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sábado, 3 de outubro de 2015

LULA APRENDEU A LIDAR COM O PIG - BATEU, LEVOU!

quinta-feira, 13 de agosto de 2015

VEJA PODE TER QUE PAGAR 1 MILHÃO POR MATÉRIA RACISTA!

MPF quer R$ 1 milhão por reportagem discriminatória em que Veja é acusada de falsificar depoimentos de dois antropólogos


veja
10/8/2015
Decisão do TRF-3 derrubou sentença que extinguia processo; Procuradoria pede indenização de R$ 1 milhão por reportagem discriminatória contra minorias étnicas
A 26ª Vara Cível Federal, na capital paulista, terá que dar prosseguimento à ação civil pública que o Ministério Público Federal ajuizou contra a Editora Abril por danos morais coletivos. O processo se deve a uma reportagem discriminatória contra minorias étnicas publicada em maio de 2010 na revista Veja. A decisão é do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, que acolheu um recurso do MPF e reverteu a sentença de primeira instância que declarava prescrita a ação.
O MPF propôs a ação em agosto de 2014, quatro anos após a publicação da reportagem “A farra da antropologia oportunista”. O texto da revista Veja baseou-se em informações distorcidas e expressões injuriosas para criticar o processo de demarcação de reservas destinadas a grupos indígenas e quilombolas. A Procuradoria pede que a Abril, responsável pelo semanário, seja condenada ao pagamento de indenização mínima de R$ 1 milhão por danos morais, valor que deve ser destinado aos povos tradicionais do Estado de São Paulo.
A sentença que extinguia o processo se baseou no prazo prescricional de três anos previsto no Código Civil para pedidos de reparação civil. No entanto, o desembargador federal Carlos Muta, do TRF-3, afirmou que o período máximo para o ajuizamento de ação civil pública em matérias que envolvem direitos coletivos é de cinco anos, conforme a Lei 4.717/65. “No caso dos autos, a ação para indenização pelos danos morais, supostamente ocorridos com a reportagem publicada na revista Veja do dia 05/05/2010, foi ajuizada em 21/08/2014. Portanto, não se encontra atingida pela prescrição”, escreveu o magistrado.
Reportagem – O texto da revista procurou caracterizar a criação de novas reservas como fruto do conchavo entre ativistas que sobreviveriam dos sucessos das demarcações, agentes públicos e antropólogos cujo trabalho não teria nenhum rigor científico, mas simplesmente viés ideológico de esquerda. Veja relata ter descoberto “uma verdadeira fauna de espertalhões” e utiliza vários termos depreciativos que incitam o preconceito contra as comunidades indígenas e outras minorias étnicas. Exemplo é a definição de Tupinambás como “os novos canibais”, associando-os a invasões, saques e outras práticas delituosas.
Com o objetivo de embasar a crítica às demarcações, a reportagem também distorceu as declarações de dois renomados antropólogos que se dedicam ao estudo das questões indígenas. O professor da Universidade Federal Fluminense (UFF) e ex-presidente da Fundação Nacional do Índio (Funai) Mércio Pereira Gomes e o pesquisador da UFF Eduardo Viveiros de Castro teriam, segundo o texto, emitido opiniões contrárias à criação de novas reservas e aos critérios adotados. Após a publicação, ambos escreveram aos editores da revista, indignados com o fato de que as frases a eles atribuídas eram opostas ao que realmente pensam sobre o tema.
Para a procuradora da República Suzana Fairbanks Oliveira Schnitzlein, autora da ação e do recurso interposto, declarações de cunho racista e que promovem a discriminação contra minorias étnicas não podem ser toleradas a pretexto de liberdade de expressão/imprensa, direito fundamental que não se confunde com “o puro e simples discurso de ódio camuflado de reportagem jornalística”.
