quarta-feira, 15 de julho de 2015

CHINA TEM MAIS MICRO-INVESTIDORES DO QUE MEMBROS DO PC


As quedas na Bolsa de Valores de Xangai desde o mês passado não resultam de abalos na macro-economia do imenso país, mas sim aos pequenos investidores, muitos dos quais fizeram empréstimos pessoais para aplicar em ações. A desinformação é muito grande, e qualquer dono de bar ou porteiro de hotel dava palpites aos novos e despreparados candidatos a investidores sobre onde colocar suas reservas de dinheiro.
Só em 2014, mais de 40 milhões de pessoas abriram contas de investimento. No total, são mais de 90 milhões de aplicadores, o que supera o número de filiados ao Partido Comunista (87,8 milhões). Segundo os analistas, nada aconteceu de extraordinário que justifique a retirada de dinheiro da Bolsa, a não ser boatos e uma reação exagerada a qualquer medida do governo na área econômica, especialmente detalhes regulatórios.
Na Economia, a China está crescendo a um ritmo mais suave devido a mudanças em direção a um desenvolvimento mais sustentável - os danos ambientais começaram a preocupar o governo depois de muitos anos de crescimento a qualquer custo. Mas este freio nos últimos dois anos foi anunciado pelo governo com antecedência, que pretendem manter o PIB anual em torno de 7,5% ou um pouco menos. Está longe dos mais de 10%  dos últimos anos, mas é uma queda controlada e proposital, segundo as autoridades econômicas.
A chegada dos novos investidores que começaram comprando títulos de governo que rendem no máximo 2,4% ao ano, mudaram para outras ofertas, especialmente o setor  imobiliário. Como a área da construção também sofreu queda de expansão, dentro do quadro geral, as ações despenacaram em torno de 30%  nas últimas semanas, gerando o pânico e mais resgates.
Para enfrentar a crise, o governo suspendou a venda de títulos pela metade, estabeleceu uma margem de oscilação de 10% diários para a Bolsa e iniciou investigações sobre práticas especulativas.

texto A. Barbosa Filho, 15/07/2015

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