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quinta-feira, 1 de outubro de 2015

VEM AÍ A SEMANA PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA COMUNICAÇÃO. PARTICIPE!

FNDC convoca todos para integrar Semana Nacional pela Democratização da Comunicação

Acontece entre 14 e 21 de outubro a Semana Nacional pela Democratização da Comunicação, promovida pelo Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), que convoca todas as entidades de luta a se integrarem ao evento com atividades próprias para ampliar a mobilização. A Contee mais uma vez reforça a importância da luta por uma mídia democrática e lembra que a participação dos professores em todo o País é fundamental.
O atual cenário político brasileiro, com o aumento da movimentação antipopular que busca quebrar a legalidade democrática, aliado à promoção, por parte dos governos, de medidas de austeridade que afetam as condições de vida da maioria da população, tornam a luta pelo direito à comunicação ainda mais importante se queremos alcançar um projeto justo e democrático para o desenvolvimento do país.
Vale lembrar que somente 11 famílias controlam os principais meios de comunicação no Brasil. Além disso, 25% dos senadores e 10% dos deputados são donos de concessões de rádio e televisão. O resultado dessa concentração é a restrição do conteúdo transmitido, que acaba expressando somente a vontade dos detentores das concessões de emissoras, deixando de lado os interesses da população.
Por conta desse cenário, é urgente que todos os militantes, ativistas, entidades e movimentos sociais se organizem e realizem atividades em todo o país ao longo da semana para chamar a atenção de todos sobre a importância do país ter um marco legal para as comunicações que contemple todas os setores da sociedade, com ênfase no apoio e coleta de assinaturas ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular da Mídia Democrática e cobrar do Poder Público medidas imediatas para avançar na garantia e promoção da liberdade de expressão.
Já há um calendário de atividades nacionais em construção com algumas datas já definidas. No dia 15/10 haverá o “Relançamento da Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e pelo Direito à Comunicação com Participação Popular”. No dia seguinte (16/10), Ato Nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT) em defesa do Direito à Comunicação, em São Paulo.
Está previsto para o domingo (18/10) diversas atividades populares em praças, parques, praias e outros locais públicos. O FNDC orienta que haja pelo menos uma dessas atividades em cada estado ou região, respeitando as possibilidades de data e de acordo com a capacidade organizativa. Informações pelo e-mailsecretaria@fndc.org.br.
Confirme presença e espalhe o evento pelas redes: Semana Nacional pela Democratização da Comunicação.

sábado, 25 de julho de 2015

REFLEXÕES NO DIA DO ESCRITOR

Minha carteirinha da União Brasileira dos Escritores diz que sou um deles, mas considero-me muito mais um Jornalista que publica livros. Escritor, para mim, é aquele que cria ficção, poesia, liberando sua criatividade e compartilhando-a com a criatividade dos leitores. Meu talento, se é que o tenho, é mais o de relatar e analisar fatos e personagens reais. 
Como todos os jornalistas, guardo na cabeça e em anotações várias idéias para livros de ficção, mas ainda não me entreguei ao pesado trabalho de redigí-los porque isso necessidade um acúmulo de energia, a vontade precisa tornar-se incontrolável. Um livro é sempre um desafio, uma enorme dedicação, quando não se consegue pensar em outra coisa. E o leitor está sempre na mente de quem escreve, sendo seu maior juiz.
Meus quatro livros tratam de temas variados, mas todos poderiam ser classificados como Reportagens. O primeiro, em 2007, foi um exercício: cada capítulo tem o formato de uma carta a um amigo, tratando dos temas que mais lhe interessavam, depois de minha primeira visita de três meses à Holanda. Naturalmente, chama-se "Cartas da Holanda" e teve capa da minha mulher, a querida Marianne Lemmen. Fiz pequena tiragem e ele está esgotado.



Na Bienal do Livro de São Paulo 2008, lancei "A Bolívia de Evo Morales", que teve alguma repercussão. Foi motivo de uma página inteira na revista Caros Amigos", uma longa entrevista na revista "Sociologia", com belas fotos de um profissional paulistano, entrevista no programa "Record Internacional", da TV Record News, quando conheci o jornalista Rodrigo Vianna, que veio a tornar-se um grande amigo. Neste livro tive o prazer de receber uma "Apresentação do Autor" pelo grande jornalista Audálio Dantas e um prefácio do ex-ministro José Dirceu.