O número da ação é 0015210-17.2014.4.03.6100. Para acompanhar a tramitação, acesse http://www.jfsp.jus.br/foruns-federais/.
*****
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Resposta à matéria da VEJA “A farra da antropologia oportunista”
Mais uma vez a revista VEJA traz em suas páginas matéria cheia de injúrias aos povos indígenas brasileiros.
Não pode passar despercebido ao mais desavisado e ingênuo leitor dessa revista o ranço, o azedume de preconceitos e vícios jornalísticos apresentados sobre a questão indígena brasileira. Porém a factualidade do texto também está comprometida por desvirtuamentos de pesquisa, compreensão e análise que certamente intencionam provocar uma impressão extremamente negativa da questão indígena em nosso país.
Os autores da matéria “A farra da antropologia oportunista”, ao que tudo indica jornalistas jejunos no trato de tais assuntos, parecem perseguir uma linha editorial ou um estilo jornalístico em que a busca de objetividade possível é relegada ao interesse ideológico de denegrir as conquistas dos segmentos mais oprimidos do povo brasileiro e demonstrar o seu favorecimento aos poderosos da nação. Primam por um estilo sardônico, próprio de jornalistas que fazem de seu ofício a defesa inquestionável do status quo social e econômico brasileiro, aludem a supostos fatos a partir de evidências descontextualizadas e apresentam citações sem a mínima preocupação com comprovação.
Falta-lhes sobretudo compreensão histórica da questão indígena brasileira, do papel da antropologia e da condição contemporânea da ascensão dos povos indígenas no Brasil e no mundo. Empatia às causas populares e gestos positivos em relação à ascensão das camadas sociais mais oprimidas da nação são atitudes ausentes nesse tipo de jornalismo.
Ao contrário, estão do lado dos que consideram a nação um quintal a ser usado (e abusado) ao seu bel prazer. Um repertório acanhado, porém virulento, de asserções deslocadas do processo histórico tenciona incutir no leitor uma visão de que os povos indígenas – e também os descendentes de quilombolas – estão aí para surrupiar as riquezas da nação dos destemidos fazendeiros, madeireiros, mineradores e empreiteiros da nação. A continuar esse processo não sobrarão terras nem riquezas naturais para a continuada exploração econômica da nação!
Os antropólogos estariam a serviço de uma espécie de subversão da realidade empírica, afeitos à criação imaginativa de identidades étnicas e dispostos a reverter o processo histórico nacional. Nem os mais afoitos de nós sonham com tamanho poder!
Já os índios e quilombolas estão em marcha guerreira para varrer do país aqueles que dariam sustento e sentido à nação.
É demais.
Apresento aqui o meu repúdio a esse tipo de jornalismo.
Denego-lhe o falso direito jornalístico de atribuir a mim uma frase impronunciada e um sentido desvirtuante daquilo que penso sobre a questão indígena brasileira.
Portanto, conclamo os editores da VEJA a rever sua visão miópica e estigmatizada do processo histórico brasileiro. Fariam bem ao seus leitores se se concentrassem na busca de objetividade jornalística e numa compreensão humanista, científica e hiperdialética da história do nosso país.
Atenciosamente,
Mércio Pereira Gomes, antropólogo, professor da Universidade Federal Fluminense e ex-presidente da Funai
http://www.viomundo.com.br/denuncias/francoatirador-mpf-quer-r-1-milhao-por-reportagem-discriminatoria-em-que-veja-e-acusada-de-falsificar-depoimentos-de-dois-antropologos.html

