2014-05-14 Rádio Vaticana
Cidade do Vaticano (RV) - O observador permanente da Santa Sé no escritório das Nações Unidas em Genebra, na Suíça, Dom Silvano Maria Tomasi, afirmou que numa guerra não se pode delegar a responsabilidade humana a um robô. O arcebispo fez um pronunciamento no escritório da ONU na cidade helvécia sobre a utilização de armas letais autônomas. Em particular, o observador vaticano denunciou a utilização de "drones (veículo aéreo não tripulado). A Rádio Vaticano pediu a Dom Tomasi que nos destacasse sobre as passagens candentes de seu pronunciamento:Dom Silvano Maria Tomasi:- "O princípio fundamental, o ponto chave em toda essa situação, é que não se pode delegar às maquias uma decisão que diz respeito à vida e à morte de seres humanos: é preciso que o elemento racional e a capacidade de juízo moral permaneça sempre presente quando se trata da vida de outras pessoas. Evidentemente, por sua natureza, estes instrumentos – estas armas tecnologicamente sofisticadas, mas completamente autônomas – não têm essa capacidade. E mesmo supondo que se conseguisse desenvolver uma espécie de inteligência artificial, jamais conseguiria ter a possibilidade e a capacidade de examinar as situações e, portanto, de elaborar um verdadeiro juízo ético."
RV: Os drones têm sido muito utilizados nestes últimos anos, sobretudo por parte dos EUA, mas não somente. A posição da Santa Sé é muito clara também sobre essa questão. No ano passado o senhor fez um pronunciamento a esse respeito...
Dom Silvano Maria Tomasi:- "A Santa Sé leva adiante um linha coerente. A questão dos drones é paralela à das armas completamente autônomas. O ponto da questão permanece sendo a presença de um juízo moral que somente a pessoa humana pode ter nas circunstâncias em que se depara, e isso é ainda mais necessário quando se trata da vida e da morte de seres humanos. Essa é a preocupação fundamental. Além disso, existem outras considerações que devemos fazer, como, por exemplo, que a proliferação deste tipo de armamentos pode verdadeiramente levar a uma nova corrida armamentista internacional para dotar-se de armas sofisticadas como esses robôs assassinos, e, sobretudo, ao surgimento de uma competição que não ajuda para as relações entre países, que produz simplesmente desperdício de recursos que, ao invés, poderiam ser utilizados para as exigências sociais, a saúde, a educação, o combate à pobreza, e não em instrumentos letais." (RL)
http://www.news.va/pt/news/representante-da-santa-se-na-onu-diz-nao-a-utiliza
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