O terceiro livro foi "A Imprensa x Lula - golpe ou sangramento?", lançado na Bienal do Livro de 2012. Também foi bem recebido, e contém entrevistas exclusivas que fiz com o próprio Rodrigo Vianna, o colega Paulo Henrique Amorim, a deputada federal (e grande amiga há décadas)  Luiza Erundina, e o querido Eduardo Guimarães, presidente do Movimento dos Sem-Mídia. 
Esses dois livros eu vendi razoavelmente, e doei a muitas bibliotecas no Brasil e em vários países que visitei desde então. É bom saber que estão nas Universidades de Coimbra, Lisboa, Buenos Aires, La Paz, Berlim, Caracas, Havana, Delft, Haia, Amsterdã, Paris, entre muitas outras onde, quem sabe um dia, algum brasileiro ou conhecedor do idioma Português poderá consultá-los. 
Dizem que uma das razões pelas quais publicamos livros é para nos sentirmos menos finitos, para deixarmos algo material para nossos pósteros. Acho que isso é verdade, em certa medida. Assim como sou devedor de tantos escritores que já morreram, alguns há muitos séculos, lá no fundo tenho aquela tola vaidade de que meus livros poderão chegar à mãos de pessoas que virão muito depois que eu deixar esta vida. A começar, é claro, por meus filhos e netos, esses ainda muito pequenos.
Finalmente, acabo de publicar "O Brasil na 'era dos imbecis' - o discurso de ódio da Direita". Como os anteriores, trata de um tema extremamente atual, que espero torne-se superado o quanto antes. Desejo que esses grupos fascistas que pululam nos debates políticos das redes sociais amadureçam e aprendam a viver em Democracia, acatando suas regras. Hoje, no entanto, eles se articulam de forma irresponsável, eu diria criminosa, e podem causar danos graves às nossas Liberdades Democráticas, que nos incumbe a todos defender. Novamente tive a ajuda do Eduardo Guimarães que cedeu-me gentilmente um de seus brilhantes textos, e do jornalista Paulo Nogueira, do blog "Diário do Centro do Mundo", que teve igual gesto de colaboração. 
Estou na fase mais difícil para um jornalista/escritor", que é divulgar e tentar vender nosso trabalho. Este é o primeiro livro que publico também em versão eletrônica, tentando adaptar-me às modernas tecnologias do mercado do livro. Estou satisfeito até o momento, mas preciso intensificar a publicidade, já que o assunto é urgentemente atual. Para isso, continuo contando com o apoio de amigos reais e virtuais - que não têm me faltado.
O livro está disponível no Clube de Autores, por este link: https://www.clubedeautores.com.br/book/188020--O_Brasil_na_era_dos_imbecis#.VbN8fflVhBc

terça-feira, 7 de julho de 2015

PHA: DILMA DEVERIA USAR REDE NACIONAL E NÃO A FOLHA GOLPISTA

Entrevista à Fel-lha
foi um erro. Falta a da Veja

Por que legitimar o PiG ? Por que não falar ao POVO ?​


A Presidenta Dilma Dilma deu uma entrevista à Fel-lha (ver no ABC do C Af), onde disse: “a oposição é golpista”.

Uma acusação forte, direta ao coração da convenção do PSDB, aquela que pregou o Golpe (só de) branco.

A Fel-lha, como seria previsível, preferiu outra frase presidencial, menos relevante, como manchete da primeira página: “eu não vou cair”.

Mas, a escolha tem uma lógica: mantém acesa a chama do Golpe…

A entrevista à Fel-lha foi um desses desastres ferroviários, como diz o Mino Carta.

Deve ser coisa de petista de São Paulo.

Como o Mercadante, o General Assis Oliva (também no ABC do C Af), que entrou nas caminhonetes do DOI-CODI para dizer que a Fel-lhe foi um baluarte na defesa da Democracia.

Por que, amigo navegante, foi um desastre ferroviário a entrevista dela à Fel-lha ?

Primeiro, porque não terá a menor repercussão.

O número de leitores da Fel-lha é decadente, de forma acelerada, e essa edição, especialmente, pode entrar num buraco de fechadura, de tão fina.

É uma entrevista que, como diz o Lula, não chegará a São Caetano, porque a Fel-lha não passa de Santa Cecilia.

Segundo, a entrevista legitima a Fel-lha e o PiG.

A Fel-lha é personagem secundário – a Globo tem a liderança – , mas incansável, na batalha do Golpe.

E não é de hoje: desde sempre, desde que o “seu” Frias aderiu à Guerra da Secessão de 1932 e, depois, engordou a artilharia golberiana do IPES.

Ao dar uma entrevista exclusiva à Fel-lha, a Presidenta diz: a Fel-lha existe, é importante, relevante, logo, a Globo é mais ainda e a Veja também.