quinta-feira, 30 de julho de 2015

ALCKMIN COMPRA A JOVEM PAN E A CBN, MAS NÃO O CHARLIE HEBDO...

Charlie Hebdo aborda tema tabu da mídia brasileira


(do site da ABRAJI, reproduzido no GGN, de Luis Nassif)9
Charlie Hebdo publica reportagem ilustrada sobre crise da água em São Paulo 


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O cartunista Riss, diretor do Charlie Hebdo, fez um pedido aos organizadores do 10º Congresso da Abraji: durante sua passagem pelo Brasil, queria cobrir a escassez de água em São Paulo e entender como os 11 milhões de moradores estavam se adaptando à estiagem.
A equipe da Abraji acompanhou o jornalista em visitas a comércios e residências na zona Oeste da cidade e articulou uma excursão à represa de Atibainha, parte do Sistema Cantareira. A viagem de 150 km foi feita em viaturas blindadas da Polícia Federal e em companhia do grafiteiro Thiago Mundano, um dos artistas que têm acompanhado e retratado a crise de abastecimento. É dele o famoso grafite que dá as boas-vindas ao "deserto da Cantareira".
Riss pretendia visitar uma favela para saber exatamente como a crise de abastecimento tem afetado a população mais pobre da cidade. Por segurança, os agentes da Polícia Federal excluíram essa possibilidade.
A reportagem em quadrinhos, publicada na edição nº 1.200 do jornal, descreve técnicas usadas por moradores para reaproveitar água, menciona o uso de copos descartáveis em lanchonetes e nota que, com as torneiras secas, São Paulo é cortada por grandes rios – transformados em esgoto a céu aberto.
O cartunista também menciona que a Sabesp tem papéis negociados na bolsa de Nova York e pergunta, observando o famoso relógio de água do Shopping Iguatemi, se a água será em breve um produto de luxo.
Riss esteve no Brasil para participar do 10º Congresso Internacional de Jornalismo Investigativo, realizado pela Abraji no começo do mês.
Abaixo, a reprodução da reportagem em quadrinhos. Clique neste link para fazer o download da imagem em tamanho grande:

quarta-feira, 29 de julho de 2015

QUANTO A VEJA DEVE A LULA POR DANOS MORAIS? 50 MILHÕES É POUCO!

NOTA À IMPRENSA
Lula aciona a Justiça contra mentiras de VEJA
São Paulo, 29 de julho de 2015,
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou nesta quarta-feira (29) com ação judicial por reparação de danos morais contra os responsáveis pela matéria de capa da revista VEJA desta semana.
São alvos da ação Robson Bonin, Adriano Ceolin e Daniel Pereira, que assinam as reportagens de capa da edição 2.436, que chegou às bancas em 25 de julho passado, além do diretor de redação Eurípedes Alcântara.
"O texto é repugnante, pela forma como foi escrito e pela absoluta ausência de elementos que possam lhe dar suporte", destacam os advogados de Lula na ação. A peça reafirma também que, de acordo com jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, "a liberdade de comunicação e de imprensa pressupõe a necessidade de o jornalista e/ou o veículo pautar-se pela verdade".
A reportagem repete práticas comuns a VEJA: mente, faz acusações infundadas e sem provas, apresenta ilações como se fossem fatos, atribui falas e atos, não tem fontes e busca atacar, de todas as formas, a honra e a imagem do ex-presidente Lula.
Instituto Lula

segunda-feira, 27 de julho de 2015

VEJA ATACA LULA PARA ACHACAR DINHEIRO FEDERAL

Paulo Nogueira: Abril quer um governo amigo para mamar ainda mais nas tetas do Estado

