganhou aspas, por inexistente. Mas o sujeito continua preso, sem revisão de pena, mas não basta.
Como na Ditadura Militar e em todas as tiranias, prender não basta, é preciso perseguir, desmoralizar, levar ao opróbrio, humilhar, despir de toda e qualquer dignidade.
E o sujeito, em vã tentativa de apagar uma biografia infinitamente maior e mais rica do que a dos seus algozes, é fotografado algemado e com uniforme de presidiário, exatamente o mesmo uniforme dos narcotraficantes que sustentam parte do Legislativo e do Judiciário brasileiros, quer com propinas, quer elegendo membros de quadrilhas ou seus representantes.
Mas resta ainda um último esgar de dignidade, um fio de humanidade, uma última oportunidade do exercício do brio, o trabalhar, ser produtivo.
Mas há que se cercear isso também, e é barrado no primeiro emprego, um hotel, porque o seu proprietário tem contas em paraíso fiscal, o mesmo paraíso onde políticos, magistrados e empresários brasileiros têm também, inclusive a tevê Globo, porta voz do lixo nacional.
Depois descobre-se que o preso tem regalias: usa telefone celular intramuros. É feita a perícia, o rastreamento eletrônico, a escuta, e descobre-se que não usou de tal expediente. Mas ele quer trabalhar, e então descobre-se nova regalia: ele recebeu visita fora do horário regimental. Investiga-se e conclui-se que era um Defensor Público, que tem acesso irrestrito às dependências prisionais, e que indo lá, para resolver problema de outro preso, talvez pela notoriedade histórica do sujeito, resolveu conversar com ele também. E o emprego é protelado.
Mas ele quer trabalhar, tem que trabalhar, precisa trabalhar, e há que se criar motivos para impedir isso, e na imprensa explode a notícia de que houve “feijoada no presídio”.
Nova investigação: houve. O sujeito comprou uma latinha de feijoada, dessas comuns, safadas, cheias de produtos químicos, encontrada em qualquer birosca de esquina, ao preço de oito reais.
Desfeita a farsa da feijoada, era preciso novos questionamentos, e apareceram: de onde veio e, se comprada, com que dinheiro (talvez tenham imaginado mensalões na cadeia).
A origem? A cantina, no interior da própria cadeia. A fonte escusa do dinheiro? Cada preso tem direito a ter em seu poder, levado pela família, até cento e vinte e cinco reais.
Os depoimentos dos demais presos em relação ao sujeito, e dos próprios funcionários do sistema, é de que é calado, lê muito, pouco fala, é extremamente disciplinado, e um dos mais voluntariosos e empenhados nos serviços internos, a começar pelos serviços de varrer e lavar as galerias, celas e pátios da cadeia.
Sem mais ter do que acusar e como protelar os direitos do preso, o seu algoz, inimigo pessoal, o que jamais seria de se esperar de quem detêm cargo público, principalmente togado, mais que ministro de um Poder, o legislativo, que existe justamente para garantir a dignidade humana, para proteger o ser humano, o seu presidente, autorizou a ida de uma comissão de deputados, da Comissão de Direitos Humanos do Congresso Nacional, ontem, à cadeia.
Fizeram parte dessa comissão quatro deputados da oposição ao partido do sujeito e um do seu partido: Mara Gabrilli (PSDB), Arnaldo Jordy (PPS), Jean Willys (PSOL), Luiza Erundina (PSB) e Nilmário Miranda (PT).
O que constataram foi que o sujeito tem uma pequena televisão e muitos livros em sua cela, mais nada, sendo o preso que tem o menor número de objetos em seu poder.
Na saída, a farsesca, tendenciosa, golpista e abjeta mídia brasileira, pôs câmeras e microfones a disposição de Mara Gabrilli (PSDB) e Arnaldo Jordy (PPS), ignorando Jean Willys e Luiza Erundina, por sabê-los éticos, embora de oposição, e Nilmário Miranda, por ser do partido do sujeito, quando ficamos sabendo que a cela do sujeito é maior que a dos demais, melhor iluminada e ele tem muitas regalias, ao contrário dos depoimentos dos outros três: igual a dos demais presos e cheia de infiltrações.
Esse sujeito, que tratei assim, sem nomear, para facilitar uma leitura isenta e para mostrar como se despe um homem da sua importância, tem nome: José Dirceu.
O algoz, arremedo de pequeno tirano, marionete da mídia e de partidos da oposição, que lhe movem os cordões, também tem nome: Joaquim Barbosa.
Quanto aos depoimentos dos membros da comissão, a deputada Mara Gabrilli, a que descobriu ser a cela de Dirceu maior e melhor iluminada, com regalias, ela é aleijada, cadeirante, e por isso mesmo não teve como chegar nas celas, segundo Willys, Erundina e Nilmário.
Estamos assistindo a isso com passividade e quase indiferença porque perdemos a vergonha na cara ou porque nos tornamos covardes?
http://www.ligiadeslandes.com.br/01/05/2014/perdemos-a-vergonha-na-cara-ou-nos-tornamos-covardes/

SÁDICOS QUEREM VER ZÉ DIRCEU SOFRER MAIS DO QUE SUA PENA