“Eu levo a sério esses detritos de maré baixa”, é o que essa entrevista significa.

O que deveria ter feito o petista de São Paulo que teve a ideia de jerico ?

Mandar a Presidenta para uma rede nacional de televisão, dentro do horário nobre.

Dentro da Babilônia, para alavancar a também decadente audiência do jornal nacional.

Entrar em rede nacional.

Falar com TODOS !

Com o POVO brasileiro !

E dizer: o PSDB, a Globo, a Fel-lha, o TCU do Nardes, o TSE do Gilmar e o Moro querem dar um Golpe para me derrubar !

Mas, eu não vou cair.

Podem confiar em mim, porque, eu, como o Lula que me elegeu, estamos aqui para te defender.

O petista de São Paulo que teve a ideia de jerico deveria se inspirar no Obama.

O Obama, logo no início do primeiro mandato, decidiu que não dava entrevista à Fox News do Murdoch, que vai murdochizar a Globo.

Porque considera que a Fox News não é uma emissora de televisão, mas um agente do Golpe.

E mais: na coletiva com a Dilma ao lado, quando desmoralizou aquela globinha, ele disse que, se a assessoria deixasse, ele dava uma coletiva TODO DIA !

Aqui, não !

A Presidente prefere dar entrevista aos minguados leitores de um instrumento do Golpe contra ela !

Mas, quando o amigo navegante pensa que chegou ao fundo do poço a relação da Presidenta com o POVO, a coisa pode piorar.

Um desses petistas de São Paulo ainda pode levar o filho do Robert(o) Civita para almoçar com a Presidenta e conceder uma entrevista às páginas amarelas do detrito sólido de maré.

Como fazem, na Veja, o Bernardo plim-plim e o zé da Justiça, a Presidenta, então, poderá falar mal do PT.

Viva o Brasil !
http://www.conversaafiada.com.br/pig/2015/07/07/entrevista-a-fel-lha-foi-um-erro-falta-a-da-veja/

domingo, 5 de julho de 2015

O MESTRE E AMIGO LUIZ EGYPTO DEIXA O OBSERVATÓRIO DA IMPRENSA

Obrigado Luiz Egypto


Por Editorial em 30/06/2015 na edição 857
Esta edição marca a saída de Luiz Egypto como editor-chefe pela página web do Observatório da Imprensa.  Durante 16 anos, Luiz colocou todo seu conhecimento e experiência a serviço do projeto,  transformando a página do OI numa referência obrigatória em matéria de observação crítica da mídia. Sem ele, muito provavelmente nada disto teria sido possível. A marca da presença de Luiz, e da equipe que ele montou,  permanecerá  indelével  nos novos tempos que se abrem para o Observatório da Imprensa.
Boa parte desta equipe continuará participando da produção da página web e outros colaboradores se somam ao projeto com o objetivo de manter viva a preocupação do OI em promover a diversidade de percepções e de opiniões em nossa produção editorial.  Além disso, claro, Alberto Dines, fundador, inspirador e alma do Observatório da Imprensa, continuará a postos.
Faltando pouco para completar 20 anos de existência, estamos vivendo  as mudanças que o tempo e as inovações tecnológicas nos impõem.  Não somos os únicos, nem os primeiros e muito menos os últimos projetos jornalísticos a enfrentar este desafio.  As bases materiais e humanas que animaram a nossa proposta sofreram mudanças, algumas delas radicais, ao longo das ultimas duas décadas.
Conjunturalmente, fomos também atingidos nos meses mais recentes pela crise econômica que o país inteiro enfrenta. Vários parceiros tiveram de atrasar pagamentos ao OI, outros foram obrigados a desistir de antigos vínculos de cooperação.  Tudo isso levou a uma situação, que temos certeza que será momentânea, que afasta provisoriamente alguns colaboradores históricos do OI, que mantém suas portas permanentemente abertas a todos eles.
É , portanto,  inevitável que venhamos a entrar numa nova fase, com novos desafios onde dois deles ganham uma relevância especial:  como enfrentar o discurso do ódio e a radicalização política na leitura crítica da imprensa; e como buscar a sustentabilidade financeira num momento de crise do modelo tradicional de captação de recursos em organizações sem fins lucrativos.

sábado, 13 de dezembro de 2014

AMERICANA ELEGEU SUCESSOR DE PREFEITO (DO PSDB!!!) CASSADO. E TAUBATÉ?

Tucano é cassado. Cadê a mídia?