publicado em 26 de julho de 2015
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“A reportagem é mentirosa e irresponsável”– Edward Carvalho, advogado de Léo Pinheiro, sobre a inexistente delação premiada
Uma questão de dinheiro: a origem do ódio assassino da Abril pelo PT
Os franceses têm uma frase para a investigação de crimes: “Procure a mulher.”
Você pode adaptá-la para o Brasil de hoje.
“Procure o dinheiro.” É o que você deve fazer caso queira entender o ódio desumano da Veja pelo PT, expresso mais uma vez na capa desta semana.
Isso vale não apenas para a Veja, é bom acrescentar.
O jornalista Ricardo Kotscho, que fez parte da equipe de Lula em seus primeiros tempos, conta uma história reveladora.
Roberto Civita queria uma audiência com Lula, algum tempo depois de sua posse. E pediu a Kotscho que a arranjasse.
O objetivo não era discutir os rumos do Brasil e do mundo. Era pedir dinheiro para o governo, na forma de anúncios.
Ou mais dinheiro.
As coisas não correram como Roberto esperava. As consequências editoriais estão aí. Nem a morte de Roberto deteve a fúria assassina da Veja.
É um paradoxo. As mesmas empresas liberais que condenam o Estado são visceralmente dependentes do dinheiro público que ele canaliza para elas.
Sem esse dinheiro, elas simplesmente não sobreviveriam.
Não é errado dizer que o Estado brasileiro financia as grandes empresas jornalísticas. É, para elas, um Estado Babá.
Não é apenas dinheiro de anúncios, embora seja este o grosso. Ele vem de outras formas.
Poucos anos atrás, quando ainda tinha resultados contábeis expressivos, a Abril levou cerca de 25 milhões de reais do BNDES para uma obra que deveria ter sido bancada por ela mesma, e não pelo contribuinte: um arranjo em seu sistema de assinaturas.
É um dado público.
Parêntese: se na CPI do BNDES for aberto um capítulo para as relações da mídia com o banco, teremos informações sensacionais.
Em 2009, quando a Veja já abdicara de qualquer honestidade no ataque ao PT, a Abril levou 50 milhões de reais do governo de Lula apenas em anúncios.
Por que tamanha revolta, então?
Mais uma vez: procure o dinheiro. A Globo estava levando, e continua a levar, dez vezes mais, 500 milhões por ano.
Lula e Dilma, ironicamente, vem financiando a mídia que tenta exterminá-los.
Tamanha dependência leva a surtos de paranoia a cada eleição: e se a festa acabar? E se o governo decide reduzir ao mínimo os investimentos publicitários que vão dar nas corporações jornalísticas?
Seria uma calamidade para essas empresas. Elas cresceram graças ao dinheiro público posto nelas em proporções nababescas.
Note. Não é só o governo federal. Quantos recursos públicos não são encaminhados para as companhias de jornalismo pelo governo de São Paulo, o mais ricos do Brasil? De anúncios a compras de assinaturas, a mãozinha amiga está sempre presente.
No futuro, estudiosos tentarão decifrar por que nem Lula e nem Dilma mexeram adequadamente neste sistema que irriga recursos do contribuinte para mãos e bolsos particulares.
Minha hipótese é: medo, medo e ainda medo.
Quando os dados se tornaram públicos, e começou a surgir aqui e ali indignação, inventou-se uma coisa chamada “mídia técnica” para justificar o injustificável.
Com isso, teoricamente estava explicado por que anualmente o governo colocava 150 milhões de reais no SBT para terminar num jornalismo com Sheherazades.
Mas era e é uma falácia. Governo nenhum é obrigado a colocar dinheiro em empresa nenhuma, sobretudo quando há fundadas desconfianças sobre o caráter dela e seu comprometimento com o bem estar público.
No caso específico da Abril, e da Veja, a questão do dinheiro público se tornou especialmente dramática com a Era Digital e seu efeito destruidor sobre a mídia impressa.
Um governo amigo melhoraria extraordinariamente a situação financeira da Abril. O declínio não seria estancado, porque é impossível, mas seria mitigado.
A verba de anúncios federais cresceria instantaneamente. Lotes gigantescos de assinaturas de revistas seriam comprados. Financiamentos a juros maternais seriam obtidos.
É isso o que move a Abril — e, em medidas diferentes, as demais grandes empresas jornalísticas.
Procure o dinheiro, caso queira entender a sanha homicida delas, maldisfarçada num moralismo cínico, demagógico e canalha, para não dizer criminoso.
http://www.viomundo.com.br/politica/paulo-nogueira-abril-quer-um-governo-amigo-para-mamar-ainda-mais-nas-tetas-do-estado.html

EMPREITEIRO PODE TER PAGO PROPINA A SERRA E À REVISTA VEJA!