Por Altamiro Borges

No domingo passado (7), o empresário Omar Najar (PMDB) venceu as eleições para a prefeitura de Americana, município com 226 mil habitantes no interior de São Paulo. A mídia chapa-branca, servil ao governador Geraldo Alckmin, deu pouca atenção para o pleito fora de época. O motivo é simples: o prefeito Diego De Nadai, do PSDB, foi cassado por graves denúncias de corrupção. Na sua seletividade, a chamada grande imprensa, sempre tão “neutra e imparcial”, prefere encobrir escândalos envolvendo caciques tucanos. As manchetes são garrafais apenas para os políticos de esquerda. Desta forma, a mídia hegemônica estimula na sociedade o ódio doentio, quase fascista, ao PT e ao chamado “lulopetismo”.

Durante várias semanas, a cidade de Americana ficou acéfala. Na ausência do prefeito, sacos de lixos se acumularam nas ruas, prontos-socorros ficaram fechados e a merenda não foi entregue nas escolas. A população sofreu e os protestos viraram rotina no município, a 127 quilômetros da capital paulista. Os jornalões e as emissoras de rádio e televisão, porém, não deram maior atenção a este sofrimento. O prefeito cassado sempre foi ligado ao governador Geraldo Alckmin. Sua cassação foi uma verdadeira novela, apesar das provas de irregularidades na prestação de contas da eleição de outubro de 2012. Desgastado, o PSDB preferiu não lançar candidato e, oportunista, apoiou o industrial eleito. Pobre Americana!

São inúmeros os casos de políticos tucanos cassados ou envolvidos em corrupção que não merecem as manchetes da mídia “imparcial”. Em abril passado, o governador Siqueira Campos, do Tocantins, renunciou ao cargo para escapar da cassação. Pesavam sobre o histórico chefão do PSDB várias denúncias de desvio de recursos do Estado. A renúncia foi uma manobra para garantir a candidatura de Eduardo Siqueira Campos, filho do tucano, ao governo estadual. Ele justificou a manobra alegando que a medida foi tomada “com o propósito de continuar servindo ao bravo povo tocantinense, respeitando as normas sobre inelegibilidade definidas pela Constituição Federal”. A mídia nunca fez alarde com este caso bizarro!

A seletividade é a regra. O deputado Carlos Alberto Lereia, do PSDB de Goiás, foi flagrado em negociações com o mafioso Carlinhos Cachoeira. A Câmara Federal até cogitou sua cassação. Em abril passado, ele até foi suspenso e o caso sumiu do noticiário. Já o ex-governador e ex-senador Eduardo Azeredo, que inaugurou o esquema do “mensalão” com o publicitário Marcos Valério, renunciou ao mandato de deputado federal para evitar seu julgamento no STF. Na sequência, ele também desapareceu da mídia – que sempre tratou o escândalo de “mensalão mineiro” – e não tucano. Cadê o tal “jornalismo investigativo” da grande imprensa? Cadê as suas famosas campanhas moralistas de linchamento público?

E tem gente que acredita que Globo, Folha, Estadão e Veja ainda farão uma investigação isenta sobre o “trensalão tucano” em São Paulo ou sobre o “aecioporto” em Minas Gerais. A mídia hegemônica nunca investigou a fundo as denúncias de corrupção no processo da privataria – até porque ela sempre defendeu a privatização das estatais. Ela também evitou dar continuidade às apurações sobre a compra de votos na reeleição de FHC – que sempre foi seu protegido. A escandalização da política, com suas manchetes garrafais e diárias, servem apenas para atacar os que não rezam da sua cartilha. Não há qualquer imparcialidade ou isenção no jornalismo. A mídia tem dono e defende sua classe!

http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/12/tucano-e-cassado-cade-midia.html#more

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

MAIS UM PRÊMIO PARA NOSSO AMIGO AUDÁLIO DANTAS

Pois é, quem diria, Audálio Dantas está na moda

Ricardo Kotscho, em seu blog (link ao final)

Na Universidade de Taubaté, debate com Audálio Dantas, prof. Robson, eu e jornalista Irani Lima.

O tempo passa, o tempo voa, o tempo não perdoa, mas ele continua aí firme e forte, na batalha. Aos 85 anos de idade e 60 de profissão, em plena atividade, o jornalista Audálio Dantas, alagoano de Tanque D´Arca, testemunha e protagonista da nossa História, prepara-se para receber esta noite mais um premio pelo conjunto da obra. Muito justo.
Audálio está entre os "Cem Mais Admirados Jornalistas Brasileiros" que receberão seus troféus nesta noite de segunda-feira, em São Paulo. Prêmios e homenagens já fazem parte da sua rotina, principalmente nestes últimos anos, mas o de hoje é especial: foi baseado numa pesquisa inédita promovida pelas empresas Maxpress e Jornalistas & Cia., com mais de dois mil executivos de Comunicação Corporativa de todo o país, em votação direta, num universo que reúne 55 mil jornalistas profissionais.
Firme nos gestos e lhano no trato, Audálio foi e é mestre e exemplo de várias gerações de jornalistas. Repórter por gosto e vocação, está fora do mainstream da grande imprensa desde o final dos anos 1970, quando foi presidente do Sindicato dos Jornalistas de São Paulo e nele teve papel central na denúncia do assassinato do nosso colega Vladimir Herzog, tema do livro As duas guerras de Vlado Herzog _ Da perseguição nazista na Europa à morte sob tortura no Brasil, que lhe valeram os prêmios "Jabuti" (Livro-reportagem e Livro do Ano de não ficção) e "Intelectual do Ano" (Juca Pato), em 2013.
Somos amigos desde esta época, mas nunca tive a oportunidade de trabalhar junto com ele numa redação. Foi em feiras de livros, debates, seminários e nas diretorias e conselhos de entidades sindicais que passei a admirar cada vez mais este cidadão brasileiro, que teve papel fundamental na longa e penosa trajetória da ditadura à democracia, sempre fiel a seus princípios, colocando os interesses da sociedade acima daqueles da sua vida pessoal. Sei o quanto isto lhe custou, e ainda está custando, mas nunca o vi reclamar da vida. Ao contrário, está sempre disposto a encarar o próximo desafio, ao lado da inseparável Vanira, sua mulher, geralmente em atividades não remuneradas, sua especialidade.
"Você está ficando muito rabugento", queixou-se ele, com razão, na última vez em que viajamos juntos para participar do Fórum das Letras de Ouro Preto, em novembro. Para Audálio, ao contrário, não tem tempo ruim, mesmo tendo enfrentado seríssimo problema de saúde no ano passado. Não fosse por seus cabelos branqueados já faz tempo, ninguém seria capaz de adivinhar a idade desta figura, sobre a qual, alias, ainda há controvérsias.
Esta é apenas uma das muitas lendas que se criaram em torno dele, tantas quanto as reportagens e os livros que escreveu, desde que começou a trabalhar como repórter da Folha da Manhã ( hoje Folha de S. Paulo). Uma das suas primeiras reportagens premiadas foi uma entrevista "não dada" por Guimarães Rosa, quando o escritor veio lançar Grande Sertão: Veredas em São Paulo. Sem conseguir falar com Rosa, Audálio ficou fuçando em torno da mesa em que ele dava autógrafos, anotando as respostas dadas aos leitores e copiando algumas dedicatórias.
Além das características inatas de repórter que nunca desiste da pauta, Audálio sempre levou uma grande vantagem sobre a concorrência: sabe escrever, e escreve muito bem. Outra vantagem que levava nas redações é que saia para fazer uma matéria e voltava com várias, sobre os mais diversos assuntos. Nunca foi um especialista em nada. Claro que não dá para resumir neste breve texto os seus 60 anos de carreira, com passagens marcantes pelas revistas O Cruzeiro e Realidade.
Uma das passagens mais marcantes da longa trajetória de Audálio foi a descoberta, durante uma reportagem, da fantástica personagem Carolina Maria de Jesus, favelada que se tornou escritora, com o best-seller Quarto de Despejo, editado também no exterior.
Nas voltas que a vida dá, foi deputado federal pelo extinto MDB e primeiro presidente eleito pelo voto direto da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), onde ainda atua como conselheiro, atividades que lhe renderam o Premio de Defesa dos Direitos Humanos da ONU.
De tão boas, suas reportagens acabaram transformadas em livros, a começar por O Circo do Desespero, vindo depois O Chão de Graciliano, O Menino Lula e muitos outros. Até o mês passado, foi diretor-executivo da revista Negócios da Comunicação e agora trabalha em diversos projetos na área cultural, entre eles um programa de entrevistas na televisão, que ainda está negociando. É membro da Comissão Memória e Verdade da Prefeitura de São Paulo e da Comissão Nacional da Verdade dos Jornalistas Brasileiros, entre muitas outras atividades.
Se tem mesmo um jornalista admirável neste país, sem dúvida é o tal de Audálio Dantas, que nunca sai de moda... Jornalista não tem muito o hábito de falar bem de outro jornalista, mas hoje acordei disposto a abrir uma exceção.
Valeu, velho Audálio!
Vida que segue.
 http://noticias.r7.com/blogs/ricardo-kotscho/2014/12/08/pois-e-quem-diria-audalio-dantas-esta-na-moda/#r7-comentarios