José Serra e a Veja aparecem nas anotações de Marcelo Odebrecht

Jornal GGN - Dica do leitor André Nunes, pelo Twitter, permitiu identificar nomes escondidos por tarja preta, no relatório da Polícia Federal sobre as anotações encontradas no telefone de Marcelo Odebrecht.
Algumas iniciais eram facilmente identificáveis, como FP (Fernando Pimentel), JEC (José Eduardo Cardozo) ou GA (Geraldo Alckmin).
A mais polêmica, no entanto, foi a de JS.
Seguindo as instruções do twitteiro, no entanto, bastou copiar a tarja (CTRL C) e colar (CTCRL V) para aparecer o nome por trás da tarja.
Copiando e colando aparece o seguinte texto:
"Identificação de Jose Serra (JS) o telefone da secretária (11) 3087.1450 está registrado em nome de Jose Serra, o endereço da Joaquim Antunes, possui telefone (11) 2157.2104 registrado em nome de Jose Serra".
Constavam da agenda de Marcelo telefones e endereço do escritório particular de Serra. 
Não foi possível aplicar o mesmo método no retângulo coberto pela tarja.
A sigla JS aparece em outro trecho do relatório.
Novamente aparece o nome José Serra debaixo da tarja.
As menções a Serra, André Esteves (dono do BTG Pactual), a revista Veja e as siglas RA e EA (possivelmente Reinaldo Azevedo e Eurípides Alcântara), e Blairo Maggi, Michel Temer, Fernando Pimentel, entre outros, permitem supor uma estratégia similar ao relatório Bisol, na CPI das Empreiteiras.
Na época, Bisol e Aluizio Mercadnte tiveram acesso a dez caixas de documentos da Odebrecht. Acabaram se enrolando na apuração e relacionando organograma da diretoria com estruturas de corrupção. De qualquer modo, a expectativa de existência de centenas de nomes inibiu os trabalhos da CPI e a própria cobertura da mídia.
Veja não foi a única publicação visitada por executivos da Odebrecht após o estouro da Lava Jato.
Há dúvidas também em relação às iniciais GM, em trecho relacionado com tributos. Pode ser Guido Mantega, conforme apontado no relatório. Mas também são as iniciais do Ministro Gilmar Mendes, do STF.
De qualquer modo, o impacto do relatório, ao menos no primeiro dia deixou a mídia sem ação. Sequer houve a exploração às menções do ex-presidente Lula no relatório da PF.


sexta-feira, 24 de julho de 2015

CONVIDADOS AO RODA-VIVA TÊM PERGUNTAS IMPOSTAS POR AUGUSTO NUNES!

Quer dizer que Augusto Nunes impõe perguntas 

dele mesmo aos entrevistadores? 

Por Paulo Nogueira




Assistencialismo editorial
Soubemos, há algumas semanas, que é Ali Kamel o autor das perguntas feitas pelos apresentadores nos telejornais da Globo.
A informação foi dada pela jornalista Mariana Godoy, feliz agora por ela mesma poder ao menos formular suas questões, longe da Globo.
Nem Bonner, disse ela, escapa das perguntas de Kamel.
Dado que Kamel é o celebrado autor da tese de que não somos racistas, não é animador reproduzir, ao vivo, as questões que ele elabora no bastidor.
Mas agora outra notícia aparece na mesma área.
Augusto Nunes aparelhou de tal forma o Roda Viva que ele, como moderador, pode fazer secretamente perguntas que serão lidas por entrevistadores.
A revelação foi dada por uma vítima de Augusto, uma jornalista da Veja que passou por um ridículo nacional ao fazer uma pergunta absolutamente descabida ao escritor cubano Leonardo Padoura.
O vídeo viralizou, tamanha o contraste entre a boçalidade da questão e a esperteza da resposta.
A porta-voz de Augusto Nunes começou a falar em fome e miséria em Cuba, sem nenhum conhecimento de causa.
Ouviu, primeiro, que ninguém deve falar da realidade de um país sem vivê-la. Depois, que numa quadra de São Paulo existe mais fome que em toda Cuba.
Se a repórter, ou melhor, se Augusto Nunes lesse o básico sobre Cuba não cometeria tal estupidez.
Cuba tem múltiplos problemas, mas fome não é um deles. Prova disso são os indicadores de saúde do país, entre os melhores do mundo.
Nenhum país faminto tem a expectativa de vida de Cuba, quase 80 anos para homens e 82 para mulheres.
Isso é bem mais que o Brasil, na casa dos 70, e mais até que os Estados Unidos.
Há um ponto curioso no papel de fornecedores de perguntas de Kamel e de Nunes.
Fazer o que eles fazem é uma atitude extraordinariamente assistencialista. E assistencialismo é uma das maldições da humanidade segundo o pensamento conservador de ambos.
Ensine a pescar, em vez de dar o peixe.
Aplicado a entrevistas jornalísticas, isso significa: ensine a fazer perguntas em vez de entregá-las prontas ao repórter.
Poucas coisas são mais desmotivadoras, para um entrevistador, do que dizer o que lhe mandaram dizer.
Você perde o controle de tudo.
Fora tudo, fica o seguinte. Se o chefe acerta, tudo bem. Mas se ele erra, como fez Augusto Nunes ao colocar por terceiros Padura contra a parede, o vexame é seu.
Caso se torne público o caso, como este se tornou, você é tratado não apenas como idiota, mas como teleguiado.
Não é fácil a vida nas redações hoje em dia. Você tem que reproduzir, apenas, os interesses dos donos.
E essa rotina se torna patética quando, além do mais, você é obrigado a fingir que são suas perguntas elaboradas por gênios como Kamel e Nunes.
http://www.diariodocentrodomundo.com.br/quer-dizer-que-augusto-nunes-impoe-perguntas-dele-mesmo-aos-entrevistadores-por-paulo-nogueira/

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

CRISE NA EDITORA ABRIL ANUNCIA O FIM DA VEJA

“Veja” também vai acabar?