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

FAZ PARTE DO GOLPE DOS DERROTADOS CALUNIAR O LULA

A má fé obtusa com que o Globo noticiou o apartamento de Lula


Lula não é Mujica, sabemos todos.
Mas quem é? Francisco, o papa. E vamos parando por aí.
Isto posto, é absolutamente canalha o destaque dado pelo Globo à informação de que Lula tem um tríplex no Guarujá.
É o tipo de coisa que, editada desonestamente, só serve para alimentar a ignorância estridente dos analfabetos políticos de direita.
Vamos começar pelo seguinte: Lula tem condições para comprar um apartamento avaliado em 1,5 milhão de reais?
Ora, Lula é um dos palestrantes mais bem remunerados do mundo. Palestras de estrelas do circuito mundial giram em torno de 100 mil dólares.
Isso quer dizer o seguinte: com um punhado de palestras, não mais que isso, ele pode comprar um apartamento como o que o Globo, com a Veja na esteira, noticiou com alarde.
Fora isso, Lula tem sua pensão presidencial. Finalmente: 67 anos é uma idade em que pessoas bem sucedidas como ele, ou muito menos que ele, podem já ter acumulado um respeitável patrimônio legítimo.
Muito mais estranho, para ficar em imóveis e na Globo, foi a notícia de que a apresentadora Patrícia Poeta estava comprando, aos 38 anos, um apartamento 15 vezes mais caro na avenida Atlântica, no Rio.
Ainda no campo imobiliário, por que o apartamento de Lula é notícia, para o Globo, e o de Joaquim Barbosa em Miami não?
O valor é mais ou menos o mesmo, segundo se noticiou. Com o detalhe de que, para fazer a compra em Miami, Joaquim Barbosa inventou uma pessoa jurídica que lhe permitiu fugir de impostos americanos.
Este tipo de comportamento – denúncia é contra aqueles de quem não gostamos – ajuda a entender a imensa rejeição que tantos brasileiros têm pelas grandes empresas jornalísticas.
O Globo ludibria seus leitores ao não colocar a informação do apartamento sob o devido contexto.
A Veja, ao reproduzir o Globo, faz o que sempre faz: panfletagem, em vez de jornalismo. E o resto, bem, é o resto. Na Jovem Pan — que vai se tornando reduto do que há de mais reacionário na mídia — Rachel Sheherazade falou sobre o “chiquérrimo” apartamento de Lula, e conseguiu citar seu irmão de alma Rodrigo Constantino.
Constantino escreveu, segundo Sheherazade, que se Boulos, do MSTS, souber do triplex, pode ter a ideia de colocar lá várias famílias de sem teto. Bem, o tamanho do imóvel, segundo o Globo: 297 metros quadrados. A sala de Roberto Marinho, na sede da Globo, na qual estive mais de uma vez, tinha mais que isso.
Lula é uma saudade para milhões de brasileiros e para a mídia, que não se conforma com isso, uma obsessão.
A tal ponto chega tal obsessão que hoje no site da Folha Ronaldo ‘Quem?’ Caiado ficou por várias horas na primeira página.
O que ele fez para merecer a honraria?
Disse, do alto de sua clarividência, que Lula não tem “a menor chance” em 2018. O morto-vivo Caiado descobriu que para ser objeto dos holofotes basta falar mal de Lula.
Fazer previsões sobre 2018 agora, quando Dilma sequer iniciou o segundo mandato, remete a uma frase clássica de Keynes. “A longo prazo estaremos todos mortos.”
As grandes empresas de jornalismo, com sua obtusidade desonesta, provavelmente estarão mortas em prazo mais breve, para o bem da sociedade.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/a-ma-fe-obtusa-com-que-o-globo-noticiou-o-apartamento-de-lula/

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

CRISE NA EDITORA ABRIL ANUNCIA O FIM DA VEJA

“Veja” também vai acabar?

Por Altamiro Borges

Coitada das galinhas! Na campanha eleitoral, Reinaldo Azevedo, o pitbull da Veja, ameaçou ir cuidar das galinhas caso Dilma Rousseff fosse reeleita. A exemplo do patético Lobão, que prometeu deixar o Brasil, ele também recuou na sua palavra – que não vale nada mesmo. Agora, porém, ele pode estar preocupado com outro trauma. Nesta semana, a Editora Abril anunciou o fechamento da revista Info, especializada em tecnologia e cultura digital. Alguns já preveem o mesmo destino para a revista Veja, que garante o emprego do fascistóide “criador de galinhas”.

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (1), a Abril informa que a revista Info passará a ser exclusivamente digital a partir de fevereiro do próximo ano. “A inovação faz parte do DNA da Info e de seus leitores, e ser uma publicação 100% digital é absolutamente adequado para esse título”, tenta justificar André Lahóz, diretor da empresa. Este não é o primeiro sintoma da grave crise do império midiático da famiglia Civita. Em junho passado, ela transferiu dez revistas para a Editora Caras. Em 2013, ela já havia fechado outros quatro títulos – Alfa, Bravo, Lola e Gloss.

Para o jornalista Paulo Nogueira, do blog ‘Diário do Centro do Mundo’, a revista Veja terá o mesmo destino – mais cedo do que tarde. “A Info é a Veja amanhã. Não é frase de efeito. É uma realidade doída. Quer dizer: doída para os leitores da Veja. O que aconteceu com a Info – desativar a edição regular e manter-se na internet – é o caminho inevitável para as revistas impressas”. Este fenômeno, que ocorre em escala mundial, deve-se a duas causas básicas: à explosão da internet, que atrai principalmente os jovens, e à crise de credibilidade dos veículos tradicionais.

A mídia impressa – mas também a mídia televisiva – está em declínio no mundo inteiro. Seu modelo de negócios está na berlinda – com a queda de tiragens e audiências e, consequentemente, a perda das milionárias verbas de publicidade. Como já apontou o escritor Ignacio Ramonet, no livro “A explosão do jornalismo”, a internet acelerou a crise da mídia monopolista. Somente nos EUA, mais de 120 jornais foram fechados nos últimos anos. Na Europa, jornalões e revistonas tradicionais também reduzem suas equipes e anunciam seu fim.

A revista Veja pode até demorar um pouco mais para acabar ou para efetuar ajustes. Não por razões econômicas – já que a tiragem e a publicidade também tendem a recuar. Mas, sim, por motivos políticos. Ela segue sendo um poderoso instrumento da direita nativa, conforme demonstrou na recente campanha eleitoral com suas capas criminosas. Mesmo em crise, ela seguirá desempenhando o papel de importante partido das elites. As forças conservadoras da sociedade – governos direitistas e corporações empresariais – farão de tudo para mantê-la viva.

Mas, retornando às previsões de Paulo Nogueira, a Veja não conseguirá escapar desta triste sina. “À medida que o jornalismo digital vai-se tornando dominante, as revistas de papel vão enfrentar uma escolha complicada. Uma saída é simplesmente fechar. A Abril fez isso com vários títulos. A outra é sobreviver na internet, mas em bases inteiramente diversas... A melhor imagem é a das carroças quando surgiram os carros. Passado algum tempo, não sobrou nenhum fabricante de carroça. Eu disse longo prazo. Mas longo prazo, na era da internet, costuma ser muito mais rápido do que o habitual”.

http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/12/veja-tambem-vai-acabar.html#more

terça-feira, 25 de novembro de 2014

O MAIS CORAJOSO DISCURSO JAMAIS FEITO SOBRE A MÍDIA, NO SENADO!

REQUIÃO DEFENDE REGULAMENTAÇÃO DA MÍDIA

Requião defende regulação da mídia e fim do monopólio da comunicação

Da Redação e Da Rádio Senado | 24/11/2014
O senador Roberto Requião (PMDB-PR) lamentou a interpretação que alguns setores fazem dos debates sobre a regulação da mídia ao vincularem o assunto à censura e compará-lo a um atentado à liberdade de imprensa ou cerceamento da liberdade de expressão.
Para ele, chama a atenção o fato de os empresários de comunicação e os contrários à regulação da mídia defenderem a liberdade de expressão e de imprensa, mas desrespeitarem o direito à informação e adotarem a parcialidade em jornais, revistas, televisões e rádios.
— A regulação da mídia é condição inescusável para se garantir a soberania nacional. E eu não estou falando em cerceamento da liberdade de expressão. Estou falando em impedimento do estabelecimento do monopólio midiático — disse o senador, afirmando que o grupos que monopolizam a mídia são entreguistas e historicamente se opõem aos interesses nacionais.
Requião lembrou que é muito comum no Brasil a propriedade  cruzada, em que um mesmo grupo econômico controla diversos veículos de comunicação em vários meios — fato que, ressaltou, não ocorre em países com democracia estável, como os Estados Unidos e a Inglaterra.
Segundo o parlamentar, a concentração da mídia brasileira nas mãos de, no máximo, sete famílias faz com que haja um controle do que deve ou não ser divulgado e de como deve ser publicada determinada notícia.
O senador citou como exemplo a cobertura das eleições deste ano, em que, para ele, ficou evidente a predileção da grande mídia por um candidato de oposição e a má-vontade com a candidatura da presidente da República Dilma Rousseff.
Requião disse que a manobra ficou clara, ainda, quando a mídia limitou ao PT e ao PMDB as denúncias de corrupção envolvendo a Petrobras e as empreiteiras. Ele destacou que as empresas favorecidas em licitações na estatal também contribuíram para campanhas eleitorais de outros partidos.
O parlamentar lembrou que a concentração dos meios de comunicação também empobrece a diversidade cultural do país porque centraliza a produção do que vai ser divulgado.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