Por Altamiro Borges

Coitada das galinhas! Na campanha eleitoral, Reinaldo Azevedo, o pitbull da Veja, ameaçou ir cuidar das galinhas caso Dilma Rousseff fosse reeleita. A exemplo do patético Lobão, que prometeu deixar o Brasil, ele também recuou na sua palavra – que não vale nada mesmo. Agora, porém, ele pode estar preocupado com outro trauma. Nesta semana, a Editora Abril anunciou o fechamento da revista Info, especializada em tecnologia e cultura digital. Alguns já preveem o mesmo destino para a revista Veja, que garante o emprego do fascistóide “criador de galinhas”.

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira (1), a Abril informa que a revista Info passará a ser exclusivamente digital a partir de fevereiro do próximo ano. “A inovação faz parte do DNA da Info e de seus leitores, e ser uma publicação 100% digital é absolutamente adequado para esse título”, tenta justificar André Lahóz, diretor da empresa. Este não é o primeiro sintoma da grave crise do império midiático da famiglia Civita. Em junho passado, ela transferiu dez revistas para a Editora Caras. Em 2013, ela já havia fechado outros quatro títulos – Alfa, Bravo, Lola e Gloss.

Para o jornalista Paulo Nogueira, do blog ‘Diário do Centro do Mundo’, a revista Veja terá o mesmo destino – mais cedo do que tarde. “A Info é a Veja amanhã. Não é frase de efeito. É uma realidade doída. Quer dizer: doída para os leitores da Veja. O que aconteceu com a Info – desativar a edição regular e manter-se na internet – é o caminho inevitável para as revistas impressas”. Este fenômeno, que ocorre em escala mundial, deve-se a duas causas básicas: à explosão da internet, que atrai principalmente os jovens, e à crise de credibilidade dos veículos tradicionais.

A mídia impressa – mas também a mídia televisiva – está em declínio no mundo inteiro. Seu modelo de negócios está na berlinda – com a queda de tiragens e audiências e, consequentemente, a perda das milionárias verbas de publicidade. Como já apontou o escritor Ignacio Ramonet, no livro “A explosão do jornalismo”, a internet acelerou a crise da mídia monopolista. Somente nos EUA, mais de 120 jornais foram fechados nos últimos anos. Na Europa, jornalões e revistonas tradicionais também reduzem suas equipes e anunciam seu fim.

A revista Veja pode até demorar um pouco mais para acabar ou para efetuar ajustes. Não por razões econômicas – já que a tiragem e a publicidade também tendem a recuar. Mas, sim, por motivos políticos. Ela segue sendo um poderoso instrumento da direita nativa, conforme demonstrou na recente campanha eleitoral com suas capas criminosas. Mesmo em crise, ela seguirá desempenhando o papel de importante partido das elites. As forças conservadoras da sociedade – governos direitistas e corporações empresariais – farão de tudo para mantê-la viva.

Mas, retornando às previsões de Paulo Nogueira, a Veja não conseguirá escapar desta triste sina. “À medida que o jornalismo digital vai-se tornando dominante, as revistas de papel vão enfrentar uma escolha complicada. Uma saída é simplesmente fechar. A Abril fez isso com vários títulos. A outra é sobreviver na internet, mas em bases inteiramente diversas... A melhor imagem é a das carroças quando surgiram os carros. Passado algum tempo, não sobrou nenhum fabricante de carroça. Eu disse longo prazo. Mas longo prazo, na era da internet, costuma ser muito mais rápido do que o habitual”.

http://altamiroborges.blogspot.com.br/2014/12/veja-tambem-vai-acabar.html#more