EM 2013, FORAM 25 ANOS SEM REGULAMENTAÇÃO DA MÍDIA

25 anos sem regulamentação do setor de comunicação

(Artigo publicado no jornal Brasil Econômico em 24.10.2013)
São inegáveis os avanços que a Constituição de 1988 promoveu tanto no 
que se refere 
aos direitos e garantias fundamentais do cidadão, quanto em relação aos 
direitos coletivos. 
Os 25 anos de promulgação da “Constituição Cidadã”, recém completados, 
exacerbam, 
porém, que seguem sem regulamentação as questões relacionadas 
ao setor de 
comunicações.
É flagrante a omissão ao que determinam os artigos 220 e 221 da 
nossa Carta Magna e 
o desrespeito à recomendação da aprovação de lei federal para 
regulamentar o setor, 
disposta no artigo 222. Para esclarecer, o artigo 220 proíbe o monopólio 
e o oligopólio nas 
comunicações e o 221 define as finalidades da programação de rádio e 
TV —educativas, 
artísticas, culturais e informativas— e prescreve a promoção da cultura 
nacional e regional.
Mas 25 anos depois de aprovada a Carta de 1988, os conglomerados 
de comunicação 
brasileiros controlam as concessões de radiodifusão, a mídia impressa 
e os provedores 
de Internet, sem mecanismos efetivos para coibir os excessos da 
concentração de poderes.
Nosso parâmetro mais recente para o setor é a lei que regulamenta 
o segmento de TV a 
cabo, aprovada em 2011. Ainda assim, ao contrário de países 
democráticos liberais e de 
alguns de nossos vizinhos da América Latina, seguimos dominados 
por um monopólio 
que atua sem qualquer limite. Um exemplo clássico: apesar de o 
artigo 5°, inciso V, Capítulo I (Dos Direitos e Deveres Individuais e 
Coletivos) assegurar direito de resposta proporcional ao agravo, 
além da indenização por dano material, moral ou à imagem, as 
lacunas deixadas pela falta de regulamentação permitem que os 
meios de comunicação, 
na prática, descumpram a lei.
Contudo, a omissão aos princípios constitucionais não é a única razão 
pela qual um marco 
regulatório se faz urgente. As comunicações sofrem profundas 
mudanças, tanto do ponto de 
vista tecnológico quanto econômico. A convergência de mídias e a 
concorrência inevitável 
do capital estrangeiro —a partir da entrada de empresas globais na 
exploração dos serviços 
de telefonia, presentes também no mercado de Internet, TV a cabo 
e produção de conteúdo—, 
apesar de não terem impedido que os barões da mídia preservassem 
seus poderes, mudaram 
a configuração do setor. A concorrência do capital estrangeiro e o 
avanço da Internet sobre as 
telecomunicações já colocam em xeque a sobrevivência da TV aberta. 
Nos EUA, a disputa acirrada entre web e emissoras é uma realidade.
Essas mudanças, no entanto, não sugerem que teremos comunicações 
mais democráticas 
ao redor do mundo, tampouco no Brasil, se não existirem regras e 
delimitações. Portanto, é preciso combater a concentração e os 
monopólios que se sustentam por uma concorrência desleal, praticada 
por meio de artifícios diversos —dumping de publicidade, controle da 
distribuição e pressão política, exercida via própria mídia.
O Brasil precisa também enfrentar a questão e estabelecer um marco 
regulatório que promova de fato os princípios da pluralidade, a liberdade 
de expressão, o respeito à imagem, e que 
abarque as mudanças tecnológicas. Trata-se de uma agenda que não 
irá morrer, mas cuja realização depende de empenho político e 
envolvimento da sociedade. Continuar lutando para regulamentar as nossas 
comunicações e democratizar a mídia em nosso país é uma tarefa 
de todos e uma maneira de marcar os 25 anos de nossa Constituição, 
fortalecendo-a.
http://www.zedirceu.com.br/25-anos-sem-regulamentacao-do-setor-de-comunicacao/
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